— Simples assim, você vai fingir que é meu primo que venho do nordeste e vai passar uma temporada aqui.

— Entendi perfeitamente. — Lucas falava enquanto brincava de ficar trocando a luz da Led do meu quarto pra qualquer cor formando uma baladinha.

— Ótimo, agora para de ficar fazendo isso. — Falei pegando o controle de sua mão. — Vai que você queima isso.

Lucas apenas me olha e concorda com tudo que eu falei, espero que essa criatura não estrague meus planos.

Terminei de ajeitar as coisas e decidi fazer alguma coisa pra comer, tenho certeza que depois que Leandro e Gabriel chegar, não tem quem segure esses mortos de fome.

Antes de qualquer movimento meu, Lucas se levanta da minha cama e sai do meu quarto, obviamente senti um ponto de interrogação se formando na minha mente.

"Que diabos está acontecendo?".

Quando desço atrás, vejo meus amigos que já tinha invadido minha casinha com a
uma bola na mão, certeza que estavam no jogo. Como eu não tinha preparado absolutamente nada, decidi simplesmente me jogar no sofá e esperar as madames fazerem seus pedidos.

— Cadê a educação?. — Gabriel falando jogando uma almofada na minha cara. — Boa noite dona Eduarda.

— A vai se lascar, me viu hoje cedo e tá falando besteira. — Revirei os olhos e dei um risinho só de ver sua cara de indignação.

— Problema é de quem mesmo? Assim, seu. — Ele fala dando um sorrisinho. — Teu pai não te deu uma educação tão ruim assim.

— Blá, blá, blá. — Dei a língua para o garoto que me devolve me mostrando o dedo do meio.

Antes de qualquer pronunciamento, consigo escutar os passos de alguém na escada, certeza que era o androide, só espero que ele consiga encenar perfeitamente o nosso combinado.

— Que isso Dudinha, trazendo macho pra dentro de casa. — Dacruz falou e logo deu risada. — Eae camarada, tá pegando essa alma sebosa mesmo?.

— Tá amarrado. — Lucas falou e eu virei minha cara pra ele. — Deus não me daria um castigo desse.

— Como é seu filhote de ratazana?. — Falei olhando com puro ódio pra criatura.

— Eu menti?. — O safado deu risada. — Meu nome é João Lucas, sou primo da Eduarda.

— Tá explicado isso tudo. — Bak falou rindo e pegando na mão do androide. — Eu sou o Gabriel, diz que sou o melhor amigo dessa criatura.

— Apronto, vai começar o bullying. — Falei bufando.

— Eu sou o Leandro, o cara que aguenta esses dois. — Dacruz fala rindo e pegando na mão robótica.

— Percebi que vocês são pessoas de um humor único, tenho certeza que vamos ser ótimos amigos. — João fala.

— Pra oprimir a Duda, é comigo mesmo. — Gabriel fala e logo me joga um beijo.

Cretino, safado, cachorro, vigarista, vulgar, filhote de sangue suga, tudo de ruim nesse mundo.

༺═────────────═༻

— Ela meteu a cara no chão? Misericórdia, a bichinha é lesada com força. — João Lucas falava e ria ao mesmo tempo.

— To te falando Lzinn, a mina é esculaxada. — Bak ria enquanto comia uma das minhas barras de chocolate.

Do nada os meninos criaram um nome pro androide, eles decidiram que Lucas era muito padrão e do nada meterem um Lzinn. No final, todos gostaram, até eu achei um nome diferenciado.

— Quando vocês vão trocar de assunto? Sei lá, não tem alguma coisa melhor pra falar?. — Perguntei.

— Poderíamos falar do dia que você tomou um fora do Nobru. — Dacruz simplesmente sugeriu, mas na hora eu já dei um corte.

Qual foi, ninguém pode dar em cima de alguém quando esta totalmente bêbada?.

— Pode parar, naquele dia eu não estava nenhum porcento sóbria. — Falei me levantando. — Não gosto de falar daquele dia, vocês não sabem como foi difícil ficar olhando pro Bruno e o menino com medo de ser demitido por ter me dado um fora.

— Eu demitiria ele se eu fosse você. — Gabriel falou.

— Mas graças a Deus que não é. — Falei cruzando meus braços. — Aliás vocês estão enchendo o meu saco, não quero ficar falando de mim. — Levantei em seguida.

— Quer fazer o que amor da minha vida?. — Leandro falou enquanto ajeitava o bigode pelo reflexo do telefone.

— Sei lá, da uma ideia.

— Que tal lermos algum livro em conjunto?. — Lucas falou super empolgado.

— Tu usou que tipo de erva pra ter umas brisas loucas?. — Bak falou. — Deus me livre e me guarde de ler, prefiro tomar uma cachaça da boa.

— Misericórdia... — Falei colocando a mão no rosto.

— Bom, que tal a gente ver algum filme, tenho certeza que isso vai da uma animada legal. — Leandro falou super empolgado.

Os rapazes concordaram e eu já sabia qual ia ser o final dessa animação toda, íamos assistir o filme e em menos de cinco minutos a dupla ia capotar no sofá, essa era a maior certeza de todos os tempos.

— Sim, eu faço a pipoca. — Lucas falou se levantando da cadeira e indo em direção à cozinha.

— Gostei do seu primo, com ele não precisamos brigar pra quem vai trazer as coisas. — Gabriel fala todo relaxado na cadeira.

— Tenho certeza de quem vai comer isso tudo sou eu, vocês vão dormir. — Falei pegando uma mecha do meu cabelo e colocando atrás da orelha.

— Eu mesmo não, tô com zero porcento de sono. — Dacruz falou passando a mão no cabelo.

— Estou contigo nessa. — Bak fala dando um sorrisinho de vitória.

A dupla estava convicta que não ia dormir no período do filme, mas quem eles querem enganar? Conheço aqueles dois a anos e sei que vão dormir no início da trama.

Vamos ver se essa resistência vai durar muito.

Alguns minutos depois...

Como eu disse, essas pregas acabaram dormindo e babando no meu sofá. A gente inventou de assistir Sonic, mas pelo jeito nem o filme todo agitado conseguiu segurar os garotos.

Lucas estava vidrado na tela e comendo a pipoca todo sorridente, incrível como a tecnologia está avançada, um androide conseguia facilmente se alimentar como um ser humano.

Pelo que eu me lembro Caio falou que o robô tinha acesso a qualquer informação do mundo, mas para isso era necessário que o androide usasse o seu paladar. O que eu quero dizer, que Lucas poderia comer qualquer alimento para pode desbloquear em seu HD.

Eu achei sensacional essa ideia.

— Duda?. — Escutei Lucas me chamar. — Você tá assistindo o filme ainda?.

Me viro para o rapaz que me olhava com a boca toda suja.

— Acho que não. — Sussurei e dei um sorriso. — Me cansei fácil.

— Percebi. — Ele da um sorrisinho sem mostrar os dentes. — Quer fazer outra coisa?.

— O que por exemplo?.

Lucas para um segundo e coloca a mão no queixo, certeza que ele estava insinuando que estava pensando em algo. Até que do nada ele se levanta e estende sua mão para mim.

— Que tal a gente fazer alguma receita maluca?.

— Tipo, usar suas informações culinárias para fazer algo que realmente dê certo?. — Perguntei.

— Tsc, relaxa não vou usar minha inteligência, quero fazer que nem vocês humanos. — Ele faz uma pause e olha para os meninos. — Quero experimentar fazer uma receita sem saber como se faz corretamente.

— Interessante. — Dei um sorrisinho e em seguida pego em sua mão. — Vamos lá priminho.

Não demorou muito e Lzinn me puxa pra ficar em pé, apesar de que sua força seja um pouco brutal, acabo indo em direção ao seu peito e logo dou de cara com a criatura.

Em poucos segundos fico vidrada com o seu olhar, engraçado que continuo achando fascinante seus olhos desde que o vi em construção.

— Bom... Vamos pra lá. — Lucas sussura e logo se afasta de mim.

Sem dúvidas, Lzinn ficou sem graça com o nosso toque repentino ou eu que fiquei sem graça. Sacudi minha cabeça para tirar esses pensamentos e fui em direção à cozinha.

༺═────────────═༻

— Meu Deus a gente não presta pra fazer nada. — Falei dando risada em ver o nosso bolo de chocolate virar uma cratera de chocolate.

Lucas já estava rindo alto, até esqueceu que os garotos estavam dormindo no cômodo ao lado.

— Essa foi a pior ideia que a gente já teve. — Ele ria e logo pegou um pedaço do bolo para experimentar.

Espero seu rosto se transformar em uma careta pelo gosto do bolo, mas a sua reação foi o oposto do que imaginava.

— Nossa, ficou muito bom. — Ele fala com a boca toda suja.

— Meu Deus, não é possível. — Falei pegando um pedaço do bolo e logo experimento.

Pela primeira vez, o desastre se transformou em algo gostoso, só estava feio, mas de compensação, o gosto estava muito bom.

— Falei pra você que estava bom. — Ele fala todo contente.

Pego um guardanapo que estava na mesa e me aproximo de Lzinn, o androide parecia uma criança com a boca toda suja. Antes mesmo de o avisar, começo a limpar os cantinhos que estava com a calda do bolo furacão.

Percebo Lucas me olhar e ao mesmo tempo intercalava para outro lugar. Eu gostava da sensação que aquele ser estava me causando, era algo misterioso desde que o vi pela primeira vez.

Depois da minha pequena contribuição, Lucas faz o mesmo comigo, mas o que eu achava que ia ser um contato normal, acabou me fazendo sentir um nervosismo, algo que eu nunca tinha sentindo com alguém tão perto de mim.

Isso já desmontrava um sinal de alerta, por conta disso, me afastei rapidamente e me levantei.

— Bom... Acho que vou ver se os meninos estão acordados. — Falei limpando minha boca com a mão. — Você já deve saber onde fica o quarto de hóspedes, então boa noite e até amanhã.

Antes mesmo de escutar sua voz sai correndo e já fui pra sala. Não sei o que deu em mim, do nada fiquei nervosa por conta de um robô.

Até parece piada, eu deveria rir da minha própria cara. Mas não queria entender esse nervosismo, quero continuar focada no meu relatório com o Lucas.

Não posso deixar nada e nenhuma ocasião me distrair...

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Oi, que saudades eu estava de escreveeeer.

Acho que posso dizer que voltei kkkkkk Meu Deus quanto tempo.

Gostaria de pedir desculpas, mas aconteceu tanta coisa na minha vida que eu nem sei por onde começar.

Espero que gostem do capítulo, fiz ele com o intuito de voltar a escrever, então aos poucos vou atualizando.

Não esqueçam de votar e comentar, sei que decepcionei geral, nem estava tão ativa como eu era acostumado a está. Por isso mesmo quero voltar a ser como eu era antes.

Irei atualizar as outras fics de pouco em pouco.

Acho que é isso meus amores, nosso Robot Heart está de volta!!!!

Até o próximo capítulo♡