iv. crazy people understand each other
𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗤𝗨𝗔𝗧𝗥𝗢
❝ pessoas loucas se entendem ❞
Era uma da tarde quando Elisabeth chegou em casa do primeiro dia de aula da faculdade. Não teve nada de muito importante, apenas apresentações e como iria funcionar as aulas, mas a partir de amanhã, as aulas vão começar para valer. E confessamos que a mesma está ansiosa para isso acontecer.
A morena estava ajeitando seu almoço na companhia de sua gata quando ouviu alguém bater em sua porta, a mesma foi em direção ao objeto e a abriu, vendo Vanessa a sua frente.
—Vanessa, oi! — ela a cumprimentou com um sorriso.
—Oi Elisa. — ela sorriu também. — Está ocupada?
—Eu estava fazendo meu almoço, por que?
—Aconteceu uma invasão na Freddy's e eu acabei encontrando isso aqui. — a loira diz mostrando um frasco laranja com remédios. — Só você e Mike ficam lá, então esse frasco é de um de vocês dois, creio que não seja seu, mas mesmo assim é melhor perguntar.
—Vanessa, isso claramente são remédios para dormir e você sabe muito bem que eu vivo de cafeína e energético para não dormir, acha mesmo que isso é meu?
—Então, temos que ir para a casa de Mike. — a Shelly disse se virando e caminhando até o seu carro.
—Espera aí, temos? Tipo, eu tenho que ir junto? — Vanessa se virou e confirmou. — Mas por que?
—Vocês são amigos a mais tempo, talvez ele se sinta mais confortável em falar sobre esse assunto com alguém mais próximo.
É, por parte ela está mais do que certa.
—Só deixa eu desligar o fogão. — a morena diz entrando dentro da sua casa.
Após verificar se tudo estava desligado e em ordem, ela trancou a sua casa e entrou no carro da policial. Como a casa de Mike é perto da de Elisabeth, não demorou nem cinco minutos para chegarem na residência do Schmidt. Vanessa estacionou o carro e as duas saíram do veículo, assim que chegaram na frente da porta, bateram no objeto, segundos depois Mike abriu a porta.
—Oi, Elisa. — ele diz com um sorriso ao ver a mulher a sua frente, com o mesmo sorriso de sempre. — E Vanessa. — seu sorriso sumiu quando viu a loira ao lado da Lewis, visivelmente surpreso ao ver a policial ali.
—Oi, Mike. — Elisa o cumprimento ainda com um sorriso nos lábios, Vanessa apenas acenou para ele. Abby logo apareceu atrás da porta ao lado do irmão mais velho. — Oi Abby! — ela diz acenando para a mais nova que acenou de volta com um sorriso.
—Vanessa, essa é Abby. Abby, Vanessa. — Mike apresentou as duas visto que a loira ainda não conhecia sua irmã.
—Oi Abby. — Vanessa a cumprimentou. — Mike não me disse que tinha uma filha.
—Que nojo! — falou Abby com uma cara de nojo.
—Não, Abby é minha irmã.
—Bom, ele também não me contou que tinha uma irmã. — disse a loira com um pequeno sorriso.
—Vocês duas vieram prender o Mike? — perguntou a mais nova.
—Certo, Abby, pode ir brincar no seu quarto para Elisa, Vanessa e eu conversarmos? — a pequena assentiu com a cabeça.
—Foi um prazer conhecer você, Vanessa. Tchau Elisa! — ela deu tchau para a morena acenando e com um sorriso, fazendo com que a mais velha imitasse seu ato. Logo a mais nova foi para o seu quarto.
—O que estão fazendo aqui? — perguntou.
—Alguém invadiu a Freddy's. — foi Elisa que respondeu.
—O que? O que aconteceu?
—Você reconhece isso? — questiona Vanessa mostrando o frasco laranja para o moreno, fazendo o mesmo respirar fundo e se ajeitar antes de responder.
—Não é o que pensa. É remédio para dormir. Me ajuda a dormir.
—Eu sei o que é, Mike. Está escrito no frasco. Mas saiba que, se estiver muito chapado para lembrar de fechar a porta, acidentalmente ou não, você é o responsável. Isso se chama negligência criminal.
—Não é assim, Vanessa, eu estava com ele, eu vi o Mike trancando as portas. Estava tudo em ordem quando saímos.
—Não o defenda, Elisabeth. — disse a loira olhando para a morena.
—Eu não estou o defendendo, só estou dizendo que não se deve o acusar assim sem saber realmente o que aconteceu. Eu estava lá, eu vi ele trancando todas as portas antes de sairmos.
—Mas essa prova aqui. — novamente ela mostra o frasco. — Mostra que ele é o responsável.
—Você não entenderia. — a voz de Mike fez as duas o olhar, ele estava olhando para o chão.
—Então me ajude. Porque depois que eu fizer o relatório, está fora das minhas mãos.
Mike olhou para dentro da sua casa antes de voltar o olhar para as duas mulheres a sua frente.
—Quer dar uma volta? — ele perguntou, visivelmente para Vanessa visto que não havia dito no plural e por ela se a policial deveria ser com ela. Elisa já estava se preparando para ir embora. — Elisa. — a voz dele a fez se virar e olhar para ele. — Quer dar uma volta? — perguntou novamente olhando para a Lewis. Elisabeth olhou para Vanessa e depois olhou para o Schmidt novamente.
—Tudo bem. — ela aceitou com um sorriso. Mike começou a caminhar e Elisa olhou para Vanessa de novo. — Pode ir, eu volto para casa depois. Não irei garantir se irei contar o que ele me disser.
A Shelly assentiu com a cabeça e foi até o seu carro. Elisabeth começou a andar atrás de Mike que estava a esperando. O mesmo a levou até um lugar mais vazio para conversarem melhor. Não era muito longe da sua casa, era um gramado com uma espécie de "rio" a frente deles. Os dois se sentaram na grama e a mulher esperou ele começar a dizer.
—Você sabe que eu tinha o meu irmão Garrett, não é? — começou a falar, Elisa assentiu com a cabeça e começou a prestar atenção nele. — E quando eu tinha uns doze anos, ele foi sequestrado, eu havia contado para você no nosso primeiro dia de trabalho que ele havia desaparecido. Eu estava lá quando aconteceu. Nunca acharam quem levou ele, e nunca acharam o meu irmão. Uma teoria diz que não conseguimos esquecer as coisas. Basicamente ela diz que cada coisa que você vê durante a vida toda, até os mínimos detalhes, fica guardado dentro de você. Basta saber onde procurar.
—Seu irmão... Você acha que viu quem levou ele?
—Eu sei que vi. E sei que ele está aqui. — disse apontando para sua cabeça. — Mas está enterrado. Então, todas as noites eu sonho, volto à mesma lembrança e procuro por detalhes, qualquer coisinha que deixei passar. — um silêncio se instalou entre eles por alguns segundos. — É, geralmente é nessa hora que as pessoas dizem que eu sou louco.
—Você não é louco, Mike, e eu sei muito bem o que é uma loucura de verdade. Eu entendo você completamente e isso está bem longe de ser uma loucura.
—Como assim? — ele perguntou visivelmente confuso. — O que aconteceu com você, Elisa?
A Lewis respirou fundo.
—Não é hora de falar sobre mim, ainda mais agora que você acabou de falar sobre um momento delicado da sua vida. — ela deu de ombros. — Talvez depois.
—Liz, você pode confiar em mim, pode me contar. — ele diz segurando sua mão. — Eu não me importo se você falar.
—E quanto ao remédio? — a mesma mudou de assunto. Iria falar sobre aquilo depois. Mike percebeu isso e decidiu não a forçar naquele momento.
—Voltar para o mesmo sonho, o mesmo lugar, todas as noites, não é fácil. Então os comprimidos me ajudam e mais outras coisas, tipo visões e sons conhecidos.
—Está a fim de curtir? — ela disse se lembrando do pôster de Nebraska que Mike havia colocado na sala das câmeras.
—Visite Nebraska. — ele completou e ambos deram uma gargalhada.
—Sua irmã parece legal, eu gostei dela. São só vocês dois?
—Sim, somos só nós. Nossa mãe morreu há pouco tempo. Meu pai não suportou a perda, então... — ele acabou não completando, mas Elisa acha que entendeu o que ele quis dizer. — É muito louco, quando o Garrett e eu éramos pequenos, eles eram aqueles pais perfeitos dos antigos programas de TV. Tipo, todas as noites, a gente se sentava, jantava em família, dava as mãos e rezávamos.
—Devia ser muito legal. — ela disse dando um sorriso meio triste e um olhar meio vago.
—É, naquela época, eu achava que era uma chatice. Mas acabou...
—Você e Abby, ainda tem um ao outro. E bom, eu diria que você tem sorte. — o seu sorriso ficou mais largo quando falou isso.
—E quanto a você? Eu já falei de mim, aproveita que estamos na hora das confissões.
O olhar de Elisabeth foi para o a grama abaixo de si.
—É complicado...
—Pode falar. Pode confiar em mim, sabe disso não é?
A morena o olhou e deu um sorriso pequeno, mas logo seu olhar foi para a grama de novo.
—Você sabe que eu nunca tive um pai, não é? — Mike confirmou. — Sempre foi minha mãe, Elena e eu. Minha mãe disse que meu pai era um babaca que a largou grávida de duas meninas gêmeas que estavam prestes a nascer por causa de outra mulher que tinha um corpo mais bonito e era mais nova. Desde então, minha mãe sempre lutou para cuidar de Elena e eu. E ela conseguiu, ela foi uma ótima mãe para nós duas. — Elisa respirou fundo antes de continuar. — Um dia, minha mãe resolveu fazer um piquenique em uma praça aqui perto, nós duas tínhamos uns dez anos, acho. Eu e a minha irmã estávamos brincando de esconde-esconde, nossa brincadeira favorita. Estava na minha vez de procurar, eu andava e andava, mas não a achava, o que era bem estranho já que Elena era péssima para se esconder, foi quando no meio de alguns arbustos, eu a achei, sem vida, com um ferimento profundo em seu estômago. Foi quando eu vi alguém se afastando, um vulto, eu tentei ir atrás da pessoa que poderia ter matado a minha irmã, mas minha mãe acabou me alcançando e me puxou para longe.
—Você nunca descobriu quem matou a sua irmã? — Elisa negou com a cabeça.
—Nos mudamos duas semanas depois que isso aconteceu. Minha mãe havia conseguido um emprego em uma outra cidade e foi a brecha perfeita para irmos. Depois foi apenas eu e ela. Quando eu tinha dezenove anos, minha mãe descobriu que estava com câncer, e como já estava muito avançado, não tinha mais o que fazer. Dois meses depois ela morreu. Eu não trabalhava naquela época, mas logo arrumei um emprego de meio período para pelo menos pagar a faculdade e as contas de casa. Foi quando recebi uma carta do banco, indicando que havíamos uma dívida pendente. Mike, não foi mil, dois mil dólares, foi mais de dois milhões. — o Schmidt ficou surpreso com isso. — Minha mãe fez uma divida de mais de dois milhões de dólares, e como ela morreu, quem teria que pagar a dívida? Eu sai da faculdade, vendi a casa da outra cidade, já que ela valia mais, e como a nossa casa aqui só estava sendo apenas alugada, eu peguei a casa de volta e comecei a morar aqui. É por isso que eu trabalho tanto, Mike, eu pago essa dívida há quatro anos, e ela só está acabando agora, falta umas três parcelas para eu finalmente ficar livre.
—Você sabe o por quê de sua mãe ter feito essa dívida? — ela negou com a cabeça. — Você não pensou em procurar o seu pai para tentar pedir ajuda?
—Não, ele nunca esteve presente, não seria agora que estaria, não é? — ele concordou. — Então, eu preferi sacrificar minha vida ao trabalho para pagar essa maldita dívida.
—É, Liz, nós temos mais coisas em comum do que imaginávamos.
—A diferença é que eu não volto no mesmo sonho para ver o que aconteceu com a minha irmã. Eu sonho com isso todos os dias, mas não faço questão de voltar. Prefiro deixar no passado e viver o presente. Mas esse dia sempre me atormenta.
A Lewis sentiu o mesmo tocar o seu ombro e ela o olhou.
—Você é forte, Liz, agora eu entendo o porquê você disse que me entende.
A mesma deu um riso fraco.
—Se você é louco, eu também sou louca, e pessoas loucas se entendem. — ela sorriu fazendo o Schmidt também sorrir.
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Oioi gente! Espero não ter demorado tanto para postar KAKAKAKAK
Eu tô completamente apaixonada por esses dois meu Deus😭💜✨️
Os capítulos estão ficando curtos porque não quero que essa fanfic acabe logo, porque sim, vai ser uma fanfic curta de poucos capítulos, então estou estendendo um pouco para não acabar rápido🤪
Próximo capítulo pretendo fazer muitas cenas deles dois juntos além de um pouco da amizade da Elisa com a Abby!
Avisando aqui que, o próximo capítulo de Secrets from Past só vai ser publicado quando o capítulo onze de Golden Hour for publicado.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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