05. 𝘍𝘪𝘳𝘴𝘵 𝘞𝘰𝘳𝘭𝘥
╭────╯•╰────╮
𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗖𝗜𝗡𝗖𝗢
𝘗𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘔𝘶𝘯𝘥𝘰
╰────╮•╭────╯
Escolhas são algo que sempre devemos tomar, sejam elas simples ou difíceis, das mais fáceis até as mais cruéis. Tomar decisões era algo complicado, poderia acarretar em boas escolhas ou más, suas respostas poderiam ser difíceis de lidar.
Newton estava certo quando disse que toda ação gerava uma reação.
Eu poderia sofrer deveras consequências ao atravessar a barreira e ir para o Primeiro Mundo, para casa, mas ao mesmo tempo não.
Havia conseguido uma forma de ir para lá, uma não muito convencional e até mesmo manipulatória. Quando eu retornei para o quarto depois de me recitar de minha crise, acabei ouvindo a conversa de Bloom e Aisha, sobre a mesma ser um trocada. Isso havia sido algo surpreendente, principalmente depois de eu descobrir o que significava ser uma.
Quando a fada da água revelara isso a ruiva, suas emoções me atingiram com força, mas eu consegui controlá-las, felizmente não havia tido outro surto. A ruiva havia ficado realmente abalada, pois Aisha a fizera questionar sua própria existência, sua vida inteira, seus pais, se é que poderiam mesmo ser seus pais.
Bloom ficará terrivelmente machucada, mas eu não havia me aproveitado de sua situação, não mesmo. Eu jamais iria tão baixo, eu jamais teria descido tanto como Stella havia feito.
Aparentemente eu não fui a única por quem Sky, o loiro gatinho, havia se interessado, atraindo a atenção dela. O ciúmes dela foi fortemente absorvido por mim, era surpreendente o que a loira poderia fazer e sentir.
Então, depois dela ter manipulado a ruiva para tirá-la de seu caminho, foi quando eu entrei em cena. Tinha plena consciência que estaria sendo uma péssima colega de quarto ou até uma possível amiga alimentando o desejo suicida de Bloom, mas ela precisava da verdade e eu precisava encontrar Daphne.
Bloom conseguira o anel de Stella, do qual funcionava como um portal. Então, graças a loira ciumenta, nós havíamos conseguido uma passagem livre para o Primeiro Mundo. A fada do fogo, no caso, mas eu não a deixaria ir sozinha.
No final, eu não havia precisado que Daph desse um jeito, até porque não teria como isso funcionar.
Conforme foi escurecendo cada vez mais, eu fui me preparando para retornar para casa. Reencontrar Daphne é algo do qual eu realmente preciso, minha conexão com a loira era algo além de surreal, tínhamos isso desde pequenas.
Me adiantando, eu segui até o antigo cemitério que nem Stella havia dito a Bloom, aguardando a chegada da mesma. Não demorara muito para que ela chegasse, se assustando com a minha presença lá.
- Olá, Bloom.- saudei, sorrindo para a mesma.
- O que está fazendo aqui? Você tem que voltar para Alfea, Isobel. É perigoso ficar aqui fora.
A mesma estava ansiosa, adrenalina corria solta por suas veias, mas ela também estava preocupada, comigo, no caso. Era fofo seu jeito, ela parecia se importar, mesmo que mal nos conhecêssemos. Não contive um sorriso.
- Você diz isso, mas também está aqui. Que grande hipócrita você é, foguinho.- desconversei, mesmo sabendo que não tínhamos tempo.
- Eu tô falando sério, Isobel. Volte antes que algo de ruim aconteça, por favor.
- Eu vou com você, Bloom.- disse, a vendo arregalar os olhos surpresa por ter sido pega.
- O que?
- Eu ouvi sua conversa com Aisha ao acaso e consequentemente ouvi a sua com a Stella, nenhuma foi de propósito, eu garanto.- confessei, a vendo cruzar os braços, na defensiva.- Eu estava indo conversar com você sobre o que eu tinha ouvido no corredor só que Stella havia chegado primeiro e você sabe no que deu.- gesticulei para a mesma e a porta da catedral.
- Você não pode ir comigo, é perigoso.
Eu sabia que não haveria outra forma de a convencer se não fosse com a verdade, além de que eu não queria a usar e manipula-la que nem a princesa solariana havia feito. Então, optei pela verdade, não me importando em demonstrar meu desespero para rever minha loira.
- Por favor, Bloom. Eu não estou fazendo isso apenas por você, eu admito. Preciso reencontrar alguém importante, alguém que precisa de mim e que eu preciso urgentemente.
- Você é do Primeiro Mundo?- indagou surpresa.
- Eu sou. Então, por favor, vamos atravessar logo essa merda antes que as coisas saiam de controle.- a mesma parecia pronta para protestar, mas eu a impedi.- Você não vai sem mim e eu não vou voltar a Alfea até falar com a pessoa que está do outro lado desse portal.
Era quase possível ver a fumaça saindo de sua cabeça, da qual funcionava a todo vapor. Era difícil não sentir o impasse em que a mesma se encontrava. Bloom era um livro aberto e uma bomba relógio, eu sequer precisava usar meus dons -se é que posso chamar eles disso- para dizer o que ela sente.
- Nós vamos atravessar e cada uma vai seguir um caminho, então pela manhã vamos nos reencontrar no depósito em que sairmos e você vai voltar para cá. Entendido?
Assenti com a cabeça, vendo ela encostar a mão que continha o anel de Solária, o reino de Stella, na porta. Quando a porta se abriu não era uma construção caindo aos pedaços que encontramos, mas sim um depósito abandonado e mal iluminado.
Os freches de luz da lua que atravessavam as janelas davam um ar sombrio ao lugar. Bloom me guiou até a saída, abrindo a grande porta e me esperando sair para fechar a mesma.
- Não se esqueça, volte aqui pela manhã. Sem atrasos. Não podemos deixar que as meninas sintam sua falta.
Ignorei o fato de que a mesma se pronunciara apenas sobre mim, não incluindo a mesma. Era a segunda vez que ela fazia isso.
- Pelo visto é aqui que nos separamos. Até mais, ruivinha.- a dei um mínimo sorriso, me afastando aos poucos.
- Até mais, fadinha.
Retribui o aceno da mesma e a dei as costas, seguindo meu caminho até minha casa, onde meu lar me esperaria de braços aberto e eu finalmente me sentiria em paz.
᪣
A casa não havia mudado, ela continuava exatamente a mesma em que eu havia deixado anos atrás. É, faziam anos desde que eu não voltava aqui, para minha casa, com quatro paredes e um teto.
Por mais que essa fosse minha casa, repleta de memórias e lembranças de momentos bons, ruins e embaraçosos, esse não era meu lar. Meu lar era a garota parada no meio da sala, com uma caixa de pizza gordurosa em cima da mesa, com nosso filme preferido pausado na televisão, me aguardando.
- Você voltou pra casa.- disse a loira, ainda parada no mesmo lugar, como se não acreditasse.
Faziam alguns anos desde que não nos víamos, por mais que sempre nós falássemos pelo telefone, nunca foi a mesma coisa. Parte da culpa era minha, eu havia ido embora e a afastado sem a dar explicações plausíveis, eu apenas havia dito que não podia mais ficar nessa casa cheia de memórias, eu precisava sair.
Uma noite eu apenas fui embora e a deixei uma carta, dizendo para não se preocupar e que eu estava bem, só precisava de um tempo. A verdade era que eu não estava bem, a cada dia que se passava eu perdia cada vez mais o controle, por isso havia ido embora.
Se eu machucasse Daphne, eu jamais me perdoaria. Eu preferia me machucar ou morrer do que a ferir.
Ver seus olhinhos brilharem com as lágrimas contidas partiu meu coração em milhares de pedaços. A culpa rapidamente me consumiu, porém, parte minha sabia que fora para o bem dela, mas mesmo assim não deixara de doer.
- Eu sempre vou voltar para você.
Daphne sorriu para mim, abrindo os braços me convidando para um abraço. Eu não demorei muito para correr e me aninhar em seus braços.
Com ela ao meu lado, eu estava em casa, eu estava em paz. A crise de pânico agora era apenas uma mera lembrança, como se sequer tivesse acontecido e fosse apenas um pesadelo. Daphne trazia o meu melhor lado ao mundo e era apenas com ela em que eu me sentia eu mesma.
.09.2022
· · • • • ✤ • • • · ·
Bom diaa, queridos leitores!! Como vocês estão?
Gostaria de avisar vocês que eu já defini os dias de postagem dos
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro