𝐗𝐗𝐈𝐈𝐈
˖˙❛ 𝐒𝐄𝐗, 𝐃𝐑𝐔𝐆𝐒 𝐄 𝐄𝐓𝐂. ❜ ꜝꜞ
23 ... ❨ capítulo vinte e três ❩
━━ você não percebe o que tem até que isso se vá, querido, então diga que me ama novamente.
escrito por 𝖗𝖊𝖈𝖈𝖆𝖜 𝖊 𝖒𝖘𝖚𝖌𝖚𝖗𝖔
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Lá estava Lexie no sofá da sala de uma pessoa aleatória cujo nome nem sabia, se drogando. Lembrara bem do dia mais cedo e de como saiu correndo após falar demais no palanque. Ou de como ligou para Satoru e Suguru após o grupo de apoio e gritou tudo que precisava, dizendo que eles não eram mais um casal.
Sim, fez essa merda e agora não sabia se estava arrependida ou não. Teve vontade de chorar. Teve muita vontade de retirar tudo o que disse e voltar para o útero da mãe outra vez.
Sentiu vergonha. Não só isso: ficou pasma com tamanha sinceridade diante de um microfone. Ao mesmo tempo teve raiva de não ser quem sonhou que fosse. De receber tantos olhares de pena no mesmo local e decidiu que como punição para seu corpo, cheiraria mais vinte carreiras daquela neve que tanto gostava.
As luzes mais uma vez davam gatilho para não parar de piscar e colocar sua mão em frente aos olhos esverdeados sensíveis. Fazia tempo que sua asma não atacava e naquela tarde, teve uma crise. Mesmo sem muita recuperação, não teve dó do pulmão.
Sempre que entrava nesse mérito tinha algo errado com o seu corpo. Sabia que uma hora ou outra se daria mal, mas não queria pensar nessa possibilidade naquela festa.
Seus sentimentos estavam confusos. Por Gojo e Geto, mais ainda, malucos. Sentia felicidade com eles. Queria os ver, mas também, não queria nunca mais ter que encarar seus olhos. Muita raiva e tesão acumulados juntos a faziam lacrimejar enquanto conversava com Panda dentro de um quarto trancado.
Os últimos cinquenta e cinco minutos foram de pura euforia. Os dois, chapados ao extremo, riam e babavam dentro do cômodo sem mais ninguém dentro. Seus olhos se reviraram e a cabeça pendia para todos os lados - menos o certo: a saída.
Quem a visse diria que estava num estado deplorável. Subindo pelas paredes como a tal drogada que era de acordo com toda a universidade. Digo, tinham outros como ela, mas seu caso ganhava atenção especial por ser a garota filha de milionário que atraiu o olhar dos dois maiores gatinhos da instituição e que, por acaso, não tinha mãe.
Mas ela mal ligava e nem tinha noção de que estava estragando sua vida sozinha. Quer dizer, sabia que era decisão dela, mas não ia admitir nem que fosse morrer. Mais uma hora se passou até que Lexie conseguisse falar direito, sem estar travada.
- E você acha que devo fazer alguma coisa?
- Agora? Não. Só aja como se nada tivesse acontecido. Você já fez a merda.
- Obrigada, Panda. Ótimo conselho.
- Ué, Evans. Você fez o que queria, não? Terminou com eles e...
- Eu não terminei com ninguém. Nós não namorávamos. Só estávamos ficando, sei lá.
- Independente, irmão. Você foi muito otária.
- Você me perdoaria?
- Não. Com certeza não.
- Caralho. - Levou as mãos até a cabeça e se bateu. - Não sei o que estou fazendo.
Pensou mais um pouco para continuar:
- Foda-se, sei sim.
- Bom, você que sabe...
- Vai se fuder. Você não me ajuda nem um pouco.
- Eu tentei, você que não me ouviu.
- Vai a merda! Você é um péssimo guru.
- Se conselho fosse bom, todo mundo daria de graça.
Estavam apenas eles lá até que bateram na porta. Lexie bufou diante do comentário do amigo e se levantou. Foi até a porta e a abriu, dando de cara com uma mulher loira e Choso se pegando.
A morena arregalou os olhos e começou a rir. Choso parou o que estava fazendo na mesma hora e tirou a mão de dentro da blusa da menina. Encarou Evans parecendo irritado.
- Você não para, não?
- Cuida da sua vida, garoto.
Ele deu uma risada que a fez rir junto. A loira não entendeu nada quando viu Lexie dando um selinho no amigo e se virando de frente para eles enquanto andava de costas no corredor lotado e barulhento.
Ela piscou para o grupo e mostrou a língua, botando os seus dois dedos ao redor dela. A mulher que acompanhava Choso o empurrou para longe, entendendo que eles teriam transado um pouco antes.
Mas Lexie fez aquilo só para zoar o amigo que queria fuder essa loira há meses e atrapalhar sua foda da noite. Apenas disse, se virando para trás:
- Aconselho vocês a não transarem aí, a menos que queiram fazer um ménage com o Panda!
Ballena, Veigh, fazia a cabeça de Lexie subir e descer em uma frequência talvez indesejada. Músicas diferentes assim a faziam sentir nas nuvens. Só a ideia de não estar em um relacionamento já era relaxante para ela. A não ser pelo fato de que quando olhou para Gojo e Geto na mesa de sinuca, sentiu uma pontada no peito - que mais parecia tortura do que um SPA.
Eles como sempre tiravam o fôlego de Lexie. Os olhares penetrantes, os comportamentos únicos e as belezas surreais. Ficava maravilhada de longe vendo os cabelos platinados de Gojo e o sorriso de Geto.
Satoru Gojo, desde que nasceu, foi considerado extremamente atraente. Não só para os pais, como a maioria dos adolescentes, mas por onde passava. Com seus cabelos brancos geralmente penteados para cima, olhos azuis brilhantes que ficam ocultos por óculos escuros, e um humor ácido inabalável.
O estilo desleixado e a maneira como ele se apresenta aumentam seu apelo visual. Estava com uma blusa de compressão preta e uma calça de moletom branca, além do óculos de sol deixado de lado em uma cadeira qualquer.
Suguru Geto, por outro lado, possui uma beleza mais séria e sombria. Longos cabelos pretos que quase sempre estão presos em um coque e uma expressão que mistura serenidade com um toque de arrogância. Era como se ver seus cabelos soltos fosse um privilégio para poucos - mas que Lexie conseguiu. Sua postura elegante e seu olhar penetrante adicionam um charme enigmático à sua aparência. Ainda mais quando se está noite e sua íris fica roxa.
Ela cintilava em contraste com sua camisa social preta. Os dois primeiros botões abertos, deixando à mostra suas tatuagens do peito. A calça cargo preto e a bota militar da mesma cor faziam tudo isso harmonizar em perfeita sincronia para deixá-lo extremamente perfeito.
E claro que a garota sentada na beirada da mesa, com o taco entre as pernas - beirando a linha da calcinha - também não ficava para trás. Enquanto o platinado devorava seus lábios e perdia a mão dentro da micro saia. O moreno, no entanto, mantinha uma das mãos ocupada dentro da blusa - na parte das costas - do amigo, como se estivesse arrastando suas unhas para amenizar o tesão e beijando outras duas garotas, as quais estavam praticamente deitadas na parte direita da mesa.
Ambos estavam com tesão. Tesão pra caralho. E embora estivessem fazendo o que queriam, não era com quem queriam. Não eram hipócritas ao ponto de mentir para si mesmos dizendo que não estavam gostando, mas era diferente do que Lexie lhes dava. Não era tão gostoso quanto o jeito que ela fazia.
- Eu senti falta de você, Geto...
- Eu também, gatinha. Pra caralho.
- Satoru, o que acha de sairmos daqui? - A mulher que o platinado beijava disse.
- Bora, princesa. Posso levar um amigo?
- Claro!
- Quem divide, multiplica. Não é?
Todos ficavam surpresos com o fato de estarem tão abertos a se beijarem agora. E na verdade, era difícil até para Shoko absorver a informação. A dupla já tinha se pegado algumas vezes no decorrer da noite e pareciam não ligar o suficiente para esconder.
Quando pararam, eles olharam diretamente para Lexie ao mesmo tempo, quase como se aquilo fosse ensaiado. Não conseguiram controlar as pernas que fizeram menção de sair do lugar.
- Você viu?
- Vi, Satoru. Foda-se. Fiquei sabendo que ela estava com aquele moleque nojento lá em cima.
- Quem?
- O Panda.
- Suguru, ele é só mais um viciado, mas não acho que deveríamos deixar essa porra. Mesmo que nós...
- Não é da nossa conta.
- A culpa vai ser nossa, tá ligado, né?
- Ah, caralho.
- Relaxa, porra. Vou chamar a Shoko.
- Para de ficar envolvendo ela. A coitada não tem que ficar entre nós.
- E você, por acaso, vai falar com a Evans?
- Nem fudendo.
Gojo deu um berro do tipo "ah, então cala a boca e deixa eu fazer a magia". Entrou no número da amiga e ligou para ela só para chamar sua atenção. Foram cinco segundos até que ela recusasse a chamada e mandasse uma mensagem pra ele.
Irmãzinha 😴
Irmãzinha 😴: ?
Você: faz um favor?
Irmãzinha 😴: tenho opção né
fala
Você: fala pra Lexie não abusar
ela tava lá com o Panda
só deus sabe o que eles fizeram
Irmãzinha 😴: e desde quando você se importa?
Você: não interessa, cacete
só fala pra ela
Irmãzinha 😴: quer um conselho?
Você: não????
Irmãzinha 😴: da um tempo
vocês três
pro bem um do outro
acho que vocês não estão se...
fazendo bem, sabe?
Você: eu tô te pedindo justamente por isso
Irmãzinha 😴: mesmo assim
ela já é grande o suficiente pra tomar conta
da própria vida
já parou pra pensar que talvez ela não queira ajuda?
então
Você: só não deixa ela se fuder sozinha
se ela tiver outra overdose
sei la o que aconteceria
por mais que ela não esteja preocupada né
Irmãzinha 😴: você sabe que no fundo
bem no fundo
ela se importa com tudo isso
Você: às vezes eu tenho dúvidas
bom, já falei demais
tchau
vem aqui me dar um beijinho
Irmãzinha 😴: credo
*este contato te bloqueou*
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O moreno deu um gole de gin ardido pela garganta e chacoalhou a cabeça, fazendo o líquido descer mais rápido ao ver a troca de mensagens dos amigos. Seguiu o olhar até Gojo, que ria da tela do celular. Ambos voltaram a atenção ao ambiente em que estavam e continuaram comendo as mulheres ali como a última bolacha do pacote no fim do mundo.
Shoko, nesse meio tempo, avistou Lexie e foi atrás dela. Afinal, não custava fazer um favor. Tudo parecia meio borrado por conta da bebida e do ambiente escuro, mas deu seu jeito. Empurrou muita gente e pior ainda: se meteu no meio da roda em que Lexie estava.
A morena, milagrosamente, estava pendurada de ponta cabeça. As pernas enroladas no pescoço de Sukuna e a boca, lá embaixo, dando trabalho de virar um copo inteiro de whisky como se estivesse chupando um pau.
A multidão aplaudia e gritava que Lexie era doida e foda demais. Mas ela não se sentia da mesma forma. Fez aquilo para tentar esquecer o que viu a pouco. Tentar tirar os dois da sua cabeça.
Não era fácil gostar de duas opções que não a ajudavam de nenhuma forma. Quer dizer, nem ela se ajudava. O que se esperar dos outros?
- Lexie.
- Ah, oi, Shoko! - Quando saiu da posição, estava com o antebraço apoiado no ombro do rosado e o rosto muito corado.
Era nítido que não estava sóbria. Cambaleava um pouco por todos os lados e ainda tinha dificuldade de enxergar para onde ia. Contudo, não parecia bêbada por completo.
- Tem um minuto?
- Tenho até 20 pra você, meu amor!
- Obrigada, viu? Eu só queria falar um negocinho. Você não pode ficar usando tanta coisa assim. Vai acabar no hospital.
- Ah, para! Não é você que adora fumar um?
- É, mas eu não misturo um monte de coisas.
- Não? Vish...
- Olha, amiga, tô falando pelo seu bem. E olhe lá que não sou só eu que estou preocupada. Eles também estão.
- Seus amigos? Eles não parecem tristinhos de me ver assim. Acho que eles tão piores que eu.
- Quer a verdade?
- Não sei.
- Eles te querem bem. Me disseram que você surtou e encerrou tudo.
- Eu não surtei!
- Surtou sim, anjo. E te digo mais: eles também não são de ferro. Não é porque você está mal que pode tratar todo mundo do jeito que quer.
- Olha, eu acho que eles colheram o que plantaram. Só isso.
- Não, Lexie. Você vai colher o que você plantou.
- Isso é tipo uma ameaça?
- Era mais um conselho. Tome cuidado porque eles realmente gostam de você e se não souber aproveitar isso, azar o seu.
- Eu não consigo entender pra qual lado você joga.
- Os três, mas ver os dois assim me deixa muito chateada. Eu cresci com eles, Evans. Entenda isso.
- Não fiquei brava comigo, ok? Mas eu não vou lembrar de porra nenhuma amanhã de manhã, então vamos sair pra conversar um pouco, ok? Eu e você.
- Ótimo.
Cada uma foi para um lado, já que Lexie, mesmo sendo convidada, não quis ir de imediato para a roda de amigos. Todos ali a chamavam, mas ela queria aproveitar um pouco antes de aquietar.
Passou os olhos pela festa, mas não encontrou ninguém que a interessasse como eles. Fases e fases. A menina não queria transar com ninguém, nem que fosse para "superar". Achava a atitude ridícula, mas se tivesse vontade não hesitaria.
Como quando viu uma ruiva natural com um vestido rosa minúsculo marcando seu corpo perfeito. Foi até a mesma, enlaçando-a com as mãos de primeira. Não demorou para que seus lábios estivessem colados um ao outro e o gosto de bebida se misturasse entre suas línguas. A morena despejou uma gota do seu drink entre os seios dela e lambeu do colo até o pescoço, indo para atacar a boca novamente.
Contudo, a garota recuou. Disse no ouvido de Lexie lentamente, na batida de Ride or Die, Pt2, Sevdaliza, que queria ir pra um lugar mais reservado e a morena atendeu o pedido de pronto, lambendo os lábios. Quando entraram no quarto, a garota chamada Nick jogou Evans na cama e montou em cima dela, engatinhando até seu tronco.
Passou a língua por seu pescoço e foi explorando o corpo da morena coberto por um moletom preto. Desabotou cada pedaço de sua bermuda sem desconectar o contato visual e então, mergulhou na calcinha de Lexie como se não visse nada mais.
Evans também não via muito. Estava cega de loucura, desejo e tristeza. Não tinha meio termo para aquele momento. Fincava os dedos na pele da garota tentando matar a sede de qualquer pessoa e suprimir a necessidade que tentou reprimir esses anos todos.
Pensou em como eles faziam aquilo tão bem e como nada se comparava ao toque delicado e bruto, ao mesmo tempo, deles. Se tornara apática diante de qualquer outra pessoa que não se chamasse Satoru e Suguru. E catatônica daquele jeito, não conseguia expressar sentimento algum a não ser alguns gemidos forçados.
Seus olhos se arregalaram ao ver a ruiva tirando a peça de roupa e como consequência, sua mão voou até o fecho do sutiã e o abriu na velocidade da luz. Nick já estava novamente em cima dela e a morena ficou encarando-a de cima para baixo, indo e voltando, se movimentando como se cavalgasse um pau.
- Nick, caralho...
- Sh...não estraga o clima.
Quando se deu conta, ouviu barulhos vindos do banheiro. A porta semicerrada, mesmo na escuridão, dava a entender que algo acontecia. Virou o rosto, babado e um pouco vermelho, naquela direção e fez um sinal com as mãos:
- Tem alguém ali?
- Ai, meu deus!
- Relaxa. Não é como se estivessem fazendo outra coisa. Quer que eu confira?
- Sim...
A morena se levantou e deu pequenos passos até a porta com a ruiva, que segurava o vestido contra a pele, atrás. Quando abriram, se depararam com uma cena nada convencional. Ainda mais pra Lexie, a qual de repente, estranha e dolorosamente, estava sóbria.
O tempo voltou ao normal. Uma dor violenta acometeu seu estômago e a fez soluçar. Os olhares de Geto e Gojo se voltaram para ela. O moreno estava com uma mão no cabelo, como se quisesse segurar o próprio juízo, e o pau na boca de uma garota. Já o platinado se debruçava em cima dela, a fodendo, e pingava suor.
Lexie Evans ficou paralisada. Não sabia o que fazer ao ver os dois transando com uma morena idêntica a ela. Raiva afundou seus nervos, estacando seus passos ali. Ao mesmo tempo, o tesão que lhe coçava a calcinha foi ficando mais e mais forte e a fez observar aquilo atentamente sem nem ao menos querer.
Não pôde deixar de perceber que a garota era muito parecida com ela. Cabelos negros e olhos claros, a não ser por ser um pouco mais magra e ter o nariz um pouco mais fino que o dela.
Mas tudo foi por água abaixo quando Needed Me, Rihanna, começou a tocar. Geto saiu de onde estava e puxou a mão de Nick para entrar. A ruiva, no reflexo, pegou a mão de Lexie e a fez entrar ali também. E então, estavam cinco pessoas dentro de um banheiro úmido e muito abafado.
Evans recostou na madeira fria da porta, abismada. Toda sua pose arrogante e forte se esvaiu em um segundo. Dizem que chumbo trocado não dói, mas aquele doeu muito.
Suguru não demorou para ir para cima da ruiva e espremê-la na parede - sem se preocupar em amassar Lexie, que se encontrava espremida atrás do da mulher. Haviam feito uma espécie de sanduíche, como se apenas Nick separasse a vontade e o magnetismo absurdo entre os morenos.
Na verdade, acho que essa foi sua intenção já que pegou na mão da ex ficante e a guiou primeiro para a própria boca - na intenção de lubrificá-la - e depois, para a buceta da ruiva, que choramingou à medida que Lexie a acariciava no clitóris e Suguru lhes observava com sangue nos olhos.
Gojo também saiu de onde estava e empurrou a morena que estava com eles para fora. Feito isso, ficou em pé atrás do amigo, dando beijos e chupões pelo seu pescoço. No entanto, os olhos permaneciam firmes e focados em Lexie.
Não demorou muito para que o moreno parasse de roçar seu pau na entrada de Nick e deslizasse-o para dentro. Ignorou completamente a vontade de agarrar o corpo quase completamente coberto por um moletom de Lexie Evans e não conteve os gemidos. Começasse a ruiva ali mesmo, em pé.
Enquanto entrava e saia dela, ele encarava Lexie da mesma forma que o platinado. Ambos separados da morena pela desconhecida, a qual fazia um papel de parede entre eles. Como se ela estivesse impedindo suas vontades. Os três fwziam caras e bocas para demonstar o quão louco estavam ficando, mas Lexie só tentava conter as lágrimas.
Era como se estivessem fudendo a morena. Como se desejassem aquilo mais do que qualquer outra coisa, mas não pudessem ceder. Olhando em seus olhos era ainda melhor. Não podiam dizer o que sentiam, só demonstrar. Então foi o que fizeram - de forma indireta já que eram teimosos o bastante para não admitirem.
Apoiando os dois braços na porta atrás delas, Geto sussurrou:
- Deveria ser você. Não ela.
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Foi estranho. Depois do acontecimento, Lexie saiu atordoada do banheiro. Com as pernas bambas, até, correu para fora. O mais estranho foi que ela não transou. Sequer foi tocada. Apenas ficou observando e tentando não deixar caretas de tesão tomarem conta dela e ao mesmo tempo, segurar o choro.
Bateu a porta do banheiro e saiu do cômodo, descendo as escadas sentindo um parafuso solto. Não era possível. Não era mesmo possível.
Que merda aconteceu? Que porra eles pensavam que estavam fazendo? Evans voltou para a roda de amigos, deixando as vozes deles refletirem à sua volta junto de Noah Cyrus na música "Again". Ecoavam e ecoavam, mas nunca atingiam seu ouvido.
Uma conversa se iniciou sem que ela pudesse fugir.
- Você é muito idiota, mano. Quase que eu perco a minha foda.
- E o que eu tenho a ver com isso, Choso?
- Você literalmente me beijou na frente dela.
- Dá pra vocês ficarem quietos? - Maki interveio. - To tentando ler o lábio do menino ali.
- Vocês que estão falando de menos.
- O Itadori tá demorando muito. - Nobara cortou a conversa com sua preocupação.
- Para de ser louca. Ele foi buscar a prima dele na porta, só isso.
- Ouvi dizer que ela é maluca. - Maki cochichou para Lexie.
- Nada fora do normal se ela puxar o Sukuna, né?
- Não, sério. Louca mesmo, mesmo! Disseram que ela já ateou fogo em um laboratório porque não queria ter aula. E olha que essa é a história mais leve que eu ouvi dela.
- Ótimo, mais uma maluca pro time. Vai que ela faz par com você, Zenin! A semanca e a semata.
- Vai se fuder, Shoko. Deus me livre.
- Ela não deve ser tão ruim assim. - Choso baforou e chacoalhou o lança nas mãos. - Se fosse assim, ninguém seria amigo da Shoko. Olha a cara dela.
- Fato. - A morena se defendeu com o pouco de sanidade que lhe restava.
- Bem, a Shoko pelo menos é simpática.
- E como pode falar que alguém não é simpático, sem nem ao menos conhecê-lo, Evans?
- Achismo.
- Lá vem eles!
- Pelo visto o cabelo é de família...
Evans ficou intrigada com o comentário, por isso virou a cabeça para trás e seu olhar estremeceu. O copo que segurava nas mãos foi para o chão e as mãos tremiam sozinhas, incontroláveis.
Sem que pudesse conter, os olhos de Lexie começaram a lacrimejar. Pensou em todas as vezes que amigos viravam amantes e amantes se separavam. Pensou em quantos cigarros acendeu desde que se entendeu como Lexie Evans e quantas lições tinha aprendido com o passar dos anos.
E de repente parecia que o mundo parou de girar. Parecia que, finalmente, era ela que sempre quis e nunca mais encontrou outro alguém. Estava tão paralisada que mal olhou para Choso que a balançou para ver se estava tudo bem.
Términos acontecem o tempo todo, não é? O problema é aquele amor mal resolvido que nos deixa pairando sobre o ar. Tão intenso que mal lhe restaram palavras para articular uma palavra sequer quando viu Maxine Aiken na sua frente.
Estava linda. Perfeita com os cabelos bagunçados vermelhos intensos e a boca pintada de uma cor quase preta que, não intencionalmente, combinava com a gravata afrouxada no pescoço.
Acompanhou de cima a baixo com o olhar, lembrando da última vez que Maxine passou pela porta da sua casa e piscou na hora de ir embora. Em como ela era leve e muito bem articulada embora não parecesse nem um pouco.
Tinha tatuagens pelo pescoço e mãos - lugares mais visíveis naquele momento - e os olhos bem pintados por um lápis preto, o qual Evans soube na hora que era para dar o efeito de alongar. Nunca se esqueceria que Max amava ter a aparência sonolenta de olhos quase semicerrados.
Quando olhou para o rosto da menina, não evitou sorrir. Mostrou todos os dentes de uma maneira que não fazia há anos desde que a encontrou para um passeio no bairro. Foi como reencontrar um amor perdido. Uma vida inteira jogada no lixo por um momento de tensão inútil no final das contas.
Seus olhos amarelados eram os mesmos. Raros e brilhantes. Mais claros que amêndoas e mais escuros que o sol. Queimavam sua pele mas a faziam encontrar luz.
Já não importava o que eram. Só o que Lexie pensou: no que poderiam ser.
Mas, na mesma hora, veio Gojo e Geto na mente. Também queria saber o que eles poderiam ser. O que eles podiam construir juntos, contrariando todos que já disseram que o relacionamento daria errado. Talvez fosse algo de momento ou pura loucura, mas pensou. E tinha que admitir para si mesma.
Mesmo que doesse era real. Agora tudo era mais real ainda. Os sentimentos pelos meninos, a cura que Maxine trouxe consigo e a felicidade estampada em seu rosto. Tentou olhar ao redor por alguns segundos para ver Suguru e Satoru, mas não encontrou ninguém.
No que perderam com anos separados e muitas mágoas instaladas. De repente sua tatuagem pulsou na parte superior do antebraço. Então o significado de NEOQEAV nunca ia perder a importância.
Afastou os pensamentos da cabeça ao sentir os pés andando sozinhos. Começou a correr até que sua touca quase caísse da cabeça e a mão de Maxine impedisse.
Evans laçou suas pernas em torno do corpo da amiga e agarrou seu pescoço com os braços, como se estivesse sendo segurada por ela. Como se ela fosse a única coisa a impedindo de desabar. A ruiva retribuiu, envolvendo a cintura da amiga com uma mão e a outra afagando sua cabeça de forma delicada e ao mesmo tempo, ansiosa.
Era uma forma de dizer que não precisavam mais se desesperar.
Ficou surpresa ao ver seu cabelo curto estilo chanel e a sobrancelha com riscos. Quer dizer, Lexie ainda parecia a mesma mas tinha algo diferente sobre ela. Max entendeu que a reabilitação não serviu de nada e consequentemente processou que os anos que passaram afastadas tinham sido piores do que se estivessem passado juntas.
Deu vários beijos nervosos na testa de Lexie, que chorava um tanto quanto demais para a ocasião. A ruiva conteve as lágrimas, porém não adiantou. Quando se afastou para olhar nos olhos da amiga e dizer o que sempre sonhou, os olhos marejaram.
- Eu disse que ia te encontrar, Lexie Evans.
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AVISO IMPORTANTE!!!!!!!
gente, o prólogo da fanfic do nanami e do toji foram postados, deem uma forcinha lá e votem e comentem, por favorzinho! 😖
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