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𝐗𝐗𝐈𝐈

˖˙❛ 𝐒𝐄𝐗, 𝐃𝐑𝐔𝐆𝐒𝐄 𝐄𝐓𝐂. ❜ ꜝꜞ
22 ... ❨ capítulo vinte e dois ❩
━━ somos apenas dois fantasmas no lugar de você e eu.
escrito por 𝖗𝖊𝖈𝖈𝖆𝖜 𝖊 𝖒𝖘𝖚𝖌𝖚𝖗𝖔

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Los Angeles, 2018

Lexie segurava a caixa de cartas com lágrimas nos olhos. Não acreditava que todo esse tempo Maxine foi se despedindo dela vagarosamente, estando na porta da clínica todos os dias só para entregar a carta. 365 delas.

Não podia imaginar como começaria a dar passos largos outra vez sem ser dentro daquele quarto em que passava a maior parte do tempo trancafiada. Imaginou tanto esse momento que agora parecia surreal.

Enxugou as lágrimas para sua mãe não suspeitar que esteve mal esse tempo todo, mas de nada adiantou. Quando passou pela porta, forçando um sorriso, viu seu pai. O homem que nunca esteve lá para seus aniversários e que sequer a abraçava ao vê-la em raras situações.

Dinheiro nunca deixou de prover. Digo, Lexie também não deixava de pedir se precisasse, mas era diferente. Para quem ama, você pede amor? Você pede que digam que te amam ou que te abraçem quando sente medo?

Yokasa estava parado, de cabeça baixa. Lexie o encarou se aproximando de pouco em pouco como se estivesse se aproximando de um suicida a beira de uma ponte.

- Pai? O que está fazendo aqui?

Não respondeu. Virou na direção do carro e pegou a caixa de sua mão.

- Vamos pegar as coisas na sua casa.

- Por quê?

- Lexie, vamos. Você vai morar comigo.

E a garota já podia sentir as lágrimas nos olhos. Não, não, não, não. No caminho de casa só conseguia pensar no que poderia estar acontecendo, formulando teorias. Ligou o celular que ficou esse tempo todo guardado pelas moças da clínica e ligou para sua mãe.

Ninguém atendeu.

Mandou trilhares de mensagens, preocupada com ela. Via as antigas e elas a assustavam de certa forma, já que pareciam mais despedidas do que encontros.

Ninguém as recebia.

Saltou para fora do carro, batendo furiosamente na porta, entrando em negação. Não queria acreditar no que pensava. Mas nada aconteceu até Yokasa ter a boa vontade de se levantar do automóvel com as chaves nas mãos e destrancar a porta.

Sua filha disparou para dentro. As lágrimas não podiam serem mais contidas e começaram a descer ardendo a bochecha. A primeira coisa que viu, aquém de sua visão embaçada, foram as flores em cima da mesa. Uma carta escrita ao lado. No envelope dizia: "Mamãe sempre estará com você."

Lexie Evans caiu de joelhos, implorando para que aquilo fosse uma pegadinha de mau gosto. As mãos trêmulas mal conseguiram abrir a carta e ao ler as primeiras frases, teve que respirar fundo.

❝ meu amor...

Se você está lendo isso, o recado já chegou em você. E eu não vou falar que não quero que chore pois sei que a minha menina é uma baita chorona, mas tudo isso vai passar. Talvez a mamãe já não esteja por aqui, e eu queria te dizer que sinto muito.
Quando descobri minha gravidez, repensei todas as vezes que xinguei seu pai. Sem ele eu não teria tido você, meu anjo. A luz da minha vida. Meu refúgio e a pessoa que me alegra todos os dias. Lembro de passar horas e horas te amamentando e a nossa conexão crescer cada vez mais, mesmo com você falando apenas sílabas como "baba" ou "mama".

E com os anos passando, percebi algo que só a maternidade ensina. Não consigo viver sem você, filha. As coisas só vão ficando mais difíceis e eu me apoio em você, já que a razão do meu viver é minha filha. Mas isso não deveria acontecer. Eu não deveria depender de você e acho que isso me tornou uma péssima mãe. Agora que você não está mais aqui eu reconheço isso. Perdi o chão. Não vejo mais sentido nas coisas e mesmo que seja algo temporário, um ano é o suficiente para todas as lágrimas me consumirem.

Uma mãe nunca deveria ver um filho partir. E eu via você, todos os dias, de pouco a pouco, me deixando. Perdida no mundo desde cedo. Uma menina tão jovem experienciando tudo que uma mãe nunca ia querer para os filhos. E a culpa é toda minha por não te proteger como eu deveria, mas saiba que se eu pudesse, nada no mundo teria te machucado.
Quero que você saiba que nada é culpa sua, Lexie. Nunca foi, na verdade. Você enfrentou dificuldades que se eu pudesse voltar no tempo e pegar para mim, eu teria feito. Pegar todo seu sofrimento e colocá-lo em mim para te blindar do mundo é o que eu gostaria de fazer.
Queria te ver sorrindo de novo. Te ver brincando inabalável na terra novamente ou quem sabe, até brigando comigo. Sem você a casa fica vazia. Não tem gritos, nem cantorias irritantes e muito menos tantos abraços que costumamos dar. Todos os momentos, dos pequenos aos maiores, foram incríveis com você, minha filha. Não tenho palavras para dizer.
No dia em que você nasceu, aposto que os anjos lá no céu ficaram tristes. Lançaram uma melodia harmoniosa e angelical para sua partida - despedida entre irmãos. E a cada aniversário que fez, um anjo desceu. Por isso você sempre esteve protegida e tão amada quanto é.

Me desculpe por não poder passar o seu aniversário grudada em você. Nem o Natal, e muito menos o ano novo. Às vezes precisamos de ar e acima de tudo, paz. Precisamos respirar por nós mesmos e lembrar que a vida continua, com ou sem a gente.
Viva, Lexie. Viva sem arrependimentos. Não a base das drogas, por favor, mas apenas viva. Vai ver o mundo lá fora como eu sei que você sempre quis e eu...sempre não deixei. Se apaixone, vá a um bar depois da faculdade ou durante o horário de uma ou duas aulas - no máximo, em mocinha? -, dance a noite toda, assista filmes de terror que te deixam sem dormir e prove aqueles doces japoneses horrorosos que seu pai te trazia quando era criança.

Não exista. Viva. Sinta seu coração bater.

Posso te garantir que nada vai ser melhor que isso. Nada pode ser melhor do que conseguir sentir. Não caia nessa ilusão da apatia da vida, amor. Mesmo que seja tristeza, tudo isso é sinal de que estamos vivos e a vida é algo que, com certeza, vale a pena.
Que nunca te falte esperança, amor, saúde, paz, juízo, inteligência e amizades. Não desista de procurar a felicidade. Não deixe que nada te impeça de concretizar seu sonho. Sorria perante as adversidades, chore diante da realização de estar vivo e ria para o nada, constantemente.

Quanto ao seu pai, bem, eu espero muito que ele tenha mudado. Caso o contrário, não se deixe abalar. Ele nem sempre foi assim, sabe? Quando eu o conheci, ele tinha um sorriso lindo e os olhos mais sinceros que já vi na vida. Pode até não ser dos mais bonitos do mundo, mas foi o suficiente para eu me apaixonar. Ele abria a porta do carro pra mim, morria de ciúme de outros caras e sempre, sempre, quis ter uma filha. Sei que parece que não falamos da mesma pessoa, mas seu pai sofreu muito também. Não o odeie. Sei que parece impossível, mas não discuta. Apenas vá para o seu quarto, reze pela família e ouça nossa música, como sempre fazemos.

Eu fui covarde em te deixar, tenho plena noção disso. Mas também tenho certeza que isso vai te fazer abrir os olhos e finalmente viver.

Leve Max com você. Ela é uma menina especial, e eu sei que ela te ama. Não foi culpa dela. Por sinal, saiba que ela veio conferir como eu estava todos os dias. Me fez companhia depois da escola e inclusive, acabou de sair daqui. Me trouxe uma bandeja de muffins deliciosos. Seu sorriso estava começando a voltar. Não pense nisso como um sinal de que ela estava te esquecendo e sim, como forma de felicidade em pensar que os dias estavam passando cada vez mais rápido. Nós fizemos um caderninho para te esperar, Lexie. Nós te esperamos todo santo dia.

Antes de morrer meu pai disse que eu venceria esse mundo. Eu não venci, meu amor, mas você vai. Você vai, Lexie Evans. Não me decepcione. Te amo e sempre te viverei.

Com todo amor e carinho; mamãe. ❞

"Não me decepcione." Leu a carta toda, sentiu todos aqueles sentimentos lendo a porra da carta, e apenas lembrava de uma frase. A frase que a fazia sentir culpada pela morte da mãe.

Deitou-se de bruços no sofá e chorou. Seu pai não disse nada. Ao contrário disso, foi a primeira vez que ele acariciou suas costas e naquele instante, Lexie entendeu que ele também estava sofrendo.

Por mais que não parecesse ou que fosse surreal a sensação de perder a pessoa que amou na vida inteira, ele não sabia nem falar. Desaprendera tudo que tentou um dia ensinar a filha e uma lágrima quis escorrer.

É impressionante a sensação que ambos sentiam ali. Uma dor inconsolável. Uma dor solene que parecia impossível de superar a qualquer momento da vida.

A dor de uma perda. A dor de perder uma mãe. Uma esposa, uma mulher, um amor. Tudo se resumia em gritos internos e muita, muita esquizofrenia.

Lexie tentou se imaginar daqui a 5 anos e mesmo com tanto tempo se passando, ainda se via chorando em posição fetal, ardendo na febre do luto.

Cinco dias depois foi sua primeira tentativa de suicídio. Esfregou as lâminas da objeto cortante nos pulsos e deixou o sangue escorrer pela pia. Sentia uma mistura de medo e solidão.

Tinha medo de sua mãe estar a vigiando do céu e reprovando seu comportamento. Ao mesmo tempo, era cética demais para pensar nisso. Chorava por agora ter perdido uma amiga. A única que lhe restou.

Tentou ligar para Max várias e várias vezes. Tentou insistir para que seu pai não a fizesse se mudar para o Japão e esquecer uma vida inteira na sua cidade, deixando para trás até uma amizade tão importante quanto Maxine.

Pensando melhor, não parecia uma ideia tão ruim. Se continuasse trancafiada naquela casa, provavelmente teria enlouquecido. O que não mudava muita coisa, já que, mesmo morando no Japão agora, cortava os pulsos.

Fazia questão de sentir a dor que aquilo causava e achava fascinante como ela não se comparava a que sentia por dentro - que era milhões de vezes pior que a dor de parto.

Era a dor de jogar todas as memórias no lixo. A dor de não conviver ou não poder falar com a pessoa que você mais ama. A dor de sobrar. Sobrar como alguém não desejado no mundo.

Depois de ter passado por tanto, seu pai a encontrou desmaiada na banheira. Levou-a correndo para um hospital e os pontos a fizeram acordar para a vida.

Lexie não gritava de dor. Gritava de frustração. Gritava de raiva por ter sobrevivido e não ter ido embora no lugar da mãe.

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o cast e o prólogo da fanfic do toji foi lançado, gostaria muito que vocês dessem uma passada lá, vai ajudar muito a gente.

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