SOBREVIVENDO A UMA QUEDA DE AVIÃO
Quando Maya acordou, a cabeça dela doía, sua visão estava turva e ela não conseguia pensar direito, Nathaniel estava com Mickael nos braços quando chegou perto da irmã, Laura Lee tinha o próprio casaco pressionando contra a cintura da amiga, que não parava de sangrar. Os olhos do irmão mais velho dos Carson estavam arregalados, o medo estampado no rosto, o puro medo de perder uma das pessoas mais importante da sua vida.
- Ela vai ficar bem, ela vai ficar bem, não Lee? - A pergunta de Nathaniel saiu desesperada mais do que ele queria.
- Sinceramente eu não sei Nathan, eu não sei...- A resposta da loira faz o garoto entrar em pura angústia e desespero, mas não podendo demonstrar isso quando o gêmeo mais novo da família começava a acordar.
- Vou chamar Misty, ela vai saber o que fazer. - Toni aperta levemente o ombro de Laura Lee que sente a garganta começar a apertar quando ver a melhor amiga ali, desacordada, com sangue escorrendo pelo abdômen sem parecer que ia parar.
Toni saiu correndo atrás de Misty, Laura Lee tentava ao máximo estancar o sangue do abdômen de Maya, já a garota estava com os olhos abertos, não escutando nada ao seu redor, sua visão turva, após Misty chegar, Maya tinha desmaiado novamente.
- A vida é como um copo. - Maya fala delirando novamente, a perda de sangue fez a garota ficar confusa, não bastando isso o gêmeo mais novo estava com um sério problema na mão que tinha sido quase esmagada pela poltrona do avião.
- Ela tá bem? - Toni perguntou ao lado de Laura Lee.
- Ela só perdeu muito sangue, mas não era pra ta assim. - Misty fala confusa.
- Eu ajudei com a dor dela. - Mitchell ou era Mikael ali? Misty não saberia falar.
- Ajudou como? - O garoto tira um cigarro do bolo e leva para os lábios dando uma bela tragada.
- Maconha.
Cada vez mais Nathaniel via sua irmã ficando pior, a febre sendo mais forte e as alucinações piores graças a maconha (não era somente macunha), que Mikael havia dado de alguma maneira para a garota.
Os olhos de Nathan não saíam de modo algum de sua irmã, já preparado para ajudar a garota caso algo acontecesse, fazia exatos 2 dias que estavam presos, ainda não tinham dado as baixas, para saberem quantos sobraram ali, mas provavelmente eram poucos.
- Ela precisa se hidratar. - Louis falou chegando com uma garrafa de água, uma das poucas que tinha ali, Mitchell estava ajudando alguns dos que sobreviveram a achar malas.
Não, calma, aquele não era Mitchell, era Mikael, ou aquele era Mitchell e não Mikael? Nathaniel não estava sabendo diferenciar, a sede estava ali no fundo de sua garganta, dois dias sem água, o garoto tinha dado tudo que recebia para sua irmã que agora dormia, a respiração lenta.
- Deixe em algum lugar para não esquentar, ela já bebeu água. - O garoto fala sem ânimo, os olhos presos na sua doce irmãzinha.
- Você está...
- Vaza.
Louis pensa em protestar, mas ele sabia que se naquele momento tentasse falar qualquer coisa Nathan iria arrumar uma briga que ele sairia se ferrando, pois Nathaniel tinha apenas os olhos na irmã e ele não pararia de bater até Louis ficar inconsciente para não incomodar mais.
Então o garoto apenas faz a coisa mais inteligente que ele poderia fazer, ele sair dali.
Toni mexia nas malas com Laura Lee, separando pequenos lanches, como bolachas, alguns salgadinhos que encontrou até mesmo balas.
- Nathan vai enlouquecer. - Toni fala se aproximando do grupo das meninas que estavam sentadas.
- Ele apenas está preocupado. - Lottie tinha os olhos na garota Carson, vendo todos que se aproximavam e se distanciaram.
- Não, ele vai enlouquecer se acontecer qualquer coisa com ela, Louis não pode chegar perto que Nathaniel quer voar em cima dela e bater até perder a consciência. - Mari rebate chamando a atenção do grupo que estava ali sentados.
A garota comia seu salgadinho antes do tempo, sem se preocupar se ficaria sem.
- Sabe que essa é a sua comida, certo? Que não tem como você pegar as dos outros. - Alice, uma loira que era responsável pelo treino dos meninos do basquete, pergunta encarando a morena que apenas dá de ombros.
- Ele está sem beber água faz 2 dias. - Ruby reclama se levantando, ignorando a dor em seu ombro a garota anda com sua água, parando ao lado do irmão que nem a olha apenas encarando sua irmã mais nova a mais velha suspira. - Aqui, essa é para você.
Pela primeira vez o garoto encarou a irmã, aceitando sem pensar, a sede em sua cabeça e corpo, fazendo tomar sem nem falar nada.
- Parece que não toma água a anos. - Uma voz zombeteira fez Nathan se engasgar.
Aquela voz rouca e arranhada chata de quem o acordava por medo de dormir no escuro.
- Não, eu sei o que aconteceu, sei que tô toda ferrada, mas eu juro que eu tô bem. - A garota falou de forma lenta enquanto encara o mais velho rir. - Minha mala?
- Não achamos sua mala com o kit de primeiro socorros, mas achamos sua mala de mão. - Maya soltou um resmungo.
- Minha mala de mão só te-
- Só tem seu uniforme do time, sua jaqueta, sua chuteira e meião, a gente sabe. - Devagar Ruby se senta ao lado da irmã que abre um sorriso sem graça.
- Ainda estão procurando o resto das malas, não se preocupem. - Os dedos de Nathan para no pulso da mais nova que apenas fecha os olhos suspirando.
- Eu acho que vou dormir, apenas por 4 minutinhos. - A voz da morena saiu baixinha, mas antes que ela realmente conseguisse raciocinar, ela já estava dormindo.
3 dias, fazia 3 dias que estavam ali e finalmente Maya tinha acordado 100%, mesmo que ela tinha que continuar sentada 90% do tempo, já que pra sua infelicidade a bota tinha ficado preso em seu pé inchado, agora a garota tinha que esperar o pé ficar melhor para conseguir tirar a maldita bota que a incomodava tanto.
Louis agora que estava em seu pé, fazendo perguntas irritantes e a importunando em qualquer momento que tinha a oportunidade, a garota se via na hora de apenas mandar o garoto se fuder e deixa ela em paz, mas ela não fez isso, inves de finalmente colocar tudo que estava intalado para fora, Maya ficou em silêncio, aceitando o namorado falar e a irritando cada vez, escutar sua voz estava sendo uma tortura, ter que telo ao lado dela está sendo pior ainda, Nathaniel até mesmo tentou espantar o garoto, mas nada o fazia se afastar, sua spalavras era.
''Se Maya pedir para eu sair eu saio''
A garota achava que mataria esse garoto se pudesse.
Finalmente Nathaniel com a ajuda de Jackie, já que ambos eram capitães de seus times.
- Ok... - Jackie respira fundo, para a felicidade de Shauna seu diário tinha sobrevivido ao acidente, assim entregando uma folha para passar pelo time das meninas para saber quantas sobreviveram, eram por incrível que pareça 24 jogadoras. - Vamos lá, Maya, Lottie, Natalie, Morgan, Alice, Toni, Leah, Shauna, Taissa, Van, Laura Lee, Mari, Anika, Gen, Crystal e por fim eu... 16 de 24...
Ben estava sentado no chão, a folha dos sobreviventes da equipe que acompanhava eles à mão.
- Deixa eu ler a minha primeira, Ruby, Shelby, Kevyn, Leah, Travis, Javi, Misty, Bill, Liam e eu, Ben... 10 de 20. - Um silêncio se instala, por enquanto tinha 26 bocas para alimentar ali, o maior problema era que mal tinha comida direito para 5 pessoas.
- 9 sobreviventes. - Foi a única coisa que Nathaniel falou fazendo todos os meninos ali se encolherem, eles era em 27, mesmo alguns nem jogando, mas eles eram malditos 27 garotos e agora tinha apenas 9.
- Vão vir nos resgatar logo, não se preocupem. - Jackie falava confiante, mas Nathaniel não achava isso, ninguém ali achava isso.
- Ok, beleza, o treinador Martinez, o treinador Scott e o treinador Marlon não estão em condição de dar ordens ou nos ajudar, vamos fazer assim, quem tem experiência em acampamento? - Nathaniel pergunta, a folha em sua mão amassada, seu time estava literalmente morto.
- Eu tenho um pouco de experiência, fui escoteira. - Nathaniel encara a menina que falava.
- Ótimo, você está no comando para procurar comida na floresta, não sai pra muito longe, você sabe o que é fruta venenosa não sabe? - O ruivo tingido passa os dedos pela franja a afastando dos olhos.
- Sei.
- Você fica responsável pelas frutinhas na floresta, eu e os meninos vamos procurar as malas dentro do avião, ver se sobrevive alguma sem queimar. - Nathan se vira para Jackie. - Vocês podem separar os mantimentos.
Nathaniel apenas saiu com os meninos do time.
Sammy ainda estava do lado de Natalie, o braço em uma faixa improvisada, já que o braço do garoto estava inchado e ainda com um rasgo grande o suficiente para sangrar.
Mesmo com os meninos do time de basquete não se dando com as garotas do time de futebol (pelo time de futebol ser o melhor da cidade e o mais próspero a levar algo para aquela cidade de merda), ambos os times se viam na obrigação de trabalhar junto se quisesse sobreviver.
Ah, como aquilo daria merda.
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