︲prologue ︲it was just a nightmare︲

Corre! Corre mais rápido! Mais rápido!

É o que minha mente grita sempre que escuto os passos grotescos se aproximarem bastante o suficiente para me alcançar, minhas pernas queimam tamanho o meu esforço para conseguir escapar, ou pelo menos tentar. Minha respiração desregulada falha a cada tropeço que machuca meus pés descalços, esses latejam cada vez mais sendo as pedras pontudas causadoras dos estragos, as lágrimas de desespero escorrem livremente, não que eu tenha alguma hipótese para secá-las, obviamente. Minha fuga é o mais importante do que parar simplesmente para secar meras lágrimas.

Desvio das árvores o melhor possível, porém isso não impede os galhos de arranharem meus braços descobertos. Meu vestido agora não passa de trapos devido as quedas levadas no meio do caminho naquela imensa floresta.

Corre! Mais rápido! Rápido!

Eu conseguia escutá-lo, os rosnados assustadores que ecoam pela floresta densa. Minha visão embaçada não ajuda em nada e a floresta está escura demais por ser madrugada. Eu nem sequer sinto o frio, eu estou quente, meu corpo pega fogo pela adrenalina que corre pelo mesmo. O pânico atinge todas as minhas células, cada parte do meu ser de uma forma aterrorizante. Eu sei que se eu olhar, o que quer que seja vai estar lá, então por um ridículo impulso estúpido eu decidi que olharia, foi a pior escolha da minha vida. No susto pelo que vi, acabo tropeçando em alguma raiz grande, tento amenizar a queda com as minhas mãos, elas absorvem a maior parte do impacto causando lesões superficiais, me apoio nelas novamente para levantar e continuar minha fuga inútil, porém já era tarde demais, ele havia me alcançado.

A dor que sinto em minha cintura me faz gritar em pura agonia, meus olhos se fecham por instinto para não ver a criatura que me mordeu enquanto me contorço numa tentativa de aliviar a dor. Um rosnado muito próximo ao meu rosto me faz pular pelo susto, o que quer que seja essa coisa monstruosa, ela estava acima de mim, logo após me morder. Sua respiração está perto do meu rosto, mas me recuso a abrir os olhos, sei que ele está me observando. A mordida lateja e sinto algumas pontadas me fazendo soltar gemidos involuntários por pura dor. Já estou a beira da morte mesmo, quero ver quem foi o causador da mesma. Assim que abro os olhos, paraliso em completo pavor vendo aquelas orbes vermelhas me encarando como se apreciasse o que via, como se entendesse o que acabara de fazer. Nossos olhos se conectam, vermelho no roxo, satisfação no desespero e por fim, a escuridão me cerca livrando meus olhos da monstruosidade que me encara.

Sento-me na cama bruscamente puxando o ar com desespero, tento regular minha respiração enquanto fecho os olhos com força, minhas mãos tremem fazendo com que eu as feche com força. Alguns minutos depois consigo me acalmar um pouco, passo as costas da mão para limpar o suor da minha testa, as imagens do meu pesadelo ainda nítidas em minha mente. Foi apenas um pesadelo.

É o que penso todas as noites em que acordo deste modo após mais um dos pesadelos rotineiros. Eles me perseguem.

Foi apenas um pesadelo, porém uma voz irritante no fundo do meu cérebro me lembra que infelizmente não foi apenas um pesadelo.

︲prólogo︲foi apenas um pesadelo︲

︴⑇ ᵒⁿᵉ Então, o que acharam? Me contem tudo!

︴⑇ ᵗʷᵒ Lembrem-se que pode conter erros de ortografia, enfim votem e comentem, xoxo.