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𝐗𝐗𝐗𝐕𝐈

˖˙❛ 𝐒𝐄𝐗, 𝐃𝐑𝐔𝐆𝐒 𝐄 𝐄𝐓𝐂. ❜ ꜝꜞ
36 … ❨ capítulo trinta e seis ❩
━━ eu deveria gostar daquele cara, mas seria apenas perda de tempo, ele realmente não faz o meu tipo.
eu sei do que eu gosto.
escrito por 𝖗𝖊𝖈𝖈𝖆𝖜 𝖊 𝖒𝖘𝖚𝖌𝖚𝖗𝖔

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Maxine foi quem lidou com toda a parte de dependência da matéria universitária de Lexie. Já que a garota não queria nem ouvir sobre provas e faculdade, começou a aproveitar bem as férias. A primeira coisa que fizeram foi ir para uma casa de veraneio da família de Suguru, que assegurou ao grupo que seus pais não estariam lá.

Por insistência de Lexie, decidiu levar Maxine. Muita insistência. Então, na realidade, foram cinco pessoas: Geto, Gojo, Shoko, Maxine e Lexie. Iriam passar o final de semana por lá, fazendo as malas na quinta-feira e partindo para a estrada na sexta de manhã.

O platinado, de volta com a cor de cabelo normal, tomava conta das músicas, enquanto cantava junto com Maxine, Lexie e Shoko, sendo Geto o único a permanecer em silêncio, concentrado na direção. Demoraram algumas horas até chegar lá, mas a demora valia a pena assim que pisaram no local.

A casa era completamente feita de madeira e grandes janelas de vidro, gigante aos olhos nus. A porta era daquelas que abria por completo do teto ao chão e abria dando espaço para um hall enorme, seguido de uma sala maior ainda e uma varanda de dar vontade de chorar. Todos correram para a parte de forma como um raio, tendo vista da piscina de borda infinita que se fundia perfeitamente com a paisagem ao fundo.

O espaço é cercado por montanhas verdejantes e árvores que se destacavam sob um céu claro, com poucas nuvens. Ao lado da piscina, um deck de madeira parcialmente coberto por uma estrutura moderna, proporcionando sombra a uma área externa de estar. O revestimento da piscina parece ser de tons neutros, com ladrilhos quadrados que complementam o estilo minimalista do ambiente. A água refletia o azul do céu, ampliando a sensação de tranquilidade e imersão na natureza.

Era quase um refúgio luxuoso e relaxante. Toda a serenidade do local se destacava em todos seus aspectos.

Lexie olhou para os amigos, pasma. Quando olhava para Suguru, vinha a sua cabeça o jeito com que ele lidava com tudo isso. Ele não parecia surpreso, mas sim com um pouco de indiferença e vergonha no seu olhar arroxeado. A culpa não era dele, mas também não era de ninguém a não ser seus pais.

O vento forte batia em seus corpos, quase levando-os com a brisa. Ouviam o barulho de água e a sonoplastia divina da natureza. A água era cristalina o suficiente para que, se ali fosse um oceano, desse pra ver todos corais e peixes submersos.

Lexie quis deixar o riso se transformar em choro. Pensou no seu pai a deixando, sua mãe não a suportando, seu melhor amigo sendo punido injustamente pela vida, Maxine perdendo a cabeça e lutando com todas as forças para conseguir nos manter e a ajuda que teve dos garotos quando ela não via sentido para fazer nada.

— Uau. - Maxine ficou boquiaberta.

— Nunca me deixa de surpreender aqui.

— É, nem a mim. - Shoko limpou a visão com as mãos. - E olha que eu só vim pra cá umas 3 vezes.

— Vocês vão ficar aí parados?

Entraram na casa sem mais delongas. O local decorado com coisas velhas deixava tudo mais encantador. Lexie olhou ao redor, absorvendo cada detalhe com um suspiro profundo. Por um breve momento, ela se permitiu imaginar uma vida ali, longe do caos que consumia seus dias. "Eu poderia facilmente morar aqui para sempre," pensou, a ideia de escapar de todos os problemas que lidava no dia a dia era tentadora demais.

Max caminhava silenciosamente ao lado dela, observando-a de canto de olho. Ela sabia que Lexie andava exausta, cansada das batalhas internas e das feridas que ainda cicatrizavam lentamente. Ver aquele brilho de serenidade momentânea no olhar da amiga trazia uma onda de paz a Max. Se Lexie estivesse bem, ela também estaria.

— Você gostou daqui, né? – Max perguntou, tentando quebrar o silêncio, estavam mais para trás, enquanto o trio estava a frente com Satoru falando alguma bobagem.

— Sim… – Lexie respondeu suavemente. — É como se o tempo não importasse aqui. Tudo parece... mais simples.

Max sorriu, concordando

— Se pudesse, ficaria aqui?

Lexie a olhou nos olhos, aquele verde intenso que Max conhecia tão bem.

— Talvez sim. Seria mais fácil do que continuar naquele meu quarto imundo.

Max balançou a cabeça, entendendo o que Lexie realmente queria dizer. Deu um risada suave e tirou o pouco de pó que tinha em cima do móvel de madeira polida. Elas carregavam tantas cicatrizes, tantas histórias não contadas e sentimentos não resolvidos que, naquele momento, Max desejou mais do que nunca que pudesse fazer com que todos os problemas de Lexie desaparecessem, mesmo que ela mesma ainda estivesse perdida em seus próprios.

— Se você ficasse – Max disse com uma voz suave. — Eu ficaria com você.

Lexie sorriu diante da declaração. Era verdade que ambas estavam ligadas uma com a outra, um fio forte que era impossível de se romper; assim como Satoru e Suguru.

As duas estavam paradas na ponta da escada, meio perdidas em seus próprios pensamentos, trocando olhares que pareciam dizer tudo, mas, ao mesmo tempo, não diziam nada. As vozes e risadas dos outros ecoavam, já distantes, enquanto permaneciam ali, agindo como adultos agiriam.

— Vocês não vêm? – Shoko chamou, olhando para trás com uma sobrancelha levantada. Nem tinha percebido que elas haviam ficado para trás. - Chega de enrolação!

Suguru e Satoru trocaram um olhar discreto. Era sempre um pouco estranho para eles essa proximidade de Lexie com Maxine. Sabiam o suficiente do passado delas para entender que aquilo não era uma amizade qualquer mas era inevitável. Embora houvesse uma aliança nos seus dedos, tudo aquilo era muito mais que prata ou ouro. E por mais que tentassem, era difícil não sentir algum desconforto. Mesmo assim, estavam aprendendo que Maxine fazia parte da vida de Lexie de um jeito que não dava para ignorar.

Max soltou um suspiro curto e deu um sorriso meio cansado para Lexie.

— Vamos? Já deu nossa hora.

Perguntou em um tom suave, sem muita expectativa. Lexie apenas acenou de leve com a cabeça, e as duas começaram a subir as escadas, lado a lado.  Lexie foi para o quarto que dividiria com os meninos, enquanto Max e Shoko se dirigiram para outro, com uma beliche. O “relacionamento” entre elas ainda estava numa fase inicial – sequer tinham dormido juntas, muito menos trocado um beijo.

Ainda mais para Shoko, que nem sequer teve chances de sair do armário oficialmente. Aquilo era novo e estranho. Havia passado boa parte de sua vida se envolvendo com homens e só em algumas ocasiões teve coragem o suficiente de dar selinhos em algumas amigas, mas com Maxine Aiken era diferente. Ela não era só uma amiga, havia algo mais, algo que a fazia questionar o que sentia. Sem querer pensar muito no que significava, deixou suas malas na cama de baixo e olhou para Max.

— Tudo bem eu dormir embaixo?

— Claro!

— É que eu me mexo muito, tenho medo de cair.

— Ah, relaxa. Tô acostumada. Quando eu era pequena, meu irmão falava que se eu ficasse embaixo, os monstros iam me pegar.

Shoko deu uma risada considerável e se sentou no colchão. Abrindo a própria mala, ela perguntou:

— Você tem irmão? Você nunca me falou dele

Max suspirou. Não importava quanto tempo passasse, falar de Kai sempre seria difícil para ela. E para Lexie. A forma como limpou sua garganta fez Shoko tirar o sorriso do rosto e olhar pra ela, preocupada.

— Ei, se não quiser falar, eu entendo… Não tem problema nenhum.

— Não, tudo bem! – Max se sentou ao seu lado, visivelmente perdida. - Só é complicado.

A morena não interrompeu sua tentativa de desabafar. Ficou parada, quieta, esperando uma brecha para lidar melhor com o assunto.

— Eu tinha um irmão gêmeo. Kai. Quando nascemos, a única forma do meu pai saber quem era quem era pelas partes íntimas. - Deu uma risada que fez sua amiga rir também. - É sério, nós éramos idênticos. Literalmente a cara de um, fucinho do outro.

Relembrou das memórias que teve com ele a vida toda, especialmente as de dois irmãos felizes correndo pelo quintal e do seu pai no fundo, gritando para que eles fossem comer as panquecas que mais gostavam.

— Ele conheceu a Lexie quando éramos bem novinhos, na escola. Eu estava em outra turma, então só fiquei sabendo da existência dela depois de alguns dias. Mas mesmo assim, nós três éramos grudados. Os três esquisitões do colégio. Mais ou menos como você e os meninos. – Shoko sorriu para a ruiva, tentando confortá-la.

— Ei. Só o Satoru é esquisito!

Aiken deu de ombros, recebendo logo um tapinha no ombro. Não se abalou pela pequena demonstração de afeto, só respirou fundo e continuou.

— A gente era muito feliz. Muito. Até que Kai conheceu um cara que praticamente acabou com a vida dele. Apresentou meu irmão a um outro homem que vendia tudo quanto era droga e…

Shoko queria dizer que ela não precisava terminar, mas ficou nervosa com o desfecho - o qual ela já imaginava qual era.

— Ele tentou muito, sabe? Sair dessa vida, mas foi tarde demais. Um dia a Lexie tinha dormido lá em casa, e a gente ouviu gritos vindo do banheiro. Quando chegamos lá, meu pai estava com o corpo do meu irmão nos braços, gritando por ajuda.

Shoko ficou incrédula. Ela sabia que Kai havia falecido, mas nunca tinha imaginado que a história fosse assim.

— Foi uma cena horrível. Perder meu irmão destruiu a gente. – Maxine desviou o olhar, com os olhos cheios de lágrimas. - Acabou com o meu mundo.

A morena, sem dizer nada, pegou sua mão, apertando-a com carinho, oferecendo o único consolo que podia naquele momento.

— Eu…tentei não demonstrar, sabe? Queria ser forte pelo meu pai, por todo mundo. Mas aí a Lexie seguiu o mesmo caminho que ele e tudo foi por água abaixo. Ela nunca mais foi a mesma. Aquela garota doce, gentil, meiga e extrovertida... não existe mais, não desde a morte dele.

— Eu achei que ela estivesse melhorando.

Shoko franziu o cenho. Lexie parecia estar melhorando a cada dia desde que parou de usar drogas.

— Ela tenta, Shoko. A Lexie sempre tenta. Assim como no ano passado, no retrasado e no outro ela com certeza deve ter tentado. Mas por dentro, ela está destruída. As drogas acabaram com ela. E, a cada dia que passa, ela se esquece um pouco mais do Kai.

Maxine olhou para Shoko com uma tristeza profunda nos olhos.

— Eu tenho certeza que ela nunca vai esquecer.

— É isso que as drogas fazem. Acho que é por isso que eu tenho tanto medo. Não quero esquecer nunca do meu irmão. Nem da Lexie antes de tudo isso. Ela nem sempre foi essa garota fria e com humor azedo que todo mundo conhece agora. Eu amo ela assim, mas amo ela muito mais do jeito que ela era. A pessoa mais alegre e extrovertida do mundo. Sinceramente, dava até raiva quando ela aparecia na escola brilhando de felicidade, mesmo em dia de prova de Física. – Max deu uma risada curta, nostálgica. — Ou quando eu e meu irmão íamos para a casa dela, e ela estava dançando One Direction no Just Dance como se o mundo fosse perfeito.

Shoko riu também, mas no fundo sabia que essa era uma Lexie que ela jamais conheceria. A Lexie que Max descrevia havia ficado para trás, perdida junto com o irmão dela.

— Você acha que… algum dia ela vai voltar a ser essa pessoa? – Shoko perguntou.

Aquela pergunta rodeava a cabeça de Max há anos.

— Acho que, em algum futuro distante, talvez esse brilho volte.

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— Minha cabeça dói, minhas pernas doem, minhas costas também, tá tudo doendo.

Lexie estava jogada na enorme cama de casal, enquanto Geto organizava as roupas e Gojo o ajudava.

— Você tá reclamando desde a hora que a gente chegou. – O platinado reclamou, revirando os olhos e jogando uma bermuda nela.

— Ai! - Ela mira a roupa de volta nele, mas acerta em Suguru.

— Minha bermuda virou bola de vôlei agora, né.

— Vocês decidiram me trazer pro meio do mato, agora aguentem.

— Eu não tô reclamando.

— Claro, Suguro Geto, você é o homem mais paciente e calmo do mundo. E gostoso, parando pra pensar. - Satoru riu, puxando Geto para dar um selinho nele.

— Credo, que nojo, gays.

Lexie fez um barulho teatral, fingindo que ia vomitar.

— Não entendi. – Suguro a olhou confuso, piscando, sem pegar a brincadeira.

— Por favor, esqueça essa tonta e foque aqui. – Gojo riu, puxando-o de volta.

— Daqui a pouco eu tô presenciando um boquete que vai evoluir pra um swing.

Os três caíram na risada, voltando a conversar sobre coisas banais. Momentos de paz como aquele eram raros, e eles sentiam falta de estarem juntos. A semana de provas tinha afastado todos. Gojo e Geto passaram quase o mês inteiro estudando, enquanto Lexie ficou colada em Sukuna, reclamando e fofocando sobre a vida dos outros.

Ela se levantou da cama e foi até eles, se alongando no caminho. Deu um selinho nos dois e bateu na bunda de cada um, começando a ajudar a arrumar as coisas.

— Você andou muito grudada com Sukuna nesses últimos tempos.

— Logo você, Satoru, com ciúmes?

— Eu não. Estou tentando te poupar daquele imbecil que rabisca o próprio corpo pra se achar bonito.

— São marcas de nascença, Satoru. - O moreno deu uma risada contida, sem acreditar no que ouvia.

— O caralho! Ele não me engana.

— Bom, ele é o único que entende o meu humor mórbido. – Lexie riu enquanto dobrava bem mal uma camisa. — Suguro é um velho de setenta anos que até hoje não descobriu o que significa “vtmnc” e você só sabe pensar em como vai se vingar da Max depois que ela colocou tinta rosa no seu shampoo.

A realidade era outra. Lexie estava apenas “forrando uma cama”, a qual sabia que iria precisar se desse alguma merda. Teria Max, óbvio, mas não bastava se quisesse ter o mínimo de boa convivência dentro da faculdade. Se eles descobrissem, tudo estava arruinado.

— Aquilo demorou tempos para sair!

— Tá e o que significa “vtmnc”? – Suguro perguntou, ainda confuso.

— Vai tomar no cu.

— Nossa, pra que ser grossa desse jeito?

— Suguro, eu te amo, mas às vezes você tem que pensar com a cabeça de cima.

Ela olhou pra ele e sentiu um amor incondicional. Seu rosto confuso e expressão endurecida faziam parte de quem o moreno era e não dava pra mudar. Assim como Satoru que permanecia com a boca aberta de indignação e os olhos quase marejados de raiva.

— Blá blá blá blá blá.

— Galera, parem de transar e vamos para a piscina! – Max gritou do andar de baixo.

— Porque ela acha que a gente só transa? – Lexie suspirou. — Eu não transo desde o meu aniversário e já faz um bom tempo.

— Mentira. Nós te pagamos um…

— Chega. - A garota interrompeu Gojo.

— Hm, acho que ela ouviu eu e Satoru no banheiro semana passada.

Evans olhou chocada para seus namorados.

— Vocês são sedentos por sexo, credo.

— Claro, bebê, homem tá no cio todo mês, não somos iguais a vocês que tem um tempo para querer dar de novo. – Gojo se gabou.

— Vou ignorar o que você acabou de dizer e perguntar um negócio dez vezes mais importante. Quando foi isso? Porque não me chamaram?

— Você disse que estava estudando.

— Foi numa terça, acho.

— Independente. Vocês não falaram a finalidade do convite.

— Ah, porque se falasse que era pra fazer sexo, você iria?

— Sim. - Ela disse num tom de pergunta.

— Como você é escrota, Lexie Evans.

— Então quer dizer que se fosse pra ficar de boa só com a gente você não iria?

— Eu nunca disse isso. - Limpou a garganta e já tentou mudar de assunto, brincando. - Vamos descer logo. 

— Vamos.

— Então vão se trocar.

— Que? Eu já estou pronta!

Ambos olharam para a roupa da namorada, que não vestia nada menos e nada mais que sua regata larga com o rosto do Justin Bieber estampado bem grande na frente, uma bermuda larga e seu óculos de sol na ponta da cabeça que deixava as laterais raspadas do seu cabelo a mostra.

— Que regata é essa?

— Você gosta do Justin Bieber?

Lexie riu com a confusão estampada nos rostos deles.

— Eu tenho um santuário do Justin Bieber na casa do meu pai. Esse é o meu segredo mais sujo.

— Você é maluca.

— E é bom vocês nunca contarem isso pra ninguém, se não…

Ela pulou neles e se agarrou ao pescoço de ambos, com as pernas abertas para que eles a segurassem de alguma forma.

— Eu faço picadinho de vocês.

Ambos a olharam com amor estampado no rosto e cada um fez um gesto. Satoru mostrou a língua e Suguru simplesmente sorriu, os três iniciando um beijo romântico e amoroso. O platinado ergueu a mão, os olhos do moreno acompanhando cada movimento sincronizado com o som da natureza lá fora. Sua mão traçou uma linha suave até o queixo dela e a puxaram para mais perto.

— Minha boca é um túmulo.

Suguru, atrás de Lexie, inclinou-se para frente e apoiou as mãos na sua cintura. Seus lábios roçavam sua nuca e com uma delicadeza inesperada, enviaram arrepios por todo corpo da jovem. E em uma harmonia surreal, eles beijaram Lexie. Satoru capturou seus lábios e o moreno deslizava, por sua pele, os lábios. Não demorou muito para Lexie Evans virar e capturar os lábios do moreno, jogando os braços ao redor do seu pescoço e aproveitando o toque tentado de Gojo. O ar carregado de eletricidade e emoção, uma dança muito sutil de paixão.

No entanto, aquele clima rapidamente escalou para algo mais pesado e foram mais quarenta minutos para os três descerem as escadas.

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— Bem feito, filho da puta! – Max gargalhou após empurrar Gojo dos ombros de Suguro pela quinta vez.

— Dá onde você tirou tanta força, mocreia? Eu, em.

— De você que não foi, palito de dente ambulante.

— Ô, Max, dá para descer? Meu ombro tá doendo. – Lexie reclamou.

Não. Ela não havia tirado sua fiel regata. Poucos sabiam, mas ela a usava quase todo dia para dormir.

— Inferno.

Se jogou para a frente, caindo de barriga na água. Shoko fechou os olhos quando as gotas atingiram sua barriga seca pelo Sol muito forte e deu risada ao ver Maxine chacoalhando o cabelo como um cachorro depois do banho. Suguru riu e fez o mesmo, segurando os braços da ruiva e fazendo-a tomar água através dos pingos do cabelo dele.

— Você é outro, escroto.

— Eu? Eu não.

— Bem, como eu não sou uma desempregada fodida e sem futuro como a minha melhor amiga e os namorados dele, eu vou fazer o almoço.

— Ah, sim, obrigada pelo elogio. Você não acha que está andando demais com o seu primo?

— Não. Eu que ensinei tudo que ele sabe.

— Foi você que disse para ele me xingar de cachorra com sarna?

— Talvez.

— Maxine, você não presta.

— Eu sabia disso desde o início. – O platinado comentou.

Max ao ouvir aquilo, pegou seu chinelo na beirada da piscina e jogou em direção ao rosto de Satoru.

— Aí, sua nojenta, puta, vagabunda! Vai se fuder! – Gojo pressionava o olho esquerdo que foi atingido, enquanto Suguro e Lexie riam no fundo e Shoko tentava apaziguar o clima entre os dois.

— Eu deveria deixar vocês sem almoço.

Enquanto Max caminhava para dentro da casa, sentiu o ar mais fresco do ambiente interno envolvê-la. Deu uma pequena risada ao pensar em como eles haviam se tornado um pouco mais do que inimigos e agora sabiam dividir o mesmo ambiente, mesmo que não fosse da melhor maneira possível. Dirigiu-se diretamente para a cozinha, com o intuito de se concentrar na comida, mas, ao entrar, ouviu passos suaves atrás de si.

— Max?

A voz de Shoko ecoou pela sala, suave. Ela também havia saído da piscina, os cabelos ainda úmidos caindo sobre seus ombros, e a expressão em seu rosto era tranquila. Os olhos de raposa que tudo viam fitaram-na e sua sobrancelha se ergueu, exibindo um sorriso bem discreto.

— Achei que ia ficar lá fora com o pessoal.

— Eu queria ver o que você estava fazendo. Achei que precisaria de ajuda.

Ela riu levemente, as mãos segurando as pontas dos cabelos para torcê-los e evitar que água pingasse no chão. Max deu um meio sorriso, abrindo a geladeira e pegando os ingrediente.

— Não precisa, não. Mas já que você insiste…mão na massa.

Shoko sorriu de volta, pegando uma faca e uma tábua de corte sem nem precisar que Max pedisse. As duas começaram a trabalhar em silêncio, mas havia algo reconfortante naquele momento — como se o simples ato de estarem juntas ali, de compartilhar o espaço da cozinha, dissipasse qualquer peso que Max sentia.

A morena pegou o celular e colocou uma música no aleatório. A batida de Girls, girl in red, combinava com a velocidade em que Maxine lavava os ingredientes e os colocava na tábua de Shoko, parecendo uma linha de produção industrial. Com o tempo os ombros foram se soltando e os braços também, balançando de leve enquanto faziam todo o trabalho.

— Não preciso de muito pra dizer que você cozinha melhor quando está em boa companhia.

Max deu uma risada frouxa, mexendo a panela com cuidado.

— Ou talvez seja você que faz as coisas parecerem mais fáceis.

Shoko a olhou de lado, com um brilho divertido nos olhos, e Max, por um momento, esqueceu-se de todos os pensamentos que a afligiam. O clima entre elas era leve; sempre foi. Max se sentia tranquila ao lado de Shoko, como se todo o cansaço e o peso que sentia nos ombros fosse tirado. Esse sentimento de paz a confundia, pois era um contraste claro com o turbilhão de emoções que sempre associava a Lexie. Com Lexie, tudo era mais intenso, mais complicado, como se as duas estivessem sempre no meio de uma tempestade, tentando entender o que sentiam e para onde estavam indo. Mas com Shoko, as coisas eram simples. Era como se Max pudesse, pela primeira vez em muito tempo, apenas respirar sem pensar demais, sem analisar cada detalhe do que estava tentando entender, o que sentiam e para onde estavam indo.

— Você me deixa sem graça. - Admitiu, com um rubor na bochecha..

— Eu sei. - O sorriso que deu foi quase criminoso, ainda mais seguido da piscadela.

— Sabe, eu sei que estou te enchendo de perguntas, mas…

— Faz parte de conhecer alguém, não é?

— Bom, é. Eu queria te perguntar outra coisa.

Max olhou para Shoko, vendo sua expressão hesitante, e logo sorriu, tentando tranquilizá-la.

— Pode falar.

— Como você… - Pensou. - Como posso dizer? Como…como você se descobriu? Como sabia que gostava de garotas? Apenas de garotas, no caso.

Max ficou surpresa. Entre todas as perguntas que Shoko poderia fazer, não esperava por essa. Não naquele momento. Nem vindo de uma garota tão linda e interessante quanto ela.

— Ah, é... – Max mordeu o lábio, refletindo. A verdade é que nunca teve um grande momento de revelação ou uma epifania sobre sua sexualidade. Foi algo que aconteceu tão naturalmente que ela nunca precisou analisar. – Eu acho que não teve um ponto específico. Simplesmente aconteceu. Eu só... sabia. Sabe quando você sente que algo faz sentido? É isso. Não foi algo que eu escolhi, nem precisei questionar muito.

— Mas você nunca se relacionou com homens?

— Já. Alguns, na verdade. Aquela fase adolescente que a gente quer beijar todo mundo? Pois é. Eu não tinha muito critério pra isso. — Max deu um sorriso de canto. — Eu namorei um garoto no ensino médio também. Não durou muito, mas eu acabei perdendo minha virgindade com ele. Aí depois eu fui percebendo que já naquela época, eu achava garotas mais atraentes.

Shoko assentiu, ouvindo com atenção, sem interromper.

— Acho que a ficha só caiu mesmo quando me apaixonei por uma garota.

Max notou a expressão de Shoko mudar levemente, e soube que ela compreendia exatamente de quem se referia.

— Eu nunca havia me apaixonado de verdade. Namorei aquele menino, mas não era amor, sabe? Eu gostava dele, mas não o amava. Mas ela? Ah, eu era completamente apaixonada por ela.

— E você não é mais? — Shoko perguntou com a voz baixa, quase como se tivesse medo da resposta.

Max a olhou e sorriu, mas o sorriso carregava um toque de tristeza.

— Uma parte de mim sempre será apaixonada por ela. Posso tentar negar, fingir que passou... mas no fundo, é uma mentira que conto a mim mesma. Não dá para evitar.

Shoko permaneceu em silêncio, seus olhos buscando algo nos de Max. Engoliu seco e se não admitisse que foi com um pouco de tristeza, era mentira.

— É frustrante? Ver que ela seguiu em frente?

Max suspirou, seu olhar se desviando por um momento, perdida em pensamentos antigos.

— É. Às vezes eu me pego pensando em como teria sido se tivesse dado certo entre nós. Mas a vida é assim, né? — Ela voltou a encarar Shoko, com um brilho diferente nos olhos. — Acho que estou disposta a me apaixonar de novo.

Naquele instante, algo mudou em Maxine Aiken. Ela sentiu, pela primeira vez, que Lexie pertencia ao passado. Talvez suas palavras tivessem significado momentâneo, mas eram verdadeiras ali. E, ao olhar para Shoko, percebeu que talvez seu futuro estivesse bem diante dela.

Só desviaram a atenção uma da outra quando ouviram a risada de Lexie do lado de fora. Maxine olhou pela janela e balançou a cabeça negativamente, como se quisesse dizer “Esses três não têm jeito, mesmo!”.

Lexie estava contra a borda da piscina, olhando para eles enquanto ambos a mantinham por perto. Sorriram e se entreolharam, achando engraçado e fofo, ao mesmo tempo, o fato da garota ser tão medrosa e corajosa.

Dois extremos que Lexie parecia sempre estar.

— Vai logo, mulher.

— Eu vou morrer se vocês me derrubarem.

— Ninguém vai te derrubar, princesa.

— Certeza?

— Certeza.

— Pode ir, gatinha. Sem medo.

Lexie pigarreou e com a ajuda deles, num impulso, sentou na borda da piscina. Sua mão foi diretamente para a nuca de Suguru e para as costas de Satoru no momento em que olhou, de relance, para baixo e viu um monte de árvores e o morro abaixo.

Respirou bem fundo e meio desesperada, disse:

— Não me soltem.

— Não vamos.

— Não me soltem! - Seu gritinho de desespero fez Satoru dar risada, mas ele logo parou quando a morena o fuzilou com o olhar. - É sério, porra. Eu vou cair.

— Não vai cair, amor. Pega o negócio que você quer lá.

— Estende o braço e pega.

Satoru fez uma imitação dela e voltou para ser seu apoio. Enquanto o moreno segurava suas pernas e cintura, ela deu um impulso para trás e virou a cabeça um pouco na diagonal, estendendo o braço e pegando as pequenas frutas na árvore.

Confiava neles. Óbvio que confiava, de olhos fechados ainda. Esticou o braço e puxou um galho cheio das pequenas frutas. Fez o maior esforço do mundo pra não se desequilibrar ou escorregar com a borda molhada da piscina e voltou pra dentro da água, com uma pequena porção de amoras nas mãos. Deu um sorriso quando olhou pra eles, colocando uma fruta na boca de cada.

— Eu disse que você não ia cair. - Suguru deu um beijo na sua testa.

Satoru sorriu e pegou sua mão, junto da de Suguru, dando um beijo nas duas.

— Vocês são dois bobões.

— A gente, né? - Lexie deu um peteleco na cabeça dele e colou nos dois, passando o braço nas curvas das costas deles.

— Sabe de uma coisa? Nós deveríamos fazer isso mais vezes. De vir aqui.

— Eu gostei daqui. Menos da parte de subir essa colina inteira.

— Você tá reclamando de bobeira. Nós viemos até metade dela de carro.

— Eu tenho problemas na canela. E asma.

— Engraçado que nunca te vi tendo uma crise de asma.

— Choso já viu. - Deu de ombros.

Ambos fizeram um bico de ciúmes e demonstraram sua indignação em um suspiro pesado. Logo Lexie deu risada e foi saindo da piscina.

— Parem com isso. Vamos entrar, elas devem estar querendo ajuda.

Satoru revirou os olhos, mas a seguiu. Suguru também. Com todos aqueles pensamentos e dificuldades, o mínimo que tinham era que fazer era continuar. Seguir se tudo estivesse bem outra vez.

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o próximo capítulo vai machucar muita gente... preparem seus lencinhos.

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