
54.
EMILY SAINZ
📍Monte Carlo, Mônaco
"Jogo beneficente"
Aviso: peço que votem e comentem no capítulo anterior também, não sejam leitores fantasmas.
A aliança no meu dedo ainda parecia um sonho. Eu estava mesmo noiva. Do Lando. Eu o amava, isso era certeza absoluta, mas ainda assim era surreal pensar que, em menos de um mês, minha vida tinha mudado completamente, e pra melhor. Eu estava na minha melhor fase, vivendo tudo com intensidade e podendo compartilhar cada momento com quem mais amo.
E cá estava eu, de novo, em Mônaco. Segundo Lando, era obrigação de noiva acompanhá-lo aonde ele fosse. Disse isso durante a viagem e, obviamente, levou um sermão meu. Onde já se viu?
Mas, confesso... a ideia não era tão ruim. Principalmente se significava passar mais tempo com ele.
Os meninos, Charles, Oscar, George, Carlos e meu noivo, adoro repetir isso, inventaram de participar de um jogo de futebol beneficente. Um evento cheio de celebridades, pilotos e bagunça.
Arthur tinha vindo com a Rosalina pra me fazer companhia. Ele desistiu de participar só pra ficar fofocando comigo, obviamente. Caminhávamos juntos até a entrada do Stade Louis II quando ele segurou minha mão, puxando levemente pra ver a aliança mais de perto.
— Com tanto dinheiro e o Lando me aparece com uma aliança sem mais diamantes? — ele provocou com cara de desgosto. —
— Ah pronto, agora virou crítico de joia de noivado — revirei os olhos. —
— Sim, ué. Eu tenho bom gosto, coisa que seu noivo claramente não tem — Arthur rebateu com um sorrisinho. —
— Arthur Leclerc, para de meter a colher onde não deve! Nem namorada você tem — Rosalina disse firme, com Mia nos braços, que agora já estava enorme. —
— Ouviu, né, seu metidinho? — falei empurrando de leve o ombro dele, rindo. —
Seguimos até a área do camarote, que ficava bem perto do campo. A vista era ótima, e o clima estava animado, com pessoas chegando e as arquibancadas se enchendo aos poucos.
— Sabe de uma coisa? — Arthur falou enquanto se jogava ao meu lado na arquibancada do camarote. — Você e o Lando me adorariam como filho.
— Filho?! — soltei uma risada alta — Arthur, a gente tem praticamente a mesma idade! Tá maluco?
— Mas pensa bem, eu sou bonito, educado, engraçado, carismático...
— E convencido — interrompi. —
— Ou seja, igualzinho o Lando. Perfeito pra ser adotado por vocês dois.
— Só se for pra te colocar de castigo todo dia — rebati, e Rosalina riu alto enquanto se acomodava com Mia no colo. —
— É, com essa sua língua afiada, ia viver de castigo mesmo — Rosalina concordou, rindo. —
Arthur colocou a mão no peito, teatralmente ofendido.
— Vocês duas são minhas fãs, só não têm coragem de admitir — disse, fingindo orgulho. —
— Fã da sua cara de pau, talvez — retruquei, cruzando os braços e sorrindo. —
Ele piscou pra mim com aquele ar convencido de sempre, e a gente continuou brincando até o locutor anunciar os jogadores entrando em campo. A multidão começou a se animar e, quando os meninos começaram a surgir, meus olhos automaticamente procuraram por ele.
Lando apareceu em meio ao grupo, vestindo o uniforme com o nome estampado nas costas e um sorrisinho sapeca no rosto. Meus olhos brilharam. Mesmo sabendo que ele era péssimo no futebol, e ele era mesmo, não dava pra não se derreter vendo ele ali todo empolgado.
— Olha só a cara dela — Arthur cochichou no meu ouvido, se inclinando pra me cutucar — Parece até que tá vendo o Cristiano Ronaldo.
— Arthur... — resmunguei, tentando disfarçar o sorriso bobo. —
— Eu só queria lembrar que o Lando quase tropeçou na bola na última vez que tentou jogar — ele continuou, maldoso. —
— Eu lembro, sim, obrigada. Mas ele é meu noivo e tá lindo — rebati, encarando o campo com um orgulho desproporcional ao talento esportivo dele. —
— Isso se chama amor... e cegueira temporária — Arthur brincou, e eu dei um tapa leve no braço dele, rindo. —
— Para de provocar, vai. Deixa eu curtir a visão em paz — falei, voltando os olhos pro campo, onde Lando olhava pra arquibancada e me dava tchau discretamente com um sorrisinho bobo, como se só eu existisse ali. —
E pra mim... existia mesmo.
— Certeza que esse sorrisinho é pra você? Vai que ele viu um vendedor de sorvete na arquibancada — Arthur provocou, cruzando os braços e inclinando a cabeça, fazendo cara de pensativo. —
— Arthur! — Rosalina o repreendeu, segurando o riso. — Deixa de ser invejoso. Não é culpa da Emily se ela tá noiva de alguém que sabe demonstrar afeto. Diferente de você, que mal sabe responder um “bom dia” direito.
— Ei! Eu sou ótimo com bom dias! Desde que não incluam conversa fiada ou compromisso emocional — rebateu, fingindo estar ofendido de novo. —
— Isso explica muita coisa — retruquei, sorrindo com sarcasmo, enquanto me ajeitava na cadeira do camarote, de onde dava pra ver perfeitamente o campo. —
— Vocês duas são terríveis. Tô sendo massacrado aqui — ele resmungou, pegando um pacote de pipoca que alguém tinha deixado ali e comendo dramaticamente. —
— Tá sendo colocado no seu lugar — Rosalina respondeu, com um sorrisinho vitorioso. —
Arthur apenas revirou os olhos, enquanto lá embaixo, Lando me mandava um beijo discreto com a mão e fazia um coração torto com os dedos.
— E ele ainda tem coragem de fazer isso em público... — Arthur murmurou, fingindo desespero. — Vai me dar diabetes esse relacionamento de vocês.
— Pode ir passando o remédio, então — respondi, ainda sorrindo boba, com o coração completamente entregue àquele momento. —
Porque, sinceramente, não dava pra pedir por mais nada.
Eu tava tão concentrada no jogo que até esqueci por uns segundos que meu noivo, e sim, faço questão de repetir: meu noivo, era péssimo jogando futebol. Mas, contra todas as expectativas, ele fez um gol. E não foi um gol qualquer. Depois que a bola entrou no canto do goleiro, ele correu pela lateral do campo, olhou direto pro camarote, apontou pra mim e fez um coraçãozinho com as mãos.
Eu ri, surpresa e encantada, e ouvi Arthur do meu lado dizendo:
— Isso foi sorte. A bola escorregou no gramado, certeza.
Ignorei ele, claro. Meu foco era todo naquele sorriso lindo do Lando.
Só que logo depois, o clima mudou.
A jogada seguiu e, de repente, Lando recebeu a bola de novo. Quando ele foi tentar girar pra cima do adversário, Mason Mount apareceu como um raio. O carrinho foi direto na canela. Lando caiu com tudo no chão, se contorcendo de dor.
— Ai, meu Deus — me levantei no reflexo, o coração na garganta. —
Mas não foi só o carrinho que me deixou em alerta. Foi o jeito. Frio. Calculado. Mason sabia o que estava fazendo. E o que me confirmou isso foi o sorrisinho debochado que ele deu logo depois, enquanto passava por Lando no chão.
Eu conhecia aquele sorriso. Já tinha sido direcionado a mim algumas vezes no passado. E Lando também viu.
Ele se levantou com a ajuda do Charles, e assim que ficou de pé, tentou partir pra cima de Mason. Mas Carlos e Charles o seguraram pelos braços, tentando acalmar ele enquanto o juiz apitava freneticamente.
Rosalina segurou minha mão, preocupada.
— Ele tá bem... vai ficar bem, calma.
— Eu sabia que foi de propósito — murmurei, mordendo o lábio. — O Mason fez isso só pra provocar. Esse idiota...
Arthur franziu o cenho, mais atento agora.
— O Mount é o seu ex, né?
Assenti, sem tirar os olhos de Lando.
— Sim. E ele acabou de declarar guerra.
A partida seguiu, mas o clima entre os dois claramente tinha azedado de vez. Eu via de longe os olhares que Lando e Mason trocavam em campo, e não eram nada amistosos. A bola mal tinha rolado de novo e Lando já estava na cola dele, esperando a oportunidade certa. E ela veio rápido demais.
Mason dominou no meio, e antes mesmo de dar o segundo toque na bola, Lando chegou por trás e deu um carrinho que foi praticamente uma cópia do que tinha sofrido minutos antes. O juiz apitou, mas a atenção de todo mundo se voltou mesmo foi pra reação do Mount.
Ele caiu, reclamou, e quando levantou, empurrou Lando com força no peito, de um jeito nada esportivo. Lando, no entanto, nem se abalou. Só recuou meio passo, com aquele sorrisinho vitorioso no canto dos lábios, como se dissesse “agora estamos quites”. E, claro, isso só fez Mason sair ainda mais irritado do campo, mancando e xingando.
— Ele teve o que merecia — murmurei, cruzando os braços, aliviada ao ver que pelo menos Lando estava bem. —
— Pelo menos entrou alguém decente agora — Arthur comentou do meu lado, quando viram Franco se preparar pra entrar. — Não que seja difícil melhorar depois do Mount, né?
— Uhum — murmurei, os olhos ainda no campo, onde Lando caminhava de volta à posição com o mesmo ar convencido de sempre. —
Ele olhou rápido pra mim no camarote e piscou. Eu não aguentei e ri.
— Esse aí tá se achando o herói da partida agora — Arthur comentou. —
— Deixa ele se achar. Hoje ele é o meu herói mesmo.
¤¤ 🇪🇸 ¤¤
A partida se encerrou com o placar de 3x2 para o time azul, o time do Lando, que, sinceramente, eu nem sabia o nome, só sabia que ele estava lá. Assim que ele subiu para a área do camarote, me levantei imediatamente e fui ao encontro dele, pouco me importando com o fato de que ele ainda estava suado. Eu estava feliz. Feliz por vê-lo tão animado, e, principalmente, por vê-lo superar a imagem nada boa que eu tinha dele no futebol.
— Você viu aquilo? Eu fiz gol! — ele disse empolgado, me abraçando com força. —
— Eu vi, Lando! E ainda dedicou pra mim, achei digno. Mas confesso que ainda tô processando o fato de você realmente saber jogar — brinquei, rindo. —
— Eu sempre soube, você que nunca teve fé no meu potencial — ele respondeu todo convencido, me dando um beijo rápido na testa. —
— Hum... você foi melhor do que eu esperava. Isso conta? — provoquei. —
— Isso conta como pedido de desculpas público — ele falou, segurando meu rosto com as duas mãos. — Mas eu aceito. Com juros, se quiser pagar em beijos depois.
— Ridículo — falei, rindo enquanto sentia o coração aquecido. —
— Ridiculamente apaixonado por você — ele rebateu com aquele sorrisinho que me desmontava. —
Arthur tossiu do nosso lado só pra chamar atenção.
— Ok, casal. Já deu, né? Vamos descer logo, eu quero foto com o Charles! — reclamou, e Rosalina riu. —
Mas eu nem ligava. Porque naquele momento, com Lando ainda ofegante, suado e me olhando daquele jeito... não havia nada que me tirasse da certeza de que tudo estava exatamente onde devia estar.
Descemos juntos para o campo, ainda sob a euforia da vitória, e Lando não tirava o sorriso do rosto nem por um segundo. Ele passou o braço ao redor da minha cintura com naturalidade, como se aquele fosse o lugar certo para a mão dele, e, sinceramente, era.
— Eu falei que ia marcar um gol pra você, amor — ele disse com aquele tom de orgulho bobo, puxando meu corpo um pouco mais pra perto. —
— E eu falei que você ia tropeçar na própria sombra — provoquei, rindo. —
— Mas no fim, fui eu quem saiu vitorioso. E ainda ganhei esse abraço seu todo suado. Tô no lucro — ele brincou, me olhando de lado, com aquele brilho nos olhos que me fazia esquecer qualquer coisa ao redor. —
— Ridículo — falei mais uma vez, tentando não sorrir. Mas era impossível com ele daquele jeito. —
— Agora pensa, se eu ganhar mais jogos assim, quantos abraços e beijos eu vou acumular? Acho que vou entrar num campeonato só por isso — ele continuou, rindo, e eu revirei os olhos, rindo junto. —
Arthur, que caminhava na frente com Rosalina e Mia, olhou pra trás.
— Cês vêm ou vão ficar se derretendo aí mesmo? — ele gritou. —
— Vai andando, Arthur! A gente tá aproveitando o momento — Lando respondeu sem nem olhar, ainda com o braço ao meu redor. —
— Ihhh, olha o casal mais grudento do paddock! — a voz do Charles veio logo em seguida, e quando olhamos, ele já tava rindo com Carlos do lado. —
— Vocês dois deviam dar aula de “como ser noivo e não desgrudar nunca” — Carlos completou, com aquele típico sorrisinho debochado dele. —
— Invejinha, né? — Lando respondeu, todo convencido, me puxando mais um pouquinho pra perto. — Eu só amo demais minha noiva, não é crime.
— Ele força tanto esse papel de noivo perfeito que parece até ator de comédia romântica — Charles zombou, e Carlos assentiu como se aquilo fosse a mais pura verdade. —
— Ah, tá engraçadinho hoje, né? — Rosalina surgiu do nada, já indo direto no Charles e cruzando os braços. — Quer que eu comece a contar quantas vezes você me deixou no vácuo pra jogar videogame com o Carlos?
— Amor... não precisa disso agora, estamos entre amigos, no clima da vitória — ele tentou contornar, mas já tava claro quem mandava ali. —
— Aham, então fica quietinho antes que eu revele mais umas cinco coisinhas — ela rebateu, e Carlos se afastou fingindo que não queria se meter. —
— Coitado, tomou exposed ao vivo — Lando cochichou no meu ouvido, me fazendo rir ainda mais. —
— Melhor você não se empolgar demais... você é o próximo se vacilar — falei rindo, e ele fez aquela carinha de “sou um anjo” só pra disfarçar. —
— Eu? Vacilar? Jamais — ele respondeu, colando ainda mais perto, com aquele sorrisinho torto e os olhos brilhando. — Sou o noivo mais dedicado, carinhoso, bonito e... modesto.
— Humildade mandou lembranças, né? — brinquei, mas não consegui conter o sorriso bobo com ele me olhando daquele jeito. —
— Vai dizendo o que quiser... mas você tá com esse sorriso de quem ama um noivo grudento — ele falou baixinho, roçando o nariz no meu, antes de deixar um beijo leve na minha testa. —
— Você é um grude mesmo, Norris — murmurei, segurando a gola da camiseta dele. —
— E você ama. E agora não pode mais fugir de mim, oficialmente — ele disse, exibindo a aliança como se fosse um troféu. —
— Eu nem quero fugir — falei sincera, e ele sorriu tão largo que parecia até criança ganhando presente. —
— Ainda bem... porque eu tô bem decidido a passar o resto da vida te agarrando assim — ele disse, me girando um pouco nos braços só pra me fazer rir, e funcionou. —
Eu amava esse homem com todas as minhas forças.
¤¤ 🇪🇸 ¤¤
Era pra confiar no Lando. Em pleno meu aniversário, era meio difícil, ainda mais quando ele fazia questão de me levar aos lugares vendada. Se ele mal conseguia andar sem tropeçar, imagina me guiando até sabe-se lá onde.
— Não me deixa cair, hein... não no dia do meu aniversário — falei, meio rindo, meio preocupada. —
— Confia, amor. Eu nunca te deixei cair antes, não vai ser hoje — ele respondeu, com aquele tom convencido e fofo que só ele sabia usar. —
Senti suas mãos firmes na minha cintura e, de repente, ele me levantou do chão com facilidade, me fazendo soltar um gritinho surpreso.
— Lando! — reclamei, entre risos. —
— Relaxa, é só um degrauzinho... pronto — ele disse, me colocando com cuidado no que parecia ser uma superfície plana. —
Antes que eu pudesse perguntar onde estávamos, senti ele soltando a venda devagar.
— Um... dois... três...
Assim que a venda caiu, um monte de vozes gritaram ao mesmo tempo:
— SURPRESA!!!
Meus olhos se arregalaram com a cena. Estávamos em um terraço lindamente decorado, luzes penduradas brilhando suavemente, uma mesa cheia de comidas e docinhos, um painel com o meu nome e um “Feliz Aniversário” enorme. E ali estavam nossos amigos mais próximos, e até nossos pais, todos sorrindo, alguns com celular na mão registrando minha reação.
Meu coração se aqueceu num segundo.
Virei imediatamente pro Lando, que sorria orgulhoso, e o beijei ali mesmo, sentindo toda a felicidade transbordar.
— Você é maluco! — falei no meio do abraço. —
— Louco por você, talvez — ele disse, apertando os braços ao meu redor e sussurrando no meu ouvido. — Feliz aniversário, meu amor. Você merece o mundo. E hoje ele começa aqui.
Antes que eu pudesse responder ao Lando, senti alguém me puxando com força pra longe do abraço dele.
— Minha aniversariante lindaaa! — Kika apareceu toda animada, me abraçando apertado como se não nos víssemos há meses. —
— Kikaaa! — soltei um riso, retribuindo o abraço com força. — Você veio!
— Claro que eu vim, né? Não ia perder o aniversário da minha amiga mais maravilhosa? Nem se pagassem!
— Assim você me faz chorar logo no começo da festa — brinquei, emocionada. —
Enquanto isso, Lando ficou parado com os braços cruzados, fazendo a maior cara de ofendido da vida.
— Aí, ninguém liga pro noivo que organizou tudo com todo o amor do mundo — ele resmungou, teatral. —
— Drama, sempre um show à parte — Charles apareceu ao lado dele, dando um tapinha no ombro. — Anda, vem, que agora você é meu. Deixa a Emily aproveitar as amigas, você já teve seu momento de glória.
— Você tá roubando meu lugar no palco, Leclerc — Lando respondeu, mas foi mesmo assim com ele, ainda fingindo indignação. —
Só que mesmo no meio da “dramatização”, ele olhou pra mim por cima do ombro e piscou. E eu, completamente encantada, só consegui sorrir de volta, como se fosse o primeiro dia que o via.
Kika me puxou animada pelo braço, ignorando totalmente o Lando resmungando lá atrás, e me levou até onde Rosalina e Arthur estavam, os dois com taças na mão e sorrisos no rosto.
— Olha quem eu trouxe! — Kika anunciou como se eu fosse um troféu. —
— Finalmente! — Rosalina sorriu, vindo me abraçar com carinho. — Parabéns, Lily! Você tá ainda mais linda hoje.
— Obrigada, Rosa! Tô tão feliz que vocês vieram...
— Ah, não vinha mesmo que a Kika me arrastasse pelos cabelos — Arthur entrou na conversa, com aquele jeito dele que misturava sarcasmo e charme. —
— E a Mia? — perguntei, olhando ao redor como se ela fosse aparecer de algum jeitinho adorável com aquele olhar curioso dela. —
— Deixei com a vovó Pascale — Rosalina explicou. — Ela tá num chamego com a neta que você não tem noção. Não quis largar por nada.
— Minha sobrinha tá roubando toda a atenção da minha mãe — Arthur completou com fingido drama. — Mas tudo bem… ela é minha preferida mesmo. Mesmo só tendo ela.
— É a única, Arthur — Rosalina revirou os olhos, segurando o riso. —
— Ué, por isso mesmo é especial — ele deu de ombros, antes de olhar pra mim. — Mas falando sério agora… feliz aniversário, Emily. Você merece tudo de melhor. Principalmente coragem e paciência pra continuar com o Lando.
— Essa parte é em dobro mesmo — brinquei, rindo, enquanto ele me abraçava com aquele jeitinho implicante dele. —
— Vou mandar um kit de sobrevivência pra noivas desesperadas — ele piscou. —
— E eu mando um vinho junto — disse Rosalina, me abraçando também. — Feliz aniversário, Em. A gente te ama.
— Não precisa de vinho não, Emily já tá bêbada de amor pelo Lando — Arthur comentou com um sorrisinho malandro, me fazendo rir e rolar os olhos. —
— Você acorda e dorme pensando nessas piadas? — retruquei, rindo. —
— É um talento natural. Presente de Deus. Inclusive, posso fazer um stand-up no seu casamento. Me deixa entrar com um microfone? — ele perguntou, colocando a mão no peito dramaticamente como se estivesse oferecendo um serviço de ouro. —
— Só se for pra você tropeçar no altar — brinquei de volta. —
— Ui! Que maldade, aniversariante! Logo hoje, no seu dia? — ele fingiu estar ofendido, colocando a mão na testa como se fosse desmaiar. —
— Drama é o segundo nome dele — Rosalina comentou, rindo, enquanto mexia no próprio cabelo. —
— Drama não, entretenimento! Eu sou o alívio cômico desse grupo — Arthur piscou pra mim. — E, como o alívio cômico, é meu dever deixar a aniversariante sorrindo o tempo todo.
— Tá cumprindo bem o papel, vai — falei, ainda sorrindo. —
— Missão dada é missão cumprida! Agora vamos dançar. Você faz o papel da estrela, eu fico girando em volta, tipo satélite — ele disse, já me puxando pela mão de brincadeira. —
Eu ri de novo, sentindo meu coração leve com aquela bagunça boa ao meu redor.
— Art, você não faz a gente passar vergonha — disse Kika, revirando os olhos com um sorrisinho divertido. —
— Eu? Jamais, Francisca. Agora... não posso dizer o mesmo do seu namorado, que tem dois pés esquerdos pra dançar — retrucou Arthur, com aquele tom provocador clássico dele. —
— Ah, pronto... — Rosalina bufou, mas com um sorriso no rosto. — Um dia eu vou filmar você dançando pra todo mundo ver que é pior que o Charles.
— Ei, ei, ei! Meu carisma compensa a falta de coordenação, tá? — Arthur rebateu, fazendo Kika rir e balançar a cabeça. —
Continuei ali, conversando com eles, aproveitando a leveza do momento. Depois, fui cumprimentar outros amigos que tinham vindo me dar os parabéns, alguns antigos, outros mais recentes, todos parte daquele pedaço especial da minha vida.
Entre risadas, abraços e algumas fotos, eu me sentia inteira. Pela primeira vez em muito tempo, tudo parecia no lugar.
E então, como se sentisse minha falta, Lando apareceu ao meu lado de repente, com aquele sorrisinho de canto que me desmontava.
— Acho que nunca te vi tão linda — ele disse, se aproximando, os olhos grudados nos meus. — E olha que te vejo todo dia.
Meu coração deu aquele pulinho besta.
— Para, você que tá lindo com essa cara de bobo apaixonado — brinquei, mas já tava rindo, boba igual. —
— Porque eu sou um bobo apaixonado por você, e com orgulho. Eu te amo tanto — ele falou baixinho, encostando a testa na minha. —
Meus olhos se encheram de carinho.
— Eu também te amo, Lando... demais — respondi, o abraçando com força e recebendo mais um beijo daqueles que aquecem a alma. —
Eu estava vivendo tudo o que desejava com ele.
001. Voltei com capítulo para vocês, votem e comentem muito nesse capítulo e no anterior dependendo de como estiver volto com mais um capítulo amanhã amores.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
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