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Começo

2065 palavras
Contêm: Palavrões, menção de sangue, menção de acidente de avião.

Gritos de dor poderia ser ouvido por todo o local que o avião havia caído, o cheiro de sangue por todo o lugar, Maya tentava ficar consciente enquanto seu corpo é arrastado, sua cabeça estava confusa, ela não escutava e nem via muito.

Nathaniel, o irmão mais velho dos Carson estava ofegante, lágrimas escorrendo por seu rosto, ainda dava para escutar gritos de algumas meninas que estavam presas no avião. Não só das meninas, mas também dos meninos do time de basquete, os que saíram tentava ao máximo ajudar os que ainda estavam presos.

— Vamos lá maninha, reage. — Nathaniel implora quando coloca a irmã deitada contra uma árvore, o mais velho leva as mãos para o rosto da mais nova que abria os olhos devagar.

O garoto de cabelo tingido suspira aliviado quando vê os olhos da irmã, piscando algumas vezes, Maya vai voltando a consciência devagar, as sobrancelhas da garota se juntam, e logo um gemido de dor escapou por seus lábios.

Nathaniel olha atentamente o corpo da irmã procurando algum tipo de ferida grave, e logo ele encontra, um pouco acima da cintura da irmã tinha um corte fundo, fundo demais para o gosto do garoto, além da sua perna que estava mais inchada do que quando ela machucou.

Com pressa, o ruivo tingido pressiona a ferida, para evitar sangrar mais do que sangrava.

— Mitchell, Mikael, Ruby, onde estão todos? — Maya ainda consegue perguntar baixo, sua visão focando no semblante preocupado do irmão, que se concentrava mais na ferida da mais nova do que ao seu redor.

— Como encontrei Ruby primeiro, ela foi a primeira, trombei com Mikael quando eu te encontrei, ele agora tá procurando por Mitchell, a Ruby está bem, não se preocupa. — Um alívio temporário passa por seu corpo, saber que sua irmã e um dos gêmeos está bem é um alívio, porém ela não consegue não sentir uma preocupação ao ouvir que ainda não tinha encontrado Mitchell.

Onde estava o gêmeo? Onde estava Mitchell?

— Minha mala, tem kit de primeiros socorros, sempre preparada para qualquer acidente no futebol. — Os lábios da garota se formam em uma fina linha de dor, sua consciência tentando fugir, mas ela ainda fica ali, olhando para o rosto do irmão que começa a ficar embaçado.

— Volto logo, não se preocupe.

Nathaniel deixa um beijo rápido na testa da mais nova que não consegue responder, sua voz sumindo juntamente com a consciência. Logo Maya não sente mais a pressão em cima da sua cintura.

Tudo começa a girar, girar, girar, parecendo uma roda gigante, só muda que girava mais rápido. Maya sente uma vontade imensa de vomitar, mas se segura.

Logo tudo fica escuro, a última coisa que ela escuta é o barulho de gritos, explosões, e seu irmão mais velho falando em seu ouvido.


CINCO E NOVE DA MANHÃ, O DESPERTADOR DE MAYA TOCAVA PARECENDO GRITOS EM SEU OUVIDO.

Com uma força considerada desnecessária, Maya bate no despertador se levantando rápido no processo. A garota faz tudo no piloto automático, a ida do banheiro, fazer tudo que necessário para logo está vestindo uma roupa descente sem ser sua camisa larga e calcinha (que era seu pijama).

Então finalmente a garota acorda do seu transe com seu irmão mais velho, Nathaniel, gritando.

— BOM DIA! FAMÍLIA LINDA, VAMOS ACORDE, ACORDE, ACORDE, HOJE É O DIA MAIS IMPORTANTE DA VIDA DA NOSSA MAYAZINHA. — Ele gritava pelos corredores, sem se importar que acordaria os vizinhos ao decorreu dos seus gritos.

— NATHANIEL CALA A BOCA. — Ruby grita mais alto que o irmão, sem se importar, o mais velho volta a fazer barulhos altos para acordar todos da casa.

— É A FINAL PARA ELA IR PARA A NACIONAL PORRA, LEVANTA BANDO DE POBRE.—- Um dos gêmeos grita enquanto saia do quarto pulando de felicidade.

— QUEM VAI PARA NACIONAL É ELA, NÃO EU. — Ruby grita com seu clássico mau-humor matinal, porém sua voz carregada mais raiva do que o comum.

— Hoje é o último jogo da Maya antes do nacional? — O pai da família coloca a cabeça para fora do quarto somente para encontrar seus dois filhos pulando no corredor, e por mais surpreendente que fosse pela demora dos filhos do casal para se vestir, principalmente Nathaniel e Mitchell, ambos já estavam prontos.

— FINAL É HOJE. — Logo o outro gêmeo aparece gritando animado.

— A FINAL É HOJE, MINHA PRINCESINHA VAI TORAR OS RIVAIS, VAI COMER ELES NA FARINHA. — O homem mais velho grita animado, saindo do quarto revelando seu pijama de Superman que ganhou de suas filhas em seu aniversário.

Primeiro, os meninos acham estranho o que o mais velho falou, comer com farinha? Logo depois os meninos não conseguem segurar a risada, então eles estão quase rolando pelo chão do corredor dos quartos de tanto rir da roupa do pai.

O pijama do mais velho havia ficado no mínimo icônico, o que era para ser um pijama grande e largo para o mais velho, tinha fica curto e apertado, deixando todo o corpo dele marcado e o fazendo parecer uma criança.

— Que pijama é esse pai? — Mitchell fala rindo, se perguntando como sua mãe se casou com ele, mas logo se surpreende quando o mais velho tira o pijama revelando a roupa do time da escola.

— EU JÁ ESTOU PRONTO, VAMOS MULHERES DA MINHA VID- Ele é interrompido por uma Maya confusa abrindo a porta do quarto.

Os três irmãos olham para ela, a garota arregala os olhos e logo fecha a porta do quarto com força e a trancando quando seus irmãos e pai vai até ela para dá um abraço.

— Qual é Maya, o abraço de boa sorte Carson. — Mikael reclama, batendo na porta para sua irmãzinha abrir, algo que não acontece.

— Não vai ter boa sorte no jogo em. — Nathaniel completa esperando que Maya abra a porta, mas o mais velho é apenas ignorado.

— Vocês estão fedendo, tenho certeza que não tomaram banho.

Os garotos se cheiram e faz uma careta.

— Vou tomar banho. — O pai da família fala enquanto entra no banheiro.

Maya revira os olhos se divertindo com aquilo.

Maya terminava de se aquecer para poder entrar no segundo tempo, o treinador Ben passava as estratégias e táticas para a garota que tinham seus olhos em campo.

— Tem certeza que quer entrar? Seu tornozelo tá bom mesmo? — Ben pergunta apreensivo, mas ele apenas recebe um sorriso em resposta.

Maya se abaixa para amarrar sua chuteira e arrumar seu meião.

— As meninas precisam de uma ajudinha. — Aponta para as garotas que tinham uma certa dificuldade para chegar no gol. — Sabe que sei abrir aberturas, além disso, minha família veio para me ver jogar, não para eu ficar no banco.

Ben rir e da dois tapinhas no ombro da Carson, os olhos da morena para em sua família que gritavam animados juntamente com a torcida, seus olhos vão em cada um ali, até parar em Louis que sorria animado para a garota.

— SHAUNA, JOGA A BOLA PARA FORA. — O treinador Martinez grita, fazendo Maya voltar a realidade quando a menina obedece.

A camisa onze do time saí para a entrada de Maya. A garota bate nas mãos da Carson enquanto ela entra em campo.

A lateral é cobrada, Taissa recupera a bola e se ver marcada por 4 jogadoras, então sua única opção e recuar a bola para a Carson que já olhava todo o campo antes mesmo de entrar naquele gramado.

Maya não era ninguém de ataque, zaga, lateral ou qualquer coisa assim. A garota era do meio-campo, ela era responsável pela abertura de ataque, e recuada de bola, além disso, a Carson era boa em sua tarefa, mesmo com um tornozelo ainda um pouco machucado, a morena pensava rápido, pensava mais rápido que todo mundo aí, conseguindo criar jogadas incríveis que nem ela mesmo sabia que podia fazer, Maya Carson, conhecida como rainha das assistência e estratégia das Yellowjackets.

Então, como uma rainha de assistência e estratégia que era, ela foi rápida, rápida como sempre. Tocou a bola por dentro para a camisa 6 (Shauna) que não tinha marcação em si e correu pela lateral direita, fazendo duas marcadoras que estava em cima da camisa 8 (Taissa) sair, foi aí que Ty aproveitou e correu pela lateral esquerda, livre.

Shauna toca a bola para Taissa, a camisa oito consegue driblar duas garotas que tentava a marcar, mas quando viu que Maya corria por dentro do campo, agora livre sem marcação, então foi apenas dois toques.

Um dos toques de bola para a Carson que consegue puxar a bola um pouco para lateral, sem muito tempo pra ajeitar a bola a garota faz um cruzamento meio desajeitado, já que uma das zaqueiras corre até ela, porém a bola logo vai para capitã do time, camisa 9, Jackie, e ela aprovaria o cruzamento e cabeceia, fazendo assim o gol para levar elas a vitória, mas como tudo conspira a favor da morena meio-campo, a zaqueira ainda consegue dá uma pancada em seu tornozelo machucado.

Logo o apito tocou finalizando o segundo tempo, fechando a vitória das garotas Yellowjackets.

Enquanto o time todo corre até Jackie para abraçar ela pelo gol e comemorar, Maya dava pulinhos sentindo seu tornozelo arder como nunca doer como sempre. A ruiva da Carson aumenta mais ainda quando a zaqueira simples tromba em seu ombro e a xinga.

— Porra, porra, porra. — A morena saí xingando do campo, pensando 10 vezes antes de puxar numa briga, enquanto suas colegas comemoravam a vitória. Ben olha pra Maya com aquele clássico olhar, "eu já sabia" — NÃO! — A garota fala firme se sentando no banco, o treinador só rir.

Sua família e namorado que estavam sentados na arquibancada olhava para a garota de longe com aquele clássico olhar preocupado que sempre foi dirigido somente a ela e nunca outra pessoa.

— Misty, ajuda nossa craque das assistências. — Ben manda enquanto o resto das jogadoras corria em direção ao banco.

A jogadora não fala nada, apenas fecha os olhos com a dor do seu tornozelo, Misty vem correndo assim que é chamada, ela se agacha e logo cuidava o lugar machucado de Maya.

— Se você quiser seu pé bom logo, tem que usar a bota ortopédica, não foi feio, mas pode ficar feio, olha, uma semana ou duas seu tornozelo ficará bom, aqui tá a receita de remédios, e as recomendações. Não se esforce muito mocinha, não pode ter sido feio, mas pode ficar muito. Faça exercícios leves.

Foi assim, que todo o caminho foi silencioso até a escola. Maya não falava, muito menos seus pais e irmãos, eles sabiam que ela precisava de um momento de raciocínio.

Não tinha nem se passado um dia direito que o jogo para classificar a garota para as nacionais aconteceu, agora Maya estava ali, sem poder jogar os primeiros jogos da competição dos seus sonhos e ainda sendo obrigada a ir para escola por seus pais.

— Eu quero morrer. — Foi a primeira coisa que a garota diz quando o carro para em frente a escola, mas em resposta ela leva um tapa de sua mãe. — Aí, que arrebentar meu braço?

— Fale isso novamente que eu faço você usar tipoia no braço também. — Maya fica em silêncio. — Tchau meus amores, se comporte em. — Suzane, mãe das crianças, fala com um sorriso doce, fazendo a Carson mais nova notar como sua mãe era bipolar. — Cuidem da irmã de você, se lembrem também de não deixar ela tirar essa bota do pé por nada. É pra ela melhorar em até em duas semanas, se ela não melhorar nesse tempo quem vai pagar o castigo é vocês. — Novamente a expressão da mulher muda ficando mais séria. Os filhos apenas concorda rápido enquanto o pai deles ria.

— Fiquem bem crianças, e Maya, ontem você jogou pra caramba, mesmo seu pé em uma bota como resultado, você fez uma das assistências para ir pras nacionais. — O homem fala olhando a filha através do retrovisor, Maya não se segura e abre um sorriso agradecido.

— Obrigada, pai, agora temos que ir.

Os 5 irmãos dão um tchau rápido e sai do carro depressa. Com ajuda dos irmãos, a morena pega suas muletas e mochila.

Maya Carson não ia jogar pelo menos 3 jogos das nacionais, isso fazia a garota se desesperar internamente, mas seu desespero fica maior quando percebe que Allie, camisa 11, teria que ficar em seu lugar.

Ok, não tinha como piorar.

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