☇ Sᥱρᥙᥣtᥙrᥲ {᥉ᥱ꧑ ρᥲr r᥆꧑ᥲ̂ᥒtιᥴ᥆}.
☇ 1992.
☇ 100% ᥆rιgιᥒᥲᥣ.
☇ 𝗦𝗙𝗪.
☇ Gᥲtιᥣh᥆᥉: ρᥲᥣᥲ᥎rᥲ᥉ dᥱ bᥲι᥊᥆ ᥴᥲᥣᥲ̃᥆, ριᥲdᥲ᥉ ᥉ᥱ᥊ᥙᥲι᥉.
☇ 𝗦𝗲 𝘃𝗼𝗰𝗲̂ 𝗻𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝗱𝗮 𝗼𝘂 𝘀𝗲 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗰𝗼𝗻𝗳𝗼𝗿𝘁𝗮́𝘃𝗲𝗹 𝗰𝗼𝗺 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝗰𝗶𝘁𝗮𝗱𝗼 𝗮𝗾𝘂𝗶, 𝗻𝗮̃𝗼 𝗹𝗲𝗶𝗮.

ꕥ 𝐒/𝐍 𝐑𝐔𝐋𝐄𝐒 ꕥ

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𝐐𝐔𝐄𝐌 𝐃𝐈𝐑𝐈𝐀 𝐐𝐔𝐄 𝐀𝐋𝐆𝐔𝐌 𝐃𝐈𝐀 uma banda de metal formada por quatro meninos vindo da periferia de Belo Horizonte, e um vindo da periferia de São Paulo, teriam alcançado sucesso mundo a fora. Sepultura estava no caminho para se tornar uma das melhores bandas de metal do mundo.

Era incrível pensar que havia acompanhado a carreira dos meninos desde o início, desde a época em que eram todos seus amigos e moravam em Minas Gerais e você ia frequentemente até a casa de Max e Igor para todos ouvirem boas músicas e ficarem bebendo feito adolescentes idiotas que não tinham a plena visão do amanhã.

A parte "séria" da carreira na música havia começado em 86 com o lançamento do Morbid Visions, então Andreas chegou e eles lançaram o Schizophrenia em 87, em 89 veio o Beneath The Remains, e em 91 veio o mais recente: Arise. Esse disco era uma mistura de death com thrash metal, que estava conquistando o coração dos metaleiros ou criando novos metaleiros por aí.

Ficava incrédula ao ouvir o álbum e lembrar que os ajudou a criar riffs de várias músicas, como por exemplo o riff de Dead Embryonic Cells ou um dos inúmeros riffs de Desperate Cry. Os ajudou também com várias letras, já que os meninos aprendiam inglês a partir do dicionário, mas sua ajuda era sempre mais que bem-vinda pois era fluente. Isso sem contar a noite em que você e Max estavam conversando enquanto bebiam e escutavam boas músicas onde você deu a ideia de colocar um cover no álbum que viria a ser Orgasmatron do Motörhead.

Agora lá estavam eles, de prontidão, se preparando para se apresentar num festival bem aclamado dos Estados Unidos. A line-up seria Metallica, Slayer e por fim o Sepultura.

— Ou, vocês não acreditam por quem eu e Andreas passamos no corredor! — vocês estavam rindo quando entraram no camarim.

Andreas — o guitarrista —, e você eram inseparáveis. Estavam sempre de braços dados andando por todo canto, como agora que haviam ido dar uma espiada no show do Slayer. De dentro do camarim dava para ouvir a música deles, só que um pouco mais abafada.

O guitarrista paulista estava com uma bermuda preta e uma camisa branca com alguma estampa relacionada ao Brasil. Você estava com um short jeans claro com algumas bolinhas brancas e uma camisa do Arise, com seus cabelos soltos. Em seus pés estava calçando algum tênis preto confortável com cadarço branco. Obviamente que todos — inclusive você — estavam com crachás com a identificação.

— Quem? — Igor questionou, dando um gole numa garrafa de Coca-Cola com um canudinho listrado de branco com vermelho.

— O pessoal do Metallica! — Andreas disse, parando de rir, estava terminando aquela pequena crise que teve.

— E 'cês 'tão rindo assim por que, uai? — Max disse com uma expressão mineira.

— Porquê a gente 'tava vendo o show do Slayer né, aí quando a gente 'tava voltando o Lars e o James 'tavam fofocando sobre vocês! — você disse, lembrando-se exatamente do mundo.

— Meu, juro 'pra tu! O Lars e o James 'tavam num cantinho, tá ligado? Aí o Lars falou assim: "caralho mano, aqueles latinos estão roubando a cena, são uns exibidos" — Andreas dizia com o sotaque paulista bem forte.

— Eita, lasqueira! — Paulo riu enquanto tirava o boné.

— 'Tamo na boca dos grandiosos — Max riu.

— Não, truta, mas o melhor mesmo foi quando a gente... a gente — Andreas tentava completar a frase mas estava rindo muito. — Conta pra eles aí o rolê.

— Na hora que ele falou isso eu e o Andreas passamos — você tinha começado a rir, mas ainda tinha fôlego o suficiente para terminar de contar. — E o Lars e o James ficaram encarando a gente com os olhos desse tamanho!

Você tentou recriar a expressão que tinha tomado conta da face do baterista dinamarquês e do vocalista dos cabelos loiros enquanto estava tendo uma crise de risos assim como os meninos. Andreas até mesmo chegou a dar uns tapinhas na mesa e você lacrimejou, Igor quase se engasgou com a Coca-Cola, Paulo estava vermelho e Max ficava rindo e falando "eita diacho, bom demais".

Que os meninos estavam realmente roubando a cena do metal era fato. Mas vale lembrar que eles haviam "acabado" de chegar, enquanto essas outras bandas já tinham começado com um som pesado a mais tempo e estava começando a perder um pouco do "peso" no som, como o Metallica que tinha lançado o Black Album que não tinha nada a ver com o Ride The Lighting por exemplo. Já Sepultura estava inovando e fazendo um som pesado e rápido como todo jovem metaleiro daquela época queria ouvir.

— 'Cê tá falando assim do James mas eu sei que 'cê depois fica cheia de lovezinho com ele — Max disse, ajeitando o cadarço de seus tênis brancos levemente encardidos.

— Ih, é verdade! — Paulo se deu conta. — Nó, as vezes a gente se esquece que 'cê transa com o James.

— Maior inimigo do Max, mulher — Igor disse brincando, lembrando das rivalidades que os fãs criavam entre o irmão mais velho e o vocalista do Metallica. — Te falar, nem Judas, hein. Nem Judas!

— Ô meu caralho, hein! — você reclamou, enquanto ria e se sentava na mesa lembrando de sua relação com o vocalista alto dos olhos claros e cabelos loiros.

— Relaxa, porra. O Lars deve ter ficado puto com a gente porque o Igor toca mais que ele! — Andreas disse, passando a mão nos cabelos longos.

Era verdade, Igor tocava muito melhor que Lars, sendo que ele havia vindo de um lugar extremamente periférico em que só tinha três peças da bateria e teve que aprender sozinho, improvisando com o braço do sofá e usava um prato de vidro como prato da bateria. Ele ficava extremamente feliz de si mesmo ao lembrar que no primeiro álbum do Sepultura tinha somente 16 anos de idade.

— Nosso baby toca muito bem! — você disse, bagunçando os cachinhos dourados do Cavalera mais novo.

Passaram mais um tempo conversando e um funcionário da staff veio bater na porta do camarim, chamando os meninos. Você jogou as baquetas para Igor que as pegou rapidamente, e jogou um saquinho com baquetas para os meninos. Max pegou sua flying v branca, Andreas pegou sua ESP preta com vários adesivos e Paulo pegou seu baixo de cinco cordas preto reluzente.

Antes deles subirem no palco deram um abraço em grupo para dar boa sorte, o qual você participou e foi para um cantinho atrás da cortina onde você ficaria para assistir eles se apresentarem com uma vista especial. O público gritava alucinado e tentava até mesmo falar português.

Seu corpo inteiro se arrepiou e o patriotismo fez seu coração bater mais forte quando Max gritou:

— WE ARE SEPULTURA FROM BRAZIL!

Foram quase duas horas de muitos solos de guitarra distorcidos, ritmos insanos na bateria, linhas de baixo com um som metálico e a voz de Max conduzindo todos ao caos organizado. Isso era um verdadeiro show de metal, e era impossível não se sentir orgulhosa dos seus amigos, vendo como eles haviam chegado tão longe.

A bandeira do Brasil ficava sempre no palco, perto da bateria onde ficaria mais visível e era lindo ver aquilo. Fazia você se sentir contente de uma forma que nem mesmo sabia explicar.

Os fãs alucinados gritavam "SEPULTURA RULES" diversas vezes.

Quando o show chegou ao fim foi a hora dos meninos jogarem suas baquetas e palhetas para a multidão que gritava em pura euforia. Os sortudos que conseguiram pegar com certeza guardariam aquilo como uma excelente lembrança até o fim da vida.

— Agora que o show acabou, nós nos despedimos mas não podemos deixar de chamar uma pessoa tão especial para subir no palco e essa pessoa está bem atrás das cortinas: S/N, vem cá, vem! — Max pegou o microfone e disse te olhando e chamando para o palco.

Toda a platéia gigantesca começou a gritar por seu nome e você ficou corada de nervoso, mas o pessoal do Slayer estava junto com você assistindo ao show então eles te incentivaram a ir lá com um sorriso no rosto. Você subiu no palco sorrindo e a multidão começou a gritar e aplaudir.

— A S/N é a pessoa que sempre está com a gente nas fotos, nas turnês... ela é nossa amiga desde a adolescência, ela é nossa melhor amiga. E muitos riffs que vocês tanto amam foi ela quem nos ajudou a criar, e nos ajudou a escrever muitas músicas — Max dizia enquanto todos faziam silêncio para ouvir atentamente e olhavam para você com um sorriso idiota no rosto e você tentava conter as lágrimas. — Não sabemos o que seria da gente sem você. Nós te amamos, S/N!

Agora você estava chorando e foi imediatamente dar um abraço em grupo nos meninos, um abraço bem apertado e que fazia você se sentir em casa, pois quando estava com eles sempre estava em casa. A platéia toda se comoveu e começou a gritar e aplaudir.

E foi aí que você percebeu que eles começaram a gritar:

"S/N RULES"
"S/N RULES"
"S/N RULES"

Repetidas e repetidas vezes. Não podia se sentir mais especial e amada do que estava se sentindo agora.

[...]

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Curiosidades aqui, bebês.

Vocês sabiam que o pessoal do Sepultura clássico e Metallica nunca tiveram amizade? Não sei porque mas realmente nunca tiveram, só tem uma foto deles e do James em 89, mas parece que tá todo mundo desconfortável naquela foto.

Outra curiosidade em 93 depois de lançarem o Chaos AD Sepultura foi eleita a melhor banda de metal do mundo mas perderam o título quando o Max saiu em 96 depois do Roots.

Eles eram tão influentes que influenciaram bandas como Gojira, Slipknot e Korn e também foram os que fizeram o nu-metal ficar famoso com o Roots porque já eram uma banda grande então o publico recebeu bem.

O álbum Roots tem diversas referências à cultura brasileira, inclusive eles colocaram vários instrumentos indígenas como o atabaque e o berimbau em todas as músicas do álbum e também gravaram com a ajuda de uma tribo brasileira. Inclusive, Roots é o álbum de metal favorito do Dave Ghrol (ex baterista do Nirvana e atual líder do Foo Fighters).

Nos anos 90, na época da formação clássica eles eram os queridinhos de todos os metaleiros, e também eram queridinhos de outras bandas como Pantera e Deftones. Eram também os queridinhos de artistas importantes como Peter Steele, Tony Iommi, Lemmy (Motörhead) e principalmente o príncipe das trevas: Ozzy Osbourne.

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