030. 🐐
ℛ𝑖𝑐ℎ𝑎𝑟𝑑 ℛ𝑖𝑜𝑠 ℳ𝑜𝑛𝑡𝑜𝑦𝑎 !
Tenho uma dúvida tão grande, que eu acho que ninguém nunca vai conseguir me responder. A seguinte: por que as mulheres são tão dramáticas? TODAS as mulheres são assim.
Eu não fiz nada, literalmente nada, e a Manuela brigou comigo. Ela não fala comigo de jeito nenhum. Desde que fomos embora, ela não falou comigo no carro e me ignorou, chegamos em casa ela se trancou no banheiro e não sai, nem fala comigo.
Eu acho, que um casal, pra se resolver precisa conversar, ter maturidade e conversar, de preferência sem brigar. Mas ela não me responde pra gente conversar.
- Eu preciso usar o banheiro - dou leves toques na porta do banheiro e encosto minha cabeça na porta. - E sim, eu tô muito apertado. - falo antes dela perguntar a mesma coisa que já perguntou três vezes quando tentei entrar.
Ela abre a porta, com um bico, mais um bico, que se disputar com um Pato ela ganha.
- Fala comigo. - puxo sua mão, a jogando contra a parede do corredor. - Por favor.
- Eu não tenho o que falar com você, quer falar o que? - Manuela me pergunta, na maior ignorância.
- Quero conversar, só conversar. - respondo simples. - Sem briga e sem ignorância.
- Pede pra desgraçada da garota conversar com você. - ela me olha com ódio, me dá até medo. - Ah, esqueci, você só não ligou pra ela.
- Para vai, Manu.
- Tô parada. - diz apertando os lábios. - Eu não tenho o que conversar com você.
- Mas eu tenho, eu não quero que você fique assim comigo.
- Quer conversar? - cruza os braços e eu assinto. - Beleza, vamos conversar. Quer conversar o que? Ah, calma, eu começo! Gostou de conversar com a Thamy? Vocês combinam até, ela é bonitinha, combina com você.
- Ótimo! Achei muito legal conversar com ela, ela é incrível! - devolvo no mesmo tom. Se ela quer ser ignorante e sem maturidade, vamos ser juntos! - E você? Gosta de conversar com o Yuri Alberto?
- Claro, ele é incrível também! Super educado, bonito, ele beija muito bem por sinal. - ela responde debochando. - Ele é um ótimo cara, estava pensando em voltar a ter umas conversas mais profundas com ele esses dias.
Tá me irritando.
- Ah, é? - cruzo meus braços e me encosto na parede do outro lado do corredor, ficando de frente para ela. - Bom saber.
- Foi bom saber que você gostou da Thamy também, gostei muito. - ela diz olhando para o chão. - Quer falar mais alguma coisa?
- Não, você quer? - pergunto.
- Não. - sua voz da uma embargada. - Vai usar o banheiro?
Ela vai chorar?
- Vou não, passou a vontade. - respondo admirando seu rosto. - Vai voltar pra lá?
- Uhum - ela murmura. - Tchau.
- Tchau, se precisar de alguma coisa pede para o Yuri, fechou? Vou estar ocupado conversando com a Thamy. - lhe dou uma piscadela.
- Claro, como quiser. - são suas últimas palavras antes de entrar no banheiro e fechar a porta, trancando-a em seguida.
Que saco.
Eu que não vou ficar insistindo, não quer conversar comigo, não vai conversar, não tenho dependência emocional.
(•••)
Sim, acordei sem a minha namorada do meu lado, tô com saudade e eu acho que eu tenho sim dependência emocional.
Hoje não tem treino, Abel deu folga, então eu estava pensando, e se eu fazer alguma surpresa e dar algum presente? Ela vai voltar a falar comigo pelo menos, né? Eu acho. A gente tinha SIM que voltar a se falar com conversa, mas eu já percebi que definitivamente não vai rolar e eu quero minha namorada de volta.
Já sei, vou adotar um cachorro. Ela vai voltar a falar comigo se eu der um cachorro, tenho certeza. Ela é louca por um cachorro.
Vou pedir ajuda dos meus amigos, óbvio, até porquê eu não sei fazer nada sozinho.
Disco o número do Endrick no meu celular e a ligação fica chamando, até que ele atende.
Ligação On.
- Oi, preciso de ajuda.
- Que merda você fez agora, colômbia?
- A Manu tá brava comigo por causa de ontem, ela tá trancada no banheiro desde ontem a noite, me ajuda.
- No caso você tem que ligar pra emergência, não pra mim, porque ela estar trancada no banheiro desde ontem não é normal.
- Endrick, eu tô falando sério, cacete. Eu quero comprar algum presente e fazer surpresa pra ver se ela me desculpa.
- Você tá pensando no que?
- Em dar o bendito cachorro que ela me pede há meses, mas aí eu preciso que você, o pica e o sofredor por ex vão comigo.
- Vou arrastar eles então, a gente se encontra onde?
- Vem vocês todos pro meu condomínio, aí eu libero vocês e a gente vai no meu carro, ou sei lá, eu busco vocês.
- Vem buscar a gente então, vamos estar na minha casa.
- Fechou, já chego aí, tchau.
- Tchaau!
Ligação off.
Eu espero que funcione.
(•••)
- SEU ANIMAL, É UM CACHORRO, NÃO UM COELHO - endrick dá um tapa na cabeça do Piquerez.
Qual parte ele não tá entendendo que eu quero um cachorro, e não um coelho ou um hamster?
- Eu só quero um cachorro, pica, mais nenhum outro animal!
- Af, mas olha, eles são tão bonitinhos! Vou levar um pra Maitê - piquerez diz com a cara colada no vidro do Coelho.
- Foca no que a gente veio fazer, pica.
- Mas calma, eu quero levar esse coelho, ele tá me olhando muito, ele me quer - faz bico. - Esperem, eu quero esse coelho!
- Mas caralho hein - cruzo os braços e me encosto na parede, rodando a chave do carro nos meus dedos.
- E se eu levar um hamster? Gente, me ajuda, um coelho ou um hamster? - piquerez pergunta mordendo as unhas, IGUAL uma criança, sério.
- Qual tá te olhando mais? - pergunto.
- O Coelho. Mas eu fiz carinho no hamster, ele me quer também.
- Simples, leva os dois, a Maitê vai amar.
- Verdade, Colômbia! Você é muito inteligente. - me abraça.
- Sim, eu sei. Enfim, Rapha, fica aí pegando o Coelho e o hamster com o Piquerez, eu e o Endrick vamos ver os cachorrinhos. - digo com minhas mãos na cintura.
- Tô me segurando pra não levar um pra mim e você faz isso? - Raphael faz drama. - Mas tá, vão lá.
Assentimos e fomos até onde tinham os cachorros. Me sinto encantado.
- OLHA, QUE COISINHA MAIS LINDINHA 'DI MI VIDA GENTE, OLHA QUE NENÉNZINHO MAIS CUTE DO PAI GENTE, OWN CUTE CUTE DO PAI!
- Richard, qual é o seu problema? - Endrick pergunta, me fazendo revirar os olhos.
- Cala a boca, moleque, você não sabe ser um bom pai. - coloco as mãos na cintura. - Você tem que saber conversar com eles, pra eles te entenderem, vou te ensinar.
- Por que eu aceitei vir mesmo?
- Shh, ó - faço um sinal de espera com a mão. - Tem que fazer voz de bebê, tem que ser fofo e tem que brincar.
- Entendi.
- Olha esse exemplo: OLHA AQUI QUE NENÉNZINHO DO TIO, AH CUTE CUTE, A PSIU PSIU PSIU, COISA LINDA DO TIO GENTE, AH QUE PSIU PSIU OWNNNN
- Meu Deus. - ele esconde o rosto na mão.
- Garoto, você não tem cultura, tá? É assim que conquista um cachorro.
- É SÓ VOCÊ ESCOLHER O CACHORRO MEO!
- NÃO É SÓ ESCOLHER, É ESPECIAL, É DIFERENTE, TEM QUE VER QUAL ATENDE AO SEU CHAMADO DOS CACHORROS! NÃO É SÓ ESCOLHER! Boboca.
- Boboca é você, esquisito.
- Olha, você não me chama de esquisito hein, ó - arqueio uma sobrancelha.
- Chamo sim, você é!
- Não quero mais falar com você. Bobocão.
- Não fala então, não vai me afetar nem fazer falta - ele dá de ombros.
Vou até onde o Piquerez e o Veiga estavam e chego bem na hora que os dois estavam com um coelho e um hamster no colo, segurando igual bebês, mas o Raphael estava só com um coelho.
- Meu Deus, vocês compraram mesmo. - pisco repetidamente. - Preciso de ajuda, o Endrick não sabe ajudar e fica me chamando de esquisito.
- Ele sabe como que fala com cachorro? - Veiga pergunta, fazendo carinho no animal que ele havia acabado de adotar.
- Não, ele disse que eu sou esquisito por falar na língua dos cachorros.
- Tá, vamos lá escolher então - Piquerez diz. - Tem que fazer voz de bebê, o cachorrinho certo vai vir até você.
- Foi o que eu fiz, mas o inútil do Endrick me julgou, aquele boboca - reviro os olhos.
Voltamos para onde estava os cachorros e o Endrick estava sentado no banco mexendo no celular, mas não ligamos, fomos "falar" com os cachorros.
- Olha aqui esse - piquerez diz, apontando para um filhote todo preto.
- Hum, não sei, queria um mais pelud- MEU DEUS, OLHA ESSE AQUI - aponto para um todo peludo, branco com manchinhas marrom cappucino. - OWN 'MU DEUSI, OLHA GENTE ESSE BEBEZINHO DO TIO, QUE GRACINHA CUTE!
- OWN QUE BONITINHO - Veiga diz ao ver o cachorrinho.
- OXI GENTE, E ESSE NENÉNZINHO AQUI, AH CUTE CUTE, CUTE CUTE - piquerez diz também, ao ver o cachorro.
- EU QUERO ESSE - coloco minha mão dentro da cerquinha, para passar a mão, e quando passo a mão, o cachorro me lambe e coloca a língua pra fora. - AI, ELE ME LAMBEU, EU QUERO, EU QUERO!
- É ESSE, É ESSE - Veiga e piquerez dizem ao mesmo tempo, e damos pulinhos igual crianças.
- Moço, vem aqui por favor? - chamo um funcionário. - Quero esse, pega pra mim?
- Claro, pego sim, acompanha a gente para assinar os papéis e vou te explicar um pouco sobre ele, tá bom? É macho.
- Tudo bem! - concordo e chamo os meninos, então vamos seguindo o moço.
(•••)
- Raphael, você tem certeza que tá tudo bem com o meu filho? - pergunto olhando para trás do carro, vendo os três patetas. Endrick segurando o coelho do Veiga; Piquerez segurando seu coelho e seu hamster; E o Veiga segurando meu novo filho, que ainda não tem nome.
- Tenho, ele já amou o titio - responde. - Né neném? Titio ama, titio cuida.
- Ótimo, então agora é só passar comprar um buquê de flores e um chocolate - estaciono o carro na floricultura. - Eu vou lá rapidinho, fiquem aqui, e cuida bem do meu filho.
Entro na floricultura e peço um buquê de tulipas rosa e branca, acho que é legal. Enquanto o moço faz, eu vejo algum chocolate pra eu levar, já que tem aqui.
Por fim, escolho levar só o buquê mesmo, porque já tô levando o cachorro.
- Pronto - entro no carro. - Agora eu vou deixar vocês na casa do boboca e vou ir fazer a surpresa pra minha namorada.
- VAI FICAR ESSE TANTO DE BICHO NA MINHA CASA!? - o boboca pergunta berrando. - A GABRIELY VAI ME MATAR!
- Cala a boca, boboca. Vai nada não.
- Vocês me pagam.
Damos risada e eu dirijo até a casa do Endrick boboca, deixo os meninos lá e tento dirigir até a minha casa, só tento, porque tá difícil. Meu filho tá no meu colo, ele não para de pular.
- FILHO - o jeito no meu colo. - Fica aqui, quietinho.
Ele obedece, deitando no meu colo quietinho. Ele é minúsculo, ele não tem raça definida, o moço não sabe, só sabemos que ele é mini, então ele vai ficar no máximo do tamanho da duas mãos e meia.
- Desculpa ter brigado com você, neném. Mais tarde a gente vai com a mamãe comprar suas coisinhas, tá bom? Desculpa. - faço carinho na sua cabeça. ELE É FOFO.
Finalmente chego em casa, não tá fácil. Abro a porta com dificuldade e entro, a fechando em seguida. A porta do banheiro está aberta e a do meu quarto tá fechada, então provavelmente a Manu saiu do banheiro e foi pro meu quarto. Vou até lá e abro a porta, vendo que ela está deitada na cama com a bunda pra cima, acho que ela tá dormindo.
- Filho, você tem uma missão - sussurro no ouvido do cachorro. - Acordar a mamãe. Vai!
Coloco meu filho na cama e ele vai correndo na Manu, correndo não, pulando, ele tem um mês e treze dias, ele não sabe correr.
- Amor, surpresa pra você - digo em um tom baixo, me agachando ao seu lado da cama no chão, e afasto uma mecha do seu cabelo de seu rosto. - Filho, vem aqui.
Pego ele no colo e nos deixo bem do ladinho da Manu.
- Amor - cutuco ela e ela abre os olhos lentamente, mas fica sem reação ao ver nosso filho. - Aqui neném, sua mãe!
- Richard, o que é isso?
- Ué, um cachorro, nosso novo filho - coloco ele em cima dela. - Gostou? Adotei um filho.
- VOCÊ ADOTOU UM CACHORRO? - ela berra e levanta em pulo, ficando sentada na cama. Isso assusta o cachorro, então pego ele no colo.
- POR QUE VOCÊ GRITOU, ASSUSTOU ELE TADINHO - o abraço e faço carinho, nos afastando um pouco da cama.
- DESCULPA, FOI SEM QUERER - ela se levanta e vem até nós. - Deixa eu ver?
- Deixo, toma - lhe entrego o cachorro.
- Own, que bonitinho nosso filho - Manu diz enquanto faz carinho.
- Tem isso também - saio do quarto rapidinho e pego o buquê de tulipas. - Desculpa.
- Você adotou um cachorro e comprou um buquê enorme só pra pedir desculpa? - ela pergunta sorrindo.
- É, você tá brava comigo, tô com saudade, aí eu comprei, agora temos um filho, um neném - justifico. - Me desculpa?
- Amor, é óbvio! - se aproxima de mim e me abraça, abraço coletivo, inclui nosso filho. Primeiro abraço juntos. - Me desculpa também, eu sou meio ciumenta, desculpa.
- Desculpo - beijo o topo da sua cabeça. - Já temos nosso primeiro abraço com o nosso filho!
- Tínhamos que ter gravado para criar um álbum, né?
- Verdade - concordo. - Temos que comprar as coisinhas dele, não tem nada aqui, e também temos que decidir um nome pra ele.
- Hummm - ela murmura e estica o braço, olhando para o nosso filho. - Paçoca.
- Será? Não sei.
- Combina, ele tem cor de paçoca.
- Hum, pode ser então - concordo sorrindo. - Se arruma aí pra gente ir comprar as coisinhas do paçoca.
- Tá bom, vou só tomar um banho rapidinho e trocar de roupa, calma - deixa um beijo no topo da cabeça do paçoca e me entrega. - Segura. Já volto.
- Vai lá, amor - ajeito o paçoca no meu colo. - Vamos te esperar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro