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43.

EMILY SAINZ
📍Madrid, Espanha
"Oportunidade"

Meta: 130 comentários

O e-mail aberto no meu notebook mostrava a mensagem enviada. Era uma oportunidade única, algo que eu sempre almejei e que, finalmente, estava sendo oferecido para mim. Ver meu nome ali, entre os dez melhores estilistas selecionados por uma renomada agência de Nova York, despertava uma imensa felicidade, mesmo em meio a tantos sentimentos confusos e tristes. Era o meu sonho, o que eu sempre quis.

Mas isso significava que eu teria que me mudar para Nova York e ficar por lá pelos próximos três meses.

Suspirei, tentando assimilar a magnitude daquilo. A decisão já estava tomada, claro. Não havia como recusar algo assim, mas isso não tornava mais fácil o peso de deixar tudo para trás, mesmo que temporariamente. Minha família, meus amigos, minha rotina... e ele.

Estava sentada à mesa, distraída com meus pensamentos, quando ouvi passos se aproximando.

— Bom dia, Lily. — Carlos falou, entrando na cozinha e pegando uma maçã antes de se sentar à minha frente. Ele me olhou como quem já sabia que algo estava acontecendo. — Tá tudo bem?

Levantei o olhar para ele, soltando um suspiro.

— Está... não sei, na verdade.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, franzindo as sobrancelhas, preocupado. —

— Eu recebi um convite pra me juntar a um grupo de estilistas renomados. — Disse de uma vez, tentando não demonstrar o turbilhão de sentimentos que estava em mim. —

— E isso não é bom? Não era o seu sonho? — Ele perguntou, surpreso, mas com um sorriso surgindo no canto dos lábios. —

— É, claro que é. — Respondi, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando os braços. — Só que tem um detalhe... eu preciso me mudar para Nova York e ficar por lá pelos próximos três meses.

Carlos parou, processando a informação, enquanto mordia a maçã e me observava com atenção.

— Três meses? Uau. Isso é grande, Lily.

— Eu sei. — Falei, soltando um riso nervoso. — E, ao mesmo tempo, é assustador. É a chance da minha vida, mas... deixar tudo para trás, sabe?

Carlos colocou a maçã de lado, cruzou os braços e se inclinou um pouco para frente, olhando diretamente para mim.

— Ouve aqui, pequena. Isso é o que você sempre quis. Você trabalhou duro pra isso, então não deixa que o medo ou a saudade te impeçam. A gente vai estar aqui quando você voltar, tá? E você vai arrasar.

As palavras dele trouxeram um calor ao meu peito, e eu não consegui segurar um pequeno sorriso.

— Obrigada, Chilli. Você não tem ideia de como isso significa pra mim.

Ele deu de ombros, mas havia um brilho sincero em seu olhar.

— Só não esquece de ligar de vez em quando. E traz presentes, ok?

— Tá bom, vou pensar no seu caso. — Respondi com um sorriso brincalhão. —

Carlos sorriu, mas logo seu olhar se tornou mais sério, carregado de emoção.

— Sabe, tô tão orgulhoso de você. — Ele começou, sua voz baixa, mas cheia de sinceridade. — Ver seu sonho se realizando, ver você crescendo e conquistando o que sempre quis... é tão bom. Depois de tudo o que você passou e ainda passa, você continua sendo essa mulher forte que é. Lily, você é uma inspiração.

As palavras dele atingiram em cheio, e eu senti os olhos marejarem, mas segurei o choro, não queria desmoronar ali.

— Não faz isso comigo, Chilli. — Falei, tentando aliviar o momento com um riso nervoso. — Você vai acabar me fazendo chorar.

— E daí se chorar? — Ele deu de ombros, ainda com aquele olhar sério. — Chorar faz parte. Você é minha irmã mais nova, Lily, mas às vezes parece que é você quem me ensina as coisas.

Eu não consegui mais segurar. Levantei e o abracei, deixando que algumas lágrimas escorressem enquanto sentia o conforto do abraço do meu irmão.

— Obrigada, Carlos. — Murmurei. — Por tudo.

— Sempre. — Ele respondeu, apertando um pouco mais o abraço antes de me soltar. — Eu te amo, hermanita, e sempre vou te apoiar em tudo, não importa o que aconteça.

Eu sorri, ainda com os olhos marejados, enquanto ele bagunçava meu cabelo de forma brincalhona, tentando aliviar o momento.

— Eu também te amo, Chilli. — Falei, tentando parecer mais firme. — Agora, eu só preciso confirmar que aceito a proposta e começar a arrumar minhas malas.

Caminhei até a mesa e me sentei, abrindo o notebook para enviar a resposta final.

— Você vai quando pra lá? — Carlos perguntou, encostado no balcão, com uma maçã na mão. —

— Pelo que me escreveram, posso ir até o fim de semana. — Respondi, digitando enquanto olhava de relance para ele. — 

Carlos ficou em silêncio por alguns segundos, mordendo a maçã e parecendo pensar. 

— Posso te perguntar uma coisa? Não é querendo incomodar ou insinuar nada, só... uma curiosidade.

Levantei o olhar para ele, arqueando uma sobrancelha.

— Fala, mas, pelo jeito, já sei que coisa boa não é.

Ele deu de ombros, parecendo hesitar por um instante antes de continuar.

— Você tá aceitando isso não só pelo seu sonho, né? Eu sei que esse é o maior motivo, mas, no fundo, também é pra se afastar do Lando, não é?

Minhas mãos pararam de digitar, e o silêncio tomou conta da cozinha por alguns segundos. Respirei fundo, encarando a tela do notebook como se ela pudesse me ajudar a responder.

— Não é tão simples assim, Carlos. — Falei baixinho, fechando o laptop e cruzando os braços. — Meu sonho é a maior razão, sim. Mas... você não tá errado. Parte de mim acha que é melhor estar longe dele. Eu preciso desse espaço pra recomeçar, sabe?

— Eu entendo, hermanita. — Ele respondeu, sua voz mais suave agora. — E, sinceramente, acho que você tá certa. Às vezes, a distância ajuda a gente a enxergar as coisas de outra forma.

— Eu só espero que ajude mesmo. — Murmurei, com um sorriso triste. — Porque, por mais que eu saiba que isso é o certo, ainda dói.

Carlos se aproximou, apoiando uma mão no meu ombro.

— Vai dar tudo certo, Lily. Você é forte, e tem muita gente aqui torcendo por você.

Assenti, tentando me agarrar às palavras dele enquanto voltava ao notebook para enviar o e-mail. A decisão estava feita, mas o peso do que isso significava continuava ali, apertando meu peito.

— Sabe quem vai surtar com tudo isso de felicidade por você? — Carlos perguntou, com um sorriso travesso. — Charles, Rosa e Blanca. Eles vão ficar mais felizes do que você, aposto.

Eu ri, balançando a cabeça.

— Blanca, com certeza. Ela vai querer fazer uma festa antes de eu viajar, e Rosa vai encher minha mala com um monte de coisa que eu nem vou usar.

— E o Charles? Ele provavelmente vai te mandar mensagem todo dia perguntando como estão as coisas e se já conheceu alguém famoso por lá. — Carlos completou, rindo. —

— Provavelmente. — Concordei, sentindo meu coração aquecer ao pensar no apoio deles. —

O riso foi aos poucos substituído por um silêncio mais leve, e eu percebi que, apesar de todas as incertezas, tinha pessoas incríveis ao meu lado.

— Sabe, Chilli, é bom saber que tenho vocês. Que, não importa onde eu vá, ainda tenho uma parte de casa comigo.

Carlos sorriu, dessa vez mais suave.

— Sempre, Lily. Você nunca vai estar sozinha. — Carlos repetiu com um sorriso caloroso. — Aliás, vão ter umas três corridas por perto enquanto você estiver lá, e no final delas eu vou te visitar. Não posso ficar muito tempo longe de você.

— Bom saber disso. — Respondi com um sorriso, tentando aliviar o peso no peito. — Só não esquece de levar nossos pais, a Blanca, o Charles e a Rosa.

— Anotado. Mas agora, tenho um pedido pra você, Lily. — Ele disse, o tom mais sério desta vez. —

— O que foi? — Perguntei, curiosa e um pouco apreensiva. —

— Quero que você esteja na minha última corrida do ano. Estou falando sério, Lily. Nesse dia, vou precisar de você lá. — Ele disse, sua voz carregada de significado. —

Senti um aperto no peito ao ouvir aquilo. Eu sabia o quanto aquele momento seria marcante para ele, para nós todos.

— Eu vou estar lá, Carlos. Prometo. — Respondi com firmeza. — Apesar de que vai ser difícil ver você e o Charles se despedindo...

Carlos suspirou profundamente, desviando o olhar por um instante, antes de voltar a me encarar.

— Vai ser difícil, sim, mas também vai ser um momento pra celebrar. O Charles é como um irmão pra mim, e eu quero encerrar isso com ele e com as pessoas que mais importam na minha vida ao meu lado. E você faz parte disso, Lily. Sempre fez.

Aquelas palavras me tocaram profundamente. Sorri, lutando contra as lágrimas.

— Então vamos celebrar, Chilli. Eu prometo que estarei lá, não importa o que aconteça.

— Está bem, mas agora eu preciso que você conte pra Blanca, pra eu e ela preparamos a sua festa de despedida, até porque vai ser a primeira vez que você vai ficar tanto tempo longe de nós. — Ele disse, com um sorriso travesso. —

Eu ri, ainda um pouco emocionada com o que acabara de acontecer.

— Eu vou contar, pode deixar. E quanto à festa, vocês vão me fazer chorar, né? Mas, tudo bem, é só o começo de uma nova fase.

— Eu sei, e vamos fazer tudo do jeito que você merece. Agora, vai logo e manda o e-mail confirmando a sua ida, porque daqui a pouco é você quem vai ter que me despedir, haha. — Ele brincou, tentando aliviar o clima. —

Assenti, ainda sorrindo, e fui até o notebook para terminar de enviar a confirmação. Era oficial agora, a mudança estava acontecendo, e com ela, mais uma etapa da minha vida começava.

¤¤ 🇪🇸 ¤¤

A pequena festa organizada por Carlos e Blanca para a minha despedida me mostrou o quanto eles eram importantes para mim. Cada um dos amigos e familiares presentes trazia um pedaço especial da minha história, e estar ali com eles me fazia perceber que, apesar da mudança que estava prestes a acontecer, eu não estava sozinha. A alegria e os sorrisos, misturados com a saudade antecipada, faziam meu coração apertar, mas, ao mesmo tempo, me davam forças para seguir em frente.

Rosalina me puxou para um abraço apertado, e eu senti o calor e o carinho dela envolvem-me.

— Eu vou sentir tanta sua falta, Lily. Ao mesmo tempo que estou tão feliz por você, estou triste por você estar tão longe — ela disse, a voz embargada. —

— Olha, vou te ligar sempre que eu puder — respondi, tentando conter as lágrimas, enquanto acariciava seus cabelos. —

— Bom, mesmo se você não puder, essa mulher vai descontar em mim — Charles brincou, fazendo todos ao redor rirem, e a tensão no ar se dissipou por um momento. —

— Claro, ninguém mandou você querer uma mulher doida ao seu lado — Rosalina respondeu, com um sorriso divertido no rosto, enquanto me abraçava mais forte. —

— Você sabe que se completam minha loucura, Docinho — Charles retrucou, piscando para ela. —

— Não me deixem de vela, não hoje, pelo menos — falei, soltei uma risada, tentando aliviar um pouco a carga emocional do momento. —

— Vai ser difícil para você, hein, Char? — Rosalina provocou, com um sorriso travesso. — Agora vai ter que lidar com a ausência da Lily e a minha loucura em dobro.

— Ah, eu estou pronto para o desafio — Charles respondeu, colocando as mãos na cintura de forma exagerada, como se estivesse se preparando para uma luta. — Afinal, já sobrevivi até as suas aventuras, Rosa. Isso aqui vai ser fácil.

— E olha que tem mais, hein — falei, rindo. — Se você sobreviver a mim, você pode conquistar o mundo.

— Olha, depois de sobreviver a essas duas, o resto vai ser fichinha — Charles brincou, gesticulando com as mãos, como se estivesse fazendo um discurso épico. —

Rosalina me deu um empurrãozinho amigável, mas estava rindo junto. A sensação de estar cercada por tanto amor e apoio me fazia perceber que, mesmo com a distância, eu teria uma rede de pessoas incríveis que sempre estariam por perto, mesmo que de longe.

— Então é isso, vou continuar com minhas loucuras, e vocês... bom, se cuidem, porque vou cobrar as promessas — Rosalina disse, dando uma piscadinha para Charles e me abraçando novamente. —

— Pode deixar, Docinho — Charles respondeu, com um sorriso. — A promessa de te suportar é eterna.

— Cadê o Carlos ou a Blanca pra me salvar desse clima de casal? — falei, cruzando os braços e lançando um olhar exagerado de desespero. —

— Me chamou? — Carlos apareceu com um sorriso no rosto, segurando uma taça de vinho, como se estivesse apenas esperando pela deixa. —

— Graças a Deus! Salva-me desses dois, por favor! — respondi, apontando para Rosalina e Charles, que agora riam como crianças travessas. —

— Ah, Lily, você sabe que sem esse drama de casal a vida ficaria sem graça — Carlos comentou, dando um leve tapa no ombro de Charles. —

— Ei, o drama é todo dela! — Charles disse, apontando para Rosalina, que imediatamente fez uma expressão de falsa indignação. —

— Claro, porque você é um santo, né? — Rosalina rebateu, revirando os olhos e cruzando os braços. —

— Não se preocupem, pessoal, vou contratar um árbitro pra mediar as brigas de vocês enquanto a Lily estiver fora — Carlos brincou, dando um gole no vinho. —

— E a Blanca? Está por aí ou também me abandonou? — perguntei, olhando ao redor. —

— Estou aqui, só observando vocês de longe e rindo, como sempre — Blanca respondeu, surgindo com uma bandeja cheia de petiscos. — Alguém tem que manter a ordem nessa casa.

— Graças a você, Blanca, pelo menos sei que não vou voltar e encontrar a casa pegando fogo — falei, sorrindo. —

— Claro que não, mas se isso acontecer, pode ter certeza de que foi o Carlos — Blanca respondeu, lançando um olhar divertido para o irmão, que apenas levantou as mãos em rendição. —

— Ei, por que sempre sobra pra mim? — Carlos protestou, rindo. —

— Porque a Blanca sempre tem razão — respondi, sorrindo. —

— Vou pegar meu celular e já volto. Não aprontem nada enquanto eu estiver fora. — Afastei-me da conversa, deixando-os se provocando como sempre. —

Segui pelo corredor até meu quarto, onde meu celular estava sobre a mesa de cabeceira. Assim que o peguei, a tela acendeu com uma notificação. Era uma mensagem do Lando.

"Pode sair no jardim? Preciso te ver.”

Fiquei parada, segurando o celular enquanto minha mente corria. Por que ele estava aqui? O que ele queria me dizer? Eu deveria ir?

Perdida nesses pensamentos, ouvi passos leves atrás de mim. Era minha mãe, que apareceu na porta com uma expressão calma, mas perceptivamente preocupada.

— O que foi, filha? — ela perguntou suavemente. —

— O Lando... ele está no jardim. Quer conversar. — Minha voz estava baixa, quase hesitante. —

Ela me olhou por um momento, como se avaliasse minha reação, antes de se aproximar e pousar uma mão carinhosa no meu braço.

— Talvez você deva ir, Lily. Pode ser a última chance de vocês conversarem antes de tudo mudar.

Suspirei, sentindo o peso das palavras dela, mas concordei. Ela estava certa, e, por mais difícil que fosse, havia algo dentro de mim que dizia que essa conversa precisava acontecer.

— Tudo bem, mãe. Vou lá. — Dei-lhe um pequeno sorriso antes de sair, cada passo em direção ao jardim deixando meu coração um pouco mais acelerado. —

Segui em passos lentos, hesitantes, enquanto minha mente lutava com a incerteza. Será que estava fazendo o certo? Talvez essa realmente fosse a última vez que o veria por um bom tempo. Talvez fosse o encerramento que ambos precisávamos.

Ao chegar ao jardim, o vento gelado tocou minha pele, me fazendo abraçar o próprio corpo instintivamente. Levantei os olhos e o vi a poucos metros de distância, parado de costas para mim. Ele parecia pensativo, quase imóvel, como se estivesse reunindo coragem para algo.

— Lando — chamei, minha voz soando baixa, mas o suficiente para ele ouvir. —

Ele se virou lentamente, os olhos azuis encontrando os meus com uma mistura de emoções. Parecia aliviado e ao mesmo tempo preocupado, como se carregasse um peso invisível.

— Lily... — Ele começou, mas parou, respirando fundo antes de continuar. — Obrigado por vir. Eu não sabia se você aceitaria.

— Eu quase não vim. — Admiti, cruzando os braços para conter o frio e a tensão. — Mas estou aqui. Então, o que você queria me dizer?

Lando deu um passo na minha direção, mas manteve uma distância respeitosa.

— Eu só... não podia deixar você ir sem dizer isso. — Ele passou a mão pelos cabelos, um gesto nervoso que eu conhecia bem. — Eu sei que as coisas não deram certo entre a gente, mas isso não significa que eu não me importe. Você é incrível, Lily, e eu sei que Nova York vai ser incrível pra você. Mas eu só queria que você soubesse... que eu ainda estou aqui. Pra você, sempre que precisar.

As palavras dele atingiram algo profundo dentro de mim, e, por um momento, fiquei sem saber como responder. O vento continuava a soprar, mas, naquele instante, o mundo parecia ter parado.

Eu respirei fundo, sentindo o peso daquelas palavras. Não era fácil ouvir aquilo, não quando o que ele dizia despertava sentimentos que eu estava tentando esconder.

— Lando... — comecei, mas minha voz falhou, e precisei de um momento para encontrar as palavras certas. — Eu não sei o que dizer. Isso significa muito pra mim, de verdade. Mas também é difícil. Porque parte de mim... parte de mim queria que as coisas tivessem sido diferentes.

Ele apertou os lábios, desviando o olhar por um instante. Seus ombros estavam tensos, como se estivesse segurando algo. Quando voltou a olhar para mim, seus olhos brilhavam, mas ele claramente lutava contra as lágrimas.

— Eu também queria, Lily. — Ele finalmente disse, a voz rouca. — Mas acho que, às vezes, o tempo simplesmente não está do nosso lado.

Essas palavras apertaram meu coração, porque eram verdadeiras. Nós dois sabíamos que não era falta de sentimento, mas de circunstâncias.

— Talvez, um dia, as coisas sejam diferentes. — Falei baixinho, minha voz quase se perdendo no vento. — Talvez, lá na frente...

Ele deu um sorriso fraco, o tipo de sorriso que não chega aos olhos, e assentiu.

— Talvez. Mas até lá... quero que você siga em frente. Quero que você viva isso, Lily. Você merece cada oportunidade, cada sonho realizado.

Lando deu mais um passo para perto, e por um instante, achei que ele fosse me abraçar. Mas ele parou, os olhos fixos nos meus, como se quisesse memorizar cada detalhe.

— Eu estou orgulhoso de você. Sempre estarei.

— Obrigada, Lando. — Murmurei, a voz embargada. Eu queria dizer tanto mais, mas as palavras ficaram presas na garganta. —

— Eu só quero que você saiba que eu nunca quis te machucar, eu… eu… — Lando fez uma pausa, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas, mas desistiu. — Não importa. Eu só te amo e quero que seja feliz, Lily.

Meu coração apertou ao ouvir aquilo. Era como se tudo o que ele não conseguira dizer antes estivesse agora pendurado no ar, pesado e impossível de ignorar.

— Lando… — comecei, mas minha voz falhou. Eu queria responder, queria dizer algo que diminuísse a dor que ambos sentíamos, mas não havia palavras suficientes para preencher o vazio entre nós. —

Ele deu um sorriso triste, o tipo de sorriso que dói mais do que conforta.

— Não precisa dizer nada. — Ele balançou a cabeça, desviando o olhar para o chão. — Só… só não esquece que eu estou torcendo por você, sempre. Mesmo de longe.

— Eu também quero que você seja feliz, Lando. — Consegui dizer, minha voz embargada pelas lágrimas. — Mesmo que isso signifique que a gente tenha que seguir caminhos diferentes agora.

Ele assentiu, respirando fundo como se tentasse conter as emoções que transbordavam em seus olhos.

— Talvez… talvez, lá na frente, nossos caminhos se cruzem de novo. — Ele disse, a voz carregada de esperança e tristeza. —

— Talvez. — Respondi, deixando um sorriso tímido escapar entre as lágrimas. —

Ele hesitou por um momento, como se não tivesse certeza se deveria continuar, mas então respirou fundo e deu um passo à frente.

— Posso… posso te dar um último abraço? — A voz dele era baixa, quase um sussurro, e carregava uma vulnerabilidade que partiu meu coração. —

Eu fiquei imóvel por um instante, sentindo o peso daquela pergunta. Uma parte de mim queria recuar, construir um muro para me proteger da dor que aquele gesto traria, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que era exatamente o que precisava naquele momento.

Assenti, lentamente, enquanto lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto.

Ele se aproximou, com cuidado, como se temesse que eu mudasse de ideia a qualquer momento. E então, com gentileza, seus braços envolveram meu corpo, quentes e familiares, me puxando para perto.

No instante em que senti o toque dele, todo o controle que eu tentava manter desmoronou. As lágrimas vieram com força, e eu enterrei o rosto em seu peito, deixando que a segurança daquele momento me envolvesse, mesmo que fosse pela última vez.

— Eu não queria que fosse assim… — Ele murmurou, a voz embargada. —

— Eu também não. — Sussurrei de volta, agarrando sua camisa como se aquilo pudesse fazer o tempo parar. —

O abraço parecia carregar todas as palavras não ditas, todas as promessas quebradas e os sentimentos que não cabiam em nenhum adeus. Era doloroso, mas, ao mesmo tempo, tinha uma estranha sensação de paz, como se aquele momento fosse necessário para ambos seguirem em frente.

Ele foi o primeiro a se afastar, embora o gesto fosse hesitante, como se seus braços não quisessem me soltar. Quando nossos olhos se encontraram, vi a batalha silenciosa que ele travava consigo mesmo, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. Ele tentou sorrir, mas o gesto foi quebrado, carregando mais dor do que alegria.

— Vejo você por aí, Lilian. — Ele murmurou, a voz rouca, enquanto o sorriso triste mal conseguia disfarçar o peso do momento. —

Meu coração apertou ao ouvir o apelido, tão familiar e cheio de significado, carregado de memórias que agora pareciam tão distantes. Engoli em seco, tentando conter as lágrimas que voltaram a escorrer pelo meu rosto.

— Vejo você por aí, Lan. — Respondi, quase sem voz, sentindo um nó na garganta. —

E assim, ele deu um passo para trás, depois outro, até que a distância entre nós fosse maior do que a que eu poderia preencher. E enquanto ele se virava e caminhava para longe, algo dentro de mim se despedia, mas também mantinha uma pequena fagulha de esperança.

Porque, mesmo que nossas estradas agora fossem diferentes, algo me dizia que aquilo não era realmente um fim.

001. Oie amores, fim da maratona, e peço que votem no último capítulo e muito nesse também e comentem.

002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.

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