ii. crazy things
𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗗𝗢𝗜𝗦
❝ coisas loucas ❞
—Três... Dois... Um... Pronta ou não, aí vou eu! — disse Elisabeth quando terminou de contar. Ela começou a olhar em volta do parque a procura de Elena. As duas estavam brincando de esconde-esconde, a brincadeira favorita delas.
—Elisa, não vá para muito longe. — ouviu sua mãe dizer. A pequena Lewis apenas assentiu com a cabeça e voltou a andar pelo parque para procurar a sua irmã.
Elisabeth andava pelo lugar e procurava Elena em cada canto que dava para se esconder. Entre as duas, Elisa era a melhor no esconde-esconde, então com certeza a outra Lewis estaria em um lugar fácil de se esconder.
Mas aos poucos enquanto andava, Elisa não tinha mais dez anos, ela estava com seus vinte e três anos que tem atualmente. Seus pés se movimentavam com rapidez enquanto via as pessoas ficarem mais longe e as árvores começando a ficarem mais presentes.
—Elena? — a chamou. — Elena, cadê você?
Elisa andava com certa rapidez enquanto procurava a irmã. Já deveria ter a encontrado, não é? Elena sempre se esconde em lugares fáceis, isso fez a mais velha a sentir o desespero crescer dentro de si.
—Elena, para com esse tipo de brincadeira! Não tem graça!
Foi quando no meio de alguns arbustos, a Lewis mais velha achou o corpo de uma criança de dez anos completamente ensanguentado. Ao reparar melhor no rosto da pequena, percebeu que era sua irmã. Havia um ferimento profundo em seu estômago, que não parava de jorrar sangue. Os olhos de Elisa começaram a arder conforme as lágrimas se formavam e seu coração doía como nunca. Ela se ajoelhou ao lado da irmã e colocou a mão em seu rosto, enquanto soluçava. Foi quando a morena viu um vulto não muito longe delas. Elisabeth se levantou e começou a caminhar em direção ao tal vulto que havia visto. Quem seria essa pessoa? Seria ele ou ela que matou a sua irmã?
O barulho de alguém caindo e um som de despertador fez Elisabeth despertar de seu sonho em um pulo. Ela ainda estava meio sonolenta, o que fez a mesma demorar um pouco para raciocinar onde estava, e logo ela percebeu que estava na Freddy's, seu novo local de trabalho. Ao olhar para o chão, ela viu Mike caído, provavelmente ele também deve ter sonhado e acabou caindo.
—O que aconteceu? — a morena perguntou para o Schmidt que se endireitava para se levantar.
—Acho que acabamos pegando no sono. — ele disse se levantando. — Inclusive está na hora de irmos.
Foi então que Elisa se tocou. Ela dormiu no trabalho. Se fosse em qualquer trabalho, a Lewis teria sido demitida ou levado uma grande bronca.
Mas o que parece, aqui não tem isso. O que ressalta o fato do trabalho deles dois ser fácil. Eles só precisam ficar de olho nas câmeras, bom, eles dormiram, mas isso a gente deixa apenas entre eles.
Os dois arrumaram suas coisas e se certificaram se estava tudo em ordem na Pizzaria e depois saíram do comércio. O dia já havia amanhecido e os raios de sol já estava iluminando as ruas.
—Bom, nos vemos amanhã, Mike. — Elisa se despediu com um sorriso e começou a caminhar para ir até sua casa.
—Elisa. — a voz do Schmidt fez a morena parar de andar e olhar para ele. — Seu carro está por aqui? Ou o ponto de ônibus é perto?
A Lewis negou com a cabeça.
—Eu vou a pé para casa. — respondeu, fazendo o Schmidt a olhar com um olhar surpreso.
—A pé? Mas é uma hora de distância a pé.
—Eu sei. Já estou acostumada. — deu de ombros. — Te vejo amanhã. — ela se virou novamente para voltar a andar em direção a sua casa.
—Ei. — a voz de Mike a fez parar e se virar novamente. O moreno apontou com a cabeça para o seu carro. — Entra, eu te dou uma carona. — disse já abrindo a porta da parte do motorista para entrar dentro do carro.
—Não, Mike, não precisa... — diz negando com a cabeça. — Eu não quero incomodar.
—Não me incomoda. Pode entrar, eu te deixo em casa.
Elisa pensou um pouco até que resolveu aceitar a carona. Ela se aproximou do carro de Mike e entrou no veículo na parte do passageiro. O Schmidt também entrou no carro e logo deu partida no automóvel para ir em direção a casa da Lewis.
—Está morando no mesmo lugar? — perguntou, fazendo a morena assentir com a cabeça.
—E você? Ainda somos vizinhos separados por uma rua? — disse dando uma gargalhada.
—Sim, ainda somos vizinhos separados por uma rua. — ele deu um sorriso fraco.
Aí vocês se perguntam, como que ambos sabem onde o outro mora? Na época da escola, eles tinham um trabalho escolar para fazer em dupla, e eles foram uma dupla. Pelo trabalho ser muito grande, eles dividiram em dois dias, um dia na casa de Mike e o outro na casa de Elisabeth, por isso eles sabem onde o outro mora.
—Como era lá na outra cidade? — Mike perguntou para tentar puxar assunto.
—Olha, não era a mesma coisa daqui. Era bem diferente. Mas acabei me acostumando rápido.
—Por que você havia se mudado mesmo?
—Minha mãe conseguiu um emprego melhor lá. E já estávamos bem abaladas com a morte de Elena, então foi bom, por parte.
Mike não iria admitir isso para ela, mas o mesmo sentiu falta da Lewis na sala de aula. Era como se o motivo dele ir para a escola todos os dias sumisse de um dia para o outro. E como eles não eram amigos tão próximos, ele só descobriu quando uma das amigas de Elisa contou para sua outra amiga. Como a Lewis era um pouco popular na escola, o assunto ficou presente naquele lugar por uns três dias.
O percurso de uns trinta minutos foi resumido em Elisa contando tudo o que havia acontecido na outra cidade. Isso não foi ruim, pelo contrário, Mike amou ouvir ela falando cada detalhe. O assunto logo mudou para os croquis de moda que ela pensa em fazer.
—Eu quero muito fazer um vestido com bastante tule e perfeito para um baile de formatura. Uma pena que isso só vai ficar no papel. — disse dando de ombros.
—E por que?
—Não tem nenhuma ocasião para usar, além de que, o material costuma ser bem mais caro do que a mão de obra. Mas quem sabe um dia. — só então ela havia percebido que chegou em sua casa. — Desculpa, estou falando demais e tomando muito do seu tempo.
—Não está, pode falar. — o Schmidt disse com um sorriso fechado.
—Hoje a noite. Agora precisamos descansar. — disse colocando a mão na maçaneta da porta para sair do carro.
—Passa lá em casa, quando estiver perto do horário. — diz antes dela sair, fazendo Elisa o olhar. — Podemos ir juntos para o trabalho, moramos perto e somos amigos.
Bom, pelo menos ele acha que são amigos.
A Lewis deu um sorriso.
—Está bem, te vejo mais tarde, Mike.
E então, ela saiu do carro e caminhou até a porta da sua casa. Antes de entrar, ela verificou a caixa de correio e viu um envelope ali, o pegando e logo entrou dentro de sua residência. Mike esperou Elisa entrar dentro de casa para depois ir embora.
Após ela se trocar e viu ao que se referia a carta. Já esperava ser uma carta de cobrança do banco por ter atrasado o pagamento, mesmo já tendo pago a parcela pendente, mas se surpreendeu ao ver que era da faculdade que havia feito a prova para conseguir a bolsa de estudos. A ansiedade tomou seu corpo enquanto abria o envelope e lia o papel. Um grito animado saiu de seus lábios quando terminou de ler a carta.
—Eu passei! — vibrou em animação enquanto se levantava do sofá. A sua gata, que estava dormindo, olhou para ela com uma carinha meio confusa. — Eu passei, Nala! — disse pegando a gata no colo e a abraçando enquanto rodopiava pela sala.
Elisa estava feliz, pelo menos um sonho seu iria voltar a ser realizado. Iria voltar a fazer a faculdade de seus sonhos e se persistir, conseguir finalmente chegar ao seu destino de ser uma estilista.
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Já era de noite e estava na hora de Elisa se arrumar para o trabalho. Ela passou o dia resolvendo essa coisa da faculdade, como matrícula e compra de alguns materiais obrigatórios. Já estava tudo certo, a morena iria ter seu primeiro dia de aula amanhã, e confessamos que a mesma estava bem animada para isso. Após tomar o seu banho, fazer sua maquiagem básica de sempre e arrumar o cabelo, ela foi para o seu guarda-roupa para montar alguma combinação de roupa. Diferente dos outros dias, ela ficou mais tempo do que deveria vendo qual roupa deveria ir. Normalmente a Lewis só pega uma roupa que seja confortável e aparentavel para ir trabalhar. Mas dessa vez, ela analisava cada peça com muita atenção, e em menos de vinte minutos, sua cama já estava cheia de peças de roupa que ela tirou do armário.
—Nala, você acha que ele vai gostar dessa? — perguntou olhando para a sua gata, essa que olhou para a dona e miou em resposta. Ela segurava uma camisa social branca de manga junto com um colete de tricô preto. — Vou entender esse miado como um sim. — disse dando uma gargalhada. Logo ela balançou a cabeça em negação. — Por que eu estou preocupada com isso?
Apesar de estar um pouco frio lá fora, Elisa não sentia muito frio, e então, ela acredita que essa roupa vai ser quente o suficiente para ela.
Elisa se arrumou, colocou a camisa social e o colete de tricô e uma calça estilo wide leg preta, no pé ela usava um all star preto de cano alto, o mesmo de sempre. Ela arrumou suas roupas e sua mochila para trabalhar, se despediu de Nala com um abraço e um beijo, viu se estava tudo certo para a gata ficar sozinha, como pote de ração e água cheio e caixa de areia limpa. Por estar chovendo, uma chuva bem forte aliás, com direito a raios e trovões, ela pegou sua capa de chuva e logo saiu de casa. Como a residência de Mike era na rua de cima da sua, não demorou nem cinco minutos para ela chegar em seu destino, por causa dessa caminhada, o frio nem a incomodava mais, para sermos bem sinceros, ela estava ficando com calor a cada segundo que se passava. Elisa bateu na porta da casa de Mike e demorou uns dois minutos para ela ser aberta. O Schmidt paralisou ao vê-lá a sua frente, claro, ele já imaginava que seria ela, visto que Max, a babá de sua irmã, não bate na porta, ela só entra, então com certeza seria Elisa. Mas ele paralisou porque achou Elisabeth Lewis linda, não que ela não seja, porém de certa forma, aquilo mexeu com o moreno.
—Elisa, oi. — a cumprimentou depois de sair de seu transe.
—Oi Mike. — ela o cumprimentou com um sorriso. E aquele sorriso fez o Schmidt se apaixonar ainda mais por ela.
—Entra, já vamos, só preciso terminar de me arrumar. — disse dando espaço para ela entrar. — Só não repara a bagunça. — diz quando a mesma entrou dentro de sua casa e quando ele fechou a porta.
O olhar de Elisa imediatamente foi para Abby, que estava sentada no chão desenhando, e a pequena também olhou para a mais velha.
—É a sua irmã? — perguntou para Mike apontando para Abby, e só então que ele se lembrou de apresentar elas duas.
—Ah, claro, as apresentações. Abby, essa é Elisa, Elisa, Abby. — disse apontando para cada uma conforme apresentava.
—Oi Abby. — ela a cumprimentou com um sorriso enquanto acenava para a mais nova.
—Oi. — a mais nova também sorriu. Logo ela ficou um pouco pensativa enquanto olhava para a mais velha. — Ei, você por acaso é Elisabeth Lewis?
—Sim, sou eu, por que?
—Meu irmão fala muito de você. — disse com um sorriso. Elisa olhou para Mike, este que estava surpreso com o que Abby havia falado.
—Ah é? O que ele fala de mim, Abby? — perguntou voltando a olhar para a garota.
—Ele diz que você tem um lindo sorriso e olhos que brilham como estrelas. — ela respondeu enquanto dava uma gargalhada.
—Abby. — o mais velho a repreendeu. Novamente Elisa olhou para ele e o mesmo estava meio sem jeito e suas bochechas estavam começando a ter uma coloração mais rosada. — Vai para o seu quarto antes de falar mais besteira.
—Não, eu quero ficar aqui com a Elisa. Podemos desenhar, você gosta de desenhar? — perguntou para a mais velha.
—Eu amo desenhar! — respondeu, e o sorriso de Abby se alargou ao ouvir a resposta. — E também você pode me falar mais sobre esse assunto. — ela diz isso mais para provocar o Schmidt ao seu lado.
—Abby, vamos. — novamente Mike disse e apontou com a cabeça para onde seria o quarto de Abby.
A mais nova meio cabisbaixa se levantou, pegando seus materiais de desenho e indo em direção ao seu quarto.
—Tchau Elisa. — ela se despediu parando no corredor com um sorriso.
—Tchau Abby. — se despediu com um sorriso e um aceno de mão. A mais nova entrou no seu quarto. A morena olhou para o Schmidt com uma cara séria. — Você é um péssimo irmão! Coitada! — o repreendeu, fazendo o mesmo rir. — Estou falando sério!
—Nós vamos se atrasar. — disse mudando de assunto. — Fica a vontade, não demoro.
E então, ele foi em direção ao seu quarto. Como o moreno disse que não iria demorar, Elisa decidiu ficar em pé mesmo enquanto o esperava. Foi questão de minutos quando ela ouviu uma barulheira no corredor.
—Eu quero ir com vocês! — ouviu Abby dizer.
—Abby. — disse Mike.
—Eu não quero ficar aqui com a Max!
—Abby! Abby!
—Não! Não pode me obrigar!
—Sim, eu posso sim.
—É meu!
Elisa viu Mike passando pelo corredor enquanto segurava Abby, essa que estava se debatendo para se soltar.
—Me solta! — gritou puxando o moletom do mais velho. — Elisa me ajuda! — gritou novamente enquanto segurava na parede.
—Abby! — disse Mike a puxando. Logo eles sumiram no corredor de novo.
A porta atrás de Elisabeth é aberta, fazendo a mesma se virar para ver quem havia entrado. Era Max, a babá de Abby e a amiga de Mike. A mulher olhou para ela com uma cara séria enquanto a Lewis a cumprimentou com um sorriso e um aceno de mão, mas Max apenas a ignorou.
—Ela é toda sua. — a voz de Mike ecoou, fazendo as duas olharem para ele. — Vamos, Elisa.
Os dois saíram da casa do Schmidt e entraram no carro. Mike deu partida no veículo e começou a dirigir em direção a Freddy's.
—"Ele diz que você tem um lindo sorriso e olhos que brilham como estrelas". — Elisabeth repetiu o que Abby havia dito antes. Ela olhou para Mike e já viu suas bochechas começar a ter uma coloração rosada. — Então, você fala de mim? — disse com um sorriso.
—Olha... Não é o que você está pensando, tá? Abby é uma criança, não sabe muito bem o que fala. — ele diz meio sem jeito, tentando reverter a situação.
—Acredite, criança sabe mais do que qualquer adulto nessa idade, elas nunca mentem, aprendi isso quando fui babá. — ela ficou um pouco pensativa, se lembrando do dia que perdeu seu emprego quando a menina mentiu para facilitar o lado de sua mãe e aos poucos o seu sorriso foi se desmanchando. — Bom, nem todas.
Mike a olhou de relance para não tirar sua atenção da estrada e viu que ela estava meio séria.
—Por que diz isso? — perguntou, a morena deu de ombros.
—Perdi meu emprego por causa de uma menina que preferiu mentir para não levar bronca da mãe.
—Eu sinto muito por isso...
—Não tem problema. Pelo menos veio algumas coisas boas. Consegui outro emprego, te reencontrei depois de anos e eu passei na faculdade.
—Sim, até que teve... Espera, você passou na faculdade? — disse olhando para ela rapidamente mas logo voltou sua atenção para a estrada. Elisa confirmou com um sorriso. — Por isso percebi que estava mais sorridente hoje. Quando descobriu?
—Hoje de manhã quando você me deixou em casa. A bolsa é cem por cento, só preciso comprar os materiais. Vou começar amanhã às dez. — ela disse animada. — Eu estou tão feliz por isso! Nem acredito que vou voltar a realizar o meu sonho!
Assim como Elisa, Mike também estava feliz, estava feliz por ela estar feliz. Elisabeth é uma pessoa que sempre está sorrindo e é bem animada, bom, pelo menos é o que o Schmidt lembra, você nunca vai ver Elisabeth Lewis triste e cabisbaixa. Ela é como se fosse um sol em tempos nublados, sempre animando qualquer pessoa cabisbaixa com seu brilho e alegria.
A Lewis nesse momento dava graças a Deus por Mike lhe oferecer uma carona até o trabalho, imagina ir andando nessa chuva forte?
O caminho até a Freddy's demorou um pouco mais por causa da chuva, então o caminho de trinta minutos se transformou em uma caminho de quarenta minutos. Quando chegaram no seu destino, entraram correndo na pizzaria por causa da chuva e foram direto para a sala das câmeras.
—Eu vou, colocar um papel na parede, se importa? — perguntou, a Lewis negou com a cabeça.
O Schmidt colocou um pôster de "Nebraska" na parede perto dos monitores, claro, de uma forma remendada visto que havia rasgado quando tentou pegar no teto de seu quarto. Elisa olhou para o papel confusa. Por que ele colocaria um pôster de Nebraska?
Mas é claro que ela deixaria essa pergunta para depois.
—Então, você já foi babá? Antes de ser segurança aqui. — perguntou o Schmidt enquanto se sentava ao lado da Lewis.
—Já fui de tudo. Babá, garçonete, faxineira, já passeei com cachorro, jardineira, costureira, vendedora, taxista, bom, isso foi até roubarem o meu carro. — ela disse dando uma gargalhada, fazendo o Schmidt imitar o ato da mulher. Mas imediatamente ele ficou confuso com tanta vaga de emprego que Elisa já teve. É uma coisa que, pela condição que a mesma teve na época que ele a conheceu, não deveria trabalhar tanto assim que nem ela trabalha, visto que sua condição financeira era muito boa na época.
—Por que teve tantos empregos, Elisa? — perguntou, fazendo Elisabeth se arrepender amargamente de ter falado quase todas as suas profissões até o momento. — Por que trabalha tanto?
A Lewis pensava se poderia contar para ele o real motivo de trabalhar tanto. Mas nem mesmo Vanessa, que é sua melhor amiga, sabe o motivo, por que Mike saberia? Eles se reencontraram no dia anterior depois de anos sem se verem, e eles nem eram amigos na época da escola.
—Sua irmã é uma graça, quero vê-lá mais vezes, e dessa vez, deixa eu desenhar com ela, tá legal? — ela mudou de assunto. Pelo menos por enquanto não era o momento ideal de falar sobre o motivo de seu currículo ter aquilo tudo de emprego.
—Tá legal, você quem manda. — ele decidiu seguir o assunto que ela criou, respeitando o fato de que a mesma não quer responder sua pergunta. — Parece que ela gostou de você.
—E quem não gostaria? Eu amo crianças e a maioria me ama também. Se minha paixão por moda não fosse maior que meu amor por essas coisas pequenas, eu teria sido professora. — ela diz com um sorriso.
O assunto rendeu por algumas horas, e deveria ser em torno de uma da manhã, e bom, se antes Elisa não sentia frio, agora que está na Freddy's o frio que ela não estava sentindo começou a surgir, talvez seja a má vibração do lugar? Isso a fez se repreender mentalmente por não ter levado uma blusa de frio, e só o colete de tricô não estava a aquecendo totalmente.
"Merda, Elisabeth, o que custava você pegar uma blusa antes de sair de casa?!" — se repreendeu novamente.
—Está com frio? — Mike perguntou quando viu que Elisa tentava se esquentar passando as mãos nos braços.
—Eu estou bem. — disse com um sorriso para tentar convencê-lo. Ela aguentou até agora, mais algumas horas não seria problema, não é?
Foi quando ela viu Mike tirar o sua jaqueta, ficando apenas com o seu moletom e entregou para a morena. Imediatamente ela recusou com a cabeça.
—Não, Mike, não precisa, mas muito obrigada.
—Pega, Liz. — ele disse o apelido de uma forma totalmente automática, sem ao menos perceber que iria dizer, mas o olhar confuso de Elisabeth o fez perceber o que havia dito. — Digo... Elisa.
A morena deu uma gargalhada por causa do jeito que o Schmidt tentou reverter a situação em relação ao apelido dado a ela. Elisa pegou a jaqueta e começou a vestir.
—Eu gostei de Liz, ninguém nunca me chamou assim. — disse quando terminou de vestir a jaqueta. A peça de roupa ficou um pouco grande nela, mas era de se esperar que isso ia acontecer.
O ruim é que a roupa que ela havia planejado apenas para Mike reparar nela, acabou sendo estragada por essa peça de roupa que não combina com o look. Mas antes isso do que passar frio.
—E obrigada pela jaqueta. — agradeceu com um sorriso.
—De nada, Liz. — ele sorriu de volta.
Mais alguns minutos se passaram, e Elisa acabou caindo no sono. Não havia dormido nesse dia. Ficou o dia todo fora de casa resolvendo as coisas da faculdade e nem sequer se lembrou de dormir, apenas sobreviveu a base de cafeína para ficar bem durante o dia. Mas é óbvio que o efeito a noite iria passar.
Havia um propósito de Mike ter colocado aquele pôster na parede. Ele queria voltar para o sonho de quando o seu irmão foi sequestrado, que dá última vez que sonhou, havia várias crianças ali. E ele quer saber alguma coisa sobre o sequestro do seu irmão. Por isso, o moreno tomou o seu remédio de dormir, colocando os fones de ouvido em um aparelho de música com sons da natureza, para enfim voltar para o seu sonho.
Mas não foi apenas Mike que voltou para esse sonho, Elisabeth também sonhava com o dia que sua irmã morreu. Parece coisa de doido, não é? Ambos sonhando com os irmãos, sonhos que os assombram desde aquele ocorrido sombrio.
O ocorrido sombrio que nenhum dos dois fazem ideia de como aconteceu. Melhor, de quem foi o causador disso.
E o objetivo desses sonhos, é tentar descobrir o autor da desgraça que fez um dia que seria feliz entre família se tornar no pior dia de todos para ambos.
Elisabeth novamente estava quase descobrindo quem era o real culpado pela morte de sua irmã, quando um barulho estridente de som e música fez a Lewis acordar no susto e imediatamente colocar suas mãos em seus ouvidos. Ela abriu os olhos e viu todas as luzes piscando e os monitores das câmeras totalmente fora do ar. Mike já estava acordado, e correu para o disjuntor, isso fez com que o seu remédio de dormir caísse no chão de uma forma que nem Elisa percebeu o objeto caindo, o Schmidt desligou o disjuntor, tudo se apagou e o som parou. Elisa tirou as mãos de seus ouvidos e olhou ao redor, parecia estar tudo em ordem se antes não fosse as luzes piscando e esse som tocando de repente. Porém, seu olhar foi para um vulto que estava na porta, mas o vulto acabou sumindo quando Mike ligou o disjuntor novamente, fazendo as luzes e os monitores voltarem a funcionar.
"Devo estar vendo coisa." — pensou enquanto balançava a cabeça.
—Que merda foi essa? — perguntou Elisa ainda confusa sobre o que acabou de acontecer. Será que essa pizzaria com o tempo acabou ficando mal assombrada também?
Um barulho como se fosse de uma campainha acabou impedindo Mike de responder sua pergunta. O olhar da Lewis e do Schmidt foram em direção aos monitores, vendo na tela um carro de polícia parado lá fora e uma pessoa na frente da porta. Elisabeth conhecia aquele carro e conhecia mais ainda aquela silhueta, mas estava tão sonolenta que talvez poderia estar imaginando coisa novamente, como há alguns segundos atrás quando viu aquele vulto na porta. Porém, suas dúvidas foram respondidas quando a pessoa olhou para a câmera.
—Vanessa?
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Oioi gente! Desde já quero pedir mil perdões pela demora, confesso que estava com preguiça de escrever KAKAMAKAMAM mas em compensação, mais de 4k de palavras!! Não imaginei que esse capítulo iria ficar tão grande!
Tivemos muitas cenas do nosso casal principal! Estou amando escrever cada detalhe desses dois🫶🏻
E esse sonho da Elisa no começo, em? Quais são os seus palpites do que aconteceu?
O Mike chamado a Elisa de Liz meu Deus😭🫶🏻
Abby fofoqueira em? Entregando o irmão, KAKAKAKAKAKAKAKAKAKKAKAKA
A Elisa demorando para escolher uma roupa só para agradar o Mike em... 😏 apesar de não ser uma roupa comum na época que o filme passa (lá para os anos 2000), eu quis colocar esse estilo, então, NÃO ME JULGUEM!!!
Por favor, me falem do que estão achando da fic, do que precisa melhorar e afins. Aceito críticas construtivas. Por favor sejam totalmente sinceros! Suas opiniões valem muito no processo dessa fic para ela ficar melhor e do agrado da maioria.
Peço perdão pelos erros ortográficos e se tiver algum furo de roteiro, tento ao máximo evitá-los, mas tem vezes que passa despercebido.
O capítulo três de Secrets from Past só irá ser publicado quando o capítulo nove de Golden Hour for publicado.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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