👑 FOUR 👑
Atenção! Este capítulo contém violência e diálogos degradantes a alguns personagens. Se não gosta deste tipo de conteúdo e queira pular o capítulo, me chame no inbox e darei um resumo.
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Derek saiu em disparada atrás do tio, com apenas um lençol lhe cobrindo a nudez. Não podia deixar que ele chegasse até seus pais; precisaria conseguir um jeito para que Peter ficasse calado sobre aquilo. Já bastava Cora que havia descoberto o segredo também por acidente quase um ano antes. Porém Peter não era como Cora, ele era mal e perverso, foi sempre um dos que implicava com os dois mais jovens, e certamente usaria daquilo como uma desculpa para separa-lós.
— Peter espera! — Derek gritou ao tio que quase corria a sua frente. Os guardas passantes os olhou torto por estar quase nu no corredor — Peter, me escuta!
— Escutar o que, Derek? — ele questiona depois de parar para ouvir o sobrinho — Uma desculpa sua? Uma mentira pra justificar seus pecados? Não adianta porque eu vi perfeitamente o que acontecia ali naquele quarto.
— Não é isso... eu...
— Se bem que não é uma total surpresa, não é mesmo? Vocês dois vivem juntos desde pequenos, faltam se beijar por esses corredores do castelo, só não enxerga quem não quer. E nosso rei vai adorar saber sobre isso.
— NÃO! Peter você não pode contar a ele. Sabe o que ele fará se descobrir? Ele vai me matar, pior, vai matar o Stiles — Derek dizia em desespero. Seu coração pulando tanto no peito que parecia subir pela garganta.
— Tivesse pensado nisso antes de se deitar com ele! O que você pensava? Que iria viver um romance proibido nas penumbras do castelo até envelhecer? Que iria escapar do casamento? Você é o primogênito adorado do reino, Derek, você tem que agradá-los até o fim de seus dias, e o povo certamente não aceitaria ter o herdeiro do trono concubinando-se com um menino qualquer.
— Eu nunca quis ser nada disso! — o príncipe ditou entredentes — Eu não quer ser adorado por essas pessoas, eu não quero ter que fingir ser quem não sou só pra agradar aos outros. Eu só quero ser eu, amar quem eu quiser, viver como eu bem entender.
— Você não quer assumir o trono, é isso? — Peter questionou com sarcasmo evidente — Você pretende renunciar sua herança real por um amor jovem? Por um homem? Me recuso a acreditar que você é tão ingênuo a esse ponto, Derek! Nosso rei precisa mesmo colocar um juízo nessa sua cabeça de vento!
O homem fez menção a continuar andando e o príncipe teve de agarra-lo pelo braço.
— O que você quer? — Derek ditou mesmo a contragosto, fazendo o homem sorrir no mesmo momento — Eu sei que você tem um preço pra tudo, então me diga: o que você quer pra não contar ao Rei sobre nós?
— O que eu quero você não pode me dar — Peter sibilou, sua voz escorregadia e perigosa como veneno de cobra; seus olhos azuis refletindo o brilho louco de sua alma.
— É a coroa? Porque se for isso é toda sua! Eu não me importo mais. Fique com ela.
— Não é isso que eu quero, Derek — o mais velho disse, com um sorriso lânguido que causava calafrios ao príncipe.
— Então o que é? Diga-me! — Derek ficava mais nervoso a cada momento. Desejando acabar logo com aquilo para poder voltar ao quarto e pegar tudo o que fosse possível para partir para outro lugar com Stiles a tiracolo.
Porque de jeito nenhum ele passaria outro dia naquele lugar; correndo o risco de constantemente serem descobertos e acabarem na força ou em uma fogueira, queimando enquanto são acusados de possessão demoníaca.
Já era decidido; ele encontraria um outro lugar para eles sem demora.
— Ele — Peter sibila com todo o descaramento que tem sob a pele de lobo dele. Derek não entende, ou não quer fingir que não entendeu, então o tio reformula a própria frase — Eu quero o Stiles!
Derek avança furiosamente sobre o tio, o prensando contra a parede com força e brutalidade, não dando a mínima para o lençol que abandonou o corpo ou para o alerta dos guardas no corredor adiante. Quando ele fala, sua voz carrega todo o ódio e desprezo que ele nem sabia que tinha pelo próprio tio.
— Você é mesmo o bastardo desprezível que todos falam, Peter. Hipócrita desgraçado, late pra mim o quanto é errado estar com ele, enquanto você mesmo está aqui querendo... — ele para com o nó que se forma em sua garganta. Só de imaginar o que ele pensa em fazer com seu amor lhe dá náuseas.
A respiração curta e a vontade assasinada de enforcar o homem o deixam desorientado.
— Você acha mesmo que é o único interessado nele, Derek? Você é muito tolo se acha isso. O garotinho colírio do Rei é tão formoso quanto uma donzela casta. Por incrível que pareça, uma quantidade considerável de soldados tem interesse em fazer dele uma puta. Bom, agora já sabemos que de castidade ele não tem mais nada, já que você se encarregou de foder ele como cadelas no cio. Ou será que é ele á fazer de você um poço de esperma?
Peter sorria diabolicamente, fazendo o sangue de Derek ferver ainda mais.
— Acho melhor você lavar essa sua boca imunda antes de falar dessa maneira. Nem você e nem nenhum outro desgraçado desse reino jamais vai encostar em um fio de cabelo dele. E acho melhor você o respeitar antes que perca sua cabeça — O príncipe rosna furioso enquanto apertava mais o pescoço do tio com o braço.
— Você não está em posição pra impor nada aqui, príncipe — o homem provoca mesmo com a voz entrecortada pelo pescoço sufocado — Se me matar sem um motivo, vai ter toda a fúria de sua mãe contra você. E mesmo sendo o príncipe herdeiro, terá um julgamento oficial perante o rei. Qual será sua desculpa para isso? Porque o motivo real nós sabemos que você tenta esconder a sete chaves.
— Qualquer desculpa esfarrapada seria válida perante meu pai pra acabar com a sua raça desprezível. Minha mãe pode suportar um luto, que é muito melhor do que ter um irmão como você.
— Ou você pretende fugir? — Peter provoca mais uma vez — por acaso pretende pegar a sua cadela e uma estopa e correr pra outro lugar? Talvez um reino onde vocês sejam livres pra viver o amor juvenil que vocês acham que sentem?!
Derek perde o restante da paciência e bate no homem. Um punho firme e bem treinado no queixo alheio, o que faz ele ir ao chão, mas não perdendo o sorriso. O príncipe o bate de novo e de novo. Os guardas se aproximam mas não interferem.
— Você está enganado... — o homem recomeça depois de cuspir uma pequena poça de sangue — se acha que vocês dois poderiam viver felizes em qualquer lugar deste planeta. O que você sente não é amor, sobrinho, isso é carência. A luxúria de alguém que não sabe aproveitar a vida, alguém que acha que só porque tem a oportunidade de comer o rabo de um garoto bonitinho acha que está apaixonado. Mas você não está, Derek.
— Você nunca entenderia — Derek cospe em repugnância e decepção — porque você não passa de uma criatura nojenta sem coração.
Derek cata o lençol do chão e o enrola novamente sobre o corpo com um pouco de dificuldade sob as mãos trêmulas, antes de volta apressado ao quarto, deixando o tio para trás.
Stiles já está devidamente vestido quando o príncipe volta ao quarto, chorando, com os olhos arregalados de medo como uma corsa na mira de um caçador, o rosto vermelho e andando de um lado ao outro no aposento.
— O que aconteceu? — o rapaz perguntou assim que viu o amante entrar pela porta.
Derek procurou primeiro vestir-se e controlar a respiração antes de falar com ele — Arrume suas coisas, estamos indo embora daqui agora mesmo!
— O que?
— Não faça perguntas, Stiles, só vai! — ele é mais grosso do que gostaria, assustando o companheiro que dá um passo para trás instintivamente — Me desculpe. Eu... nós precisamos ir embora agora, Stiles. Ele nos viu e está indo agora mesmo contar ao meu pai. Não posso ficar aqui, não quando eu sei que o rei o será obrigado a te castigar.
— Derek, você não pode abandonar sua família, seu lugar como herdeiro. Eu jamais pediria que você fizesse isso. Eu posso suportar um castigo, se isso significar que você não será prejudicado.
— Não! — Derek diz em desespero e se aproxima do outro, segurando o rosto dele com as mãos — Não, Stiles! Não podemos mais viver aqui. Nós nunca mais ficaremos juntos, eu serei obrigado a me casar e você será usado como escravo se ele não te matar! Eu não posso deixar isso acontecer. Então, por favor, arrume suas coisas e venha comigo.
Stiles assente enquanto o outro limpa as lágrimas do rosto dele, antes de juntar seus lábios em um beijo suave e cheio de promessas.
— Seja rápido e pegue somente o necessário. Me encontre daqui a alguns minutos nos estábulos — Derek instrui enquanto se despede do parceiro, indo até a porta e avaliando o corredor para ver se eles já eram perseguidos.
Eles tinham uma vantagem, aquela hora da tarde seu pai estaria ocupado com à infantaria, treinando os jovens soldados como fazia todas as tardes, e ele não seria interrompido a menos que fosse extrema urgência, coisa que Peter contando fofocas não era. Só depois que o rei subisse para seus aposentos e banhar-se, descendo para o jantar era que ele teria uma chance de contar. Até lá, Derek já pretendia estar muito longe com Stiles.
Depois de enfiar algumas roupas na estopa de modo apressado, o príncipe saiu do próprio quarto evitando os corredores principais onde os guardas estavam de vigia, pois certamente eles notariam a bagagem incomum do jovem herdeiro.
Sorrateiramente, com anos de experiência em traquinagem e danação, Derek seguiu pelo castelo sem que ninguém o avistasse; ele e Stiles eram os melhores naquela arte de saírem escondidos, o que lhes dava uma grande vantagem naquele momento.
O príncipe passou pela sala de armas, perigosamente perto de onde seu pai treinava, mas ele não podia sair em uma dug sem ao menos sua fiel espada de punho.
A próxima parada era bojareis leste, lugar onde ele sabia que sua mãe estaria lutando para colocar etiqueta na personalidade dura de Cora. As duas estavam como sempre, sentadas à mesa de chá enquanto a rainha aborrecia-se com a princesa que comia mais parecida com um soldado do que com uma donzela enquanto resmungava com a mãe sobre aquilo ser "um monte de besteira".
Derek se aproximou emocionado, tentando segurar que os olhos transbordassem de tristeza. Ele amava aquelas duas e seria uma grande dor ter que abandoná-las daquela maneira tão covarde. Ele deixa a mochila cheia escondida entre uns arbustos ao longe.
— Ah. Olá, querido! — a mãe dele cumprimentou docemente quando o viu ali — O que faz por aqui a essa hora? Tudo bem? — ela perguntou desconfiando da incomum melancolia no filho mais velho. Até mesmo Cora havia parado de comer para observar o irmão.
— Sim. Tudo bem. Só vim avisar que estou saindo com Stiles, vamos cavalgar, estaremos de volta até o anoitecer — ele mentiu, com dificuldade em dizer algo tão contraditório.
A rainha não era tola e muito menos ingênua, ela conhecia muito sobre relações sociais e conhecia mais ainda os próprios filhos. Ela sabia que algo não estava certo. Notar a espada embainhada na cintura do filho também não ajudou a acalma-lá.
— Eu já vou indo — Derek recomeçou — só passei para ver vocês, parece que fazem dias que não nos vemos.
— Nos vimos hoje no almoço — Cora diz confusa e com uma careta sem entender.
— Eu sei, mas com tanta gente... eu — o príncipe foi interrompido pela mãe que levantou-se de seu acento e o aconchegou entre os braços em um abraço quente — Eu amo vocês.
— Eu também te amo demais, meu filho. Vocês três — ela diz de modo carinhoso, como sempre incluindo Stiles na sua contagem materna. O coração de Derek fica miúdo — Cuidado em sua cavalgada — ela o abençoa com um beijo na testa e um olhar cálido.
Derek bagunça o cabelo de Cora antes de voltar ao caminho, pegando a bagagem e se apressando para o estábulo. Stiles já esperava por ele, com dois cavalos selados e uma expressão de medo no rosto.
— Tem certeza disso, Der? Nós podemos dar um jeito, falamos com seu pai.
— Não! Vai dar tudo certo, Sti, eu prometo. Nos vamos ficar bem — ele segura sua mão em um aperto suave, confiante — Confia em mim.
Stiles aceita e monta no próprio cavalo. Ele está tremendo de medo, mas mentiria se dissesse que não estava minimamente feliz por aquilo estar acontecendo. Ir embora com Derek era um sonho de muitos anos.
Derek arrumou-se na sela e começou a viagem ao lado do companheiro. O início de uma longa viagem.
Um longo sonho que foi bruscamente interrompido antes mesmo que eles deixassem as cocheiras.
Guardas com armas em punho interromperam sua passagem, os cercando e ameaçando, assustando seus cavalos. Os impedindo de ir em busca da liberdade. Derek nem teve tempo de questionar ou ordenar algo quando seu tio apareceu mais uma vez em sua frente com o rosto em puro ódio mal contido.
Stiles foi derrubado de seu cavalo e segurado com desprezo por dois guardas que já o arrastavam para dentro do castelo.
— Pensou mesmo que iria conseguir fugir assim, meu príncipe? — Peter questionou com sua voz de veneno.
Derek gritou e protestou enquanto também era segurado por outros três soldados e era arrastado para dentro da fortaleza.
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Mds, eu adoro um cliffhanger.. kkkkk
Também adoro fazer leitores roerem as unhas e sofrerem um cadinho..
Beijocas e até o próximo..
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