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CAPÍTULO 64 - Sem Promessas

Você é o medo durante a noite
Você é a manhã, quando o dia clareia
Quando isso chega ao fim, você é o começo
Você é a minha mente e o meu coração

Não há luz, nenhuma luz nos seus brilhantes olhos azuis

No Light No Light - Florence And The Machine

_____________________ 

Senti o toque suave do vento beijar minha face. Respirei profundamente e gozei de a sensação da brisa do mar que penetrou em minhas narinas trazendo-me uma espécie de conforto. Lentamente abri os olhos e permiti que a luz do Sol se ajustasse a minha visão. Ainda sonolenta, sentei-me na cama e fixei meu olhar na ampla janela entreaberta que esboçava a nítida imagem da imensidão do mar azul. Por algum tempo apenas fiquei observando o leve balançar do fino pedaço de tecido na cor terra que se perdia a frente à janela, e por incrível que pareça, não pensei em nada. Nenhum sentimento de medo ou paz se apossou de mim. Havia apenas o silêncio e sua quietude sem fim.

— Acordou finalmente. — O som da voz de Loki, tirou-me do meu mundo silencioso.

Levantei meu olhar de encontro ao seu e notei que naquele momento em questão, eles estavam mais azuis que o normal. Parecia que um pouco do mar estava refletido naquele par de intensos olhos azuis.

— Os vivos sempre acordam afinal. — resmunguei saindo debaixo dos lençóis.

Percebi que ainda trajava o vestido azul do dia anterior, aquilo era um bom sinal, indicava que Loki fora respeitoso e não se aproveitou de meu cansaço para me despir sem minha autorização.

— Vou precisar de um banho. — declarei caminhando para fora do quarto.

— Posso trazer a banheira para o quarto. — disparou assim que eu avancei pelo estreito corredor que separava os cômodos daquela casa estranha.

— Preciso de um banho de mar. — Ressaltei, já partindo porta a fora.

Havia um vasto tapete de areia macia que me separava do singular contato com as ondas do oceano. Uma força fora do comum me conectava com cada som, cada movimento, cada existência mística da água do mar. A cada passo que eu realizava em sua direção, mais eu o sentia me chamar. Talvez todos os oceanos do mundo estavam interligados de alguma forma; talvez todos os mares já tinham sentindo minha alma transcorrer por suas águas, assim como também já haviam presenciado meu espírito voltar ao meu corpo. Uma ligação fora forjada; algo que jamais saberia explicar.

Alcancei as águas que se esparramavam suavemente pela areia. A sanção de frescor me atingiu de imediato, meu sorriso se alargou em meus lábios, fazia tempo que eu não sorria verdadeiramente.

Continuei a  percorrer o caminho pelas águas salgadas até que o tecido do vestido se colocou em minhas coxas. Abri os braços e deslizei meus dedos pelas ondas que passavam por mim. Uma sensação de euforia tomou conta de todo meu ser fazendo com que uma gargalhada saísse de minha boca. Caminhei cada vez mais fundo, até que as a profundidade tocasse meus ombros, e então eu fiquei lá, embalada pelas ondas do oceano, perdida no vazio que jazia em mim.

Não faço ideia de quanto tempo passado junto às águas do mar. Só sei que Loki não me procurou, talvez soubesse que eu precisava ficar sozinha.

Após esvaziar todas as energias ruim que havia em mim, eu deixei o oceano e sentei-me na areia macia, cruzei as pernas e depositei minhas mãos abertas sobre minhas coxas. Fechei os olhos e inalei o ar profundamente me conectando com toda a força da Natureza a minha volta. Permaneci em silêncio, imersa em meus pensamentos, tentando me encontrar dentro de mim.

Um tempo depois, Loki se juntou a mim. Senti sua presença ao meu lado, embora ele tenha permanecido em silêncio. Escutei sua respiração baixa, o som descompassado de seu coração. Algo o perturbava e eu tinha medo de descobrir o que era.

Abri meus olhos e fiquei observando as conchas do mar flutuarem na minha frente formando um círculo perfeito. Não olhei para Loki em nenhum momento.

— Certa vez, quando não passava de uma criança — comecei com a voz baixa — vi meu pai se sentar nessa mesma posição a qual me encontro e fazer os mesmos atos que estou fazendo agora. Ele estava de frente para o mar de nossa terra, enquanto pequenas pedras flutuavam ao seu entorno. Lembro-me de ter perguntado se algum dia iria conseguir manipular a magia assim como ele. Meu pai, emanando sua tão típica sóbria serenidade, abriu seus olhos incrivelmente verdes, olhou-me com ternura e disse que sim... que no tempo certo eu aprenderia tudo que ele sabia. Naquele dia, uma felicidade sem tamanho se apossou de mim, tudo que eu queria era ser como ele, meu pai era a pessoa que eu mais admirava. — Suspirei ao mesmo tempo em que as conchas caíram abruptamente no chão. — Agora tudo está uma desordem sem fim. Já nem sei se ele era meu pai; já nem sei quem eu sou no meio de todo esse caos. Nada mais faz sentido. E eu estou tão cansada de as coisas não fazerem sentido, estou farta de tudo ser um tremendo mistério. Meu pai, ou quem eu pensei que um dia foi meu pai, disse-me certa vez que tudo que se sucedesse desde o dia em que os vikings invadiram nossa casa, fazia parte de um propósito maior. Declarou com determinação que tudo estava entrelaçado de alguma forma e que tais situações que transcorreriam, estava além da vontade dos deuses. Salientou, por fim, que o dia em que ele e minha suposta mãe foram brutalmente assassinados, era nada mais que o início do fim. — Suspirei — É impossível não me recordar de tal lembrança sem associá-la ao fato de que Hades pensa que posso fazer parte de uma profecia que determina a extinção dos deuses. Recorreu-me, portanto, que talvez meu destino fora declarado há muito tempo. Me dói saber que eu nunca fui livre, nem para escolher meu destino. E ser livre — Suspirei mais uma vez sentindo a tristeza se abater em meus ombros — sempre foi o meu maior desejo; um desejo inalcançável, pelo que tudo indica. — Finalmente olhei para seu rosto. Seus olhos azuis como o céu acima de nós, fitavam-me com muita cautela.

— Quem me dera ter todas as respostas para os infinitos questionamentos que passam por sua cabeça. Queria eu poder dizer que és livre para fazer o que bem entender da sua vida. Mas acho que todos nós estamos presos ao destino. De alguma forma, nunca fomos livres. — Balançou os ombros.

— Se acredita mesmo nisso, então me diga, Loki, qual seria o seu destino? — perguntei sem conseguir evitar com que um leve sorriso se desenhasse em meus lábios.

— Lutar uma guerra interminável para vingar aqueles que amo. E no meio disso tudo, encontrar você. Portanto, fico feliz em saber que no meio da nossa jornada, o meu destino se encontrou com o seu. É reconfortante saber que de algum modo estávamos destinados um ao outro. Agradeço imensamente por isso.

Fiquei sem palavras, aquela declaração me desarmou por completo. Nenhuma parte racional da minha mente funcionava, sentia apenas meu coração batendo acelerado dentro de mim.

— Vai ficar quanto tempo aqui fora? — indagou ao perceber que as palavras não sairiam facilmente de minha boca.

— Já estava voltando. Meu estômago está reclamando de fome. — Inesperadamente, recobrei a capacidade de falar.

Loki se colocou em pé e estendeu sua mão para que pudesse me ajudar a me levantar. Uma estranha carga de energia passou por entre nós quando nossas mãos se encontraram. Sem esforço algum, ele me levantou da camada de areia. Seus olhos ainda fitavam nossas mãos unidas quando eu puxei a minha abruptamente e a devolvi próximo a segurança de meu corpo.

Não tive coragem de olhar em seus olhos, optei em evitar a decifrar a infinidade de mensagens perigosas que poderiam conter atrás daquelas safiras azuis. Rapidamente parti em direção aquele casebre à beira-mar, colocando uma distância considerável entre nós.

Ainda não tinha parado para analisar o local onde estávamos escondidos. Era um imóvel pequeno, feito de argila branca cujos dois cômodos eram iluminados por amplas janelas que lhe propiciavam uma ótima ventilação. Eu estava bem no centro de uma espécie de cozinha, uma fornalha vazia estava disposta em um dos cantos, ali havia apenas uma estante deteriorada que abrigava vários utensílios domésticos feito de barro, e uma velha mesa de madeira que ocupava boa parte daquele minúsculo cômodo. Um singelo colchão de feno fora improvisado e colocado rente aos pés da mesa. Deduzi que Loki havia o usado para dormir. O resto da casa eu já conhecia, existia apenas um estreito corredor que ligava o quarto simples onde eu tinha passado a noite.

— Pensei que a essa altura, você teria preparado algo para comermos. — expressei meu lamento assim que ele adentrou pela porta.

— Teria preparado se meus recursos não fossem limitados. — explicou, porém, um sorriso não saiu de seus lábios.

— Ah não! Vamos ter que pescar! Eu odeio pescar! — exclamei consternada.

Sua gargalhada retumbou pelos quatros cantos daquele minúsculo cômodo.

— O que me daria em troca se, por acaso, eu pudesse trazer uma refeição adequada sem que fosse preciso demandar esforços da sua parte? — Propôs com um sorriso perturbador esboçado em sua face.

Aquele era uma pergunta um tanto perigosa. Mas havia poucas coisas que eu não faria por comida.

— Te daria meu eterno agradecimento. Lembraria por toda a vida do dia em que o poderoso Loki, em sua grandiosa benevolência, aplacou a fome que ameaçava a me consumir. — Respondi exagerando no drama.

Loki riu novamente. Merda! Eu sempre gostei de ouvir seu riso.

Ele encurtou a distância que nos separava. Recuei alguns passos para trás, na vã tentativa de fugir de seu alcance, porém o deus prosseguiu com seus passos em minha direção. Senti a frieza da parede contra minhas costas. Maldição! Eu estava encurralada.

Prendi a respiração, na esperança fugaz de não inalar o seu cheiro inebriante. Seus olhos me encaravam com tanta intensidade, que quase pude vislumbrar as chamas que faiscavam no interior daquelas magníficas esferas azuis.

— Vou querer algo que além de um simples obrigado. — Ele percorreu a linha do meu maxilar com a ponta de seus dedos. — Quero que me conte um segredo, um que ninguém mais saiba. — Acariciou, com delicadeza, a curva de meu pescoço. Inevitavelmente, meu corpo me traiu e se arrepiou todo mediante aquela carícia provocante.

Um segredo... Refleti por um instante. O que eu poderia revelar? Declarar que eu ainda o amava? Não isso definitivamente estava fora de cogitação. Loki jamais saberia que eu fui tola o suficiente a ponto de nutrir tal inconveniente sentimento por ele.

Soltei o ar que eu prendia dentro de mim.

— Mostre-me o que podes fazer e assim decidirei se tal refeição merece como pagamento o meu segredo. — Desafiei, arqueando uma de minhas sobrancelhas.

Um brilho audacioso penetrou em seu olhar. Agradeci silenciosamente quando ele se afastou de mim e se posicionou com altivez na outra extremidade da mesa. Sua face tomou uma expressão de plena satisfação antes dele estalar os dedo, e instante depois, uma vasta quantidade de alimentos apareceu sobre a mesa.

Abri a boca completamente embasbacada. Mal podia acreditar que ele realmente havia feito aquilo.

— Como fez isso? — questionei, ainda surpresa enquanto levava a mão em direção a um pedaço de pão.

Loki segurou meu pulso antes que eu tocasse o alimento.

— Preciso do pagamento adiantado. — informou arqueando sua sobrancelha.

— Preciso saber se isso tudo é real. — argumentei fervorosamente. Ele, portanto, permitiu que eu tirasse uma lasca do pão e levasse a boca. Bendita Natureza, aquilo não só era real como também era deveras saboroso.

— Então? — indagou com os braços cruzados abaixo de seu largo peitoral.

Mordi os lábios. Segredos eram extremamente difíceis de serem revelados.

— Eu tenho medo de ratos. Pavor, na verdade. Muitos deles me morderam quando eu estava presa no navio que me levou como escrava para Escandinava. Adoeci durante a viagem e nunca soube dizer se foi por conta do balanço das ondas que embalavam o barco, ou se os ratos me transmitiram alguma doença. Pensei que não sobreviveria a jornada e teria meu corpo sem vida jogado ao mar. Contudo, apesar de quase ter morrido, sobrevivi para continuar a sofrer. Ratos também foram meu pesadelo na baía dos escravos, a noite eles sempre perambulavam entre nossos corpos estirados no chão frio, e de forma recorrente, atacavam o pouco de comida que nos davam. Nunca fui capaz de enfrentá-los, sempre estancava feito uma escultura de barro quando me deparava com algum roedor vindo em minha direção. — Confidenciar a ele tal segredo foi mais fácil do que pensei. As palavras simplesmente jorram da minha boca quando comecei a falar.

Uma expressão de pena passou por seu rosto, mas logo ela foi substituída por uma de curiosidade.

— Não sei se esse segredo serve como pagamento dessa refeição. Estava esperando algo muito mais significante. — O sorriso debochado permaneceu em seus lábios enquanto ele me encarava.

— Um segredo é um segredo. Nada fora acordado em relação a significância ou intensidade daquilo que eu deveria revelar. — rebati, tornando-me furiosa.

— Está certa! — Ergueu as mãos em sinal de rendição — Seu segredo está a salvo comigo. — declarou colocando as mãos em cima do peito.

E de que me vale a palavra de um mentiroso? Pensei, enquanto revirava os olhos e me sentava confortavelmente na cadeira.

Ávida, levei um pedaço de queijo a boca.

— Se algum dia usar meu medo contra mim. Pode ter certeza que será por uma única vez. — Ameacei entre as furiosas mastigadas — Os mortos, meu caro Loki, guardam segredos melhor do que os vivos. — Fuzilei-o com meu olhar ameaçador.

Ao contrário do que eu esperava, Loki apenas sorriu. O maldito sorriso sarcástico que eu tanto detestava.

— Bela forma de agradecer aquele que lhe trouxe comida. Seu coração de gelo pelo visto ainda não foi aquecido. — zombou antes de levar um cacho de uva a boca.

— Meu coração vai bem, obrigada. Mas penso que seja mais sensato da sua parte, se preocupar com o coração de Freya, sua companheira, caso tenha esquecido. — retruquei, e me encheu de satisfação ver que o sorriso de Loki desapareceu de sua face.

— Achei que tínhamos acordados em deixar o resto do mundo para trás. — censurou enquanto enchia sua caneca com cerveja.

— Não pensei que Freya fosse um problema. — pontuei, antes de enfiar um pedaço de peixe assado goela abaixo.

— Freya sempre foi um grande problema. — enfatizou com os olhos perdidos no líquido âmbar de sua caneca.

Mil perguntas se passaram em minha cabeça, porém as silenciei assim que elas ameaçaram fugir por meus lábios.

Inacreditavelmente, conseguimos concluir a refeição sem trocar insultos. Loki, assim como eu, estava faminto e devorou boa parte de tudo que foi conjurado com sua magia. E, embora não fosse do meu feitio experimentar coisas novas, acabei cedendo a seus argumentos e provei a tal da ostra que se confirmou ser agradável ao paladar. Também bebi uma ou duas canecas de cerveja, o que me fez relaxar instantemente.

— Se foi capaz de trazer tudo isso aqui — Lancei o olhar sobre o que sobrara da refeição — Acredito que possa fazer desaparecer dessa mesa. Então, por favor, peço apenas que leve para algum lugar onde necessitam de alimento, há muitas pessoas no mundo passando fome. Não seria capaz de lidar com minha consciência se soubesse que desperdicei comida. Jurei jamais cometeria uma atrocidade dessa medida.

— Farei isso. Sua consciência não será abalada por conta dessa refeição. 

Sua voz soou determinada, por essa razão, eu suspirei aliviada.

— Agradeço imensamente. — Arrastei a cadeira e pus-me em pé — Estou cansada, vou me deitar. — Então eu o deixei ali, plantado no meio da cozinha, perdido em seus pensamentos.

Assim que adentrei no quarto, dei-me conta do quanto aquele vestido estava pegajoso em meu corpo. Percorri meus olhos pelo cômodo na esperança de encontrar qualquer indício de vestes que eu pudesse usar, porém não havia nada além da cama vazia e as finas cortinas se agitando ao toque do vento.

Bufei um tanto frustrada. Teria que me virar com aquilo que trajava.

— Problemas? — Loki perguntou atrás de mim.

Virei-me para olhá-lo. Ele estava escorado rente à passagem da porta, seus braços bronzeados estavam cruzados abaixo de seu largo peitoral e seu olhar ostentava um brilho de divertimento.

— Não tenho nada para vestir além disso. — Apontei meu vestido com certo desânimo.

Um largo sorriso surgiu em seus lábios envolto pela camada de fios dourados.

— Se me permite dizer, esse vestido lhe caiu bem, principalmente agora, úmido e colado perigosamente em todas as partes certas de seu corpo. — Faíscas brilhavam em seus olhos.

— É por essa razão que devo trocá-lo. Não tenho a intenção de  instaurar imagens indecentes em sua mente maliciosa. — esclareci entredentes.

— Está meio tarde para isso, Coração de Gelo — ronronou manhosamente — Você não faz ideia das obscenidades que eu imaginei envolvendo cada parte do seu corpo. — Mordeu o lábio inferior enquanto seus olhos famintos me devoravam. Algo se mexeu em meu ventre. Maldito corpo que não sabia se controlar perto dele!

— Você deve ter um gosto bem peculiar, tenho certeza de que não estou nada agradável aos olhos. Acabei de sair do mar e sequer arrumei os cabelos. — Desviei a atenção de seu olhar e tentei chegar à cama, contudo, sua mão tocou meu braço e fez com que eu voltasse a atenção para ele.

— Maldição! — exclamei aturdida com a imagem à minha frente.

Lá está eu, ou melhor, uma réplica minha, olhando diretamente para mim. O mesmo par de pálidos olhos azuis, a mesma cascata de cabelos negros escorrendo selvagemente até cintura. As maçãs altas delineando a minha face. O mesmo nariz reto e abaixo dele os delicados lábios rosados. Baixei o olhar para meu corpo e percebi que ele estava diferente da época em que eu era escrava. Meus ossos já não eram evidentes, ao contrário, haviam músculos os escondendo. O fino tecido do vestido azul umedecido que colava em minhas coxas torneadas, seguia ajustado em meu quadril encorpado até chegar em minha cintura fina. Corei ao vislumbrar as aréolas rosada dos meus seios, aparecendo entre a transparência do tecido. Loki tinha razão, eu o havia dado muitos motivos para que sua imaginação vagueasse por caminhos indecentes. Maldição! Aquilo não iria acabar bem.

— Perdeu a capacidade de falar? — sua voz, a minha voz, tomou conta de meus ouvidos. Uma voz contida, intensa, que articulava as palavras com muita propriedade. Era estranho me ouvir. Era estranho pensar em falar comigo mesma.

— Eu... é... hum... — Nada de coerente saiu — Caramba, Loki! É perturbador ficar olhando para mim! — exclamei consternada.

Ele riu, eu ri, jogando a cabeça para trás.

— Perturbador do tipo, sua imagem está muito escandalosa nesse momento, ou perturbador do tipo não quero encarar uma réplica fiel de mim?

— Perturbador do tipo assombroso. Não quero ter essa lembrança atormentando meus sonhos. — declarei, ainda abalada com aquela situação.

Loki gargalhou, eu gargalhei, não tinha ideia do quanto meu riso era rouco, até me ouvir naquele momento.

Então ele me olhou, eu me olhei, e algo naquele gesto capturou minha atenção.

Estendi a mão em direção ao meu rosto e toquei minha têmpora com delicadeza.

— Não tinha noção do quanto meus olhos são tristes. — murmurei, sentindo uma imensa tristeza ocupar meu coração.

Loki tocou segurou minha mão, eu segurei minha mão, próximo ao meu coração.

— Eles nem sempre são tristes — explicou com o meu tom de voz brando — Às vezes quando está com raiva, determinada em realizar algo, ou quando conjura o fogo, eles ficam assim — Meus olhos se mesclaram entre o laranja e o dourado, como a chama crepitante do fogo — Ou quando esta imersa contemplado a natureza, eles ficam tão verdes quanto as folhas das árvores a quais admira — O fogo foi substituído pelo brilho esverdeado, pareciam que um par de esmeraldas ocupava o lugar deviam estar meus olhos — E quando conjura a água, são assim que eles ficam... — Violeta, a primeira cor do arco-íris se apossou de deles — Nas ocasiões em que você controla o ar, o clima, ou quando está tão triste que não consegue esconder seus sentimentos, esse se torna o seu olhar — O cinza sem vida ocupou o círculo maior, parecia que eu carregava uma tempestade em meus olhos. — Quando está feliz, quando sorri de verdade ou quando bebe além da conta, eles se se expressam assim — Um azul límpido e claro como o céu de verão, tomou conta de cada parte do meu olhar. — Loki inalou o ar profundamente, eu inalei o ar com força, e quando soltou a respiração, disse com minha voz mansa: — Mas existe um olhar, uma única tonalidade que eu vi apenas poucas vezes  e desejo profundamente, que ninguém mais tenha o visto. É um olhar único, que quando eu o vejo, sinto vontade de contrariar tudo que acredito e me perder dentro da profundidade do mundo que existe por detrás dele — Um azul intenso, que brilhava como se tivesse luz própria, que me fitavam como se pudesse ler minha alma, que fazia minhas entranhas se contorcer dentro de mim... tomou conta de meus olhos, me hipnotizando por completo.

Completamente imersa no exorbitante brilho azul daquele incrível par de olhos, deparei-me sussurrando sem ser capaz de me controlar:

— E quando eles aparecem?

Loki então avançou sobre mim, enquanto eu ainda estava perdida nas profundezas daquele intenso par de olhos azuis. E quando me beijou, não foram meus lábios que encontrei, foram os dele. Foi a sua língua que deslizou para dentro da minha boca me fazendo arfar em seus braços fortes. Foi a sua barba que eu senti raspar bruscamente a minha bochecha, quando seus dentes morderam meu lábio. Foi o seu gemido rouco que ecoou dentro da minha boca. Foi o seu cheiro que que penetrou em minhas narinas, deixando-me parcialmente embriagada. E foi no emaranhado de seu cabelo que embrenhei meus dedos e não permiti que ele fugisse. Lá estava eu... mais uma vez completamente entregue nos braços do deus da mentira, aquele a quem eu jurei que jamais voltaria tocar.

— Ah Coração de Gelo — murmurou contra minha boca, seus dedos se prenderam com firmeza em volta da minha cintura — Precisamos parar. — advertiu, embora permaneceu colado em mim.

— Por favor não pare. Faça o que quiser, mas não pare. — supliquei, agarrando seu colarinho com força.

Um grunhido primitivo saiu por seus lábios antes que ele voltasse a me devorar com ferocidade. Sua língua encontrou a minha enquanto suas mãos percorreram por minhas costas até chegar às minhas nádegas a quais agarrou com brusquidão, trazendo-me ainda mais próximo de si. Senti a rigidez do seu membro tocar a minha barriga. Um gemido rouco escapou de mim quando sua boca começou a beijar meu pescoço à medida que sua mão deslizava entre minhas coxas até encontrar o centro da minha intimidade.

— Pelos deuses, você está tão molhada! — gemeu contra meu pescoço fazendo minha pele se arrepiar.

Seus dedos brincaram com meu sexo, acariciando-me, torturando-me, levando-me ao êxtase. Tive que me agarrar forte em seu pescoço, quando um de seus dedos se aproximou dentro de mim.

— Loki... — gemi, cravando as unhas em seu pescoço.

Seus lábios capturaram os meus, enquanto o vai e vem frenético do seu dedo me levava a loucura.

— Você me deixa louco! — grunhiu, antes de tirar o dedo de dentro de mim e me puxar em seu colo. Minhas pernas envolveram seus quadris e seu membro rígido, ainda coberto pela calça, tocou o meu sexo que pulsava descontroladamente.

Segurei meu olhar no seu antes arrancar sua camisa e jogá-la no chão. Ele sorriu com malícia quando deslizei minhas mãos pelos músculos de sua barriga e soltei uma longa arfada.

Loki nos levou até cama e com destreza me colocou sobre ela. Seus olhos não deixaram o meu por nenhum instante, quando ele segurou as mangas do meu vestido e deslizou por meu corpo até que eu ficasse completamente nua.

Seus lábios se abriram para dizer algo, porém eu o silenciei com um beijo ardente. Ele riu quando eu procurei o cós da sua calça e tentei libertar seu membro. Suas mãos seguraram meu pulso e o prendeu acima da minha cabeça me deixando completamente impotente debaixo de si. Devagar seus lábios desceram por meu pescoço, beijando-o, lambendo-o até que alcançou o meu seio. A sensação da sua língua rodeando a acerola sensível, me fez soltar um gemido alto que ecoou por aquele quarto minúsculo. Seus dentes mordiscaram o bico do meu seio antes de voltar a sugá-lo com avidez. Então seus beijos traçaram o caminho da minha barriga e desceram por meu ventre, eu já sabia o que iria fazer e mesmo assim respirei profundamente em expectativa.

— Sua pele está deliciosamente salgada. — ronronou.

De alguma forma, no meio daquele turbilhão de emoções, me lembrei que eu havia tomado banho de mar logo pela manhã. Mas de repente, qualquer pensamento coerente foi esquecido quando seus lábios capturaram meu sexo.

Sua língua dançou junto a minha intimidade, fazendo-me contorcer embaixo dele. Seus braços passaram entorno das minhas coxas, me prendendo, tentando interromper meus movimentos. Enfiei meus dedos em seus cabelos quando seus dentes puxaram as dobras do meu sexo. Grunhi seu nome quando seus beijos se tornaram mais intensos a ponto de me provocar leves tremores.

— Tão deliciosa. — sussurrou, antes de voltar a me devorar com sua boca malvada.

Então senti um fogo ardente subir até minha face. Minhas pernas tremiam tanto que Loki precisou fazer um esforço enorme para deixá-las imóveis. Meu coração batia rápido demais, minha mente fervilha e meu corpo estava prestes a entrar em colapso. Puxei seu cabelo com força e gritei:

— LOKI! — seu nome foi proferido em um tom de voz bruto, quase primitivo enquanto eu explodia de tanto prazer.

Cada músculo meu pulsava sem controle. Minha respiração estava tão acelerada quanto as batidas do meu coração. Abri os olhos para enxergar o mundo a minha volta e me deparei com Loki me olhando intensamente. Pensei que meu êxtase havia chegado ao fim, mas me enganei profundamente. Senti o membro rígido de Loki abrir espaço entre meu sexo, e quando estava profundamente enterrado em mim, eu explodi novamente e quase toquei as estrelas do céu.

— Ah Coração de Gelo — gemeu investindo lentamente contra mim — Você é tão malditamente deliciosa.

Segurou meu rosto em suas mãos enquanto se movia em um ritmo deliciosamente provocante.

— Peça-me, Erieanna... Peça-me eu lhe darei tudo que quiser. — Comandou segurando o olhar no meu.

Então eu pedi. Primeiramente pedi para que fosse mais rápido. Ele rapidamente acelerou os ritmos de suas estocadas. Pedi para que fosse mais forte, e grunhido, agarrou minhas coxas e cravou seu dedo em minha pele enquanto se movia de forma rudimentarmente eloquente. Por fim, pedi que não parasse e e ele não parou. Não parou de se mover, não parou de me beijar, não parou de sussurrar meu nome e nem me acariciar. Por uma única vez, seus lábios deixaram os meus para que pudesse me olhar. Loki continuou se mover dentro de mim, porém seus olhos se prenderam em meu rosto. Fechei os olhos tentando fugir da profundidade daquele olhar, dos sentimentos que ele tentava me transmitir. Eu não suportava encarar aquela intensidade.

— Por favor, não desvie seu olhar. — ele suplicou em meio a um gemido — Olhe para mim, Erieanna. Não fuja de mim. — Seus dedos acariciaram minha bochecha.

Abri os olhos e o encarei.

Seus movimentos se tornaram mais intensos, mais brutos. Suor pingava de sua testa. Um brilho perigoso tomou conta de se olhar quando ele investiu com força pela última vez, e clamando por meu nome, explodiu em agressivos espasmos. Seus límpidos olhos azuis não deixaram o meu por nenhum instante, nem quando seus músculos relaxaram e os espasmos sessaram.

Ali, entregue em seus braços, pensei em lhe fazer um último pedido: pedir que me amasse, embora soubesse que era impossível.

— Gosto de seu olhar, gosto de saber que ele só aparece quando você se entrega a mim. — Beijou meus lábios com calidez.

Então eu soube... Meus olhos deveriam estar naquele tom azul intenso, o último que me mostrara. Aquele que só aparecia para ele. Um olhar apaixonado que me fez perguntar  silenciosamente como ele ainda não notará os sentimentos que nutria por ele?

De qualquer forma, evitamos a discutir o ocorrido. No entanto, aquele foi a primeira vez de muitas que transcorreram naqueles dois dias. Decidimos não conversar sobre sentimentos ou as possíveis consequências de nossas ações. Apenas deixamos tudo suceder, sem pressão, sem medo do que viesse a seguir. Em um acordo mútuo, chegamos à conclusão de que o que aconteceu entre nós, ficaria enterrado naquela casa à beira-mar. Sem ressentimentos, sem esperança, retornaríamos para nossas vidas e jamais voltaríamos a falar sobre aqueles dias.

Todavia, apesar de nosso acordo, na fatídica manhã antes de voltarmos à Asgard, me surpreendi com a imagem de um Loki desolado, que me fitava com muita apreensão.

— Preparado para voltar. — indaguei alisando meu vestido azul com as mãos.

Loki suspirou e passou as mãos pelos cabelos em um gesto de nervosismo. Ele já estava arrumado, trajava sua calça preta que se agarrava nos músculos se suas pernas, bem vestia sua camisa cinza quem apesar de estar um pouco folgada, não era capaz de esconder sua boa forma.

— Erieanna, escute... preciso lhe dizer algo. — disse com certo receio. Havia temor em sua voz.

— Não há nada a dizer. Apenas vamos seguir em frente. Sem promessas, meu caro Loki, porque promessa foram feitas para serem quebradas, assim como os corações foram feitos para serem partidos. — proferi, tentando pôr um fim em qualquer conversa deprimente.

— Você não entende! — exclamou exasperado — Eu preciso lhe dizer algo. Preciso que saiba disso por mim e não por outra pessoa.

— Loki, por favor, não torne as coisas mais difíceis do que já são. — resmunguei, pois quanto mais ele tentava se explicar, mais complicada ficava nossa situação.

— Erieanna, eu... — Calei-o com meus lábios. Meu beijo foi retribuído com prontidão, e a antes que ele se desse por conta, eu desvaneci de volta a Asgard deixando-o sozinho naquela casa, apenas com a lembrança dos meus lábios colados ao seus.

Respirei o ar com força. Toquei meus lábios ainda molhados e sorri pela última vez. O frio de Asgard que abraçou a minha pele coberta por tão pouco tecido, trouxe-me de volta a realidade. Uma tristeza sem tamanho se apossou de mim. Eu estava de volta ao mundo real e sabia por experiência própria que a realidade tinha o hábito de ser muito cruel.

A roda da vida continuava a girar e eu seguiria em frente. Ainda assim, eu já não ansiava em deixar Loki para trás.

Maldição! O que foi que eu fiz?

Dei-me conta, por fim, que um caos maior estava por vir.

(CAPÍTULO SEM REVISÃO)

Primeiramente, espero que todos estejam bem! Esses tempos de pandemia não estão sendo fáceis para ninguém, por isso desejo de todo meu coração que todos estejam se cuidando devidamente.

Segundo, como diria Erieanna, "Quem é vivo sempre dá as caras". Então aqui estou eu, quase dois meses depois, postando mais um capítulo.

Eu estou trabalhando em Home office, tendo aulas da faculdade em EAD, fazendo o TCC, minha pesquisa de IC e mais um monte de trabalho da faculdade os quais estão me devorando aos poucos. Se eu sobreviver a essa loucura, voltarei em breve (risos)

Dramas a parte, espero voltar aqui em poucos dias. Por favor, comentem o que estão achando da história, tenho medo de ter me perdido no meio do caminho, preciso de um norte!

No mais, vocês são INCRÍVEIS!!!

BJUS Tia Lua

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