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𝐂𝐚𝐩. 𝟒 ♡ 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐋𝐈𝐅𝐓 𝐔𝐒 𝐔𝐏 𝐖𝐇𝐄𝐑𝐄 𝐖𝐄 𝐁𝐄𝐋𝐎𝐍𝐆

"Quem sabe o que o amanhã traz
Em um mundo poucos corações sobrevivem
Tudo o que sei é como me sinto
Quando é real, eu mantenho vivo"

UP WHERE WE BELONGJOE COCKER

Quarta-feira, manhã nublada.

Dois dias atrás, a família Maxwell chegou na cidade de San Francisco.

E como se não bastasse a chegada dos novos vizinhos, eu e Julie não nos falamos desde a nossa discussão.

Embora ela estivesse embriagada e não fazia idéia do que estava dizendo, todo aquele desabafo possuía um quê de verdade. Ela não falaria aquilo se não fosse algo que pensa quando está sóbria.

E sendo bem sincera, me sentia culpada por fazê-la sofrer daquela maneira. Eu cheguei na sua vida de repente.

Eu não pedi para estar aqui.

Gracie Carter deveria levar o crédito por toda a bagunça que fez na vida da sua melhor amiga.

Minha mãe me abandonou quando eu tinha cinco anos. Foi em uma tarde de verão e Grace levara consigo uma mala de mão e a minha irmã mais nova no colo. Eu não lembro do seu rosto, apenas da parte em que a via sair pela porta da minha antiga casa na Flórida. A minha irmã Melanie deve ter quinze anos agora, e eu daria tudo para conhecê-la.
Meu pai morreu quando decidiu ir atrás da minha mãe. Seu carro pendeu para o acostamento, caindo ladeira abaixo em um barranco. Desde então, seu corpo nunca foi encontrado. Depois de exatos doze anos sem notícias dele, é como se Ethan estivesse morto. Eu tenho total convicção disso.

Não posso deixar de ressaltar que o amor pela minha mãe não existe mais. Ela abandonou a família e deixou toda a droga miserável para mim. Eu seria uma otária se ainda a amasse.

Por mais teimosa que seja em não admitir, Julie é e sempre será minha mãe. Mas eu nunca me perdoarei por fazê-la tão mal e acabar com a sua vida.

Joguei a coberta azul-petróleo para a borda da cama, me sentando. Eu nunca consigo me levantar com ânimo sem antes refletir sobre o que realmente estou fazendo da minha existência. E isso não é tão engraçado quanto se pensa; é a mais deprimente forma de viver.

Calço minhas pantufas amarelas e sigo até o armário embutido, abrindo as portas duplas brancas, e pegando do cabide a minha jaqueta do time das líderes de torcida. Não me recordo completamente, mas me candidatar para o time das cheerleaders foi um plano que saiu pelo cano. Eu só tenho o que agradecer quando finalmente tive a oportunidade de sair.

O reflexo da minha blusa vermelha debaixo da jaqueta azulada e com letras amarelas nas costas, me fazem querer odiar a saia jeans que vestia. Não quero dizer que odeio o que vejo no espelho, porém todo esse negócio de padrão de beleza sempre me incomodou bastante. Terminei de prender o cabelo em um rabo de cavalo com uma fita preta, calçando meus tênis surrados na cor branca.
Corri degrau abaixo, ouvindo os murmúrios de Julie sobre não correr na escada.

— Ela não tem mais jeito, mãe. - Kate estava sentada em frente a bancada da cozinha. — Aliás, ela sequer se importa com seus cuidados. - sua voz saiu cortada, enquanto mastigava algo.

— Você não tem noção do perigo, não é? - joguei a mochila na sua frente, fazendo-a estremecer. — É melhor calar a boquinha e não encher o saco! - recolhi a mochila, trazendo para os meus ombros.

— Você não vai tomar café? - Julie me observava girar os tornozelos rumo a saída. — Fiz panquecas com mel, seu preferido! - podia sentir em seu tom de voz, que ela sorria.

— Estou sem fome. - andei com passos pesados até a porta, girando a maçaneta.

Os olhares dos alunos se voltavam para mim.

O rosto inchado e os olhos vermelhos denotavam que havia chorado. E se isso passou pelas suas mentes, estavam completamente certos.
Aperto as alças da mochila cinzenta, encolhendo meu corpo. O acúmulo de pessoas me encarando, faz-me querer olhar para o chão. É incrível como adolescentes conseguem julgar alguém de forma tão dolorida e sem noção alguma.
Sem desgrudar os olhos do piso excessivamente reluzente, meu corpo estremece ao colidir com alguém.

Seu fichário cai diante dos meus pés, me possibilitando pegar.

— Quem ainda usa um fichário dos Scorpions? - perguntei mais para mim mesma do que para o dono da pasta.

— Eles são a banda do milênio! - levantei meu olhar quando reconheci sua voz rouca.

O cabelo bagunçado de Scott e o seu sorriso frouxo ao olhar para o fichário em meus braços, é uma coisa legal de enxergar. Eu não sei o que deu em mim, mas o seu sorriso me deixava — talvez — um pouco pilhada. Eu não sou de ferro e admitia com toda a consciência de que achava Scott bonito.

— Bem-vindo ao seu pior pesadelo! - lancei uma piscadela, me recompondo da colisão e entregando o fichário para ele. Segui meu caminho com passos vagarosos.

— E você faz parte dele, não é? - sua risada invade o corredor, brotando um sorriso em meus lábios.

— Você está bem, senhorita Carter? - professora Barton parecia surpresa quando me viu sentada na classe dos fundos antes de todos. — Não chegou atrasada. - ajeitou seus óculos ridiculamente enormes.

— Acordei inspirada! - devolvi com um sorriso amarelo.

— Poderia ser assim sempre. - jogou suas pastas e cadernos em cima de sua mesa.

— Procrastinação não permite. - envolvia meus dedos entre os espirais do meu caderno. Que idéia estúpida foi essa de criar cadernos com capas de casais esquisitos?

Hoje é um belo dia e eu estou apaixonado. Vou criar um caderno com casais se encarando como se fossem dois retardados!

— Você sabe mais do que ninguém sobre o quão astuta e esperta você é, certo? Só não usa isso ao seu favor. - se sentou em sua cadeira de madeira maciça.

— Eu sei disso - reviro os olhos, vasculhando algum dos meus pirulitos nos bolsos da jaqueta. — Só detesto agir como alguém que eu não sou. Todos me odeiam nessa escola, e eu até gosto disso. - retiro um pirulito de framboesa, rasgando sua embalagem transparente e guardando o papel no bolso. — Sinto como se não precisasse dar satisfações para alguém; porque ninguém implora pela minha atenção. - o ponho na boca.

— Eu sinto pena de você. - seu olhar recai para os cadernos de sua mesa.

— Eu não procuro a sua piedade ou coisa do tipo. - dei de ombros, com o pirulito entre os dentes. — Eu sinto muito mais pena de você do que de mim.

— Ah, é? E por quê? - apoiou os cotovelos na madeira.

— Vejamos... - faço o mesmo que ela. - Você trabalha trinta horas e recebe uma mixaria por tentar ensinar crianças que não se importam com o que farão pelos próximos dez anos. - ela solta uma lufada de ar, ainda atenta em minhas palavras. — E ainda sofre por alguém que sequer sabe da sua existência. Ou sabe, mas não é como se isso fizesse diferença. - dei de ombros, mencionando a sua paixonite pelo inspetor Stuart  "lindo"  Peterson.

— Poderia se retirar da sala? - sua pergunta caiu como uma luva, no momento em que joguei a mochila nós ombros, e segui para fora da sala de aula.

— Com todo o prazer - parei na porta, sorrindo de forma petulante. — Ah, e tenha um pouco de amor próprio, por favor. - atravesso o assoalho.

— Tchau, Carter. - acenou de forma esnobe.

Dançando ao som de No come que tocava no meu walkman, meus pés arrastavam de um lado para o outro em uma coreografia pra lá de péssima. O que não me faz entender de que forma consegui entrar para o time das líderes de torcida. Eu ainda acredito que tenha sido o dedo podre de Steve que me colocara lá.

Sentindo a vibração da melodia animada da música, meu coração batia ainda mais rápido. Isso só me lembrou quando Jonas e seus amigos me perseguiram pelos corredores. O que me deixava ainda mais receosa era que eu estava caminhando pelo mesmo local que tudo aquilo aconteceu. No momento em que corriam atrás de mim, eu senti como se ainda tivesse doze anos e o ex-marido de Julie ainda morasse conosco. Depois de tanto tempo, era como se eu fosse só mais uma garotinha indefesa que mentiu para a polícia sobre uma falsa denuncia.
Ele era como lobo em pele de cordeiro; e cada parte do meu corpo poderia provar isso.

— Senhorita Carter! - uma voz abafada saiu de fora dos fones.

— Inspetor Peterson! - sorri amarelo, vendo o corpo bem esculpido de Stuart Peterson. Que homem!

Stuart Peterson nada mais — nada menos — que o motivo de tantas garotas suspirarem pelos cantos da escola. Seu cabelo castanho emoldurando seu rosto com alguns cachos pendendo para a testa, já era o bastante para conquistar o coração das meninas.

Stuart trabalha por meio período na supervisão, impedindo que ninguém fique fora da sala, brigue ou coisa parecida. Uma vez ele me disse que o estágio na Riverview o ajudaria com a bolsa da universidade de Columbia, em Nova York. E eu realmente não faço idéia do que ele quer fazer por aquelas bandas.

— Você é apenas três anos mais velho que eu, Stuart - revirei os olhos, pendurando os fones no pescoço. — Me chama de Megan.

— É o hábito! - sorriu, me deixando totalmente extasiada com seus olhos azuis e sua pele ainda bronzeada do verão passado. — Tem uma aluna nova na escola - coçou a nuca, um pouco pensativo. — Ela e a sua irmã na verdade. Eu vou ajudar uma delas, mas preciso que você mostre a escola para Chloe. As gêmeas têm aulas diferentes, o que dificulta o meu serviço. - suas bochechas coraram. — Você poderia fazer esse favorzinho para mim? - suplicou, juntando suas mãos.

— Hum, vou pensar. - coloquei a mão no queixo, olhando para o teto.

— Eu faço o que você quiser, mas quebra esse galho pra mim! - Agarrou meus ombros, chacoalhando-os de leve.

— Tudo bem, mas você está me devendo essa. - suspirei, dando um meio sorriso.

— Você não irá se arrepender. - beijou minha bochecha. — Você é uma amiga e tanto! - girou os tornozelos. — Vou buscá-la, fica aí.

Eu já ouvi isso em algum lugar, e sei que vou me arrepender mais tarde.

Durante todo o tempo que estive mostrando os arredores da escola para Chloe, ela não parou sequer um minuto de falar.

Ela fala sobre absolutamente tudo!

Chega até ser chato quando ela abre a boca para me contar como Los Angeles é o melhor lugar do mundo. Afinal, lá é onde fica Hollywood.

Minha cabeça lateja em apenas ouvir um "Megan, uma perguntinha", com aquela voz fina e totalmente irritante.

— Megan, uma perguntinha? - senti como se chamas saíssem de dentro para fora da minha cabeça.

— Sim, senhorita Maxwell? - lancei um sorriso sínico, caminhando ao seu lado.

— Você não deveria estar na aula? - fez uma careta, arrumando o cabelo dourado e ondulado.

— Você não deveria estar de boca fechada enquanto te mostro a escola? - arqueei as sobrancelhas, vendo a garota olhar para frente sem revidar.

O estrondoso barulho do sinal toca, e posso me enxergar levantando os braços e agradecendo ao zelador por me liberar do pesadelo que essa garota é.

— Eu preciso ir, tchau. - me despedi, correndo para a aula de filosofia.

— Eu preciso da sua ajuda! - Chloe gritou, mas ela e nem nada me impediria de fugir desse maldito favorzinho.

— Hoje teremos um novo aluno na classe, crianças. - bocejei, enquanto escutava professora Ramirez ao lado da porta de entrada da sala. — Conheçam Scott Maxwell. - meus olhos pararam no rapaz alto entrando pela porta castanha.

— Ele é um broto¹! - Ouvi Zarah sussurrar para Alysson. — Você viu a cor dos olhos dele?!

— Sim, eu estou vendo. - Alysson respondeu, desinteressada no garoto. — Rick é mil vezes mais bonito que ele. - segurei a risada, voltando a olhar para o garoto com a camisa listrada.

— Scott veio de Los Angeles, e pretende passar o resto do seu ensino médio aqui em San Francisco. - Ramirez sorriu, olhando de cima a baixo para Scott. — Por favor, diga algo sobre você.

— Eu? - perguntou, um tanto perdido.

— Não, minha vó! - Rick debochou, dando uma risada arrastada.

— Isso não seria pesado... já que a sua vó morreu? - perguntei, virando para trás.

— Cala boca e escuta, gata! - sorriu, apontando para frente.

— Vai a merda, desgraçado. - mostrei o dedo do meio, retomando minha atenção para o outro garoto.

— Sim, é você! - a professora frisou.

— Okay... - agarrou o fichário contra o próprio corpo. — Como todos já estão cansados de saber... eu vim de Los Angeles. - sorriu, apertando os olhos espontaneamente. Eu acho esses sorrisos tão bonitos e carismáticos, que eu até poderia me dar ao luxo de dizer que Scott faz meu tipo. Mas aí eu lembro do Steve, e a vontade de dizer isso passa rapidamente. — Eu sou péssimo em fazer amizades e... - suspira, olhando para todos os lados. — Eu suponho que estejam me achando chato pra caramba! - riu baixinho, espalhando bom humor por toda a turma.

— Obrigada pela atenção e... - Ramirez fica incomoda com os burburinhos que assolavam as garotas. — E eu realmente espero que todos possam recebê-lo de braços abertos.

— Me liga, gatinho! - um murmúrio invade os fundos da sala, provocando mais risadas e um Scott vermelho de vergonha.

O intervalo chegou, e boa parte dos alunos estavam lotando a cantina com risadas altas e cochichos sobre os irmãos Maxwell.

Embora, não me fizesse tanta diferença assim, devo confessar que é bom ver gente nova por aqui.
Todos os anos é sempre a mesma coisa; os mesmos boatos, os mesmos caras escrotos e garotas irritantes e a mesma bobagem de sempre.
Eu gosto do fato de que com um pessoal novo estudando aqui, eles possam querer dar uma agitada e tirar Riverview High dos eixos.

Eu colocaria a minha mão no fogo por eles, caso fizessem isso.

— Oi, posso me sentar com você? - uma garota exatamente igual a Chloe chama a minha atenção, estando de frente para a mesa que estou sentada. — Meu nome é Lindsay. Eu sou irmã gêmea da chata da Chloe. - revirou os olhos, apontando com a cabeça para a menina que caminhava até nós.

— Megan, querida! - sentou-se na mesa que estávamos, acompanhada da irmã. Segurava uma bandeja com o lanche de hoje; suco de uva na caixinha e uma fatia de sanduíche, que mais parecia ser da semana passada.

— Você fica tão idiota falando assim. - Lindsay dá com o cotovelo de leve no braço da irmã. Eu concordo. — Poderia ser menos caricata, por favor? - suplicou, arrumando os óculos roxos na altura do nariz.

— Eu não sei o que isso quer dizer, mas vou tentar! - deu de ombros, estampando um meio sorriso em seu rosto pálido. Todos da família tem a mania de sorrir com olhos, caramba!

— Falta o Scott. - Lindsay ajeita os óculos fundo-de-garrafa novamente, olhando para as redondezas. — Ele me disse que ficaria com a gente.

— Vocês me perdoem, mas... - levanto, pegando minha bandeja. — Eu acho que já deu a minha hora, sabe? - viro-me e no mesmo instante, meu copo com refrigerante é jogado na camisa listrada de quem eu já imaginava ser o dono.

— Céus! - Scott resmunga, tocando na parte molhada da sua camisa. — Você tem um fetiche em trombar com as pessoas, não é? - chacoalhou as mãos cobertas de refrigerante também.

— Se você não estivesse andando na minha direção, isso não teria acontecido! - largo a bandeja de metal na mesa, logo atrás de mim. — Suas irmãs podem resolver isso pra você. - sorrio amarelo. — Tchauzinho! - aceno, vendo sua cara emburrada.

— Era minha camisa preferida! - abriu os braços, olhando para mim espantado.

— Exatamente - olhei para a camisa manchada de laranja. — Era.


Broto¹ = SINÔNIMO DE BONITO.

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