❝ chapter nine. ❞
Enquanto o vento forte batia contra o meu rosto e bagunçava os meus cabelos, eu pilotava a moto rapidamente pelas ruas iluminadas de Las Vegas. Nesse exato momento eu estava indo pra casa de Cameron pois, segundo ele, estava com "saudades" de passarmos a noite bebendo e fazendo merda. Não julgo seu comportamento de adolescente na puberdade, pois eu também sinto a mesma vontade de fazer merda às vezes.
Estaciono minha moto em frente à sua casa e entro pela porta principal que estava aberta, dando de cara com três imbecis deitados no chão da sala, jogando video-game e bebendo. Sorrio de lado e me sento ao lado deles que logo perceberam minha presença.
— Bebe aí. — Shawn estendeu uma garrafinha de Corona pra mim. Pego a mesma em minhas mãos e dou alguns goles, sentindo aquele líquido queimar minha garganta.
Enquanto eles jogavam, fiquei em silêncio, os observando e lembrando daquela maldita festa de merda. Toda vez que aquela cena volta pra minha cabeça, eu tenho vontade de socar a cara do Johnson até quebrar todos os dentes dele. Os olhos de dor de Aileen não saíam da minha cabeça. Parecia uma cena de filme de terror.
Imediatamente, me recordando daquela porra, sinto meus dedos se apertarem contra a garrafa de video e as pontas dos mesmos ficarem brancas. Era uma raiva descomunal. Eu odeio gente covarde e injusta.
— Hey — Cameron me chamou, obtendo minha atenção. — Tá tudo bem? Você tá vermelho.
— Eu tô bem. — Dei mais uma golada da minha cerveja. — Vocês vão ficar jogando essa merda a noite toda? Me chamaram pra isso?
— Ele tem razão. — Shawn largou o controle. — Vamos fazer o de sempre. É bem mais legal.
Vi um sorriso crescer no rosto de Cameron e ele apenas assentiu, se levantando e saindo do cômodo. Eu já sabia o que ele havia ido buscar e eu odiava essa merda de ideia, mas era a única coisa que restava.
Depois de alguns minutos, Cameron voltou com uma sacola preta. Dessa sacola, ele puxou três saquinhos com um pó branco dentro.
Cocaína.
Um sorriso nasceu no meu rosto e no rosto dos três caras presentes na sala e logo Dallas trouxe os saquinhos pra mesa de centro, colocando quatro carreirinhas de pó pra cada um. Fomos todos ao mesmo tempo e eu já pude sentir o meu nariz arder. Cheiramos mais algumas carreirinhas e em pouco tempo, misturado com o álcool, eu podia sentir a euforia correr pelas minhas veias. Os caras riam alto e falavam merda enquanto deslizavam o feed do Instagram de algumas meninas. Eu me sentia nos tempos do ensino médio novamente.
— Porra, a Aileen... — Cameron abriu a boca e Johnson deu um riso fraco.
— A garota que fez o Gilinsky me bater? — Ele bebeu da sua cerveja.
— Você fez eu te bater, Jack. — Tomei a cerveja da sua mão e também bebi.
— Mas não deu em nada. — Ele deu de ombros. — Você continua sendo meu amigo e ela continua sendo uma vagabunda que daqui à alguns tempos irá dar pra todos nós.
Respiro fundo e controlo a minha vontade de quebrar essa garrafa na cabeça dele. Não queria estragar a noite.
— É verdade. O primeiro vai ser o Gilinsky, até mesmo amizade com ela já fez. — Shawn riu e eu o olhei em silêncio.
— O primeiro vai ser eu. Eu já beijei ela! — Cameron cruzou os braços e eu olhei os seus olhos que tinham a pupila dilatada.
Eles começaram a discutir sobre quem seria o primeiro a colocar as mãos em Aileen e eu neguei com a cabeça, saindo daquele cômodo e indo pro banheiro. Lavei meu rosto com a água fria da torneira e encarei meu reflexo no espelho por alguns segundos antes de pegar o meu celular pra mandar mensagem pra um número certo. A droga já estava no efeito máximo sobre mim.
gilinsky: porra, eu quero muito foder com você
gilinsky: dá uma chance pra mim, vai
aileen: jack???????
gilinsky: porra, eu tô falando sério
gilinsky: eu tô muito chapado e preciso foder com alguém, tu foi a primeira pessoa que me veio na cabeça
gilinsky: desculpa a grosseria poxa
Eu não estava ligando pra porra nenhuma. Só sentia que precisava transar com essa garota o mais rápido possível e acabar logo com essa palhaçada toda. Eu sentia vontade. Muita vontade.
Minha mensagem foi visualizada e não respondida. Soltei um ar de frustração e guardei o celular no bolso novamente antes de sair daquele banheiro. Passei pela sala, onde vi os quatro inúteis jogados no chão dormindo. Agradeci à todas as forças existentes por não ter que me "despedir" de ninguém e apenas saí da casa, subindo em cima da minha moto e pensando um pouco. Enquanto eu encarava o céu estrelado, eu sentia o efeito da cocaína passando e logo tratei de acender um cigarro para eu acalmar mais ainda a adrenalina. A fumaça saía dos meus lábios e se misturava com a neblina fria que corria pelas ruas daquela noite e confesso que aquele momento estava me fazendo bem. Não tem nada melhor do que ficar chapado e sozinho.
Meu celular vibrou com uma notificação e eu peguei o mesmo na mão para ler a mensagem que havia acabado de chegar.
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