Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 35 - Niflheim

É engraçado perceber que, embora eu tenha convivido pouco tempo com meu pai, foram os conselhos transmitidos a mim, quando eu era apenas uma criança, que possibilitaram que eu enfrentasse as mais variadas situações em que a vida — ou minha existência — colocou em meu caminho.

Quando tive de ir a Niflheim, não foi o contrário. Naquele dia, descobri que papai tinha toda razão ao afirmar que alguns segredos, jamais devem ser revelados, pois nunca se sabe a índole da pessoa que vai estar de posse daquilo que deveria ser mantido a salvo. É impossível saber se nossos próprios segredos serão usados contra nós. Por isso, algumas questões pessoais, não devem — em hipótese alguma — serem compartilhadas.

Mas nosso destino sempre teve o prazer de irônico e cruel. Por vezes, joga em nossa jornada caminhos permeados de obstáculos difíceis de serem transposto. Descobri, da forma mais terrível, que ir a Niflheim e enfrentar suas artimanhas, foi o momento de divisor de águas em minha existência. Talvez, se eu tivesse adotado um outro rumo, tudo teria sido diferente e menos complicado. No entanto, não se pode voltar no passado. Resta, portanto, a única escolha de aceitar todas as decisões que foram tomadas, elas tendo sido as melhores ou não.

Recordo-me com precisão o dia em que eu e Loki decidimos que iríamos ao pior dos nove mundos e tentaríamos burlar o primeiro dos três testes que Acme deveria enfrentar para conquistar a sua imortalidade.

Naquele dia, logo após eu ter explicado ao deus da mentira tudo que eu sabia sobre a Árvore dos Mundos; Loki me guiou para os degraus escavados nas austeras rochas negras, subimos ao andar superior e adentramos em um local tão simples quanto o ambiente inferior.

No cômodo, bem no centro, havia uma grande cama de madeira, alguns baús dispostos ao redor e um maior junto à sua parte dianteira. Notei, também, a presença de uma lareira escavada no meio das pedras rústicas, e ao lado da porta a qual entramos, estava fixada uma espécie de piscina natural sob o chão, cujas pedras negras faziam com que a água tomasse uma coloração escura. Após realizadas tais observações, nada mais poderia ser registrado além das grandes janelas que exibiam a linda e vasta imagem do límpido céu azul e a esplendorosa vegetação verde abaixo da montanha.

Por um longo momento, apenas fiquei parada contemplando a magnífica natureza que nos cercava, até que Loki surgiu a minha frente e me entregou dois pesados casacos de pele.

— Terá de vestir isso, suas roupas de combate não serão o suficiente para te proteger do frio de Niflheim. — explicou, percorrendo seus olhos por toda extensão do meu corpo encoberto pelas justas roupas de couro que eu ainda trajava por conta do treinamento que fora interrompido.

— Obrigada. — Rapidamente, fiz questão de sair do seu perigoso alcance.

O deus soltou um curto riso ao perceber que suas ações me deixavam claramente desconcertada. No entanto, inesperadamente, respeitou a distância que coloquei entre nós.

— Qual seu plano para Niflheim? — indaguei, abrigando-me sob a pele do grosso casaco cinza.

Loki, que estava também estava se vestindo, voltou a atenção para mim.

— Distrairei as malditas criaturas daquele mundo, enquanto você encontra a vidente e tenta arrancar dela qualquer informação a respeito dos testes. — explicou seu plano, e logo eu soube que era repleto de inúmeras falhas.

Terminei de me vestir, parti rumo a uma das janelas e assoviei de forma clara para que o vento levasse o meu comando para aquela que — incontestavelmente — teria de me acompanhar em determinada missão.

Pouco tempo depois, avistei as exuberantes asas marrons sobrevoando o céu com graciosidade e determinação, cortando as camadas de nuvens, até que, com exímia suavidade, minha águia repousou em meu braço esquerdo. Em um misto de admiração única, o pássaro me lançou um olhar sincero que expressava sua total fidelidade; um olhar que somente os animais são capazes de transmitir.

— Oi, pequena, fez uma boa viagem?

A águia apenas abriu o bico e inclinou a cabeça de um lado para o outro fitando-me com seus exuberantes olhos amarelos.

— O que é isso? — Loki se aproximou e fez questão de me analisar com uma expressão confusa.

— Essa é Visão, minha águia que também é meu segundo par de olhos. — Expliquei sem desviar o olhar de minha pequena companheira. — Tudo que ela vê, é transmitido para mim, se eu assim desejar. — Acariciei as penas macias do pássaro.

— Copiou a ideia de Odin? — Um sorriso provocativo surgiu em seus lábios.

Chacoalhei meus ombros indicando indiferença.

— Se ele pode ter aqueles malditos corvos espiões, acredito que estou no direito de ter minha águia para espioná-lo. — respondi, não me importando com o que Loki pensava de minhas ações.

O deus arqueou a sobrancelha e encarou meu pássaro com seus acusadores olhos azuis.

— Como ela conseguiu chegar até aqui? Esse é um lugar altamente secreto, ninguém mais conhece a localização além de mim. — Então seu olhar recaiu em meu rosto indicando que exigia uma explicação.

Respirei fundo antes de responder:

— Ela encontrou seu preciso refúgio porque eu estou aqui. Dividi com essa águia uma pequena parte de minha essência, por isso consigo ver através de seus olhos, assim como ela pode ver através dos meus. É por essa razão que Visão sempre saberá onde estou e sempre me encontrará, não importa o lugar em que eu esteja.

Loki uniu as sobrancelhas loiras ao centro da testa.

— O que acontece se águia morrer? — perguntou sem receio.

— A minha parte que está ligado a ela, deixará de existir. — respondi, informando que tinha completa ciência do feitiço que fiz para me ligar ao pássaro.

— Quer dizer que não se importa de perder uma parte sua, desde que possa ter mais olhos para viajar seus inimigos? — Arqueou uma de suas sobrancelhas no mesmo momento em que levou o indicador aos lábios.

Não consegui evitar com que meus pensamentos me traíssem e fizessem tomar ciência do quanto o gesto de Loki era algo provocante e um tanto sedutor.

Detestava a forma com que meu corpo reagia quando seu olhar intenso se perdurava em meu rosto. Ficava irritada por me sentir atraída pelo deus, que, na verdade, eu devia odiar.

— Por qual motivo devia me importar em perder uma parte minha se eu nem estou viva? Poder vigiar meus inimigos se tornou minha única e exclusiva prioridade. — argumentei, tentando, mais uma vez, fazer com que Loki confirmasse se eu estava viva ou morta.

Ele soltou um pequeno riso rouco. Aquele maldito riso que me causava sensações que eu desejava evitar.

— A cada dia que se passa, sou capaz de perceber o motivo de Odin ter se afeiçoado a você. Ambos são parecidos e demasiados calculistas. Além disso, confiam mais nos animais do que em qualquer homem. — Caminhou rumo às escadas, evitando a me olhar.

Não perdi tempo analisando aquela constatação. Apenas segui a seu encalço até o andar de baixo e minha águia, como esperando, acompanhou-me.

— Quais são as armas que levará a Niflheim? — Apontou os instrumentos pendurado junto a parede rochosa.

— Quero um arco e flecha, uma espada e algumas adagas.

— Então fique à vontade para se armar.

Rapidamente peguei tudo que precisava e Loki fez o mesmo. Escondi as adagas em pontos estratégicos e de fácil acesso. Não tinha a mínima ideia do que me aguardaria naquele terrível mundo sombrio. Tinha de me preparar para o pior.

Assim que estávamos devidamente armados, Loki se aproximou de mim e advertiu:

— Iremos nos deparar com criaturas terríveis. Por favor, tome cuidado. — Seu olhar estava carregado de seriedade. Ele raramente falava sério, por isso tinha certeza de que muita possibilidade de não voltarmos com vida de Niflheim.

Suspirei fundo.

— Vou me cuidar. — afirmei com convicção.

Queria suplicar para que ele também tomasse cuidado, mas meu orgulho impediu que tais palavras saíssem de meus lábios.

— Está preparada para desvanecer? — Enlaçou as mãos em minha cintura.

— Sim. — Envolvi minhas mãos em torno do seu pescoço.

Loki assentiu com a cabeça, então nós partimos rumo a Niflheim e somente o destino sabia o que aconteceria naquela terra sombria.

A primeirasensação da qual me recordo sobre o dia em que pisei no primeiro dos novemundos da Yggdrasil, foi o friocortante dilacerando a pele do meu rosto como se finas e invisíveis lâminas meperfuravam. Nem o pior inverno das terras vikings podia ser comparado ao geloem forma de mundo que era Niflheim.

Meu primeiro instinto foi conjurar a magia do fogo nas pontas dos meus dedos de modo a tentar me aquecer, porém fui bruscamente interrompida por Loki que silenciosamente apontou o dedo para o céu em um sinal de aviso. Segui com o olhar na direção indicada, e, de imediato, percebi que haviam criaturas esquisitas voando em círculos acima de nós. Ainda não tinham notado nossa presença.

— Não use o fogo nesse mundo. Essas e as demais bestas que habitam esse lugar sombrio, serão atraídas por qualquer sinal de luz que conjurarmos. Se não quisermos morrer, devemos permanecer o mais invisível possível. — alertou aos sussurros, evitando fazer qualquer barulho que pudesse nos revelar.

— Por que eles não nos atacam? — sussurrou, encarando as esquisitas criaturas que pareciam nos observar.

— Porque se nos atacar, nós iremos fazer um alarde e isso atrairá os predadores que eles temem. — Seu olhar voltou ao meu rosto. — Se não os atacarmos, elas não nos atacarão. — Informou num tom de voz que expressava o quanto estava tenso.

Jamais admitiria verbalmente, mas eu também estava um tanto temorosa a respeito da missão suicida que optamos por enfrentar.

— Qual é o plano agora? — Não fazia ideia de como seguiríamos a partir dali.

Loki segurou minha mão e me guiou para trás de uma rocha grande o suficiente para nos esconder e lá permanecemos agachados.

— Está vendo aquela fumaça mais à frente? — Apontou o indicador para algo além de uns pequenos montes bem mais adiante, na qual, de trás dele, via-se uma densa fumaça subindo até o céu escuro.

— Sim. — respondi em tom baixo.

— Lá, fica o poço Hvergelmir que é protegido pelo dragão Nidhug. Devemos evitar, a todo custo, caminhar naquela direção. — Trincou o maxilar evidenciando sua preocupação. — Iremos para o Sul, o lado oposto da morte. Meu objetivo é te levar até a morada da vidente para que você possa extrair qualquer informação a respeito do teste. — Fez uma breve pausa e fixou seus límpidos olhos azuis nos meus. — Preste atenção, Coração de Gelo, apenas um de nós pode adentrar no refúgio da vidente e ela é conhecida por ser mais ardilosa que uma cobra, não demore mais que o necessário em seu abrigo. Assim que conseguir qualquer informação, saia de lá o mais rápido possível. — Segurou minhas mãos com firmeza. — Estarei do lado de fora a sua espera, não sairei desse mundo sem você. — declarou, selando uma promessa que parecia ter a intenção de não quebrar.

Tentei dizer que também não partiria dali sem ele. No entanto, considerei mais prudente manter as palavras presas dentro de mim. Loki não precisava saber que eu me importava com ele. Mas, se fosse preciso, eu lutaria com qualquer criatura para livrá-lo da morte. Éramos aliados; teríamos de proteger um ao outro.

— Sairemos daqui juntos. — Afirmei convicta, tinha certeza de que se havia alguém que poderia entrar e sair de Niflheim vivos, essas pessoas eram nós.

Ao dar conta de que já estávamos preparados para desbravar o mundo sombrio, o deus da mentira tentou colocar-se em pé, no entanto eu o segurei pelo braço impedindo que ele concluísse a ação.

— Creio que é melhor analisarmos o terreno a nossa frente, talvez consigamos obter uma noção mais precisa do que teremos de enfrentar.

Loki acenou com a cabeça em sinal de concordância e esperou que eu me ligasse a minha águia que, obviamente, tinha me acompanhado na viagem.

Respirei fundo, fechei meus olhos e me concentrei no elo que me conectava com a parte da minha essência presa ao pássaro. Deixei que a magia me guiasse pelo vento gélido e desviasse de qualquer espírito sombrio daquele mundo. Não tardou até que encontrei a Visão e a ela me liguei. Abri meus olhos, e vi, nitidamente através do aguçado olhar do águia, as horrendas criaturas que vagavam como verdadeiras feras raivosas pelo solo gelado e espinhoso de Niflheim.

O mundo estava repleto de bestas negras maiores que cavalos e com dentes e garras tão afiadas quanto as de um lobo. As horrendas criaturas se moviam rapidamente e algumas tinham enormes asas como de morcegos. Consegui observar, também, a estrutura de uma casa no ponto mais alto do solo, constatei, portanto, que ali era o lar da vidente. Somente naquele momento, percebi o quanto eu e meu companheiro estávamos encrencados. O caminho até aquele casebre escavado por entre as rochas escamosas, estava cercado por pelo menos, uma centena de monstros que com certeza estavam ávidos para nos devorar.

Desconectei-me da Visão e narrei ao Loki tudo que vi. Ele cerrou os punhos e ficou ainda mais tenso. Teríamos de ser extremamente habilidosos se quiséssemos sobreviver aquela missão.

— Faremos assim... Tentaremos evitar as criaturas, mas se não for possível, abateremos usando o arco e flecha. Mataremos qualquer besta que aparecer no caminho. Não temos outra escolha a não ser lutar. — seu tom de voz confiante me transmitiu a segurança que precisava para levar abaixo Niflheim se preciso fosse. Éramos uma boa dupla afinal.

Determinados a concluir aquela missão, pegamos nossas armas e iniciamos nossa caminhada até a moradia da vidente.

Nossos passos eram seguros e silenciosos como de um lobo no meio de uma caçada. Prestávamos atenção em qualquer ruído ao nosso redor. Era tão assustador estar naquele mundo e escutar os sons estridentes que saiam das bocas das criaturas, mesclando-se como uivo do vento que por sua vez, juntava-se com gemidos agonizantes de almas perdidas no sofrimento eterno. Acredito que aquela foi a primeira vez que senti medo de algo além de mim.

Percorremos grande parte do caminho sem qualquer surpresa. No entanto, quando já estávamos nos acostumando com tal ambiente pavoroso, inesperadamente uma criatura surgiu a nossa frente e bloqueou o caminho.

Tomei um curto período de tempo para analisar a besta que rosnava, salivando com ferocidade, exibindo seus grandes dentes pontudos. Os olhos amarelos reptilianos, nos encarou como se fôssemos a melhor refeição que faria naqueles dias. Instintivamente, saquei meu arco e flecha e Loki empunhou sua espada. Ficamos, então, aguardando o ataque da criatura que, surpreendente, não veio. Estiquei a linha do arco rente minha orelha, ajustei a mira da flecha e permaneci pronta para lançar o tiro. Meu coração batia acelerado em meu peito a medida em que eu encarava a fera que também me olhava com cautela. Eu já havia decidido que não a atacaria, esperaria pacientemente que ela me atacasse. No entanto, a demora foi curta, pois a criatura soltou um uivo apavorante que eclodiu no ar e depois se lançou de forma agressiva contra mim. Aguardei o momento exato para contra-atacar, e assim que ela abriu a boca, disparei o tiro certeiro da flecha que atravessou seu crânio como se fosse manteiga. O último grito da morte estrondou da boca e a fera desabou no chão sobre meus pés. Uma das criaturas estava morta, faltava, apenas, mais uma porção delas.

Não tivemos tempo para pensar no plano a seguir, já que nosso confronto fez barulho alto o suficiente para despertar todos os monstros ao nosso redor. E assim, praticamente do nada, uma horda de bestas aladas e animais horrendos avançou contra nós.

A única opção que nos restou, foi a de correr rumo ao nosso destino abatendo qualquer criatura que ousasse cruzar nosso percurso. Usei todas minhas flechas para matar as bestas aladas, depois saquei a espada que carregava nas costas e cortava a pele, dilacerava os membros e arrancava a cabeça das criaturas que nos atacavam. O sangue negro das betas, sujou nossos rostos e vestes. Os gritos eufóricos que saiam de nossa garganta, abafavam o uivo do vento. Por conta do calor da batalha, o frio deixou de ser tão dilacerante.

Avançamos em nossa jornada, deixando uma trilha de cadáveres para trás. Parecia que estávamos no controle da situação, porém, logo que chegamos ao início da escadaria que levava a casa da vidente, uma das bestas aladas atacou Loki pelas costas e quase devorou seu braço. Felizmente fui capaz de salvar a vida do meu companheiro, lançando uma adaga que cortou o ar e cravou bem no centro do olho da fera ardilosa que caiu morta sobre o solo negro.

Loki levou um susto ao perceber a criatura desabando ao seu lado. Depois, virou o rosto em minha direção e exibiu um pequeno sorriso de agradecimento. De fato, éramos bons juntos.

— Vá! Eu ficarei aqui enquanto você fala com a vidente! — Comandou, afundando a espada no coração de uma das criaturas. — Vá agora! Darei conta dessas pestes. — rosnou, furioso e procurou outra besta para aniquilar.

Pela primeira vez, obedeci seu comando sem questionar. Com uma energia pulsante percorrendo meu sangue, subi os degraus o mais rápido que consegui.

Só agora percebo que eu deveria ter deixado Loki ir ao encontro da vidente. Teria sido mais prudente da minha parte ter permitido que o deus da mentira adentrasse naquela casa e pagasse o preço pela informação que fomos buscar. Existem poucas situações em que eu realmente desejo voltar ao passado e mudar a ordem dos fatos: ter barganha do com a vidente é uma delas.

Mal sabia eu quem encontraria do outro lado da porta, e mesmo que me dessem mil chances para tentar adivinhar, tenho certeza que jamais acertaria.

O destino sempre foi uma verdadeira caixa cheia de surpresas impossíveis de prever. Resta, apenas, lidar com aquilo que ele reservou para nós.

(CAPITULO SEM REVISÃO)

Ajude a autora que deixou de fazer algum trabalho da faculdade para postar esse capítulo, deixando seu voto. ;)

Se virem algum erro, me notifiquem, tô sem tempo para revisar!

Bjus, tia Lua

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro