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❝ chapter thirteen. ❞

Após colocar uma roupa qualquer, saí do meu apartamento correndo até o elevador. Aperto o número do andar do térreo e enquanto descia, eu batia meu pé no chão freneticamente. Era só o que me faltava. Minhas pálpebras pesavam por conta do sono que eu sentia, eu só queria estar dormindo agora. Mas, como sempre, estou bancando a mulher maravilha e estou indo ajudar mais uma pessoa. Não que isso me incomode, mas eu só queria dormir.

Ao chegar no primeiro andar, saí correndo até a calçada do prédio e entrei no primeiro táxi que apareceu. Dei o endereço pro taxista e pedi pro mesmo acelerar, e foi isso que fez. Eu esperava inquietamente dentro do carro quando meu celular apitou.

gilinsky: cade vc?

Suspirei e digitei uma mensagem de resposta.

aileen: estou a caminho. espera mais um pouco e segura sua ansiedade de fazer merda

gilinsky: para de falar assim alina

aileen: aileen, jack
aileen: aileen

gilinsky: desculpa vem logo

Guardei o celular na minha bolsa e logo quando cheguei no endereço que Jack havia me passado, saí do táxi imediatamente depois de pagá-lo. Corri até a entrada do lugar e não precisei procurar muito por Gilinsky, pois o mesmo estava sentado no chão com a cabeça encostada nos joelhos.

— Jack. — O chamei, o fazendo levantar a cabeça pra me olhar. — Vem, vou te levar pra casa.

Com um pouco de dificuldade consegui levantar Gilinsky do chão. De longe, avistei sua moto estacionada do outro lado da rua e coloquei seu braço sobre meus ombros, atravessando e andando até o seu veículo. Estendi a minha mão pra ele que me encarou confuso.

— Quer me assaltar? Não basta eu quase ter levado um soco na cara? — Ele perguntou dando uma risadinha. Revirei os olhos.

— Me dá a chave da moto, Jack.

— Você sabe andar de moto? Eu não quero morrer. — Ele cruzou os braços e eu bufei.

— Ou você me dá essa merda dessa chave ou eu te deixo aí.

Jack revirou os olhos e tirou a pequena chave do bolso da sua inseparável jaqueta preta e deu em minha mão. Subi em cima da moto e liguei a mesma, olhando pra ele depois.

— Sobe.

Ele deu um sorrisinho de lado e subiu na garupa. Pude sentir sua mão na minha cintura.

— Sem gracinhas, Gilinsky. — Ele bufou e tirou suas mãos de mim.

Acelerei com a moto na pista, voando pelas ruas iluminadas da agitada cidade de Las Vegas. Aquela hora da madrugada ainda tinham muitas pessoas nas ruas e não quero nem imaginar como pode estar o centro. Essa cidade é louca.

— Onde você mora? — Perguntei um pouco alto.

— Eu não quero ir pra casa. — Ele respondeu baixo.

— Por que?

— Não sei. Me leva pra outro lugar.

Suspirei e apenas concordei, virando em uma rua e seguindo até o final dela.

Coloquei a moto no estacionamento mais próximo e desci junto de Jack do veículo. Andei com o mesmo em direção ao hotel que tinha na mesma rua e notei a presença de Gilinsky.

— Tira qualquer coisa que você tiver pensando da sua cabeça. Vou te deixar aqui e ir embora. — Falei sem olha-lo.

— Eu não falei nada.

Sorrio de lado e nego com a cabeça, entrando no hotel junto dele e reservando um quarto na recepção. A recepcionista trocava olhares com Jack e dava risadinhas, o que estava sinceramente me dando náuseas. Quem que ia dar em cima de um homem fedendo a cachaça e maconha e com a roupa toda amarrotada? Deplorável.

Entro dentro do elevador ao lado de Jack e aperto o andar do quarto que reservei. Um silêncio insuportável pairou sobre o pequeno espaço que estávamos e percebi que Jack me encarava. Virei um pouco meus olhos para olha-lo e seu rosto tinha uma expressão séria.

— O que foi?

— Não sei. Eu tô bêbado. — Ele encostou na parede do elevador. — Meu nariz tá ardendo.

— Maldito cheirador de pó do caralho. — Murmurei, cruzando os braços.

— Me desculpa por ter feito você sair de casa pra me... salvar. — Ele olhava pro teto. — Sou um merda.

— Fiz o que achei que era certo. — Disse por fim antes das portas metálicas se abrirem, dando espaço para sairmos daquele lugar.

Assim que chegamos no quarto, abri o mesmo com o cartão que a recepcionista havia nos dado e entramos dentro do mesmo. Era um quarto não muito luxuoso, mas também não era simples. Esse hotel era bastante bem decorado e bonito.

— Você não vai mesmo deitar nessa cama fedendo à álcool desse jeito! — Exclamei quando vi Gilinsky se sentando na cama. Ele resmungou.

— Eu tô com sono, Alina. — Ele se levantou e cruzou os braços.

— E fedendo também. — O empurrei até o banheiro. — E é Aileen.

Ele parou em frente ao box e me encarou.

— Eu não vou mesmo tirar as suas roupas. — Me encostei no batente da porta. — Não tem mais cinco anos.

— Pode virar? Eu tenho vergonha. — Ele deu uns pulinhos horríveis e eu ri pelo nariz.

Virei de costas enquanto ele se despia e logo pude ouvir o barulho do chuveiro sendo ligada. Jack soltou um gritinho agudo.

— Tá gelada! — Ele começou a pular.

— Ótimo. — Me virei, tampando os olhos. — Toma logo esse banho pra eu poder ir embora. Não sabe o quanto eu tô sentindo náuseas por estar olhando pra essa sua cara de drogado.

Ele bufou e eu abstraí aquilo como um sim. Saí do banheiro e me sentei na beira da cama, mexendo em meu celular e vendo que tinha algumas ligações perdidas de Katrina. Por algum motivo, não conseguia mais vê-la com os mesmos olhos depois daquele maldito dia. Óbvio que eu considerava ainda ela minha melhor amiga, mas, não sei. Acho que a decepção me atingiu mais rápido do que eu esperava.

O barulho da porta do banheiro sendo aberta chamou minha atenção. Desviei o olhar da tela do celular e parei o mesmo sobre Gilinsky apenas com a toalha amarrada na cintura. Seus olhos agora estavam um pouco menos avermelhados e sua respiração tava calma. Eu poderia ficar ali admirando cada traço da sua beleza e até do seu corpo totalmente esculpido por deuses mas logo me toquei que era um homem e eu odiava todos.

— Eu... tô indo. — Me levanto da cama e passo a mão pelos cabelos. — Espero que melhore.

Passo direto por Jack mas meus passos são interrompidos por Gilinsky pegando no meu braço. Fechei os olhos e respirei fundo, contando até três para não enfiar as minhas unhas nos olhos dele.

— Por favor, me solta. — Pedi calmamente.

— Para de fingir que não me deseja, Aileen. — Ele passou a língua nos lábios.

— Você acha mesmo que a porra do mundo gira em torno de você, não é? Não é assim, Jack. — O olhei com os olhos cerrados.

— Por que você não para de bancar a difícil? Todo mundo sabe que você é uma vadia amostrada.

Sem hesitar, a palma da minha mão foi de encontro com o rosto de Jack. O estalo do impacto foi alto e eu o encarava com a respiração descontrolada.

— Eu devia saber que teria que aturar gracinha de um drogado de merda igual a você.

Peguei minha bolsa e saí correndo daquele quarto mais rápido possível. Merda, merda, merda. Eu sou tão burra! Por que eu tive essa maldita ideia de ajudar um bêbado inconsequente?

Aileen Harris é a porra de uma burra.

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