𝐵𝐼𝑇𝑇𝐸𝑅𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇 𝑇𝑅𝐴𝐺𝐸𝐷𝑌
“Família é o lugar onde as mentes entram em contato entre si. Se essas mentes amam umas às outras, o lar será tão bonito quanto um jardim florido. Mas se essas mentes entrarem em desarmonia umas com as outras, será como uma tempestade que destrói o jardim.” — Buda.
O garotinho não conseguia parar de olhar para a enorme instalação no topo da colina. Desde sempre ele sentia uma estranha fixação pelo velho castelo em ruínas que ali se situava. Um lugar tenebroso com uma história tão horrível quanto ele.
Há muitos anos inabitado, o antigo castelo negro era palco de uma terrível chacina, acontecida alguns anos antes de Liam nascer. O lugar era — antes de todos aqueles acontecimentos — o mais belo de toda a cidade. Toda a grande fortaleza era cercada de uma grama verdinha que cobria toda a colina onde a construção se erguia, retumbante, mostrando toda a sua grandiosidade. Diversos tipos de flores cresciam ali, tornando todo o lugar mais colorido e vívido. Empregados por todos os lados, correndo por corredores longos que pareciam nunca ter fim e uma família rica habitavam o local dando a ele energia e cor. Uma mulher bonita, de voz suave e calma era a matriarca daquela família recém chegada ao castelo. Ela mantinha a harmonia de tudo aquilo que as pessoas lá embaixo classificavam como espelho do paraíso. Um homem com sorriso encantador e inesquecíveis olhos âmbar encontrava-se como patriarca da família e marido da bela mulher, ajudando-a a comandar aquele lugar tão cobiçado por todos que o conheciam, e por fim, uma criança de alma alegre e olhos marcantes era o filho que trazia felicidade a todos que moravam naquela fortaleza intocável.
Criança dotada de extraordinário poder, fazia com que tudo aquilo se mantivesse de pé, impedindo que toda a beleza e perfeição se desfizessem bem aos olhos de todos os que podiam ver.
Porém, um homem com tamanho mal em seu peito, um dia decidiu subir a colina e destruir tudo aquilo que era tão perfeito. Em uma noite tempestuosa, tal homem subiu a colina com ódio correndo por suas veias e movido por tamanho sentimento, ele adentrou a fortaleza de pedra, destruindo com suas próprias mãos cada resquício de vida que ali havia e exterminando para sempre a família de bom coração que vivia naquele local. Os empregados não foram poupados de toda aquela malignidade, perdendo suas vidas em um piscar de olhos junto com a linhagem de boa índole que naquele lugar vivia.
No entanto, tal homem dotado de tanta malevolência não percebera a criança escondida sob seus olhos, abaixo da cama de seus pais. O garotinho tapou seus ouvidos tentando impedir-se de ouvir os gritos e as coisas sendo quebradas enquanto seu pai tentava conter a força monstruosa de tamanho homem que tentava destruir o bem mais precioso que ali havia. Sua mãe chorava e gritava arremessando os travesseiros e cobertas para debaixo da cama para que o garotinho os usasse para se proteger. A criança encontrava-se estática ao presenciar tudo aquilo. Seu medo o impedia de se mover e usar suas habilidades para proteger aqueles que mais amava.
Sangue pingava pela cama e pelo chão e os corpos desfalecidos de seus pais tomavam aquelas áreas. Um trovão cortou o céu quando a pequena criança viu o assassino de seus pais caminhar para longe de si, permitindo que a criança visse seu rosto na escuridão do quarto ao olhar uma última vez para sua impiedosa façanha.
Ao descer a colina, o homem presenciou toda a grama verde se tornar marrom e todas as flores e árvores morrerem bem diante de seus olhos, secando enquanto suas folhas e pétalas eram levadas pelo vento e sumiam na paisagem que morria.
O crime foi descoberto logo pela manhã, quando os moradores da cidade lá embaixo acordaram e encontraram a colina morta de tão repentina forma. Policiais e moradores subiram a vertente para saber o que tinha acontecido lá em cima, encontrando os diversos corpos decapitados ou com pescoços quebrados dentro de seus quartos. Todos foram enterrados, mas ninguém deu por falta da criança desaparecida e logo o autor de tais atos foi descoberto e preso, condenado a apodrecer pelo resto de seus dias em uma cadeia fria e suja de localização indeterminada, fazendo com que o caso fosse arquivado como solucionado.
Um ano mais tarde, o homem fugira da cadeia, sendo preso não muito tempo após sua fuga. Todavia, ele já tinha realizado mais um de seus hediondos crimes. Homem feito de puro ódio, estuprou uma jovem das redondezas traumatizando-a para o resto de sua vida. Meses depois, descobrira-se que tal jovem esperava uma criança, fruto da forçada relação com o assassino. Ela não desejava levar a diante com a gravidez, entretanto, sua mãe a implorara para não acabar com a vida que se formava em seu ventre, convencendo-a a gerar a criança que era fruto da própria morte em pessoa.
A jovem deu à luz a um menino de grandes olhos castanhos e lisos cabelos da mesma cor, assim como os de seu pai. Sem resistir ao parto, a mulher morrera nos braços da parteira que realizava sua concepção, tendo tempo apenas de beijar seu filho uma única vez, encontrando logo em seguida a morte.
Com o falecimento de sua filha, a avó da criança decidiu criá-la, poupando-a de saber de sua terrível história, passando-se por sua mãe e o criando com todo amor que podia dar, impedindo que a maldade algum dia atingisse o coração tão puro do garotinho, tornando-o bom de coração e alma.
Agora, anos depois de tais acontecimentos. A pequena criança tinha fixação por aquele local inóspito, perguntando sempre à sua mãe o que tinha ali, fazendo a mulher ter de fugir da pergunta durante todo o tempo. Karen tentava, mas não conseguia conter a curiosidade do garotinho que a cada dia se sentia mais atraído por aquele local horrível. Ela queria protegê-lo de toda aquela história, mas começava a se tornar mais difícil à medida que o menininho crescia, algo no castelo parecia chamar por ele.
Liam sentia uma incontrolável vontade de ir até lá e quando suas pernas o colocaram de pé e se moveram em direção a fortaleza de pedra, ele não se impediu, caminhando durante minutos, hipnotizado pelo monstruoso castelo no topo da colina.
O castanho carregava em seus braços um ursinho branco de pelúcia com o qual conversava enquanto vagava até o topo da encosta, seguindo apenas seus instintos.
❝eu sei que mamãe mandou que nunca fosse até o castelo, berry, eu sei...❞ Proferiu, apertando o urso contra seu corpo ao olhar para as árvores secas que se projetavam pelo caminho formando sombras feias e amedrontadoras, deixando o garotinho assustado. ❝mas é que eu não consigo me segurar toda vez que vejo esse lugar feio. eu não sei o que dá, que eu quero ir até lá sempre, mas a mamãe não deixa porque ela diz que é perigoso.❞ O garotinho podia ouvir os assobios das árvores secas quando o vento batia nelas, fazendo um arrepio correr por sua espinha, o fazendo correr o mais rápido que suas pernas o permitiam, parando em frente a um alto portão de ferro preto repleto de desenhos.
Liam empurrou o portão com cuidado, passando pela fresta aberta e caminhando para dentro do jardim morto da antiga casa dos Malik. A grama marrom e seca que rodeava as ruínas do castelo dava a tudo um ar melancólico que deixava o castanho com um inexplicável sentimento de perda. O garotinho sentiu como se tivesse deixado algo passar sem perceber e que aquilo causava um bizarro efeito borboleta que destruíra tudo aquilo que ele conhecia.
Sacudindo sua cabeça e seu corpo para espantar o sentimento, o menininho pôs-se a caminhar pelo morto jardim, observando com atenção cada uma das pedras no chão e das árvores mortas ao redor daquele lugar anormal.
Em uma parte distinta do jardim, uma flor branca que florescia bem diante de si chamou a atenção da criança que correu em sua direção com seus grandes olhos brilhando em curiosidade, percebendo que toda a grama em volta da margarida estava verdinha e saudável, tornando todo o resto quase surreal perto de toda a sua beleza e simplicidade. O pequeno se agachou, tocando a flor com cuidado e sorrindo ao detectar o aroma doce dela no ar, deixando-o feliz rapidamente.
Ao mesmo momento que apreciava a linda flor, Liam podia ouvir um baixo choro vindo de dentro do castelo. Aguçando seus ouvidos, o pequeno pôde ouvir melhor os soluços vindos de dentro das ruínas do castelo. O castanho apertou seu ursinho mais uma vez contra si, correndo para dentro do espaço sem perceber que os lugares em que seus pés tocavam a grama tornavam-a verde novamente.
Seguindo os sons que ecoavam pelo recinto, Liam subiu longas escadas até chegar a um corredor longo e completamente branco. Nele um garotinho, talvez um pouco maior que si, encolhia-se escondendo seu rosto entre suas pernas enquanto seus soluços altos provocavam um aperto no coração do mais novo ali presente. Liam correu na direção do garotinho, ajoelhando-se em sua frente sem saber muito bem o que fazer.
❝p-por quê tá chorando? você se machucou?❞ O acastanhado perguntou preocupado, assustando o menino a sua frente, este que fez se encolher mais diante dos olhos castanhos. ❝não fica com medo, eu prometo que não vou te machucar...❞ Liam garantiu, levantando sua mão pequena e gordinha, levando-a até o rosto inchado do outro. O moreno se assustou com o toque, afastando-se da mão quentinha de Payne, porém o mais novo continuou a tentar o contato aproximando sua mãozinha da bochecha do outro uma segunda vez, sem nunca tirar seus olhos dos enormes olhos âmbar do mais velho.
❝s-seus olhos p-parecem com os do ho-mem mau...❞ Zayn comentou sussurrante, lembrando-se claramente dos olhos daquele homem que o dava calafrios. Liam inclinou sua cabeça para a direita sem entender.
❝que homem mau? ele te machucou?❞ O maior concordou, aproximando-se um pouco mais do carinho da mão do castanho.
❝e-ele machucou os meus pais e depois disso eu nunca mais vi eles...❞ Logo, mais lágrimas começaram a brotar dos olhos do moreno e soluços deixaram sua garganta. ❝e-eu tô so-zinho a-gora!❞ Exclamou entre soluços, ação que fez com que os olhinhos de Liam marejassem e ele trouxesse o maior para seus braços em apenas um impulso.
❝n-não chora! isso me faz querer chorar também!❞ Payne implorou apertando o garoto estranho em seus bracinhos gordinhos. ❝você não tá sozinho também porque.... e-eu tô aqui!❞ Zayn soluçou alto e Liam se calou, tentando conter suas próprias lágrimas enquanto acariciava as costas do mais velho. Eles ficaram naquela posição durante um longo tempo até que ambos se acalmassem.
Quando se afastaram, o Malik abaixou sua cabeça olhando para seus próprios dedos tentando regularizar sua respiração, mas outra coisa chamou sua atenção: às mãos de Liam. Elas eram pequenininhas e gordinhas, eram adoráveis para o maior e encantado, Zayn esgueirou seus dedos até uma das pequenas mãozinhas, tocando-a com cuidado e entrelaçando seus dedos, hipnotizado com a forma como aquela coisinha tão minúscula era quase engolida por sua mão grande.
❝você não me disse seu nome...❞ Liam falou, tomando a atenção do moreno para si.
❝é zayn e o seu?❞ Os olhos âmbar do mais velho estavam fascinados com o garotinho.
❝liam.❞
❝eu sei fazer uma coisa e acho que você vai gostar, mas não pode fazer muito barulho, okay?❞ Liam concordou rapidamente, pegando seu ursinho do chão e ficando de pé conforme o maior também o fazia, puxando sua mão consigo. ❝fecha os olhos.❞ O menor olhou desconfiado para o moreno, apertando seu ursinho. ❝confia em mim, eu prometo que não vou te machucar...❞ O acastanhado olhou ainda desconfiado para o rosto do mais alto, porém fechou seus olhos e calou-se.
Zayn fechou seus olhos também e logo, eles já não estavam mais em sua época, e sim, no dia em que todo aquele belo sonho de juventude desabou.
❝pode abrir os olhinhos agora, lee...❞ O moreno permitiu, abrindo os seus também. Os olhos castanhos de Liam se arregalaram ao observar o corredor branco brilhando de uma forma que chegava a machucar seus olhos. O chão estava bem polido, mostrando o reflexo do mais novo ali, diferente de antes, quando o chão estava sujo e com raízes crescendo por baixo dos pisos e os quebrando para sair.
❝o-o que aconteceu? o-onde estamos?❞ O castanho perguntou surpreso, mirando todo o corredor impressionado e curioso. Malik riu baixinho.
❝estamos na minha casa, liam... antes de a destruírem.❞ O garoto moreno começou a puxar o menor pela gigantesca fortificação. ❝vou te mostrar ela da forma como era, tudo bem? você só não pode falar alto, uh?❞ O castanho concordou com um sorriso de janelinhas. O mais velho bagunçou seus cabelos.
Enquanto andavam, ambos deram de cara com uma mulher alta, com finos olhos verde claro, cabelos castanhos que iam até um pouco depois de seus ombros enquanto sua pele era de um tom um pouco amarelado. Ela carregava uma trouxa de roupas em suas mãos e um sorriso se abriu em seus lábios ao ver a figura de Zayn entrar em seu campo de visão.
❝olá, zayn! como você está hoje, hum? dormiu bem na última noite?❞ A voz dela era aguda e doce, assim como a forma que olhava para o mais novo.
❝eu estou bem, tia susan!❞ O moreno respondeu calmamente, observando o rosto da mulher com tamanha saudade. ❝e a senhora?❞
❝eu vou ótima, querido.❞ Ela bagunçou os cabelos negros da criança e enquanto isso, Liam apenas observava toda a cena com os olhos brilhando de encanto, mal percebendo que a mulher não o via. ❝seus pais encontram-se na sala de jantar, estão tomando o desjejum neste exato momento, por que não vai até lá?❞ A moça sugeriu suavemente e o garotinho sorriu, concordando e observando a mulher passar diretamente pelo corpo do castanho. Um calafrio percorreu todo o corpo pequeno e Zayn olhou-o com as sobrancelhas franzidas.
❝aquela era susan, uma das nossas antigas empregadas...❞ O menino de olhos castanhos assentiu com um sorriso infantil iluminando seus lábios. ❝não deixe que eles passem por você, são ilusões que eu crio com as lembranças que tenho e toda vez que algum deles passa por algo sólido, eu perco a concentração.❞ Payne encarou o rosto moreno do outro, movendo sua cabeça em concordância.
❝okay, não vou passar por eles!❞ O mais velho sorriu, apertando a mãozinha pequena que segurava a sua delicadamente, voltando a percorrer os corredores do grandioso castelo. Juntos, os dois exploraram todos os mais interessantes cômodos do castelo, divertindo-se com as abundantes lembranças férteis de Zayn. O pequeno teve o prazer de tomar café com os pais dele, descobrindo que sua mãe era uma mulher deslumbrante e sorridente e seu pai um homem brincalhão e cativante que fez incontáveis piadas aos dois, lhes contou histórias junto a sua esposa e por tempo indeterminado os alegrou e fez gargalhar com toda a sua boa graça.
A área inóspita agora se assemelhava com o mais maravilhoso lugar do mundo, tornando real a aquisição de espelho do paraíso que todos lhe atribuíam no passado. Zayn mostrou a Liam cada uma das boas coisas que aconteceram naquele lar e ao entardecer, o moreno o pediu para que fechasse os olhos novamente. O garotinho sabia o que estava por vir e resistiu ao pedido calmo, provocando um sorriso no mais alto.
❝está na hora de ir, leeyum...❞ O moreno pediu carinhosamente, acariciando os fios castanhos e lisos do menino de bochechas cheias que possuía um pequeno bico em seus lábios.
❝não, vamos ficar só mais um pouquinho, zany!❞ Implorou manhoso, puxando a barra da camisa azul ciano do outro garoto.
❝eu também queria ficar, lindo, mas está ficando tarde e sua mamãe deve estar preocupada, não é?❞ Zayn persuadiu com um gostoso sorriso, vendo o Sol começar a se pôr pela janela do corredor. Liam pensou por um tempo e acabou por permitir, fechando seus olhos. ❝obrigado, leeyum.❞ O maiorzinho deixou um beijinho na testa alheia e fechou seus olhos. Segundos depois a vida deixou aquele local e tudo voltou a ser triste e mórbido como antes fora.
Ao abrir seus olhos, Liam estava no jardim morto por onde houvera de ter entrado enquanto o Sol se punha e o garoto de olhos âmbar olhava-o com os olhos marejados.
❝zany, o que foi? vêm aqui fora, o sol está tão lindo dá pra ver tudinho daqui!❞ O moreno continuou parado, negando amedrontado, porém Payne não aceitaria um "não" como resposta. O castanho caminhou para dentro e puxou o maior para fora mesmo que contra a vontade do mesmo, sorrindo enormemente ao mostrá-lo o céu em tons de rosa, laranja e amarelo, cheio de nuvens coloridas e a grande bola quente se pôr nas montanhas do outro lado da paisagem.
❝e-eu acho melhor entrar, leeyum, está ficando tarde.❞ O castanho sorriu sapeca, negando com seu dedo na boca, tendo uma ideia.
❝não, vamos fazer outra coisa mais legal!❞ O pequeno deixou seu ursinho sentado ao lado da bonita margarida, sussurrando algo para ela. ❝cuida bem do berry pra mim tá, dona margarida?❞ Zayn sorriu genuinamente para a cena, logo observando o mais novo correr de volta para perto de si e estender sua mão gordinha em sua direção.
❝me concede essa dança, zany?❞ Perguntou tentando se manter sério, arrancando um riso baixo do maior.
❝sim, leeyum.❞ O mais velho agarrou a minúscula mão, deixando que seu corpo fosse puxado para perto do corpo do miúdo e de forma desengonçada eles começaram a rodopiar pelo jardim, entre risadas e sorrisos, cantando juntos a letra de uma música qualquer. A dança era lenta e calma, mas eles pareciam duas flores movimentadas pelo vento, de maneira serena e bonita.
i found a love for me
darling, just dive right in and follow my lead
well, i found a girl, beautiful and sweet
oh, i never knew you were the someone waiting for me
eu encontrei um amor para mim
querida, entre de cabeça e me siga
bem, eu encontrei uma garota, linda e doce
oh, eu nunca soube que era você quem estava esperando por mim
❝eu gosto de dançar, zany❞ o mais novo disse olhando para os pés dos dois juntos, indo de um lado a outro, docemente ❝muito, eu acho...❞ O menor divagou, tendo os olhos dourados vidrados em seu rosto fofinho. ❝eu não sei porque, só é tão legal ficar assim com você!❞ Liam sorriu inocentemente para o mais velho, apertando suas mãos juntas. Zayn sorriu também.
❝sim, é divertido dançar com você, liam...❞ Afirmou vagamente, olhando para o céu desta vez. Logo a escuridão engoliria todas as cores e a luz deixaria de brilhar no belo céu colorido e aquilo preocupou o mais velho.
'cause we were just kids when we fell in love
not knowing what it was
i will not give you up this time
but darling, just kiss me slow
your heart is all i own
and in your eyes you're holding mine
porque éramos apenas crianças quando nos apaixonamos
não sabíamos o que era
eu não vou desistir de você dessa vez
mas, querida, apenas me beije devagar
seu coração é tudo o que eu tenho
e, em seus olhos, você está segurando o meu
❝leeyum, eu acho que está na hora de você ir.❞ O castanho negou distraído, brincando com os dedos do maior. O Malik soltou uma de suas mãos e puxou o rosto fofo para perto do seu suavemente, encarando os olhos castanhos seriamente. ❝está ficando escuro, é hora de você ir...❞ Zayn acariciou a bochecha do menor com seu polegar, tendo os orbes chocolate atentos aos seus.
❝não, eu quero ficar mais um pouco... por favorzinho?❞ O menor implorou com um sorriso de lado, apreciando a carícia alheia. O moreno negou com pesar.
❝eu não acho que seja uma boa ideia, liam... você tem que ir, é mais seguro lá embaixo, com as outras pessoas,❞ o maior apontou com o olhar para a cidade localizada colina abaixo ❝afinal, você tem família não tem?❞ Liam concordou, tristonho. ❝vamos, não fique assim, ela deve estar preocupada com você. e você pode vir me ver... depois.❞ Zayn sugeriu amigável. Liam maneou sua cabeça, abraçando o maior com força e enterrando sua bochecha no peito dele. Malik não esperava o carinho repentino, mas retribuiu de bom grado, apertando o castanho em seus braços magros.
❝zany, vem comigo então, a mamãe ia adorar você!❞ Liam pediu com um choramingo, se recusando a deixar o amigo naquele lugar horrível. ❝por favor, eu quero você comigo!❞ O maiorzinho suspirou.
❝eu não acho uma boa ideia...❞ Zayn falou receoso. Liam olhou-o com carinho. Seus olhos brilhando pedintes.
❝vamos, por favor, por favor, por favor! eu prometo que você não vai nem se arrepender!❞ O castanho persuadiu, fazendo biquinho e encarando o mais velho que se encontrava pensativo.
baby, i'm dancing in the dark
with you between my arms
barefoot on the grass
listening to our favorite song
when you said you looked a mess
i whispered underneath my breath
but you heard it
darling, you look perfect tonight
amor, eu estou dançando no escuro
com você entre meus braços
descalços na grama
ouvindo nossa música favorita
quando você disse que parecia uma bagunça
eu sussurrei bem baixinho
mas você ouviu
querida, você está perfeita essa noite
O moreno olhou lá para baixo, para toda a cidade viva presente ali, pensando seriamente. Não sabia se estava pronto e nem se queria deixar sua casa para sempre, no entanto o garotinho em seus braços quase chorava em busca de um “sim” saído de seus lábios e ele houvera de ter balançado seu coração triste e magoado. Havia se esquecido como era ter companhia, até que ele chegou de repente, aflorando novamente o bom sentimento de ter alguém por perto, lhe cuidando e arrancando sorrisos o tempo todo. Queria ir, mas primeiro precisava aprender a deixar e ele estava ali para o ensinar como o fazer. Sem pressa, apenas, com calma e cuidado.
❝lindo, eu...❞ Os olhos castanhos brilhavam ansiosos, esperando sua resposta. ❝eu acho que vou gostar de ir com você.❞ Zayn sorriu de lado e Liam gritou alto em alegria, pulando em seu colo e levando o maiorzinho ao chão.
❝yaaay, você vem, você vem mesmo zany!❞ O moreninho concordou, fazendo o menor gritar de forma aguda outra vez, enchendo seu rosto de beijinhos molhados e arrancando risadas do mais velho. ❝você merece um beijo! um não, vários!❞ O miúdo comentou com um sorriso sapeca nos lábios. O moreno arqueou suas sobrancelhas em confusão.
❝beijos? que beijos? você já me beijou né?❞ O castanho gargalhou gostosamente, provocando um sorriso involuntário do maior.
❝você é muito bobinho, zany.❞ O miúdo brincou, passando seus dedinhos pelo rosto alheio. ❝os beijinhos que eu tô falando são diferentes, você vai gostar.❞ Liam fez uma pausa, aproximando seus rostos mais e sussurrando. ❝os beijinhos que eu tô falando, são aqueles que a mamãe dá no papai, aqueles na boca...❞ O garotinho sorriu divertido, surpreendendo o maior ao grudar os lábios em um selinho carinhoso.
***
A noite chegou rápido e com o cair da Lua e a luz das estrelas iluminando o céu, dois jovens caminhavam para longe da colina. Desciam calmamente pela estrada cheia de árvores — agora vivas e floridas —, conversando sobre trivialidades bobas do passado e vislumbrando um futuro feliz ao lado um do outro.
— Mamãe estava pensando e ela quer mudar... Temos cuidado do castelo durante todos estes anos e, talvez seja uma boa ideia mudar para lá — Liam comentou em dado momento, fazendo o moreno parar e o olhar —, ela acha que o espaço é bom e você sabe como ela quer netos. Muitos netos! — O moreno riu baixo, amenizando o nervosismo do companheiro.
— Eu gosto da ideia. Esse castelo é minha casa, foi o lugar onde vivi com as pessoas que me amaram até o último sopro de vida e seria injusto com a lembrança deles vendê-lo. — Zayn exprimiu alegre, apertando o castanho em seus braços fortes como faziam desde muito novos.
— Não parece fazer tantos anos parece? — O moreno negou. — Como quinze anos passam rápido, não?
— Parece ter sido ontem quando você subiu nessa colina e me fez descer com você... Já fazem quinze anos? — Perguntou um tanto estupefato, apertando o pequeno de encontro a si. Liam concordou. — Você não se cansa? — Liam o encarou confuso. — Quero dizer, estamos juntos a bastante tempo e agora... Bom, tem uma bolinha de golf sem nome na sua barriga e eu não sei mais o que pensar, além de “como você pode”? Como você pôde me amar durante todo esse tempo e agora quer um futuro comigo? Quer dizer, eu tenho sido complicado para você... Modifiquei sua vida em todos os sentidos. — Payne suspirou risonho.
— Esse assunto de novo, querido? Assim, tão sem mais nem menos? — Zayn concordou. — Amor, você sabe que não existe um “por quê” ou um “como”. Eu apenas subi a colina, invadi sua fortaleza e roubei seu coração. Não é uma matemática tão difícil, é apenas uma curta questão de em que você acredita. Eu acredito que foi uma curiosidade estranha que me moveu para cima, a frente sempre e me levou até você e algumas pessoas – só as normais, devo ressaltar – acreditam que isso seja denominado como destino. Porém, você não é o que podemos chamar de normal, então apenas deixe de quebrar a cabeça matutando sobre isso e finja que só foi uma coisa do acaso. Uma feliz coincidência ao acaso, que tal? — Zayn agraciou-lhe com um riso caloroso, assentindo logo depois as palavras do mais novo. — Agora, pelo amor de Deus, pare de chamar nosso filho de bolinha de golf sem nome! É um bebê do tamanho de uma bolinha de golf, não uma bolinha em si! Você pode chamá-lo de bebê ou, se preferir, podemos escolher os nomes agora... — O moreno o observou atônito e o castanho acariciou a pequena elevação em sua barriga.
— Eu gosto de Theodore.
— É, Theodore é um bom nome... Mas acho que gosto mais de James, ou quem sabe até, Jawaad — Liam olhou-o de canto, persuasivo, vendo os olhos dourados brilharem fortemente com a sugestão. — Você gosta, Zee?
— Liam. — O moreno repreendeu. — Por favor, não me iluda, você sabe como eu gostaria que ele tivesse meu nome! — O castanho mordeu seu lábio inferior, fazendo movimentos circulares sobre sua barriga inchada.
— Eu nunca disse que não teria... Eu gosto do seu nome. — Zayn o encarou intensamente. — E sei o quanto essa ideia te deixa louco. — Liam sorriu, piscando devagar.
— Lindo, você não está brincando, está?
— Não, querido. Eu gosto do seu nome. Jawaad é um ótimo nome, só é um pouco difícil de saber como se escreve, mas podemos dar um jeito nisso depois... — O castanho beijou os lábios finos do maior e sorriu quando se separaram. — E assim pelo menos, você deixa de chamar nosso bebê de bolinha de golf! — Liam fez careta e o mais velho gargalhou abertamente voltando para a cidade pequena e cheia de luzes, abóboras, caveirinhas e crianças fantasiadas correndo de um lado a outro, pedindo doces nas casas próximas.
— Vamos andar mais rápido, quero ajudar minha mãe com os últimos preparativos de Halloween. Você sabe que é um de meus feriados favoritos, Zany! — O Payne falou alto, puxando o moreno pelo pulso delicadamente, envolvendo a mão dele com a sua quente. — Harry e Louis disseram que passariam lá em casa depois de levarem as irmãs do Lou para pegar doces e eu mal posso esperar para ver do que eles vão se fantasiar este ano! — Zayn riu.
— Bom, eu já sei do que vamos nos fantasiar, baby... — Um sorriso malicioso dançava sob os lábios avermelhados do mais velho. Liam retribuiu de maneira cúmplice.
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iti iti amaram? essa one é demais 🌴
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