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𝐈𝐕

˖˙❛ 𝐒𝐄𝐗, 𝐃𝐑𝐔𝐆𝐒 𝐄 𝐄𝐓𝐂. ❜ ꜝꜞ
04 … ❨ capítulo quatro ❩
━━ oh, a outro alguém ou não?
escrito por 𝖗𝖊𝖈𝖈𝖆𝖜 𝖊 𝖒𝖘𝖚𝖌𝖚𝖗𝖔

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Descendo da audi de Choso, Evans segurava o próprio coturno. Estava surpreendentemente sóbria para alguém tão intoxicada.

Não que estivesse bem, mas não estava louca ao ponto de não lembrar do que fez. Cambaleava e ria do vento, apoiada no ombro do amigo ao subir as escadas para a fraternidade.

Como a maioria das pessoas estavam na festa, o dormitório estava vazio. Quase ninguém pelos corredores e nos quartos.

Era o momento perfeito para fazer o que queriam desde o começo da festa: acabar com o fogo. Com essa vontade, o menino foi quem  puxou a conversa.

— Quando te vi pela primeira vez, não achei que curtiria tanto as festas.

— Eu gosto de curtir as coisas do meu jeito.

— Como curtiu hoje?

— Quase isso.

— E você curtiu nosso beijo?

— Se eu não tivesse curtido, não teria voltado até aqui pra nós aproveitarmos o resto da noite.

Evans trancou a porta do quarto e jogou a própria gravata no chão, junto do blazer. Segundos pareciam minutos e esses minutos duravam como horas na cabeça de Choso.

Se aproximou do menino e pediu para que ele retirasse a roupa dela. E foi isso que ele fez, lentamente, depois de dar play em uma música no Spotify. “Is there someone else”, The Weeknd.

Primeiro retirou o corset que a garota usava, deixando-a cair enquanto arrancava sua resgata. Ficou boquiaberto ao ser os seios fartos da garota serem cobertos apenas por um sutiã preto rendado, deixando o volume bem exposto.

— Porra, Evans. Você é mais gostosa ainda sem roupa.

Então, ela partiu para cima do amigo, jogando sua regata branca no chão. Observou cada centímetro do seu corpo, descobrindo qualidades que nem mesmo sabia que ele tinha.

Suas veias saltadas, o “V” bem marcado na entrada da calça e os músculos - na medida - do braço dele. Tudo gritava apelação.

Tocou seu abdômen por um tempo, sorrindo ante o prazer que escondia. E quando deram por si mesmos, Choso foi empurrado contra a cama.

Ambos trocando beijos adoidados. Intensos. Mal conseguindo respirar. Lexie só com o sutiã e o shorts, por cima e o menino já sem blusa, porém com um volume nas calças.

— Pensei que você fosse do tipo dominante e tal.

— Nah, eu amo uma mulher possessiva.

— Ah, é? - Rebolou os quadris um pouco mais, sentindo as mãos nada gentis do menino caírem em sua bunda. — Daquelas que mandam em você?

— Essas mesmo. Mas isso não significa que eu não saiba brincar. - Então, bruscamente, ele trocou de posições com ela, ficando por cima.

Sendo empurrada com força contra a cama, Evans soltou um gemido. Foi aí que Choso deu alguns beijos e chupões por todo o pescoço dela, segurando seu quadril para que ela parasse de se encolher diante do toque molhado.

— Deixa eu tirar seu shorts.

— Tira a calça, então.

— Calma, bebê. Primeiro você, depois eu.

Ele foi descendo até o pé da barriga da garota e arrastou o shorts dela até ele cair no chão. No entanto, enquanto espalhava beijos e lambidas pela virilha de Evans, colocou o indicador na boca dela, fazendo-a chupar o dedo.

Tinha os olhos fechados, aproveitando as sensações de cada selar do menino. A renda preta bateu contra sua bunda, à medida que ela ia saindo. Ficou nua na parte de baixo, e sem aviso prévio, Choso abriu as pernas dela com brutalidade.

Sentiu as chupadas dele por toda a vulva, olhando pra baixo e vendo o menino extasiado com a visão de sua buceta molhada. Deu lambidas circulares no clitóris, movendo a língua de um lado pro outro, arrancando gemidos de Evans.

Que se intensificaram quando o menino colocou dois dedos em um vai e vem lento, mas intenso. Os afundou mais fundo ainda diante da reação da menina, que parecia se deliciar com o momento.

— Acende um pra gente aí.

— Cala a boca e continua me chupando.

Mesmo mandando o garoto ficar quieto, Lexie Evans obedeceu. Acendeu o beck ao lado deles e o colocou na boca, tragando lentamente e amando a sensação da maconha no cérebro enquanto tinha sua buceta chupada.

Cada instigada era um gemido incontrolável da garota, que sentia o ápice chegando. Com a velocidade do moreno e sua língua combinadas em um só movimento, um fio de energia percorria seu corpo.

Ouvia as batidas do seu coração e ficava mais excitada ao ver Choso adorando a cena. Ele alternava entre sorrir de tesão e chupar Lexie, sem parar de usar todos seus métodos.

A menina arqueou as costas e pediu mais, revirando os olhos quando chegou ao orgasmo.

Foi sua vez de passar o cigarro para o menino, que ficou de pé na ponta da cama esperando o próximo movimento de Lexie, que foi engatinhando até ele.

Tirou suas calças e se deparou com volume aparente do amigo na boxer preta. Com um sorriso convencido, ele olhava para a garota, segurando seu rosto com uma mão e fumando com a outra.

— Vai me chupar ou não?

— E se eu não quiser?

— Eu te faço querer. - E com isso, ele abaixou a cueca, fazendo seu pau duro saltar para fora.

— Não posso negar que é convincente.

E quando deu por si, teve a cabeça empurrada contra o pau de Choso. Lambeu o pré gozo na cabeça e já foi forçada a engolir tudo. Algumas lágrimas surgiram em seus olhos, mas ela gostava disso.

E adorou a sensação de ser forçada. Quando ele percebeu que Evans engasgava, a soltou e a deixou livre para se movimentar como queria. E foi o que ela fez, usando as mãos na base e a boca em toda a extensão que conseguiu.

O menino gemeu em um tom rouco, jogando a cabeça para trás e soltando a fumaça guardada nos pulmões.

Os dois estavam alucinados, quase quebrando o quarto. Já estavam mais chapados do que antes e as paredes pareciam cortar a distância entre eles.

De baixo, Lexie conseguia apreciar mais ainda a visão. Choso com seus ombros largos e clavícula marcada, ofegando. O abdômen totalmente trincado e o olhar focado na menina.

— Caralho, Evans.

— O que foi? Não está gostando? - Ela se fez de boba, sorrindo e passando a língua pela cabeça do pau dele, ponto mega sensível.

— Tá brincando, porra? Eu quero que você continue até eu gozar.

— Quer que eu continue o que?

— A me chupar.

— Você tem que pedir.

— Por favor, Evans. Me chupa.

E foi isso que ela fez. Sem quebrar o contato visual, colocou tudo que conseguiu na boca e passou as unhas pelo abdômen dele. Assistiu o moreno morder os lábios e pegar seu cabelo com força.

Mesmo fazendo tudo que ele queria, Choso ainda pressionava o quadril contra sua boca, ajeitando-o perfeitamente dentro dela. A cada gemido, a voz dele parecia mais grossa.

Até que Lexie sentiu alguns espasmos vindos dele e entendeu quando sua boca inundou com o líquido quente. Ela mostrou a língua pra ele, fazendo-o sorrir de orgulho e gostar da visão.

Choso apagou o beck e girou o corpo da garota, pressionando suas costas para baixo. Isso excitou os dois, doidos para transar.

— Empina essa bunda gostosa aí, bebê.

Ela sorriu de um jeito safado e fez o que ele pediu, recebendo como consequência um tapa estralado em um dos lados da bunda.

O garoto se sentiu poderoso ao ver a marca vermelha ali e pressionou seu pau, logo em seguida, contra a entrada dela, fazendo os gemidos de ambos escaparem. Roçou a cabeça pela região, delirando de tanto tesão.

Mas antes que pudesse sentir o pau de Choso por completo, um celular começou a tocar. Da cama, Lexie conseguia ver qual nome brilhava na tela do aparelho dela.

Pai

Um suspiro profundo soou pelo quarto junto da música. Ela olhou por cima dos ombros, franzindo as sobrancelhas. Seu pai nunca ligaria para ela essa hora, ainda mais em uma sexta à noite. Ou ele estava bêbado ou era uma emergência.

— Eu tenho que atender.

— Relaxa. Eu vou bolar outro pra gente.

— Obrigada.

Então, durante o tempo em que Choso preparava outro cigarro pra eles, a menina atendeu o telefone. Morria de raiva, mas com seu pai não poderia demonstrar isso. A não ser que quisesse ser deserdada.

— Alô?

O que você está fazendo acordada essa hora?

— Te atendendo. - Ela disse em um tom de pergunta. - O que você quer?

Amanhã Toji vai te buscar aí.

— Pra que?

Temos um evento para comparecer.

— E eu preciso ir?

Sim. - Não adiantava nem contestar. Era questão de poupar esforços.

— Que horas?

Às 11:00. Você vai se arrumar aqui, então só venha com ele.

— Eu preciso levar alguma coisa?

Não. As roupas estão aqui. Uma moça vem te arrumar.

— É tão importante assim?

Não me faça repetir. Às 11. Esteja pronta.

— Ok. Tchau.

Ninguém respondeu.

Lexie Evans caiu de costas na cama, com a barriga pra cima e os olhos fechados. Porra, estava cansada.

Família para ela era sinônimo de problemas e disso entendia muito bem. Não entendeu porque tinha que comparecer a um evento desses, mas não tinha nem coragem de contestar o próprio pai.

Só voltou a enxergar quando sentiu um corpo no colchão, ao lado dela, deitado de barriga pra cima.

Choso soltou o anel de fumaça e passou o cigarro para a amiga.

— Problemas de família?

— Nem me fale. Vou ter que sair com ele amanhã. Que ódio.

— Seu pai é ruim?

— Ruim é pouco. A única coisa que ela sabe fazer é se preocupar com a própria imagem.

— Por que? Ele tem dinheiro?

— Ele é dono da mais famosa empresa de auditoria por aqui.

— Qual?

— Fujin.

— Seu pai é Yokasa Tanakagi Evans?

— Surpresa! - A garota debochou, suspirando. Não era fácil ser filha de famoso.

— Caralho, eu não sabia!

— É, normalmente as pessoas não conseguem fazer a relação. Nós não somos parecidos.

— Não mesmo. Ele é escroto assim com você?

— É. Muito. Ele só quer manter as aparências para os outros.

— Foda. Eu não entendo mas imagino que seja péssimo.

— É. - Ela devolveu o cigarro pra ele.

— Ele não se importa com você indo a festas, fazendo bagunça e tal?

— Já se foi a época que ele dava a mínima pra mim. Hoje ele não liga pra merda nenhuma que eu faço. Mas foda-se. Ainda bem.

— Ainda bem.

— Choso?

— Hum?

— Eu acho que eu gosto de você.

— Que? - Ele parecia assustado. Até se afastou um pouco.

— Não, idiota. Não de namorar. - Evans começou a rir, fazendo o menino rir também. - Besta.

— Ah, mano. Sei lá. Você é meio maluca.

— To falando de amizade mesmo. Não quero que isso estrague o que podemos ter.

—  Não tem que estragar nada, bebê. Somos amigos e podemos nos beijar sempre que quisermos.

— Eu gosto da ideia. Mas não morra de ciúmes quando me ver ficando com outras pessoas. Que nem você fez hoje.

— Eu não fiz nada, não. Oxe. - Ele olhou pra janela, com uma feição sem graça.

— Eu vi, palhaço. A cara de ciúmes.

— Ah, Evans. Para, né. Foi você que não deixou nenhuma menina me beijar.

— Eu admito meu ciúmes. Você não.

— Então, tá. Fiquei com ciúmes mesmo, foda-se.

— Viu? Não custa nada admitir.

— Blah, blah, blah. Vem cá.

Ele puxou a amiga e esticou o lençol em cima do corpo deles.

Lexie se aconchegou entre o braço e o peitoral de Choso e colocou uma das mãos na barriga dele. Já o menino fez um carinho no cabelo dela e beijou sua testa.

— Quer que eu vá com você amanhã? Para te ajudar a aguentar ele.

— Não. Não precisa, Choso. Ele nem deixaria.  Mas, obrigada.

— Bom, quando você precisar, já sabe.

— Eu sei. Obrigada.

— Por nada. Boa noite, bebê.

— Boa noite, ciumentinho.

Ambos soltaram uma risada anasalada e o cigarro se apagou. Choso ainda revirou os olhos e deu um tapinha nela.

Apagaram a luz do abajur e esperaram o sono chegar. Não demorou muito até que o ronco de um fosse sobreposto pelo do outro e o dia de amanhã chegasse.

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Já era de manhã quando Lexie sentiu a cabeça latejar e o pulso acelerar. O sol em seu rosto a fez pular da cama, já respirando mais pesado que o normal. Doía tudo. A cabeça, o peito, o pescoço. Suas têmporas gritavam e sua boca se encontrava seca. Além disso, Lexie tremia, como se estivesse com frio, mesmo com a sensação térmica de mais de vinte e quatro graus.

Choso se remexeu na cama acordando aos poucos, assim que percebeu que a garota não estava mais em seus braços. Sentiu o lençol molhado e viu Lexie sentada, abraçando os joelhos. Imediatamente saltou do colchão.

— Evans, o que foi?

Não obteve resposta.

Choso se assustou mais ainda.

— Porra, Lexie, o que tá acontecendo? Fala comigo. - Seu olhar era de preocupação.

Via a menina praticamente se contorcendo em busca de ar, lutando contra o próprio corpo. Como se não bastasse a dor, ela queria gritar. Mas nem forças para isso tinha.

Era absurdo como o efeito das drogas a fazia refém. Mesmo sabendo que no dia seguinte passaria por tudo isso, a dependência era tamanha. Tamanha que não dava para parar. Nunca mais.

— Choso, por favor. Você… - Ela sussurrava, tentando usar os pulmões. Reformulou as palavras para algo mais simples. - Vá no meu quarto.

— Pra que? - O menino estava prestes a gritar de desespero.

— Preciso… que pegue uma caixa dentro da…gaveta…uma caixa vermelha. - Tudo que Lexie queria naquele momento era fechar os olhos e dormir. - No meu quarto.

— Eu vou ligar pra ambulância. Você precisa ir pro hospital.

- Não. Não, por favor. Só…faça isso.

A respiração descompassada piorava naquele instante. Ficou nervosa ao pensar em ir para o hospital e ter que enfrentar o seu pior pesadelo. Não poderia ser levada por fios e máquinas que respirariam por ela.

Então, diante do desperto da amiga, ele não questionou, apenas enfiou uma cueca e foi em direção a porta, abrindo-a de forma bruta e correndo pelos corredores, olhando os nomes  para encontrar o quarto de Lexie.

No mesmo andar, Gojo e Geto haviam acabado de sair do quarto, porém pararam assim que perceberam a movimentação suspeita. Viram Choso voando até o outro dormitório, abrindo a porta em um só golpe.

Eles estranharam tal comportamento, viram a porta do quarto do garoto escancarada, e decidiram espiar para ver o que acontecia.

Arregalaram os olhos ao verem Evans sentada na cama abraçando os joelhos, enquanto batia na própria cabeça com uma das mãos e murmurava baixinho, provavelmente palavras de culpa. Só um lençol cobria sua pele agora mais branca que o normal.

Não esperaram nada para entrarem no quarto e descobrirem o que estava acontecendo, mas foram impedidos quando Choso chegou os empurrando, entrando no quarto. Apenas o barulho da trança soou.

Ambos ficaram confusos com o que estava acontecendo. Pensaram mil coisas diferentes. No mesmo instante, Suguro tomou a frente e bateu na madeira.

—  O que está acontecendo aí dentro?

— Hummm, o que você fez com a bebida dela, Choso? - Gojo brincou, embora fosse com um pingo de verdade.

— Vão embora daqui, porra! - O homem não deu bola para a brincadeira, apenas o ignorou.

Não sabiam ao certo o que fazer, então continuaram parados, na porta. Ainda escutavam algumas palavras, mas não o suficiente para contextualizarem-se no meio da bagunça.

— Aqui, aqui. Precisa que eu faça alguma coisa? O que é isso?

Ele ficou surpreso como, de certa forma, isso parecia cotidiano para ela. Ainda mais quando Lexie Evans abriu a caixa, tomou os dois comprimidos dentro e pegou uma bombinha de asma, aspirando algumas vezes.

Sua mente não parecia estar no lugar certo. Tudo gritava dentro de sua mente e o que tentava pensar era no rosto de sua mãe. No belo sorriso que ela guardava todas as manhãs e mesmo depois de um longo dia.

Alguém para amar.

Lágrimas começaram a cair, dificultando mais ainda a vida da menina. Soluços iam e vinham e nada, nada no mundo iria salvá-la naquele momento.

Uns vinte minutos de silêncio rolaram até a morena se deitar outra vez, jogando água em seu rosto. Tomou um grande gole, também, deixando alguns pingos caírem por seu pescoço.

A palidez cessava aos poucos e a cor natural dos seus lábios voltava a permeá-los. A respiração também estava normalizando e tudo se encaixava gradativamente.

Não tinha amor à vida. Se tivesse, teria parado com esse estúpido vício há muitos anos. E nesse momento, nada a fazia querer o contrário. O choro se formou na garganta, um nó do tamanho de uma bola.

— Ei, você está melhor? Quer mais alguma coisa.

Negou com a cabeça.

— Puta merda, Lexie. - Ele soltou um grande suspiro. - Não dá pra viver assim. Como está se sentindo?

Ele ainda gritava, nervoso. Era plausível a preocupação dele, afinal, a culpa não era sua. Só dela. De Lexie.

— Me responde, porra. Eu vou chamar um médico.

— Não. Não precisa. Eu tô bem.

— Você está tendo uma overdose.

— Não estou. Acredite, é bem pior que isso… - A morena deu uma risada anasalada.

— Não é hora pra brincadeira, Evans. Qual é, você acha legal?

— Olha, eu não preciso que você fique dando uma de meu pai, tá legal? Eu sei me cuidar.

Ela tentou se levantar da cama, mas as pernas bambearam. Sorte era que Choso estava de pé, ao seu lado, e impediu que ela caísse no chão. Estava molenga, fraca.

— Lexie, pelo amor de deus! Eu não sei o que tá acontecendo, mas por favor, tome cuidado. Só isso.

— Pode deixar. - Ela deu um soco no peito do garoto, brincalhona, e se afastou. - Posso tomar um banho aqui?

— Claro, né, bobinha. Eu pego uma toalha pra você, deixa a porta aberta.

— Valeu.

Foi em direção ao banheiro, pedindo qualquer roupa atlética que ele tivesse.

Não demorou muito para sair do vapor quente do chuveiro e enfrentar os olhares do lado de fora. Assim que se secou, vestiu a calça moletom meio folgada do amigo e uma camisa de compressão justa para segurar seus seios no lugar.

Deu uma risada lembrando que estava igual ao segurança do seu pai, Toji.

— Ei, eu já vou indo.

— Onde você vai?

— Treinar.

— Achava que você ia pra casa do seu pai.

— Depois. - Prendeu o cabelo em um rabo desarrumado e abriu a porta. - Até mais, Choso. E obrigada, viu?

— Se cuida. Me liga qualquer coisa.

Lexie sorriu e fechou a porta, dando play na música Self Esteem - Lambo4oe - no fone. Soltou um gritinho baixo quando se deparou com a dupla do lado de fora.

Estavam encostados na parede, conversando. Quando a viram, endireitaram a postura e já foram interrogando-a:

— O que aconteceu, Evans? - Satoru foi o primeiro a se pronunciar.

— Nada. - O tom foi de pergunta.

— Nós vimos você lá dentro. Pálida, gemendo. Pelada.

— Estava passando mal?

— Não.

— Choso te deu alguma coisa? - Satoru continuava com a paranóia.

— Não! - Essa ideia parecia absurda para a menina. - Como sabem disso?

— Então aconteceu alguma coisa. - O moreno revirou os olhos, já sabendo que Evans mentia.

— Desde quando isso é da conta de vocês, posso saber?

— Tudo que acontece dentro dessa fraternidade passa pela gente.

— Se você morresse, seria nossa responsabilidade.

— Ao entrar aqui, eu assinei os termos. Que eu me lembre, ninguém assinou nada por mim.

— Olha, só ficamos preocupados. Qualquer um ficaria.

— E eu estou dizendo que nada aconteceu. Relaxem.

— Certeza?

— Sim. Agora, se me dão licença…

A garota tentou ultrapassar primeiro, à sua direita, Satoru, que se pôs na frente e a impediu de sair do lugar. Lexie bufou, virando para a esquerda. Mas ao tentar passar por ali, quem a bloqueou foi Suguru. Os dois sorriam e provocavam a menina, querendo garantir que ela estivesse bem.

Mesmo que fosse um pouco só.

Ela arqueou uma sobrancelha e fez careta. Tentou outra vez passar. Porém, o que fez foi sambar de um lado pro outro, já que os dois ainda tentavam impedir sua passagem.

Olhou para o chão, fazendo uma feição irritada. Quando o sorriso vitorioso de Satoru foi se formando, Evans apontou para frente e gritou:

— Uma barata!

Gojo pulou praticamente em cima de Suguru, que o segurou pelo braço, como se estivesse protegendo uma criança atrás do seu corpo. O grito estridente dele arrancou uma gargalhada da morena.

Com um espaço vazio entre a parede e eles, Lexie passou por ali sem muito esforço, colocando de volta no ouvido o fone e virando de costas, andando sem olhar para trás, só para mostrar o dedo do meio pros garotos.

Chacoalhou a cabeça e tentou tirar o sorriso do rosto. No entanto, falhou assim que ouviu a gargalhada de Geto, cujo corpo estava quase no chão de tanto rir e as seguintes palavras do seu melhor amigo:

— Você me paga, Evans! - Voltou a atenção ao moreno, gritando. - Para de rir, idiota.

Por esses segundos, esqueceu do que tinha acontecido essa manhã. Foi engraçado e meio divertido. Tirava o chapéu para dizer que eles eram estranhos.

Enfim, saiu da fraternidade, já acostumada com os olhares tortos que recebia. Caminhou até a academia perto do dormitório, que ficava a 5 minutos andando, e se dirigiu direto para os sacos de pancada.

Fazia três dias que não praticava nenhuma atividade física, por causa da correria do dia a dia universitário. Digamos que era bem mais por preguiça do que por falta de tempo.

Mesmo com isso, não deixou de faltar hoje. Preparou as ataduras nas mãos, colocou o devido equipamento e desferiu vários socos nos sacos. Um aquecimento de mais ou menos vinte e cinco minutos.

Viu uma multidão rodeando o ringue, com uma luta acontecendo entre dois adolescentes. Um nocauteava o outro, que apanhava sem parar por uns dois minutos. Seu nariz estava sangrando e com o direto que recebeu, o protetor bucal voou.

Lexie Evans não achou aquilo legal. Digo, era fácil enfrentar um menino menor que ele e pagar de durão. Difícil era aguentar alguém do tamanho dele.

Por isso a garota se esgueirou pelos corpos e atravessou as cordas do ringue, esticando o braço para que o garoto loiro parasse.

Kanye West tocava no auto falante da academia. Praise God.

— Ei, você já ganhou. Não precisa ficar em cima dele.

Ele se virou para trás, encarando a morena por cima dos ombros. Saiu de cima do corpo do menino nocauteado e foi até ela.

Lexie reconheceu quem era no chão.

— Fushiguro, você está bem?

A única coisa que ele foi capaz de fazer foi um joinha com as mãos e se levantar, apoiando nas laterais do ringue.

— Ele tá bem. Aguenta bastante porrada.

— E por que você não briga com alguém do seu tamanho? 

Todos os garotos da roda fizeram um barulho, como se tivessem sentido o desaforo. O garoto riu e cuspiu em um canto qualquer.

— Quer lutar comigo, é isso?

— Aposto que você perderia.

— Vamos ver.

— Mostra pra ela, Naoya!

Seus músculos estavam tensos e os olhos de ambos, focados. O som da galera fazia Lexie levar aquilo mais a sério, afinal nunca tinha lutado na frente de tantas cabeças.

O árbitro improvisado fez o sinal para começarem e os lutadores avançaram, formando a defesa. Naoya foi o primeiro a tentar um golpe.

Sem sucesso, o garoto logo esquivou de um jab e já foi tentar atacar com um cruzado. Mas não contava com os impressionantes reflexos da menina, que o fez cambalear com dois jabs e um direto.

O ringue tremia com cada impacto e os meninos de lá pareciam apreensivos ao gritarem “Naoya!” em reverência, repetidamente.

Que desferiu um direto rápido, mas preciso no rosto da menina. Ela perdeu um pouco o controle, porém o retomou ao se esquivar habilmente de um cruzado. 

Quer dizer, podia ficar ali até amanhã. Mas não estava com paciência. Com o nariz sangrando e o corpo já pedindo arrego, ainda se recuperando do que aconteceu de manhã, ela sorriu, provocativa.

— Isso é tudo que você tem?

Naoya ficou irritado. Nem tentou disfarçar. Ele gargalhou rapidamente e foi para cima dela. Deu vários golpes bem mal executados, para falar a verdade, mas não acertou nenhum.

Lexie respondeu ao ataque com um chute giratório devastador, sem chance de esquiva. Nenhuma delas. Foi na raiva e o acertou em cheio na costela.

Ele caiu no chão e levou mais um soco no nariz, por mera vingança. Lexie, de cima do ringue, piscou para Megumi, que a assistia de longe, segurando um gelo no rosto e acenando.

Que gracinha.

Ficou de joelhos, com o rosto bem próximo do ouvido de seu oponente só para dizer:

— Você se apoia exageradamente na esquerda e abre demais a direita. Cuidado aí, mano.

Pensou até em dar chance para mais gente lutar com ela, mas já era quase hora de ir para a casa de seu pai e uma pequena falta de ar ainda incomodava.

Não estava 100% recuperada. Ou seja, não ia abusar. Mesmo assim, deu dois tapinhas no ombro do oponente e pulou as cordas, aterrissando no chão.

Ignorou as palmas que ganhou, recolheu suas coisas e acompanhou Megumi até a saída, dando a ele alguns conselhos sobre a luta.

Quando chegou na fraternidade, nem passou pela porta. Vendo o relógio marcar dez e quarenta, ficou esperando nas escadas.

Não se passou muito tempo até que Toji desceu do carro - que mais parecia uma limousine de tão chique - e abriu a porta para ela:

— É um prazer revê-la.

O prazer é todo meu, bonitão. Foi o que pensou em dizer.

— E aí, Toji? Você tá bem?

— Estou bem e você? Por favor, entre. - Ele fechou a porta da morena e entrou no banco do motorista, falando enquanto olhava no retrovisor. - Como vai na fraternidade?

— Nada muito novo. Vi seu filho hoje. Estava tomando uma surra no ringue.

— Puta que... - Ele parou. Não queria deixar a personalidade dele real sair. - Quer dizer, vou ligar para ele mais tarde.

Evans sabia quem era o verdadeiro Toji Fushiguro. Sabia que ele não era nada do que fingia ser. Era pior que Gojo e Geto juntos, em todos os quesitos. Aquele uniforme e aquela “educação” só escondiam o rebelde por baixo.

— Relaxa, Fushiguro. Eu não sou meu pai, você sabe disso.

— Ele estava perdendo feio? - Já havia dado partida no carro.

— Nariz sangrando e tudo.

— Porra. Estava quebrado?

— Não sei, mas não se preocupe. Eu tirei o garoto de cima dele.

— Ótimo.

Ele piscou pelo retrovisor e pareceu mais concentrado em fazer uma boa impressão do que questionar sobre seu filho. Vai ver que era o jeito dele.

Ao chegar na mansão de Yokasa, Lexie se viu desacostumada com tudo aquilo. Os poucos dias que ficara no dormitório novo foram suficientes para que ela se esquecesse de como podia viver.

Mas nada mudou demais. A rotina permanecia a mesma. Assim que comeu, tomou outro banho, alguém fez sua maquiagem, ajeitou seu cabelo e calçou seus sapatos como se ela mesma não fosse capaz de fazer isso. Até fez as unhas. E o vestido já estava em cima da cama. Foi só vestir.

Valentino. Custava em torno dos quinze ou vinte mil dólares.

Não entendia o exagero, mas não tinha como contestar, já que seu pai já estava no evento. Chegava mais cedo para lidar com algumas questões profissionais.

Alguma música no estilo clássico, misturado com jazz e MPB, tocava, no salão gigantesco como se a playlist do local fosse composta só de um gênero.

Já fazia alguns minutos desde que Lexie Evans sentava em uma das mesas de centro naquela festa da empresa do pai dela e nada, nem ninguém que ela conhecia havia chegado.

Também não faria grande alarde. A única pessoa que deveria aparecer e que ela conhecia era Noritoshi, filho de um sócio muito importante de seu pai que por vezes, já passou as férias com a garota.

O local era grande, com diversas mesas espalhadas e uma pista de dança colorida de frente para a cabine de um DJ, que ainda estava vazia devido ao horário.

Muitos arranjos de flores enfeitavam as paredes como se aquele fosse um casamento, e em cada canto tinha um tipo de comida diferente. Exatamente como uma festa de luxo se pareceria.

Seus brincos Saint Laurent refletiam a luz dos lustres bem polidos em cima de sua cabeça, além de pesarem a cabeça da garota por conta do peso das pedras. 

Não podia ligar menos pra toda essa boa aparência, mas seu pai ligava. De jeito nenhum gostaria que vissem sua filha do jeito que ela gostaria de estar: no mínimo, de terno. E com grandes e velhos coturnos.

Garçons passavam por lá com vinhos, champagnes e whiskys nas bandejas, oferecendo para quem quisesse. Era só esticar a mão e pegar.

E tudo era pior ainda para Evans. Usando um vestido apertadíssimo, que cobria suas tatuagens dos braços, ela se sentia desconfortável até para infartar. A sensação era que a cada segundo estava mais próxima de explodir.

Ainda mais com a perna exposta com uma fenda absurda, que aumentava ainda mais quando ela andava ou cruzava as pernas ao sentar.

Seu cabelo estava preso, com aspecto molhado e a maquiagem desenhava seu rosto de maneira natural, na medida do possível; delineado afiado, cílios estendidos e um batom vermelho.

A pior parte eram os saltos. Um pesadelo. Pretos e grandes demais, tão finos que a faziam duvidar se conseguia andar ou não. Parecia um boneco de posto.

Mais de mil pessoas estavam lá e a metade ainda nem confirmara presença. Todos de roupas caras e marcas que davam de 10 a zero na Chanel.

A empresa de seu pai era gigantesca e a estrela maior era ele. Todos os parabéns, discursos, projetos e planos eram direcionados a ele, ou para ele.

E isso respaldava em Lexie, claro. Que lutava contra a vontade de ficar bêbada, estragar a noite e apanhar do pai. Deveria ficar quieta e aguentar; era o mais simples e sábio a se fazer.

Tranquila até então, ficou encarando as próprias unhas e os pés, sem saber o que fazer ou como se portar. Deu alguns sorrisos falsos a pessoas que ela nem conhecia e deu um gole na água a sua frente.

Mas, ao ouvir um alvoroço do lado da porta e levantar a cabeça, todo seu tédio sumiu. Vários fotógrafos e até mesmo paparazzis na frente do buffet ligaram seus flashes e por um minuto, Lexie pensou que ia desmaiar.

Uma descarga elétrica atingiu seu corpo e todos seus pelos arrepiarem.

Satoru Gojo e Suguru Geto entraram pela porta.

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