
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟎
— CAPÍTULO 10.
ATO 2.
AUTORA: point of view
PERDER ALGUÉM JÁ ERA TERRÍVEL E PERDER UM FAMILIAR PIOR AINDA, MAS CAMILLE TORETTO ESTAVA TENDO QUE SE ACOSTUMAR COM ESTÁ SENSAÇÃO. Claro que jamais iremos nos acostumar com algo assim, porém ela já havia perdido três pessoas, três pessoas que considerava sua família. Sem nenhum aviso, ou preparo, pessoas que ela conhecia por anos e quando se deparou em um piscar de olhos elas não estavam mais lá.
Mia já estava em Los Angeles fazia algumas semanas após concluir a faculdade, ela iniciaria como interna em um hospital na cidade para ficar perto da família.
No funeral, as irmãs Toretto estavam sentadas entre Peter que tinham olhos vermelhos e chorosos, mexendo em seus dedos nervosamente. Ele não havia lidado com a perda de sua mãe, pois era apenas um bebê, mas agora com nove anos e perder Letty havia sido como arrancar alguma parte sua.
Exatamente como Camille se sentia.
Camille temia que seu irmão aparecesse, sabia que Dom não faria nada mas era um risco da polícia acabar o encontrando. Como agora. Havia carros de polícias estacionados há metros de distância do cemitério ao ar livre, um deles era Brian O'Conner.
Após Dominic fugir, ele conseguiu limpar seu nome e foi recrutado novamente como detetive e resolveu um caso limpando sua ficha.
Cami não queria ve-lo, não mesmo. Já sentia uma enorme angústia invadir seu peito pelo clima e ainda teria de ligar com o cara que mais amou e a enganou em sua vida. O padre dizia palavras bonitas, enquanto uma oração era feita mas a mente da Toretto estava em outro mundo, Camille não suportava mais perder pessoas.
Assim que o funeral foi encerrado, Camille andava de mãos dadas com Peter até seu carro enquanto Mia estava ao lado deles.
─── Pão sem casca... ─ Mia divagou surpresa vendo Brian alguns metros longe.
Camille ergueu o olhar e observou o homem, bem mais maduro, seus cabelos loiros e cacheados agora estavam baixos e em um tom mais escuro de loiro. Ele vestia um terno apropriado para ocasião mas não fugindo do protocolo de seu trabalho, uma escuta em seu ouvido onde ele ficava ligado em tudo.
Brian observou Cami atentamente, em como ela havia amadurecido mas ao mesmo tempo não mudado muito, seus longos cabelos, seu rosto ainda parecia ser jovial e mesmo com a expressão triste ela era a mesma que lhe dava sorrisos brilhantes.
Ou não.
Não pode deixar de notar Mia e o garotinho acompanhado delas, a forma em que ele segurava e se agarrava protetoramente em Camille chamou sua atenção.
Não poderia ser.
Ele pensou, o menino parecia ser muito grande para ser filho dela, eles haviam se conhecidos há cinco anos atrás e o menino aparentava ter mais de oito anos. E ele estava certo.
─── Vamos embora Mia. ─ Camille falou frustrada.
Ela abriu a porta de trás do carro, deixando Peter entrar enquanto dava a volta no veículo e sentava no banco do motorista vendo sua irmã se sentar ao seu lado. Brian observou o carro ir embora, pela segunda vez, sentindo a perda do amor de sua vida novamente.
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Após o dia cansativo, de noite, nenhum dos três conseguiam dormir, eles tiveram um jantar monótono e estavam sem ânimo para nada.
Todos com saudade de Letty.
Camille passava pela sala vendo Peter e Mia juntos deitados no sofá, ambos agarrados um ao outro enquanto viam um filme qualquer e tentavam pegar no sono. A mulher agradeceu mentalmente assim conseguiria arrumar algumas coisas, enquanto sua irmã ficava com seu filho.
Indo até a garragem, Camille suspirou vendo as inúmeras caixas com pertences de Letty, ela estava as arrumando para doação já que não teriam mais uso e as únicas lembranças que queria da amiga eram sua jaqueta preta e as diversas fotos.
Cami arrumava uma caixa de roupas, mas ouviu passos pesados atrás de si e ficou em alerta, se virou deixando cair tudo ao chão quando viu a presença do homem a sua frente.
─── Dominic! ─ Camille exclamou andando em passos apressados.
Ela se jogou nos braços do irmão, sentindo ele a envolver calorosamente enquanto eles matavam a saudade de anos sem se ver. De imediato, lágrimas saíram pelos olhos da mais nova, parecia que um pequeno vazio dela havia sido preenchido agora com a presença de seu irmão.
Eles não se viam faziam cinco anos, Dominic apertava a irmã tão forte como se precisasse dela imediatamente sentindo os soluços dela baterem contra seu pescoço.
─── Eu falei pra não vir, eles estão vigiando a área. ─ Camille dizia nervosa se afastando e segurando o irmão pelos ombros ─ Eles vão descobrir você. ─ Temeu.
─── Não vão. ─ Garantiu Dominic observando a irmã vendo o quanto ela havia mudado ─ Qual è? Olha só você. ─ Sorriu orgulhoso.
O homem não via Camille há anos mas sempre conversou com a irmã por telefone, porém era diferente. Ver a mulher forte que ela havia se tornado, cami era basicamente a rocha que ainda deixava o restante da família de pé.
Mia estava perto, focada em seus estudos por conta de ainda ter a irmã ao seu lado, Letty - quando ainda estava viva - ficava feliz de ter a cunhada por perto e ter a companhia de Peter foi um bônus a mais que a deixava imensamente feliz, Dominic mesmo de longe, se ainda tinha motivos para sobreviver era a irmã, suas irmãs, a esperança de rever a mesma e voltar a ser uma família como era antes ainda estava em seu peito por conta de Camille.
E agora ela está na sua frente.
Com pouco da aparência mudada, ela não era a garota de vinte e três anos que Dominic deixou anos atrás. Ela era uma mulher de vinte oito anos, com cabelos até o meio das costas ondulados, rosto ainda jovem mas pouco maduro e um sorriso cativante que ela conseguiu lhe dar.
─── Você tá mais careca. ─ Cami brincou.
Dominic deu uma leve risada e com revirar de olhos pela brincadeira da irmã, os dois se encararam com sorrisos no rosto até o olhar do homem cravar no Dogde Charger 1970 que estava no canto da garragem, ainda com as marcas de quando Dom o usou da última vez.
Cami seguiu seu olhar ao irmão, vendo ele caminhar até o veículo que um dia já foi do pai deles.
─── Letty não deixou que desmontassem. ─ Cami falou carinhosa ao se lembrar da amiga ─ Mesmo que isso seja uma droga de maldição. ─ A morena falou com um riso seco ─ Quando ela voltou, sempre ficava aqui, trabalhando nele dia e noite... era estranho. ─ Falou com a voz embargada ─ Como se soubesse que voltaria. ─ Fungou.
Dominic tinha o olhar preso no carro, observando o terço pendurado no retrovisor.
─── Quero ver o local do acidente. ─ Falou decidido.
Camille limpou o rosto, um pouco surpresa com o pedido do irmão, ela estava prestes a falar quando um barulho os assustou.
Dominic imediatamente olhou a irmã, ambos com medo de que alguém tivesse o descoberto. Camille correu, se colocando na frente do homem, quem quer que fosse não poderia o ver. O Toretto seguindo o raciocínio da irmã, estava prestes a se esconder atrás do carro, mas era tarde demais.
A mulher suspirou aliviada quando a porta dos fundos que dava ao quintal se abriu, então uma pequena cabeleira loira surgiu e Peter tinha olhos curiosos para a mãe.
─── Jesus! Peter. ─ Cami falou com uma lufada de ar aliviada ─ Era pra você estar dormindo. ─ Falou repreendedora.
─── A tia Mia dormiu primeiro. ─ Falou tímido por perceber a figura atrás da mãe.
Dominic tinha o olhar surpreso, rapidamente ele se lembrou de quando a irmã informou sobre tudo, mas o que mais chamou sua atenção era a forma que a criança em sua frente era a personificação da falecida Sarah e o deixou surpreso. Os cabelos, os olhos, até a forma que Peter havia respondido sua irmã o lembrou da mulher.
Cami se virou para falar com Dom, riu do rosto do mesmo, surpreso pela presença do pequeno entre eles.
─── Vem falar com seu tio, Peter. ─ Chamou Cami mandona com um riso vendo o olhar envergonhado do garoto ao se aproximar ─ Acredita que ele se meteu em uma briga na escola por sua culpa? Você me deve umas semanas de descanso por tantas suspensões. ─ Contou bem humorada.
Dom riu.
─── Eu gostaria de saber disso. ─ Falou bem humorado observando o mais novo se aproximar ─ Quem ganhou? ─ Perguntou o mais velho quando o garoto parou na frente deles.
─── An? ─ Peter falou confuso.
Dominic saiu de trás da irmã, se agachando na frente do menino, com o olhar mais zombeteiro possível.
─── Quem ganhou a briga? ─ Perguntou novamente.
─── Eu. ─ Peter respondeu com vergonha mas deu um leve sorriso ao escutar o riso animador do homem.
─── É assim que se faz. ─ Dominic ergueu a mão fazendo um toque com o garoto.
Camille olhou abismada.
─── É assim que se faz? Ele quase quebrou o nariz. ─ Falou indignada.
─── Não foi assim. ─ Peter rebateu rápido ao escutar o gargalhar do homem ─ Você precisava ver como ele ficou também, tio dom. ─ Afirmou convicto.
O rosto de Camille se suavizou, Dominic parou de rir, olhando a irmã ambos trocaram sorrisos ao ver a confiança em que o menino obteve em chamar Dom de tio na presença do mesmo.
─── Aposto que ficou pior, gosto disso. ─ Dominic apontou fazendo o mesmo sorrir confiante.
─── Tudo bem, chega desse papo, preciso te dar umas aulinhas de como educar uma criança. ─ Camille falou entrando na frente do irmão pegando Peter pelos ombros.
Dominic riu se levantando escutando os resmungos de Peter.
─── Mãe. ─ Resmungou quando a mulher bagunçou seus cabelos.
─── De tchau ao seu tio, você vai voltar pra dentro e dormir com a tia mia enquanto eu vou verificar uma coisa, tudo bem? ─ Camille explicou abaixando o olhar e vendo o mesmo.
─── Você vai voltar, né? ─ Perguntou preocupado.
Ele lembra a exatamente o momento algumas semanas atrás quando Letty o prometeu que voltaria no dia de seu aniversário, mas ela não fez. Então ele estava nervoso, ainda mais que era sua mãe.
─── Claro que volto, eu prometo. ─ Cami sorriu amorosa fazendo carinho nos cabelos do menino o acalmando.
Peter assentiu antes de se virar, com um pequeno sorriso ele deu um toque na mão de Dom e riu com o mesmo.
─── Já se despediu, hora de ir dormir. ─ Cami brincou o puxando pelo ombro.
─── Já entendi.
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Após ter certeza que Peter estaria na cama e Dominic falar rapidamente com Mia, reencontrando a irmã e o mesmo sentimento de orgulho surgiu ao vê-la assim como quando viu Cami. Ele ficou feliz em saber, que mesmo com os anos conturbados, elas ainda viviam como uma pequena família e tinha Peter com eles agora.
Quando saíram de casa, Camille entrou no carro em que Dominic estava usando e um silêncio confortável caiu sobre os irmãos até eles chegarem no local do acidente. Estacionando o veículo, ambos desceram do carro observando o local. Camille se apoiou na porta do carro, olhando o irmão e uma tristeza a invadiu quando encontrou dor no olhar dele. Isso a fez se sentir extremamente triste por se dar conta, estavam no lugar onde sua melhor amiga havia falecido.
─── É ali na frente. ─ Cami instruiu.
Dominic quieto assentiu, caminhando enquanto Camille fechava a porta do carro e o seguia. Ela se certificou de ficar mais um pouco afastada, não queria ver de perto, enquanto Dom ficou inspecionando o lugar, as diversas marcas de queimaduras no chão enquanto cenas do acidente se repetia em sua mente.
Seus punhos se fecharam fortemente, Camille preocupada observou o irmão voltar em direção ao carro e o seguiu.
Após mais alguns minutos dirigindo de voltar pra casa, eles já estavam a algumas esquinas da residência dos Toretto. Diferente da ida, a volta o silêncio foi pouco desconfortável e um ar de tristeza pairava pelo carro.
─── Você achou alguma coisa lá. ─ Camille acusou olhando para janela ─ Tá diferente, o que você viu, Dominic? ─ Perguntou séria se virando para o irmão.
─── Tinha umas marcas de queimado no chão. ─ Dom falava olhando para frente evitando contato visual com a irmã ─ Do tipo que só podem ser causadas por nitrometano. ─ Contou ─ Eu só conheço um cara em toda cidade que vende isso. ─ Pensou alto.
Cami balançou a cabeça em negativo, ela conhecia o irmão perfeitamente bem para saber o que ele planejava fazer.
─── Dom, nada que você fizer vai trazer ela de volta, precisa saber que não vai resolver nada e será arriscado. ─ Começou Cami com a voz calma ─ Se eu fosse a Letty eu pediria a você, não... eu imploraria. Por favor, esquece isso. ─ Implorou Camille com a voz nervosa ─ Antes que seja tarde demais. ─ Alertou.
Dominic finalmente virou seu rosto para irmã, observando a expressão frustrada da mesma e Camille captou o rosto indecifrável dele.
─── Já é tarde demais. ─ Dominic rebateu.
Cami riu nasal tristemente vendo ele voltar desviar o olhar do dela.
─── Você é teimoso. ─ Ela reclamou vendo o mesmo ainda quieto, suspirou tirando seu cinto e levando seu rosto perto de seu irmão e deixando um beijo na bochecha do mesmo. ─ Eu te amo. ─ Cami falou dando um breve abraço.
Ela deu um último olhar no irmão, antes de sair do carro. Ela fechou a porta e começou a caminhar até sua casa, como eles não poderiam arriscar de Dominic ser pego pela polícia ele estacionou algumas esquina antes.
Foi uma curta caminhada até chegar na frente de casa, Cami agradeceu por isso, ela pensou um pouco em tudo que estava acontecendo e se deu conta que a vida dela poderia estar voltando a ser um puro caos novamente. Camille estava prestes a subir a rampa da garagem de sua casa, quando viu um homem de terno se aproximar.
Franziu o cenho confusa, até que pensou um pouco e bufou internamente por saber exatamente o que poderia ser.
─── Posso ajudar? ─ Camille perguntou educada reprimindo a vontade de revirar os olhos para expressão confiante no rosto do homem.
─── Srta. Toretto. ─ Cumprimentou o agente. ─ Sou Michael Stasiak, FBI. ─ Informou vendo a mulher respirar fundo ─ Vamos ter uma conversinha.
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mamãe noel chegou cedo hoje né?
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