𝐗𝐈𝐕
˖˙❛ 𝐒𝐄𝐗, 𝐃𝐑𝐔𝐆𝐒 𝐄 𝐄𝐓𝐂. ❜ ꜝꜞ
14 … ❨ capítulo catorze ❩
━━ agora estou fodido e sinto sua falta.
escrito por 𝖗𝖊𝖈𝖈𝖆𝖜 𝖊 𝖒𝖘𝖚𝖌𝖚𝖗𝖔
────────────────────
Ao som de Slumber Party, Ashnikko, de dentro da irmandade, Lexie jogou o cabelo pro lado enquanto Shoko passava um gloss vermelho em sua boca.
— Feliz?
— Muito.
Ela se olhou no espelho e revirou os olhos. Sentou-se na cama e virou um copo de shot na boca, fazendo careta. Não aguentava mais esperar as amigas.
— Você vai borrar!
Para ela já era demais colocar aquela merda na boca e sair como se não estivesse feminina demais. Só se sentia feliz por estar com sua calça preta larga e sua blusa branca, com pouca decoração, oversized - que ia até abaixo da cintura. E claro, seu jordan 4.
— Essa é a intenção.
— Só o batom, Evans!
— Eu já fiz demais suas vontades. Não quer fazer as minhas, não?
— Deus me livre.
— Suas putas, dá para agilizarem? - Maki saiu do pequeno closet do quarto, mostrando sua roupa.
Contemplou por alguns segundos, de boca aberta, o corpo bem exposto de Maki. A amiga vestia uma saia bem curta e um cropped que moldava sua cintura.
Seu cabelo esverdeado estava preso, mas mesmo assim, por ser comprido, caía em cascatas nas costas dela.
As pernas eram bem definidas e as coxas grossas, assim como sua bunda bem empinada e redonda, por baixo do tecido.
Lexie lambeu os lábios, lembrando da vez em que beijou a garota no banheiro da festa. A colocou em cima da pia, deu-lhe vários beijos deliciosos e agora, se arrependia de ter parado por ali.
— Meu senhor, que mulher gostosa.
— Que? Cadê? - Shoko se virou para trás, passando chapinha no cabelo e rindo alto. - Puta que pariu. Você é uma deusa, Maki.
— Eu sou tímida, parem com isso.
— Deve ser. - Lexie caçou, virando mais um shot na boca. Estava alegre demais, já. - Por acaso, eu teria chances com você, Maki?
— Chance de que, louca?
— De transar com você.
Maki levantou uma sobrancelha e deu um sorriso, ficando lisonjeada e começando a gargalhar, ao mesmo tempo. Chegou perto da morena e deu um selinho nela.
Shoko arregalou os olhos e abriu a boca em um “O” perfeito. Começou a rir, até dizer:
— Você bebeu demais.
— Você também, Shoko. Me daria uns beijinhos?
— Daria, amiga. Daria.
— Então, vem cá. - Bateu as mãos no colo, indicando onde a amiga teria que sentar. Virou mais um copo.
— Depois. - A morena dos cabelos curtos chegou mais perto dela e tirou a bebida das suas mãos. - Vai lavar o rosto, vai. Nós nem chegamos na festa e você já tá assim. Parece o Satoru.
— Mas eu não tô bêbada, tô falando sério. Eu faria muito com vocês.
— Vai se arrumar, Evans.
— Eu já estou arrumada.
— Você vai assim?
— Ué. Sim.
As suas amigas se entreolharam, mas deram de ombros. Em vinte minutos todas estavam prontas, trancando as portas e se dirigindo para mais uma das loucas festas da Nexus.
Meio quarteirão antes, já escutavam a música alto ecoando. Muitos carros caros estavam a quadras para frente e diversas pessoas se apoiavam nos capôs, apoiados nos carros e beijando qualquer pessoa que fosse capaz de livrá-los do tesão que estavam.
Lexie pulou para fora do veículo, abrindo a porta do passageiro para Maki e girando seu corpo como em um passo de dança. Estendeu o braço para frente e fez menção ao cavalheirismo que tinha mais do que muitos homens por aí.
FE!N, Travis Scott, ditava a vibe do local. A enorme casa, típica de todas as festas, estava bem iluminada, piscando em todos os andares roxo e azul.
Bem acomodada, também tinha vários sofás e poltronas espalhadas, com uma mesa de sinuca no meio da sala de estar e um frigobar aberto em um dos cantos.
Uma fumaça espessa cobria todo o local, subindo a cabeça igual o ecstasy e as bebidas soltas por lá. Desde whisky, vodka, cerveja, até vinho, tequila e gin.
Era mais um dos dias em que o vício comandava. Todos queriam fazer parte do beer pong e comer garotas na área da piscina.
Que por sinal, também estava lotada. Cerca de vinte e três meninas e meninos estavam pelados na água, com suas roupas declaradas sumidas por aí.
Alguns carregavam acessórios brilhantes, como um chifre vermelho brilhante. E outros, seguravam suas roupas acima da cabeça para não serem enganados e terem que andar pelo resto da festa nus.
Satoru gritava, com um copo vermelho nas mãos. Torcia fervorosamente pelo seu melhor amigo na luta que criaram em uma rodinha, com pouco mais que trinta pessoas.
Suguru Geto estava sentado nas costelas do outro garoto, uma perna de cada lado do seu corpo. Socava seu rosto sem parar, arrancando sangue e os dentes dele.
Não dava pra saber o que aconteceu, mas com certeza ele levou para o pessoal.
O moreno se levantou, já com os braços em comemoração, aos berros. Mas não esperou um golpe vindo por trás, que o fez cair no chão e levantar uns três chutes nas costas.
Ao contrário do que muitos pensavam - que ele desistiria -, Suguru olhou por cima dos ombros e sorriu, maligno.
— Chute vale? Por que ninguém me avisou antes, porra?
Deu uma rasteira no loiro e conseguiu lhe acertar no olho, fazendo-o cambalear para trás. Em resposta, levou um acerto no quadril, também perdendo o equilíbrio.
Ambos se encaravam com ódio. Levavam a brincadeira a sério, deleitando-se na sensação de por que causava lutar.
Por fim, Suguru conseguiu desviar dos golpes que levava e jogou o moleque no chão, dando inúmeros chutes no corpo dele. Principalmente nas costelas e nos ombros.
Lexie viu isso assim que colocou os pés na festa. Observava o corpo suado de Suguru, com uma calça cargo preta e a blusa da mesma cor pendurada no respectivo lugar do cinto, dando uma completa visão do seu corpo nu.
Os braços bem musculosos e o abdômen trincado. Sem contar, claro, os anéis no dedo e os piercings que tinha na sobrancelha e na boca.
O cabelo preso em um meio rabo de cabelo, com a parte de trás solta pelas costas. Seu olhar negro malicioso deixando o oponente mais fraco cada segundo que se passava.
Lexie sentia falta de ser encarada por eles. Fazia quase três semanas que eles não se falavam direito e de certa forma, a garota mal podia esperar para tomar a atenção deles novamente.
Mas não imploraria por isso, óbvio. Esperava que, em algum momento, eles tomariam consciência do que o que fizeram foi errado.
Gojo também pensava nisso, enquanto tentava prestar atenção na luta do amigo e na garota com as roupas iguais as deles chegando.
O cabelo liso escuro preso na metade, igualmente ao de seu amigo, os olhos verdes perfurando cada centímetro do local e as roupas diferentes das de qualquer menina por ali.
Seus olhares se cruzaram por um instante. Aquela azul completamente insano e as pupilas bem dilatadas sempre faziam Lexie perder a linha.
A verdade era que os três já não aguentavam mais tanta distância, e nem sequer sabiam do motivo. Só não queriam estar longe um do outro.
Não desviaram até que Geto aparecesse bem ao lado do melhor amigo, contando vantagem em relação à luta.
Tinha razão, algumas pessoas iam para as festas apenas para se divertir. Outras, porque queriam distrair a cabeça. E tinham os que iam pra esquecer. Do nome, dos problemas, da vida e quem sabe, de tudo.
Essa era Lexie, que só passou pelo seu grupo e os deixou falando sozinhos. Foi até o canto em que um menino de cabelo rosa estava e já foi pedindo o que ele tinha de melhor.
Tirou algumas notas da carteira e trocou pela melhor droga que poderia comprar por ali. Claro que não seria a melhor de todas, já que essa era produto de Suguru, mas dava pro gasto.
Cheirou bastante, sentindo seu nariz escorrer assim que o fez. O efeito era passageiro, então tratou de separar umas onze carreiras - estimado efeito de quarenta minutos.
Tudo começou a rodar. A música ficará mais baixa e robotizada, além do chão que parecia ter vários buracos vazios.
Quase dormiu nesse tempo. Quer dizer, talvez tenha dormido, pois não se lembrava de nada. Ainda estava no mesmo sofá, com os olhos pequenos e com um aspecto de que haviam recém lacrimejado.
Riu sozinha quando outro drogado passou por ela, quase tropeçando em seus pés. Foi desperta por Choso, que a puxou pelas mãos e a tirou de lá.
— Enlouqueceu, Evans? Vem cá. Esses caras são sem noção.
— Que nada? Eles são mó engraçados.
— Nós estamos com saudade de você. Faz quase duas semanas que você não fica com a gente. Nem nas festas, nem nas aulas.
— Vocês não vieram atrás de mim! - Ela olhou para o amigo e o abraçou. - Tá bom, eu que não fui atrás de vocês. Eu sei.
— Bom que sabe. Vamos.
Eles andaram um pouco mais até chegarem no grupo completo. Todos ali ficaram felizes de terem visto Lexie finalmente com eles. A menina, por sua vez, também ficou. Já estava quase “sóbria” e não tinha a aparência derrotada de antes.
— E aí, galera.
— Olha a sumida! E aí, gatinha? Tranquilo? - Sukuna a abraçou e deu um beijo na sua bochecha.
Ela cumprimentou Megumi, Todou e deu um abraço muito apertado em Itadori e Nobara.
— Bem, bonita? Saudade. - Itadori sorriu.
— Na medida do possível. E você?
— Já está sabendo? – O mesmo continuou.
— O que?
— Ela tá caidinha por mim. - Apontou para Nobara, ao seu lado.
— Cala a boca, Itadori.
— Relaxa. Conhecendo ele, eu tenho quase certeza que é ao contrário…
— Agradeçam a mim. Ela quase não saiu da toca hoje.
— Ei! A mim também! - Shoko se manifestou depois de Maki.
— Eu ia vir de qualquer jeito.
— Ia nada. Ela tá podre.
— Vão se fuder vocês três. Quatro, aliás.
A noite foi passando. Cada minuto mais gente bêbada, e q cada segundo, a temperatura chegando mais perto dos quarenta graus.
A turma de Lexie já estava totalmente fora de si. Todos falando torto, brincando com uma garrafa de verdade ou desafio.
Shoko saiu da roda e foi conversar com a dupla, que a vigiava de longe, querendo dizer algo. Lexie acompanhou com os olhos quando ela se levantou e foi até ele.
Aquele vestido curto e os cabelos um pouco abaixo da orelha. Um decote enorme e aquelas pernas…precisava parar de pensar naquelas coisas.
— O que vocês querem? - Ela colocou uma mão na cintura e olhou para os amigos.
— Você está abusando hoje.
— Olha quem fala, Suguru.
— Ele tem razão, Ieiri. Quem vai te levar pra casa?
— Eu mesma, pois não? Vão caçar o que fazer.
Ela sabia que eles agiam como dois irmãos mais velhos para ela e sem querer, gostava disso. Às vezes cansava ser a mãezona do grupo e hoje, era o dia de aproveitar.
— Vai acabar que nem a Evans. - Satoru disse, rindo junto do amigo. -
— Oi? Isso era pra ser uma ofensa? Vocês são ridículos.
— Na verdade, era pra ser um alerta. Se aquele garoto não tivesse tirado ela de lá, Evans já estaria no céu.
— Você deveria ter ido até lá.
— Ok, ok, irmãozinhos. Vocês podem não me dar lição de moral agora? Obrigada. Afinal, porquê vocês estão tão sóbrios? Credo.
— Por que temos que resolver umas coisas. – Satoru coçou a nuca.
— Com relação a…?
— Lexie Evans.
— Vão pedir desculpas?
— Não enche, Shoko.
— Ah! - Ela deu gritinho que foi abafado pelas próprias mãos, seguido de um riso enorme. - Não acredito! Vocês estão apaixonadinhos! A-pai-xo-na-dos.
— Mudei de ideia. Vai lá com aqueles filhos da puta ali, vai.
Suguru apenas riu da reação explosiva do amigo e olhou para o lado, querendo esquecer o assunto.
Ainda não sabiam o que iriam falar para Evans. Na verdade, planejavam fazer isso da forma mais “descarada” possível. Como se não quisessem nada, e como se não fosse doer se ela dissesse não.
Então, quando Shoko resmungou e saiu, eles voltaram a conversar. Apenas os dois.
— Eu não entendo porque ela usa essas roupas. - Suguru foi quem palpitou.
— Sei lá também. Ela fica bonita em tudo.
— Realmente.
Ambos pensavam a mesma coisa: ela é um pedaço de mal caminho.
— Você vai lá? - O platinado perguntou.
— Nós vamos, né.
— Agora?
Mas logo depois que Suguru virou dois copos de tequila na boca e Satoru levantou a cabeça da mesa, após encher seu nariz de cocaína, repararam em Mei Mei vindo na direção deles.
Os dois fizeram o mesmo: reviraram os olhos. Apesar do belo corpo coberto de pouca roupa e a trança platinada caindo sob seu ombro - que, por sinal, era uma tentação - ela não passava de um belo rosto.
E eles não se interessavam mais somente por aquilo.
— Oh, porra.
No entanto, também viram, quase no mesmo instante, Lexie Evans levantar e ir na mesma direção que a dela. Andando lentamente, com o olhar cravado no rosto da outra mulher.
Prendeu as madeixas negras em um coque desleixado e estalou o pescoço, sorrindo de um jeito que eles nunca tinham visto.
— Puta que pariu.
— Elas vão se matar.
— E eu vou adorar assistir. Tem Gojo pra todas, lindas! - Satoru sentou de volta no sofá e gritou, mesmo sem que elas conseguissem escutar. Quando o amigo o olhou com vontade de matá-lo, seu sorriso murchou. - Não façam isso não, meninas…. Brigar não é legal!
— A Evans mata a Mei Mei, se ela quiser.
— Eu já tô vendo a merda que vai dar.
Geto, preocupado, foi se levantando, mas algo o surpreendeu. Satoru pôs o braço em sua frente, fazendo com que ele caísse no sofá outra vez.
As duas estavam de frente uma para a outra e não pareciam irritadas o bastante para começar uma briga.
Gay 4 me, G Flip, tocava.
Mei Mei olhava com uma sobrancelha arqueada, no fundo dos olhos da morena. Lexie, no entanto, lambeu o lábio e disse:
— Você não deveria falar com eles.
— Porque? Porque eles já são seus? Me poupe.
— Ah, Mei Mei. Para, né? Eu não sou uma ameaça pra você.
— E o que você tem a ver com isso? Dá licença. - Ela tentou passar, mas Lexie entrou na sua frente. - Dá licença, porra.
— Eles não sabem valorizar mulheres.
— Eu não me importo.
— Eu sei que você se importa. E poderíamos ficar quites.
— Que? Tipo como? – A mulher olhava confusa para a morena.
— Tipo… eu te daria valor. Pra caralho.
— Você tá louca?
— Eu não costumo compartilhar, mas a decisão é sua. Já ficou com alguma mulher na vida? – Lexie colocou as mãos no bolso da calça.
— Não…
— Eu quero estar em pé de igualdade com os dois ali em cima. - As duas viraram a cabeça para eles, e depois voltaram. - E tudo tem sua primeira vez, né?
— Eu não estou gostando disso.
— Ah, vai, linda. Você é esperta. - Chegou perto do seu ouvido, colocando uma das mãos na nuca dela. - Não quer dar esse gostinho pra eles?
— Uma vez?
— Uma só. Prometo que não vai esquecer.
Mei Mei ficou na ponta dos pés e passou os braços pelo pescoço de Lexie, logo selando seus lábios em um beijo caloroso e um tanto quanto desesperado.
Evans puxou a nuca dela pra frente, fazendo com que seus corpos colassem mais ainda. Assim que sentiu os seios fartos da platinada dando calor a ela, pousou uma de suas mãos na bunda dela, apertando-a e fazendo um gemido escapar.
Suas línguas se entrelaçavam em um ritmo absurdo, junto da batida da música. As duas bocas molhadas se complementavam, deixando o tesão tomar conta.
Exploravam cada canto da boca uma da outra, mordendo o lábio e sorrindo entre dentes. O salão parecia girar mais que o normal e as duas não ligavam. Estavam malucas, entretidas naquela sensação.
Evans gostou muito daquilo. Apesar de ter uma certa rivalidade com Mei Mei, ainda tinha completa noção de que aquela mulher era uma das mais gatas e gostosas que viu na vida. E não perderia a chance, nunca.
Gojo e Geto se assustaram do outro lado do salão. Ambos se olharam, abismados. Esperavam de tudo, menos aquilo. Cutucaram um ao outro, quando viram Lexie empurrando Mei Mei para um sofá vazio próximo de lá.
Sem que a garota de tranças percebesse, a morena os olhou, de canto de olho. Piscou, divertida, ainda colocando o dedo indicador e médio entre a boca ao mostrar a língua.
— Mano…
— Não é possível. - Suguru riu, desacreditado. - Puta.que.pariu.
Estavam em uma mistura de irritação, com aceitação e surpresa. Por um lado, ficaram putos. Não porque ela estava beijando Mei Mei, em específico.
E sim porque hoje tomariam uma decisão importante e agora, recebiam isso em troca. No entanto, a aceitação era parte disso. Eles mereciam, só não esperavam por aquilo.
Assistiam àquilo
— Ela é uma filha da puta. – O platinado resmungou.
— Golpe baixo.
— Caralho. Essa eu não esperava.
— Nem eu. Porra…
Lexie agarrou na sua cintura, com força, e a platinada foi sentando sob o seu colo, com o vestido quase deixando-a pelada.
Enquanto as mãos dela exploravam centímetro por centímetro de Mei Mei, ajudando a abaixar sua roupa, a outra deixava seus seios roçarem por cima do tecido.
Lexie jogou a cabeça para trás quando a garota mergulhou em seu pescoço, passando por lá a língua e mordiscando a região. Assim como Gojo sabia que ela gostava. Assim como Geto ficava maluco ao sentir.
Mantinham contato visual sempre que se separavam para pegar ar e voltavam aos beijos, trocando saliva e uma experiência única.
A morena deu um último selinho na garota e um tapa em sua bunda, o que fez a outra garota se levantar. Deu uma risada quando percebeu que a platinada queria algo a mais.
Ficou mais alguns minutos com um copo de bebida nas mãos, para ajudá-la a empurrar as pílulas para dentro. Com certeza ficaria chapada mais uma vez. A noite não acabava mais.
Sentada lá, com as pernas abertas e os olhos focados nos dois, podia alimentar seus desejos mais horríveis e não se machucar, ao mesmo tempo.
Mas, se conteve. Apesar da vontade maluca de levá-la pro quarto e fazer pior do que o Geto e Gojo juntos, não era isso que Evans verdadeiramente queria. Podia ser só seu ego falando mais alto.
E com certeza era isso. Pois, não suportava pensar na ideia de deixar ambos pra lá ou fingir que eles não existiam. Não mais.
Gojo tentava se ventilar com a própria blusa, olhando para a garota que agora ia para o lado de fora. Acompanhou seus passos bambos com o olhar, repensando no que havia acontecido.
Sabia que ele e o amigo tinham feito uma merda gigante. Mas, não podia evitar o medo de ser amado outra vez. O medo de ser amado e não dar certo. Outra vez.
Tentava repetir para si mesmo que não sentia falta - o que claramente era mentira, pois não conseguia tomar um sorvete sem lembrar de Evans tentando pegar com a boca os respingos do sabor horrível que ela gostava.
Agora tinha chances de fazer tudo ao contrário. De tentar consertar os seus erros e assumir que era um idiota.
Estavam fudidos. Os três; na merda.
— Deveríamos ir lá? - Gojo tirou os óculos e passou as mãos pelas têmporas. - Atrás dela.
— Não. Deixa ela…
— Suguru, deixa você de ser idiota. Ela ficou com ciúme.
— E daí?
— E agora você está com ciúme. Otário.
— Claro que não. Se liga, Satoru. Se enxerga. - Ele se levantou, seguindo Gojo. - Tá. Vai logo.
Satoru deu um sorriso vitorioso e passou o braço pelo ombro do amigo, dando tapinhas em seu ombro. Sentiu a energia vinda da música local: Never be Like You, Flume.
Geto tirou seu braço de lá na mesma hora, voltando a focar seu olhar centrado e irritado em Lexie, que agora estava dentro da piscina.
Molhada, com a blusa branca quase transparente e a calça pesando mais ainda seu corpo esguio.
Tinha frequentemente pensamentos impulsos e no minuto em que viu um monte de gente pelada ali, quis fazer aquilo da sua forma. E fez, de roupa e tudo.
Fechou os olhos enquanto mergulhava o cabelo na água clorificada, sem se importar com o que a maioria das meninas se importaria.
Limpou o rosto e tentou tirar o gloss vermelho da boca, espalhando um pouco da cor pela sua bochecha e queixo.
Estava de costas para os dois e tomou um susto quando eles se agacharam e olharam-na por cima, em uma espécie de dominância.
Bufou e virou de frente para eles. A cabeça empinada, sem medo de parecer soberba. Já tinha sido besta o bastante.
— O que vocês querem?
— Falar com você. - Satoru atraia olhares sempre.
Agora mais ainda, enquanto segurava o queixo da garota. O cabelo maior que o normal o vestia tão bem quanto uma luva, nem há obrigação de dizer.
Grande na medida certa, pois Lexie sabia que ele odiava o cabelo comprido que teve parte de sua infância.
Cada fio bagunçado por agonia, arrumado para ser desarrumado. Ele a olhava com aqueles olhos. Olhava de verdade, como se quisesse vê-la. Do jeito que só ele fazia.
Amava o jeito que eles sabiam.
Gostaria de chorar por ver o azul intenso, rir por ele ter vindo atrás dela e ficar lhe observando até o momento em que precisasse pronunciar as palavras mágicas.
Continuava encantador e para Lexie, passava a ser mais cativante ainda. Cuidadoso e a salvo, enfim.
— Nós fomos babacas.
— Não foram, não. - Aquilo cresceu esperança neles, mas logo ela cedeu. - Vocês são babacas.
Mas eu gosto, ela pensou. Por pouco, as palavras quase escaparam. O toque do platinado se afrouxou e ela o empurrou um pouco para trás.
— Talvez.
Depois de dizer aquilo, Suguru tirou o tênis e sem pensar muito, pulou na água. Seu cabelo longo agora totalmente solto caia por seus ombros e ele se aproximou bastante da morena, a puxando para perto com as mãos firmes.
Ela nem se debateu. Não teria chances contra ele. Se sentou em seu “colo” improvisado e virou para o lado, sem olhar no seu rosto. Evitou também olhar nos olhos de Satoru, que também estava ameaçando pular na piscina.
— Quantas vezes pensaram nisso antes de decidirem vir até mim?
— Até conseguirmos dormir. - Suguru afastou uma mecha do seu cabelo para trás da orelha.
Ela se sentiu boba por ter deixado aquilo acontecer e infantil pelo jeito que reagiu àquilo. Corou um pouco, logo tirando a mecha recém colocada no lugar.
— Espero que não tenham tido pesadelos.
— Se considera o que temos agora um pesadelo…tivemos vários.
Dizendo isso, Satoru arrancou a jaqueta e também pulou na água. Prensou os dois contra a borda da piscina, ficando grudado em Lexie. Ela estava no meio dos dois agora.
— Depende do que vão me dizer nesse exato momento.
— Não planejo pedir desculpas. - Gojo e seu ego enorme.
— Então, já começaram com o pé esquerdo. Nem deveriam ter vindo.
— Te garanto que tudo ficou para trás.
— A consciência pesou?
— Há muito tempo. - O moreno era sincero e ao mesmo tempo, escondia os sentimentos.
— Claro. - Ironizou.
— Nós não te culpamos se não quiser acreditar. Não fomos sinceros, mas estamos sendo agora. – Gojo disse.
— Se forem pedir desculpas por tudo que fizeram, vamos ficar aqui até amanhã.
— Você não queria ouvir?
— O que já era obrigação de vocês?
— Eu não falo nada da boca pra fora, Lexie. Realmente sentimos muito pelo rumo que essa história tomou. – Suguro foi sincero.
— Estamos dispostos a…sei lá, porra. Recomeçar essa merda.
— Então foi ruim? - Ela respondeu de bate e pronto, um pouco confusa com o comentário do platinado.
— Depende do ponto de vista.
— Se foi para você, acho que para nós também. - Satoru foi minimamente meigo.
— Então isso quer dizer que vocês estão pedindo desculpas?
Eles ficaram quietos. De repente, a pose de ambos foi por água abaixo. Eles pareciam indefesos, mais ou menos.
— Quase isso. – O moreno hesitou.
— Foda-se, você entendeu.
— Eu quero ouvir. Dos dois.
— Evans, vai. Não força.
— Suguru, eu quero ouvir. Como eu posso confiar em vocês desse jeito?
— Desculpa. Pronto. - Satoru foi quem disse, dando uma risada anasalada, como se estivesse “dado por vencido”.
— É. Desculpa.
— Não foi nada justo comigo.
— É justo se eu admitir que é uma merda não te ouvir reclamar o dia todo? - Primeiro o moreno barganhou.
— Talvez.
— E se eu admitir que pensei em você todos os dias? - Logo em seguida, o outro também tentou negociar.
— Um pouco mais.
— E se disséssemos que queremos você?
— Só você. - Os olhos de Lexie brilharam ao ouvir as palavras do platinado.
— O método de vocês de tentarem ser perdoados está soando mais convidativo agora.
— Que nem você convidou a Mei Mei pra sua boca? Sinceramente…
Lexie tentou segurar o riso, mas não conseguiu. Ela começou a gargalhar, com as mãos apoiadas - uma em cada peito dos meninos.
No entanto, eles pareciam falar muito sério, o que a fez ficar com cara de cocô.
— Vocês pediram por isso.
— Jura, Evans? Que porra você tava pensando?
— Sério. - Uma risada acompanhou o comentário do moreno. - Não é possível que você fez isso.
— Dá nojo de lembrar.
— Olha, se forem ficar irritados, já considerem isso um término.
— Nós não namoramos. – O platinado pronunciou.
— Então eu vou falar com a Mei Mei de novo.
Ela tentou se soltar do toque dos dois, mas Geto a puxou mais fundo em seu colo. Isso fez com que ela sentisse sua ereção por baixo da calça totalmente encharcada.
— Você não vai a lugar nenhum. - Disse pausadamente.
— Vai. Diga o que você quer.
— O que eu quero?
— É.
Satoru pegou a garrafa de cerveja que havia deixado na beirada da piscina e se serviu, logo despejando o líquido na boca de Lexie, que aceitou e bebeu um pouco.
Ela olhava em seus olhos, provocando-o. O que um rosto bonito não fazia com o psicológico dos homens fracos?
— Em relação ao que?
— A gente. – Geto sussurrou.
— Nós três.
— Três?
— Você não quer escolher, né. Só faltava essa.
— Tá com ciúme, Suguru? - Ela lambeu os lábios e sorriu. - Eu só tô zoando. Eu divido vocês e vocês me dividem, simples.
— Isso foi um sim?
— Com uma condição. Duas, na verdade.
— Hum.
— A primeira: eu tenho motivos pra desconfiar de vocês?
— Só se quiser ter ciúmes da Deb.
— Satoru! - Deu uma risada. - Qual a outra condição?
— Eu quero saber o que aconteceu de verdade pra vocês terem ficado tão bravos.
— Não gostei disso. – Satoru murmurou.
— Uma condição só.
— Duas né, princesa.
— Duas. Vai, vocês não podem esconder de mim essas coisas.
— Então terá que nos contar sobre o seu passado.
— Então vocês vão me contar do de vocês. Detalhe, por detalhe.
— Detalhe por detalhe. - Satoru concordou.
— Fechado.
— Quer dizer que somos só nós agora?
— Sempre foi. - Suguru sussurrou. - Você só não sabia.
Para saborear o gosto agridoce da noite, o moreno selou os lábios. Dos três. Foi de encontro com a boca da mulher, mas puxou o amigo pela nuca e o guiou até o meio deles, tocando seus lábios grossos ao buscar em todos os cantos o que não achou até ficar sem ar.
Necessitados e em um ritmo perfeito, suas línguas se misturavam destinadamente. Em uma bagunça sem fim, acabavam se encontrando. Sorrisos durante o beijo e a batida da música ecoando, causando um choque entre eles.
Enrolaram daquele jeito por muito tempo, não sendo capazes de se separarem por nada. Desfrutavam da loucura que era querer duas pessoas ao mesmo tempo e tê-las juntas.
Satoru deitou a cabeça de Lexie no seu ombro, enquanto passava suas mãos pela cintura da dela e a deixava observar o beijo que ele dava em Suguru.
O moreno ainda tinha sua perna feita de apoio para a garota, mas estava concentrado em outra coisa agora. Segurava a nuca de Gojo com força, lembrando da noite em que tudo deu errado.
Suas línguas traçaram um caminho perfeito entre si, feitas umas para a outra. E melhor ainda; não tiveram vergonha em mostrar o tesão que sentiam um pelo outro.
Agora Suguru não tinha que ter medo de ser amado outra vez. Não podia. Agora era pra valer e nada destruiria-os novamente.
— Eu ainda estou aqui. - Evans se enfiou entre eles, agora com o rosto de frente pra ambos.
— Como esquecer, minha gatinha?
— Vamo pro quarto.
— Já, Satoru?
— Porra, você não imagina o quanto eu quero isso. Só de pensar em você…
— Te deixa excitado?
— Pra caralho.
— Vamo logo, docinho. Não aguento mais esperar. – Geto apertou mais o corpo da morena contra si.
— Nós três?
— Aham.
— Sim. - Os dois disseram, cada um do seu jeito.
— Sem objeções dessa vez?
— Nenhuma.
Ao contrário do que um dia pensaram, nada ficou estranho entre eles. Estranho mesmo era ficar longe, como se faltasse um pedaço crucial de cada um.
Colocar todo papo preso nas suas gargantas em dia, conversando sobre o que deveria ser dito meses ou dias atrás seria estonteante. Mal podiam esperar.
Parecia bobo até para os meninos, mas eles estremeciam toda vez que Lexie ria das coisas que falavam. Sem perceber, ela já era dona dos seus pensamentos mais profundos e repetitivos.
Isso porque o amor se constrói, não nasce sabendo. E iriam aprender juntos.
Com as testas apoiadas uma na outra, Evans, Suguru e Satoru perceberam que estavam morrendo por algo real. Dessa vez era muito real.
Não precisava ser para sempre, bastava aceitar estar nos planos dela a cada instante, entre portas abertas e janelas semicerradas.
Um por um, saíram da água e tentaram espremer as roupas encharcadas. Deram as mãos parecendo soldadinhos de brinquedo, e foram subir as escadas.
Algumas pegadas ficavam no chão enquanto eles subiam degrau por degrau, sem se preocupar em molhar ali.
Abriram a porta do quarto dos dois - antes trancado - e já foram se beijando outra vez. Como se não fosse nunca para pararem.
Satoru tirou a própria blusa, enfiando agarrando Lexie pela cintura e a puxando para mergulhar a boca somente nele.
Suguru mexia cuidadosamente no cabelo dela, prendendo-o em um rabo mal ajeitado e dando um tapa na bunda da garota, por cima da calça que tiraria naquele instante.
Antes disso, Lexie se virou, deu um beijo intenso da mesma forma no moreno, retirando sua blusa, e recuou.
— Acho que dessa vez eu não vou conseguir ficar…
— Que?
— Volta aqui.
Ela tropeçou nos próprios pés tentando sair do quarto. Chegou na porta, abrindo-a, e se colocando para fora. Com apenas a cabeça em vista, deu uma piscadela para os dois.
— Vão ter que resolver isso sozinhos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro