
49.
LANDO NORRIS
📍Monte Carlo - Dubai
"Noiva"
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(Leia o aviso no final do capítulo)
Engoli em seco. Eu não podia fazer nada, mas, porra, me incomodava. E incomodava pra caramba ver ela ali, sorrindo e rindo com outro cara. Eu conhecia Franco, era meu amigo, mas do jeito que ela se comportava… aquilo não parecia uma conversa qualquer.
Peguei o copo da mão de Carlos e virei tudo de uma vez, sentindo o líquido descer queimando.
— Não me espera. — Soltei, sem dar tempo para ele responder antes de me virar e atravessar a multidão. —
Meu sangue fervia a cada passo que eu dava em direção a eles. Eu não sabia o que ia dizer, só sabia que precisava acabar com aquela cena ridícula antes que ela ficasse pior.
Cheguei perto, me posicionando bem ao lado de Emily, e soltei com a maior cara lavada:
— Fico feliz que tenha conhecido a minha noiva, Franco.
O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Emily arregalou os olhos, claramente pega de surpresa, enquanto Franco levantava uma sobrancelha, confuso.
— Eu não sabia que vocês estavam noivos, mas meus parabéns. — Franco sorriu, mas seu tom carregava uma ponta de incerteza. —
Emily abriu a boca para dizer algo, mas antes que pudesse sequer formular uma resposta, passei o braço por sua cintura, puxando-a para mais perto.
— Obrigado, Franco. — Respondi com a maior naturalidade do mundo, ignorando o olhar assassino que Emily me lançou. —
Senti seu corpo ficar tenso contra o meu, provavelmente decidindo entre me dar um soco ali mesmo ou manter as aparências. Apostaria na primeira opção.
— Não foi exatamente isso que... — Ela começou, mas apertei um pouco mais minha mão em sua cintura, interrompendo-a. —
— Minha noiva fica meio sem graça quando falam sobre isso — acrescentei, fingindo um tom divertido. — Mas sabe como é, Franco, algumas coisas não precisam ser anunciadas pra todo mundo.
Emily cravou as unhas no meu braço, claramente irritada.
— Exatamente — disse ela, sua voz melosa, mas os olhos faiscando de raiva quando me encarou. — Algumas coisas simplesmente acontecem, né, amor?
Franco nos observava com atenção, como se tentasse entender o que diabos estava acontecendo.
— Bom, então eu vou deixar vocês aproveitarem a noite. — Ele riu, pegando sua bebida do balcão. — Foi um prazer te conhecer, Emily.
Ela forçou um sorriso.
— Igualmente, Franco.
Assim que ele se afastou, senti o corpo dela se soltar do meu em um movimento brusco.
— Você tá maluco? — ela sibilou, me empurrando pelo peito. — Noiva, Lando? Sério?
Cruzei os braços, dando de ombros.
— O que foi? Achei que você ia gostar de ouvir isso.
Emily soltou uma risada incrédula, cruzando os braços também.
— Você só pode estar louco. — Ela estreitou os olhos, cruzando os braços. — Foi só ciúmes, é isso? Eu tenho que te lembrar que não temos mais nada?
— Não precisa, eu sei que não temos mais nada. Mas isso não significa que vou deixar o caminho livre pra qualquer um.
Ela soltou uma risada seca, descrente.
— Sério isso? Você não muda, né? — Sua voz carregava irritação. — Você não tem que escolher nada, Lando. Eu sou solteira, não devo satisfações pra você. Então, faz um favor e me deixa em paz.
Dei um passo à frente, diminuindo a distância entre nós, meus olhos fixos nos dela.
— Não, Emily. Eu não vou te deixar em paz. Porque eu não vou desistir de você. E você sabe que eu não desisto do que eu quero até conseguir.
Ela soltou um suspiro exasperado, balançando a cabeça.
— Bom, mas de mim, você não vai conseguir mais nada.
Com isso, Emily se virou, caminhando para longe. Mas eu não ia deixá-la sair assim. Segui seus passos até conseguir segurá-la pelo pulso, guiando-a para fora da boate. Lá fora, o som abafado da música foi substituído pelo silêncio da madrugada.
Ela virou para mim, surpresa, e tentei decifrar o que passava por sua mente naquele momento. Seus olhos estavam brilhando, sua respiração ainda acelerada.
— Tem certeza disso, Emily? — Minha voz saiu baixa, desafiadora. —
Ela abriu a boca para responder, mas não esperei. Em um movimento rápido, tomei seu rosto entre minhas mãos e a beijei.
Emily ficou imóvel por um segundo, mas então cedeu. Suas mãos se agarraram à minha camisa, puxando-me para mais perto, enquanto o beijo se tornava mais intenso, mais desesperado. Era como se todo o tempo que passamos longe tivesse sido um desperdício, como se aquele fosse o único lugar onde deveríamos estar.
Minhas mãos deslizaram para sua cintura, apertando-a contra mim. Ela suspirou contra meus lábios, como se odiasse admitir o quanto sentia falta disso.
— Você só consegue me deixar mais confusa, Lando. — Ela falou, sua voz falhando um pouco, mas ainda havia resistência em suas palavras. —
— Lily, você sabe que não tem confusão nenhuma. Eu tô aqui inteiro pra você, como sempre estive. — Meu tom foi suave, mas firme, como se eu tentasse transmitir a verdade que eu sentia, sem rodeios. —
— Não faz isso... — Ela tentou afastar a cabeça, mas eu segurei seu rosto delicadamente, mantendo seus olhos fixos nos meus. —
— Eu estou falando a verdade. Não precisamos ficar nessa de tentar evitar um ao outro quando sabemos exatamente o que queremos. — Falei, minha voz se tornando mais baixa, mais carregada de emoção, como se finalmente estivesse liberando algo que estava preso dentro de mim por tanto tempo. —
Ela ficou em silêncio por um momento, suas mãos ainda em minha camisa, sem saber se devia afastar-se ou ceder ao que estava acontecendo. O coração dela batia forte contra o meu peito, e isso me dizia tudo o que eu precisava saber.
— Eu não posso... — Ela murmurou, sua voz quebrando, mas sem conseguir afastar o olhar que eu tinha sobre ela. Ela parecia dividida, mas o que eu podia perceber era que parte dela já havia cedido. —
— Pode sim, Lily. Só não tente mais lutar contra o que a gente sente, não vai adiantar. — Minha mão subiu até seu pescoço, os dedos tocando sua pele macia, sentindo a tensão dela. — Você não precisa se forçar a ficar longe de mim. Eu nunca estive tão claro com você, e nunca fui tão sincero. Eu sei o que eu quero, e é você.
Ela fechou os olhos por um momento, e eu soube que ela estava tentando se controlar. Mas naquele momento, nada mais importava. Eu queria ela, assim como ela queria estar comigo. A tensão entre nós dois era palpável, e não havia mais como ignorar.
— Lando... — Ela sussurrou, sua voz carregada de algo que eu não conseguia decifrar, mas que me fazia querer mais. —,
Eu abaixei a cabeça, encostando minha testa na dela, compartilhando a respiração entre nós dois. O ar estava carregado de tensão, mas também de algo mais profundo, algo que não podia mais ser ignorado.
— Eu só quero que tudo se resolva entre nós. Não aguento mais ver você vivendo sua vida longe de mim. Eu tô caindo aos poucos, sempre com medo de te perder. — A última palavra saiu quase como um suspiro, uma confissão que eu não sabia se deveria fazer, mas que senti que precisava. —
Ela ficou em silêncio por um momento, seus olhos fechados, como se estivesse tentando processar o que eu acabara de dizer. Quando ela abriu os olhos, vi uma mistura de emoções passando por seu olhar, dúvida, desejo, medo. Tudo ao mesmo tempo.
— Por que a gente tem que ser assim, tão complicados? — Ela sussurrou, sua voz carregada de frustração e algo mais que tentava esconder. —
Passei os dedos pelo cabelo dela, deslizando lentamente até segurar sua nuca com delicadeza.
— Porque o que a gente tem nunca foi simples, Emily. Mas isso não significa que não vale a pena.
Ela fechou os olhos por um segundo, como se absorvesse minhas palavras. Quando voltou a me encarar, seu olhar brilhava de incerteza e algo mais intenso que ela ainda relutava em admitir.
— Eu tenho medo, Lando. Medo de me machucar de novo, medo de acreditar em você e no fim tudo acabar do mesmo jeito.
Apertei meus dedos em sua nuca, puxando-a levemente para mais perto, sentindo sua respiração misturar-se à minha.
— Eu sei. E eu não vou pedir para você confiar em mim da noite para o dia. Mas me deixa tentar.
O silêncio entre nós era carregado. Eu podia sentir seu coração batendo acelerado contra o meu. Seus lábios entreabertos, a respiração quente contra a minha pele. Ela estava lutando contra o que sentia, mas no fundo, queria tanto quanto eu.
— Me deixa provar pra você que não vai ser como antes. — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro. —
Emily desviou o olhar, mordendo o lábio inferior, e então suspirou.
— Eu não sei, Lando... — ela murmurou, mas não recuou. —
— Então não pensa. Só sente. — Antes que ela pudesse contestar, meus lábios encontraram os dela, e naquele instante, qualquer dúvida se dissolveu. —
— Você faz tudo parecer tão simples. — A voz dela saiu em um sussurro contra meus lábios, como se estivesse rendida, mas ainda relutando em admitir. —
Deslizei meus dedos por seu cabelo, segurando sua nuca com delicadeza, mantendo-a perto.
— Porque é simples, Emily. A gente se quer. O resto... o resto a gente dá um jeito.
Ela fechou os olhos por um instante, como se quisesse acreditar nisso, como se desejasse que fosse verdade. Mas quando os abriu novamente, seu olhar estava carregado de incerteza.
— E se não der certo? — Ela perguntou, a voz quase vacilando. —
Sorri de leve, roçando meu nariz no dela.
— Vai dar certo. — Minha voz saiu firme, mas ao mesmo tempo suave. — Eu vou fazer isso dar certo. Nós vamos fazer dar certo.
Emily me olhou nos olhos, como se estivesse buscando algo, talvez uma certeza que nem ela sabia precisar. Seus lábios se entreabriram, mas nenhuma palavra saiu.
— Você só precisa confiar em mim. — Sussurrei, deslizando meus dedos por seu cabelo, afundando levemente os dedos nos fios, sentindo sua respiração quente contra minha pele. —
— Eu confiei em você uma vez... — Ela fechou os olhos por um instante, sua voz quase vacilando. — E olha onde isso me deixou.
Engoli em seco, porque sabia que ela tinha razão. Eu tinha errado antes, e agora tudo que me restava era tentar consertar.
— Me deixa tentar de novo? — Pedi, a voz carregada de uma sinceridade crua. — Eu sei que não mereço, mas quero provar que posso fazer diferente.
Ela suspirou profundamente, como se estivesse em uma batalha interna, e quando abriu os olhos, vi que a luta ainda não estava ganha.
— Lando... eu...
Antes que ela pudesse terminar, um barulho de porta se abrindo chamou nossa atenção. Emily recuou levemente, e quando virei o rosto para ver quem era, vi Carlos parado ali, nos observando.
— E aí, o que vocês estão fazendo aqui fora? — Carlos perguntou, cruzando os braços enquanto nos observava. —
— Só saímos para tomar um ar e conversar um pouco — respondi, tentando soar casual. —
Ele olhou de Emily para mim antes de se voltar para ela.
— Está tudo bem, Lily?
— Sim, Chilli — ela forçou um pequeno sorriso. — Só não estou com muita vontade de ficar na festa, acho que vou voltar para o hotel.
— Quer que eu te leve? — Carlos ofereceu, sempre prestativo. —
— Não precisa — me adiantei antes que Emily pudesse responder. — Eu levo ela. Aproveita a sua noite.
Carlos analisou minha expressão por um instante, depois voltou seu olhar para Emily, que apenas assentiu.
— Tudo bem, então. Qualquer coisa, me avisa. — Ele deu um último olhar para nós dois antes de voltar para dentro. —
Emily suspirou, mexendo nos próprios dedos, e eu toquei levemente sua mão.
— Vamos?
Ela hesitou por um segundo antes de concordar, seguindo ao meu lado até o carro. O silêncio entre nós era carregado de algo não resolvido, uma tensão que ia além do que havia acontecido naquela noite.
Quando entramos no carro, ela apoiou a cabeça no vidro, olhando para fora enquanto eu dirigia.
— Olha, não vou te pressionar a continuar com essa conversa, mas só espero que pense bem, Lily.
Ela suspirou, fechando os olhos por um momento.
— Eu já penso nisso tempo demais, Lando. Esse é o problema.
— E qual é a resposta que você encontra? — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava. —
Emily não respondeu de imediato. Seus dedos brincavam com a barra do vestido, um sinal claro de que estava inquieta.
— Que eu tenho medo.
Meu aperto no volante ficou mais firme.
— Medo de quê?
— De me machucar de novo. De te machucar de novo.
Engoli em seco. Não era como se eu não soubesse disso, mas ouvir em voz alta tornava tudo mais real.
— Eu entendo. Mas eu não sou mais aquele cara, Emily. E você também não é mais aquela garota.
Ela virou o rosto para me encarar, os olhos cheios de dúvidas e algo mais... algo que me fazia querer puxá-la para perto e provar que podíamos ser diferentes dessa vez.
— Você quer arriscar? — perguntei, sem rodeios. —
Emily hesitou, e por um momento achei que ela diria não. Mas então, em um sussurro, ela respondeu:
— Eu não sei.
O carro parou em frente ao hotel, e o silêncio se instalou entre nós. Eu não queria que essa fosse a última coisa dita, então soltei um suspiro e inclinei levemente o corpo na direção dela.
— Você não precisa saber agora. Mas quando souber… me avisa, tá?
Ela assentiu devagar antes de abrir a porta e sair, me deixando ali, sozinho, com uma pequena esperança.
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Encarei meu celular, que já exibia umas trinta chamadas perdidas e mais de dez mensagens de Pierre e Kika. Ainda não sei por que insistia em aceitar essas ideias tão repentinas deles. Tinham me convidado de última hora para passar o Réveillon com eles em Dubai e, bom, eu aceitei. Não tinha nada melhor para fazer.
O Natal já tinha passado, e me senti completamente estranho por não ter recebido nem uma mensagem de Emily, nem que fosse um xingamento, como ela costumava mandar antes. Mas esse ano foi diferente. Completamente estranho. Até tentei mandar uma mensagem para ela, mas acho que ainda estava bloqueado.
Revirei os olhos ao ver o nome de Pierre piscando na tela do celular de novo. Suspirei e decidi atender antes que ele começasse a me ligar sem parar.
— Merda, Lando! Você tem celular pra quê, se não atende? — A voz de Kika surgiu do outro lado da linha, em vez da de Pierre. —
— Eu estava desembarcando, por isso não atendi, Kika.
— Certo, Norris, mas não ignora as minhas mensagens! E se você tivesse morrido?
— Mas eu não morri, tô falando com você agora. — Rolei os olhos, ouvindo a respiração pesada dela. —
— Tá bom, Lando. Só desce logo, a gente já tá esperando no carro.
Desliguei sem responder e peguei minhas malas, caminhando até a saída do aeroporto. O ar quente de Dubai bateu no meu rosto assim que atravessei as portas automáticas. Meu olhar vagou pela área de embarque até encontrar Pierre encostado em um carro alugado e Kika dentro do veículo, mexendo no celular.
Pierre abriu um sorriso debochado assim que me viu.
— Achei que tinha desistido no último segundo.
— E perder a chance de ver vocês dois bêbados antes da meia-noite? Nem pensar.
Ele riu, pegando uma das minhas malas e jogando no porta-malas sem cerimônia.
— Então entra logo, Norris.
— Vocês sabem que não precisavam ter vindo até aqui me buscar, né? — falei, jogando minha mochila no banco de trás. —
— Além de cabeçudo, é mal-agradecido. — Kika revirou os olhos do banco da frente. —
Pierre riu, ligando o carro.
— A gente veio te buscar porque sabia que se dependesse de você, ia se perder nesse aeroporto gigante e acabar indo parar em Abu Dhabi.
— Ei, eu não sou tão ruim assim com direções. — Cruzei os braços, fingindo indignação. —
— Não? Você se perdeu dentro do próprio condomínio outro dia — Kika rebateu, e Pierre gargalhou. —
— Isso foi uma vez só!
— Claro, Norris. — Pierre piscou, debochado, enquanto saía do estacionamento. —
— Vocês dois são piores que meus haters quando resolvem se juntar pra me atacar.
— A diferença é que a gente te ataca com amor. — Kika sorriu, jogando o cabelo para o lado. —
— Amor? Isso aqui tá mais para bullying. — Revirei os olhos, mas acabei rindo. —
— Ah, coitadinho. Quem te ouve falando assim até pensa que é um santo. — Pierre debochou. —
— E eu sou. Vocês que simplesmente não vão com a minha cara.
— Olha, só não te jogo desse carro porque, infelizmente, você vai ser necessário nessa viagem. — Kika suspirou dramaticamente. —
— Tão querendo me usar pra quê já? — Cruzei os braços, desconfiado. —
— Surpresa, Norris. — Ela trocou um olhar cúmplice com Pierre. — Em breve você descobre.
Franzi a testa, mas decidi não insistir. Com esses dois, era melhor não questionar muito ou acabaria me metendo em algo que não queria.
Assim que chegamos ao hotel, Pierre e Kika praticamente me empurraram para dentro. Não perdi tempo e fui direto até o balcão para fazer o check-in, mas assim que levantei a cabeça, congelei.
Emily estava parada ali, segurando a mala, tão surpresa quanto eu.
— Você tá brincando com a minha cara. — Murmurei, sem acreditar. —
— Eu que deveria estar dizendo isso. O que você tá fazendo aqui? — Ela cruzou os braços, desconfiada. —
— Eu que pergunto, Lily.
Antes que continuássemos, Kika e Pierre apareceram atrás de nós, ambos com sorrisos claramente culpados.
— Ah, então vocês já se encontraram! — Kika disse, fingindo animação. —
— Vocês armaram isso. — Emily apontou para os dois. —
— Olha, nem adianta negar. — Suspirei, massageando as têmporas. —
— Tá bom, tá bom! — Pierre levantou as mãos em rendição. — Vocês dois estavam insuportáveis ultimamente, então achamos que precisavam de um empurrãozinho.
Emily bufou, mas antes que pudesse xingar alguém, a recepcionista chamou nossa atenção.
— O quarto de vocês está pronto.
— Quarto de vocês? — Emily franziu a testa. —
— Sim, o quarto de casal que foi reservado.
O silêncio foi quase ensurdecedor. Eu troquei um olhar com Emily, que parecia prestes a surtar.
— Isso só pode ser brincadeira. Eu vou dormir no mesmo quarto que ele? — Ela gesticulou em minha direção, como se fosse um absurdo. —
— Relaxa, amor, eu durmo no sofá. — Peguei as chaves do quarto, e sorri para Emily. — Assim você não precisa se preocupar, a cama é toda sua.
Emily revirou os olhos, cruzando os braços.
— Que ótimo. Mal cheguei e já tô arrependida.
— Ah, para de drama, Lily. — Peguei minha mala com um suspiro. — Você sabe que sou uma ótima companhia.
— Moça, não tem outro quarto disponível? — Emily perguntou à recepcionista, visivelmente frustrada. —
A mulher sorriu educadamente, mas balançou a cabeça.
— Infelizmente, não. Estamos lotados para o fim de ano, e os outros hotéis provavelmente estarão na mesma situação.
Emily soltou um suspiro dramático, massageando as têmporas.
— Ótimo, isso aqui só melhora.
— Olha pelo lado bom, você pode fingir que eu não existo.
— Isso eu duvido muito.
— Não entendi por que desse duvido.
— Porque você é um tagarela ambulante. Não fica quieto por um segundo, impossível fingir que você não existe.
— Ok, nessa você tem razão. — Levantei as mãos em rendição. — Mas eu te alegro, isso já conta como um ponto positivo.
Ela me lançou um olhar cético antes de soltar um suspiro.
— Tá bom, nisso você tem razão. Agora me dá as chaves.
— Só não me tranca pra fora do quarto, viu?
— Vou pensar no seu caso.
Revirei os olhos, entregando a chave enquanto ela a pegava com um olhar sério.
— Mas olha só… — Emily hesitou por um segundo antes de continuar. — Só vamos tentar não forçar muito a barra, não quero que você entenda errado essa situação, Lando.
Cruzei os braços, observando-a atentamente antes de assentir.
— Entendido. Sem criar expectativas, Emily.
Ela apenas deu um aceno leve e seguiu em direção ao elevador, e eu fui atrás, puxando minha mala.
Assim que entramos no quarto, Emily olhou ao redor e soltou um longo suspiro, deixando sua mala ao lado da cama.
— Pelo menos o quarto é grande.
Joguei minha mochila no sofá e me joguei ali de qualquer jeito, esticando os braços atrás da cabeça.
— E confortável. Eu vou me sair muito bem dormindo aqui.
— Ótimo, então sem desculpas pra invadir minha cama no meio da noite.
Ergui uma sobrancelha, divertido.
— Você que tá falando sobre dividir a cama, não eu. Tá pensando nisso, Lily?
Ela jogou uma almofada na minha cara.
— Esse seu jeitinho convencido não muda. Não sei como consigo conviver com você.
Afastei a almofada e sorri de lado.
— Já tava com saudades da minha Lily do Velho Testamento.
Ela cruzou os braços, estreitando os olhos para mim.
— Para de falar que eu sou sua.
— Tá bom, Emily. — Enfatizei o nome dela com um tom provocativo. — Melhor assim?
Ela revirou os olhos e se virou, indo até a mala para pegar suas coisas.
— Eu vou tomar banho. Não destrua nada enquanto eu estiver fora.
— Ah, qual é? Eu sou um hóspede responsável.
— Sei… — murmurou antes de entrar no banheiro. —
Fiquei deitado no sofá por alguns segundos, encarando o teto e soltando um suspiro. Não era exatamente assim que imaginei minha virada de ano, mas, de alguma forma, estar ali com ela ainda me fazia sentir… certo.
Ouvi o barulho do chuveiro ligando e fechei os olhos, tentando afastar os pensamentos antes que fugissem do controle.
Mas com Emily tudo sempre fugia do controle.
001. Um aviso para vocês, amores, estou pensando em fazer uma maratona em especial aos 100k que está perto, no caso começaria sábado e terminaria segunda, um capítulo em cada dia para vocês, o que acham? Mas pra isso acontecer a meta aqui tem que bater até sábado, senão irei cancelar a maratona. Votem e comentem.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam da Fanfic.
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