𝗽𝗿𝗼𝗹𝗼𝗴𝘂𝗲 ── cidade de prata
ALITA OBSERVAVA OS CÉUS Enquanto voava intensamente pelo ambiente vasto e estável. As nuvens estavam calmas e muito pouco nubladas naquela manhã de sol ardente e puramente quente.
Suas íris brilhavam e a luz dos raios solares atingiam levemente seus olhos, reluzindo-os durante todo o seu trajeto.
A imensidão parecia cada vez mais ampla. Quase que um ponto cego, mas para ela, aquele mundo era pequeno, se comparado as suas muitas obrigações.
Desde que nascerá, ela havia sido destinada a adversas missões. Mas, naquele dia em específico, algo em seu interior lhe indiciava incertas sensações de calafrios e pressentimentos.
Suas asas douradas se rebatiam no vento, e frio fizerá sua pele se arrepiar com aquilo. Seu coração palpitou e ela pousou em uma das nuvens para poder descansar um pouco.
Um movimento pensado fez com que a nuvem flutuasse um pouco mais para cima até alcançar uma vastidão grandiosa do palácio de Deus.
O palácio em si era prateado, o que combinava consigo, mas principalmente do lado de fora tudo era um pouco mais dourado. Havia cores em tons laranjas e avermelhados. O piso refletia sua imagem angelical de cabelos pretos e olhos castanhos.
Alita sobrepôs as mãos em alguns pilares do palácio, sentindo o ar fresco invadir suas narinas e o famigerado cheiro de rosas vermelhas presente.
Uma mão tocou o seu ombro e ela se virou bruscamente para espiar quem era. Somente para perceber que se tratava de seu pai, criador original.
── Precisamos conversar, minha filha. ── sua voz suave e grave ecoou profundamente em seus ouvidos.
── Claro, meu pai. ── ela saudou, e então se afastou, dando-o espaço o suficiente para passar.
Eles caminharam juntos, e lado a lado, ela fitou os arredores dos pilares altos, apenas para ver os seus irmãos voando ao redor destes. Ela sorriu brevemente, imaginando que deveria ser só mais uma missão a qual iria completar.
Ele se apressou a abrir as portas do palácio prateado, e em menos de poucos minutos, estava sentado sobre o seu trono de prata. Seus olhos azuis percorrendo cada centímetro de sua própria casa. Ele estava pronta para finalmente se despedir. Pois já era hora de Alita descer na terra e procurar por seu destino. Fazer as suas escolhas.
── Você parece aflito, meu pai. ── ela o fitou de soslaio, supondo habiamente o que teria acontecido ── O que ocorrerá para deixá-lo à está maneira? ── indagou ela, altamente preocupada.
Ele sorriu afetuoso. Sua feição iluminada e perfeita. Seus cabelos negros caiam até os seus ombros. De repente, ele estava sério outra vez. E novamente, a situação era mais intrigante do que Alita haverá de ter pensado antes.
── Nunca o terei de visto-o com este semblante anteriormente. ── ela ajoelhou-se ao lado dele, com um olhar de aflição e curiosidade ── Por favor, diga-me. O que haverá de deixá-lo desta forma? Talvez eu possa resolver. ── ela questionou, se perguntando se realmente poderia fazê-lo.
Ele fez um sinal relativo com as mãos. Ela levantou-se rapidamente e ficou ao lado do trono de seu pai, ainda que curiosa. Uma figura sombria e esfumaçada emergiu do chão. Não tinha reflexo, era apenas algo que Alita desconhecia, e muito provavelmente, estava fora de sua altura descobri-lo.
── Diga-me com quem tu andas e eu direis quem tu es. ── solicitou-o. Logo um pergaminho foi colocado sobre a mesa de pedra em frente ao trono de Deus ── A profécia que haverá de ter me pedido, meu mestre. ── O Ceifador deu as costas ── Não foi fácil consegui-lo, e talvez, Cronos vá quere-lo de volta. Então sugiro que o senhor ordene os cães do céu a ficarem à postos de qualquer aparição suspeita. ── e finalmente desapareceu. De um modo tão automático que Alita ficou alerta.
── Pai, o que o senhor planeja com este pergaminho? ── ele levantou-se deliberadamente do trono ficando cara a cara com a anja.
── Simplesmente tenho que lidar com uma situação que exige muito mais do que apenas um olhar para o mundo. E...você, já completou um milênio aqui no céu. ── ele deu-se as costas para ela, espiando de soslaio o pergaminho sobre a mesa de pedra ── Sabe o que isso significa, minha filha? ── perguntou-lhe.
Alita fitou o chão liso. Era a primeira que vez que seu reflexo angelical não transparecia mais nenhum resquício de alegria em sua face. Ela estava atônita quando literalmente caiu em si e se deu conta de que sua hora já havia chegado.
── É a sua vez de procurar pelo seu destino, minha pequena. ── ele exclamou tranquilamente, tentando reconfortá-la sobre a notícia ── Seus irmãos já concluíram o deles. Agora, é sua chance. Uma oportunidade única que só aparece a cada um milênio de anos.
Ele ofereceu sua mão para ela. Alita aceitou-o gentilmente. Chegando perto o suficiente para ouvir o coração dele bater forte em seus tímpanos. Suas mãos suavam frio e ela estava claramente com medo do que poderia vir à seguir.
── Por que precisa deste pergaminho, meu pai? ── ainda que em aflição e de voz embargada, sua garganta deu um solavanco, empurrando sua voz para próximo a sua pergunta mais curiosa.
── Precisará dele enquanto estiver na terra. Haverá de procurar por Hayley Marshall. É uma mulher. Está grávida de uma criança que é de meu interesse. Este assunto diz respeito a uma família com inúmeros inimigos. E você, minha filha, terá de proteger as duas.
── Mas, porquê isso, meu pai?
── Minha preocupação é de que Lúcifer esteja atrás do poder que esse bebê carrega. A avó da menina é uma bruxa de mil anos de linhagem. Isso é motivo o bastante para que ele esteja tramando alguma coisa para esta família e também para esta mulher, assim como a criança.
Alita cerrou os punhos inconscientemente. Seus olhos sendo tomados por um ódio muito maior do que o seu amor próprio. Ela era sábia demais para ter emoções como aquelas, e não estava acostumada com a rotina de deixar-se ser levada pelos planos de outros e de sentimentos humanos. Mas, aquela explicação foi complacente o suficiente para fazê-la determinar a sua própria escolha.
── Pois muito bem. ── ela suspirou firme ── Eu irei.
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