
|Capítulo 36|
P.O.V Adeline Swan
Na manhã seguinte, enquanto preparava o café da manhã, meus pensamentos ainda giravam em torno daquele sonho estranho e perturbador. Soltei um suspiro pesado. Desde a morte de James, os sonhos tinham ficado mais intensos, mais confusos. Terminei de fazer as panquecas e fui até a mesa para colocá-las.
— Bom dia. — Charlie entrou na cozinha, e eu forcei um sorriso para ele, tentando afastar a inquietação.
— Bom dia — respondi, pegando duas xícaras e servindo café para nós. Tomei um gole e observei enquanto Charlie se sentava à mesa.Ele olhou para mim, com aquele ar preocupado de sempre.
— Estou preocupado com a Bella... — começou ele, hesitando um pouco antes de continuar. — E, principalmente, com você.
Abaixei o olhar, tentando disfarçar a verdade.
— Eu tô bem, tio Charlie. — murmurei, mesmo sabendo que ele não acreditava. Tomando o resto do café de uma vez, fui até a pia, respirando fundo. — Vou mais cedo pra escola hoje, tudo bem?
— Line, se precisar conversar, eu estarei aqui, tá?—Charlie assentiu, mas antes de eu sair, ele chamou minha atenção com aquele tom de voz suave.
— Eu sei, tio Charlie.— me aproximei dele, com um sorriso mais sincero dessa vez, e dei um beijo leve em sua bochecha
Peguei minha mochila e saí de casa. Ao ver o carro que Alice me deu parado ali na frente, lembrei que Jacob o havia consertado para mim há alguns dias. Coloquei a mão na maçaneta para entrar, mas hesitei. Por algum motivo, andar a pé parecia uma opção melhor. Talvez eu só precisasse de um tempo para pensar e colocar as ideias em ordem.
Deixei o carro para trás e comecei a caminhar pela rua, sentindo a brisa fria da manhã.
(...)
Cheguei cedo na escola, o estacionamento praticamente vazio. Subi as escadas, empurrei a porta do colégio e entrei, o som dos meus passos ecoando pelos corredores silenciosos. Fui direto para a biblioteca, encontrando tudo ainda deserto. Nem a senhora que sempre trabalhava lá estava presente. Escolhi uma mesa escondida no fundo, sentei-me e tirei a mochila, colocando-a sobre a mesa. Peguei meu caderno de desenhos e um lápis preto, e comecei a esboçar tudo que lembrava daquele sonho perturbador.
Perdi a noção do tempo ali. Quando finalmente olhei em volta, percebi que já devia estar perto do horário de entrada. Estava concentrada, sombreando os últimos detalhes, quando ouvi uma voz atrás de mim.
— Você desenha coisas bem estranhas.
Dei um pequeno salto, virando-me rapidamente. Era o garoto com quem eu havia esbarrado no corredor outro dia. Ele tinha um sorriso no rosto enquanto se sentava ao meu lado, observando meu desenho com olhos curiosos, como uma criança de cinco anos.
— O que significa esses desenhos? — ele perguntou, olhando fixamente para o caderno.
— Desculpa...— fechei o caderno de imediato, encarando-o com uma sobrancelha levantada...— Mas nem te conheço.
— Oh, claro.— ele riu—Sou Aiko. — Estendeu a mão.
— Sou Adeline.— suspirei e apertei sua mão—Você é novo aqui?
— Digamos que sim.— ele riu de novo, inclinando a cabeça e apoiando-a no braço
Algo nos olhos dele parecia estranhamente familiar, mas não conseguia identificar o quê. Ele abriu um sorriso descontraído, e eu senti que era hora de me despedir.
— Bom, tenho que ir. Foi um prazer te conhecer, Aiko. — levantei, pegando meu caderno e organizando minhas coisas.
— Igualmente, Adeline. — ele acenou levemente enquanto eu saía da biblioteca.
(...)
Depois de algumas aulas, finalmente tive um intervalo e voltei a caminhar pelos corredores em direção à biblioteca. Estava quase lá quando vi Bella se aproximando.
— Oi.— nos cumprimentamos ao mesmo tempo, Bella coçou a cabeça, parecendo um pouco desconfortável.
— É... — hesitou. — Você quer ir ao cinema comigo e com a Jessica? Hoje?
Fiquei surpresa pela sugestão, especialmente vindo dela. Analisei sua expressão antes de responder.
— Eu ia passar naquela livraria que você foi aquela vez... — murmurei. — Preciso comprar um livro.
— Claro...—Bella assentiu, compreensiva—Se quiser encontrar a gente depois, é só aparecer.
— Vou tentar — respondi, sem garantir que iria de verdade. Ela me deu um pequeno sorriso, quase imperceptível.
— Vou pro refeitório agora. Você quer vir? — ela perguntou, com um olhar de esperança.
— Bella...— hesitei, mordendo o lábio inferior—Eu não consigo entrar no refeitório. Prefiro comer ao ar livre.
—Tudo bem, eu entendo.—ela suspirou levemente, mas não insistiu— Nos vemos depois?
— Nos vemos depois. — Sorri, dando-lhe um breve aceno antes de me virar e seguir meu caminho.
(...)
Depois da aula, segui até a livraria como havia planejado. Assim que entrei, senti o olhar da vendedora sobre mim. Ela me observou com curiosidade e logo perguntou.
— Posso te ajudar em alguma coisa?
— Você tem livros sobre..— a proximei-me dela, tentando escolher as palavras certas.— Bruxas e feitiços?
— Sim, temos uma seção só para isso.—
ela pareceu pensar por um momento, mas depois abriu um sorriso e assentiu.
—Me acompanhe.
Segui-a pelos corredores da loja, passando por três prateleiras até ela parar em frente a uma pequena seção escondida. As estantes estavam cheias de livros de capas desgastadas, algumas com símbolos antigos que eu mal reconhecia.
— Posso dar uma olhada? — perguntei, ansiosa para encontrar algo que me chamasse a atenção.
— Claro, fique o tempo que precisar.— ela sorriu, acenando com a cabeça— Se quiser, pode até ler um pouco para ver se encontra o que está procurando.
— Obrigada.— retribui o sorriso, sentindo um alívio sincero.
Ela deu um último sorriso antes de se afastar, deixando-me sozinha. Virei-me para a prateleira, sem saber por onde começar, mas sentindo uma estranha atração por aqueles livros.
Sentada no chão da livraria, rodeada por livros e com um deles aberto sobre meu colo, eu me sentia exausta. Minhas pálpebras pesavam, e, sem nem perceber, acabei adormecendo.
Sonho on
Eu estava sentada numa sala familiar, observando minha mãe discutir com um homem que parecia calmo, mesmo diante dos gritos dela. Havia um rapaz encostado na parede, me olhando fixamente. Ele então se aproximou e se sentou ao meu lado.
— Ela foi um erro! Um erro por sua culpa!— Minha mãe gritava, apontando o dedo para ele, o rosto dela contorcido de raiva.
— ela não é um erro.— o homem, no entanto, manteve a calma, respondendo com uma voz suave—E se ousar machucar minha diabinha, vou garantir que você se arrependa, Jennifer.
Olhei para o rapaz ao meu lado, confusa.
—Por que eles estão brigando?— perguntei, tentando entender.Ele suspirou, passando a mão na nuca, parecendo incerto sobre o que dizer.
— Pequena diabinha, talvez não devesse ouvir isso. — com um sorriso triste, ele levou as mãos aos meus ouvidos, abafando o som da discussão. Tentei ver o rosto do homem novamente, mas, por algum motivo, sua imagem permanecia borrada.
Sonho off
Acordei ofegante, levando a mão ao peito, tentando acalmar minha respiração acelerada. Balancei a cabeça para afastar o que restava daquele sonho estranho e peguei os livros do chão, colocando-os de volta na prateleira. No entanto, um volume escondido no fundo chamou minha atenção: era grande e parecia antigo, com uma capa de couro envelhecido e um estranho olho que servia como fechadura. Olhei ao redor para garantir que a vendedora não estava por perto e coloquei o livro na minha mochila.
Peguei um outro livro qualquer e fui até o caixa. A vendedora sorriu para mim quando me viu se aproximar.
— Olá, querida. Encontrou algo de interessante? Você passou horas na seção!— ela riu, e eu arregalei os olhos em surpresa.
— Horas? — perguntei, sem acreditar.
— já são 20:00. Escureceu há um tempo já. — rla deu uma risadinha. — Normal se perder numa boa leitura. Achou alguma coisa?
Assenti e entreguei o livro que havia escolhido. Ela o embalou e informou o preço.
— São 15 dólares.
Paguei e agradeci rapidamente, saindo da loja com o coração acelerado. Ao descer as escadas, vi que o local estava completamente escuro. Virei para um beco, mas percebi três caras parados ali. Algo em mim avisou que aquilo não era seguro, e dei meia-volta, mas logo percebi que estava sendo seguida.
Quando entrei em um beco mais aberto, cinco caras surgiram ao meu redor, fechando o cerco. Eles tinham sorrisos maldosos, claramente gostando de me ver nervosa.
Um deles deu um passo mais perto, falando de forma ameaçadora.
—Olha só, temos uma garota perdida aqui. Quer ajuda, princesa?
Senti o pânico crescer, e instintivamente levantei a mão para afastá-lo. No instante em que fiz isso, uma luz negra disparou da minha palma, lançando o cara para longe, direto contra algumas lixeiras. Todos ficaram chocados, inclusive eu.
Os outros pareciam confusos, mas logo se prepararam para avançar. No entanto, sombras densas surgiram do nada, empurrando cada um deles para um canto. Virei-me e vi... *Aiko?* Ele estava ali, envolto em uma aura escura, seus olhos brilhando em um vermelho intenso. Das suas mãos, fumaça negra saía como se fosse parte de um feitiço. Ele deu alguns passos em minha direção, e a fumaça aos poucos se dissipou.
Aiko olhou ao redor, e com um simples estalar de dedos, ouvi cinco estalos secos ecoando no beco. Quando olhei, vi que os caras não se moviam mais. Assustada, voltei minha atenção para ele.
— O quê você é?— foi tudo que consegui murmurar, ainda tremendo.
— Isso... é uma história para outra hora, diabinha.— respondeu ele sorrindo
Mais um capítulo amores espero que gostem amores desse capítulo ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
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Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️ 🥰
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