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Enquanto o som dos passos se aproxima, você sente a respiração de Eren engatar em seus pulmões. Você arrasta a cabeça para trás, apenas para encontrar as pálpebras dele fechadas em uma feição quase serena, pensando e ouvindo, ao que os braços em seu entorno são rígidos.
De repente, o Jeager os abre tão rapidamente que você é pega de surpresa pela imensidão esverdeada, notando inconscientemente que o corpo dele relaxa.
— Armin. — O acastanhado profere simples, o topo de suas sobrancelhas erguidos em uma expressão agonizante, e respira algo em alívio, seu hálito varrendo seus cabelos, porém não é capaz de reconhecer o idioma.
— Hein?
Ele lhe deixa ir, soltando-a. Logo, leva um minuto para ficarem de pé visto a forma como suas pernas estavam emaranhadas. Eren, portanto, pisa para fora da estátua antes de cruzar os braços.
— Eu deveria ter reconhecido seus passos mais cedo.
— Eu estava disfarçando minha caminhada.
— Não o suficiente. — Eren rebate, arrancando o sorriso ardiloso do rosto do Armin — O que você está fazendo aqui?
— Apenas checando. Vocês estão fora há um bom tempo. — O loiro da de ombros antes de voltear a atenção para você novamente quando sua faceta divertida está de volta — E Eren não é fofo quando é pego desprevenido, Barbara? — Ele lhe lança uma piscadela e suas bochechas esquentam.
Quero dizer, nossos corpos pressionados um contra o outro e sentir seu batimento tão selvagem-!
O Jeager franze as sobrancelhas, irritado quando vocifera através de sussurros.
— Quase tão fofo quanto a sua tentativa de causar um infarto duplo.
— Eu quis ter um pouco de diversão enquanto eu estava procurando por você. — De repente, a expressão de Arlert desmonta e se transforma em uma na qual nunca viu antes: em alerta e sério — Eu ouvi pelos meus contatos que Floch Forster está vindo atrás de você, Eren.
— E eu deveria me preocupar com isso? — O acastanhado enruga o nariz, desdenhoso.
— Mas eu não gosto do som disso.
Jeager estuda o amigo por um instante, e então sua postura abranda sua frigidez habitual. E ele até oferece ao loiro um pequeno sorriso, aquele genuíno. Você não pode conter sua intromissão, sua língua serpenteando as palavras as quais só alcançam seu cérebro quando estão no ar.
— Forster está atrás de Eren essa noite? Agora mesmo?
— Sim. Ele está à espreita. — Os olhos azuis se movem para você ao respondê-la e uma vez que o faz, ele se volta para o Senhor Ladrão mais uma vez — Eu pensei que deveria te avisar, não importa o quão confiante esteja. O que acontece se Barbara acabar por se envolver nisso?
Isso faz com que o moreno pause por completo. Por um segundo, apenas a observando e é quase fácil enxergar os cálculos acima de sua cabeça, desenhando situações e seus respectivos desfechos, cenários e consequências. As írises esmeraldas quase a perfuram tanto que sente como se seus ossos estivessem se esfarelando, por conseguinte, Eren acena em concordância.
— Você está certo. Obrigado, Armin.
É estranho assistir Eren Jeager admitir que outro alguém tem um bom ponto, mas você não provoca. Ao invés disso, é reconfortante e bacana vê-los abaixarem suas guardas diante um do outro. E cuidar do seu próprio bem-estar como uma parte deles agora também não dói, afinal. Além disso, você definitivamente não quer um desentendimento com aquele tal Floch. Até que um som de assobio à deriva ecoa ao virar da esquina.
— Quem você trouxe consigo, Armin? — Você pergunta, sorrindo animada — É o Jean? Oi, Jean!
O loiro soluça estupefato e abaixa seu braço acenando em um gesto ligeiro e bruto, silenciando-a imediatamente.
— Eu vim sozinho!
O quê?!
— Um guarda! Vai!
Logo, todos os três correm na direção oposta assim que Eren esbraveja.
— Quem está aí?!
O medo e a emoção espumam dentro de você enquanto suas pernas reflexivamente a levam adiante na maior velocidade que pode ao que uma risada escapa em forma de grito da sua garganta. Ouvi-la rir contagia Armin também, seus dentes à mostra e os olhos fechados por um instante. Seus fios acobreados batem para trás, a rajada de vento da corrida os empurrando para trás como ondas e eles flutuam sobre os seus ombros.
— Estou encantado que todos estejam se divertindo tanto no Louvre. — Eren, como sempre, tem os músculos do rosto tensionados, quase irritado demais pelo seu momento genuíno de diversão, adrenalina a lavando da melhor forma. O moreno então para diante de uma janela na altura da cintura — Por aqui!
Ele tenta abri-la, mas a estrutura de metal pesado e antigo está emperrada, as juntas grudadas como super cola.
— Volte aqui!
Sua pulsação troveja em seus ouvidos assim que o guarda vira a esquina, a luz de sua lanterna chscoalhando pela sua corrida miserável, embora isso não é impeça do seu estômago se retorncer em nós com a perseguição e o súbito fortuito. Arlert, em um impulso, junta-se ao Jeager e o ajuda a tentar abrir a janela, suas feições contorcidas pela força que fazem.
— Obrigado, senhorita Quinn. — Aturdida demais em olhar alternadamente entre os rapazes e o guarda cada vez mais próximo de forma frenética, não nota quando, sem nem olhar, Eren rouba um tubo de brilho labial da sua bolsa e esvazia a coisa toda na trava da janela. Portanto, não demora para eles conseguirem abri-la — Vocês dois primeiro.
— Que nobre. — Arlert diz com uma entonação lisonjeira — Nosso capitão liderando o navio.
— Não estarei se você não se apressar!
Ele rebate ríspido e o amigo não se preocupa em incomodá-lo mais uma vez, saltando pela janela e você escala em seguida quando os dedos esguios e quentes através da luva são como uma cinta que a empurra para fora pelo quadril. Assim que você mergulha através do espaço da janela, percebe que Eren não cai atrás de si imediatamente como parecia que ele estava prestes a fazer.
— Pare!!
— Eren!
Você clama pelo seu nome, desesperada quando os dedos do guarda se fecham ao redor do ar fresco da noite dentro do museu, sua mão ficando suspensa no ar ao tentar agarrar o blazer de Jeager, uma frustração quase flamejante fluindo em seu pulso assim que o acastanhado imita-lhes e pousa para fora tão bem quanto sua felina.
Então os três fogem.
[...]
No dia seguinte, pintar é como fazer o dever de casa da escola. O grupo inteiro do Asas da Liberdade está reunido, portanto pode ouvi-los conversando.
— Eu estive me perguntando... — Mikasa descansa seu dedo sobre os lábios, pensativa — Por que enfiar Barbara na sala para pintar a tela em tempo recorde quando poderíamos esgueirar Hange para bater uma foto?
— Dependendo do dispositivo da Hange e a sua qualidade de captura, as cores podem não parecer as mesmas exatamente na vida real. Você precisaria de um pintor para pintar a obra na mesma iluminação.
— Ela está correta. — Zoe a observa, sorrindo com sua paleta entre os dedos, seu pincél correndo pela tela.
— A textura é importante também. Eu não tenho certeza do quão detalhado uma fotografia seria.
— Próxima pergunta: — Kirstein não se importa em levar nem um segundo a mais para mudar de assunto com a sutileza de um cavalo, talvez ele estivesse alheio a sua conversa, pois agora o rapaz parece imerso em uma raiva genuína — Por que a Phoenix só ronrona pra você, Hange?
— Porque eu sou a melhor.
— Ela soa como uma pequena motocicleta roncando...
— Tudo o lembra dos veículos, Levi?
— Senhorita Quinn. — Eren a chama, franzindo as sobrancelhas — Foco.
Isso a faz gemer em frustração como uma criança que não ganha seu doce, você faz um beicinho.
— Mas eu estou nisso há horas.
— Um assalto não é sobre pular janelas de museu. A preparação é tão importante quanto a execução.
A Ackerman solta uma risada anasalada.
— Você só diz isso porque esse é o seu papel.
Assim que o Jeager se vira para ela, é quase como se um toque físico houvesse deixado seu rosto. As írises dele são tão verdes que você não ficaria surpresa se elas brilhassem no escuro, como bioluminescência. Além disso, a forma... apenas como a de um falcão e de um aristocrata sob os cílios longos e escuros-!
— Argh...
Logo, você está grunhindo como um pirata quando se dá conta de que começou a desenhar os olhos de Eren acidentalmente, então para disfarçar os mancha com uma gota de tinta preta.
— Nós não temos todo o tempo do mundo. Você sabe a sua parte na missão, senhorita Quinn. Execute-a.
Dito isso, o acastanhado deixa a sala. As palavras dele ecoando por sua mente como um loop constante desafiando seu lado competitivo como um especialista dando batuques em copos de água, desenhando um tom musical.
Submersa em sua atividade, você se perde na pintura e em se esforçar como se estivesse no meio de um deserto desfrutando de um oásis. E já é o nascer do sol quando você puxa a si mesma para fora desse oásis.
— Aqui está.
Você leva um minuto para admirar suas pinturas finais: um sucesso. E não se demora em ir procurar pelo Jeager. Hora de finalmente flagrá-lo dormindo! Você se pergunta se ele baba..? Ou se ele para de franzir a testa e realmente parece relaxado... Até que as suas dúvidas e divagações são cortadas pelas raízes uma vez que empurra a porta do quarto do Lorde Ladrão.
Eren não está adormecido.
Ele tem uma das espadas de cima da cama e está no meio de um combate de estrima solo.
Eren está fantasticamente e excepcionalmente sem camisa. Você o pega no meio de um ofego nos pulmões e a sua respiração engata com a visão do peito dele agitado quando flexiona cada músculo peitoral e braçal. A luz avermelhada e quente do amanhecer ilumina o suor em sua pele nua como se ele fosse um herói heráldico.
— Oh, é claro.
O Jeager olha para cima, mesmo que com certeza absoluta já a tivesse visto antes mesmo de murmurar retoricamente. Embora ele devesse soar sem fôlego, sua voz é composta e profissional, rouca até, quando fala.
— Finalmente. Você terminou?
Colocando uma mão em seu quadril, tentando agarrar as roupas para conter a coceira em sua mão com a vontade repentina de empurrar para trás o cabelo despenteado dele.
— Peguei o jeito. — O moreno pega a pilha de telas de sua mão, folhas de papéis grossas e grandes enquanto você estuda a pista de esgrima demarcada com fita adesiva no chão — Essa coisa de não dormir está ficando ridícula. Você sequer já considerou em ir a uma consulta? Ou um exorcismo?
— O que são essas partes apagadas?
O rapaz tem a postura ereta, correndo com cuidado o dedo sobre uma das pinturas recém feitas sem desviar o olhar dela, apontando os detalhes e falando com você ao que a cena a recorda de um professor averiguando o trabalho de uma aluna minunciosamente, e você balança o peso do próprio corpo para frente a para trás, ansiosamente aguardando o veredito. Logo, ou Eren não está atento o suficiente para suas provocações ou ele apenas as ignora e você morde o interior de sua bochecha uma vez que elas assumem uma cor escarlate.
— Nada!! — Definitivamente essa não é você pintando os olhos dele de novo e de novo até que os acertasse!
— Hmm... É adequado.
— Adequado?!
— Sim. — Eren parece confuso, genuinamente intrigado já que arqueia a sobrancelha. Então, lentamente se dá conta de que ele está a elogiando — Você encontrou a base sobre a qual pode construir sua perfeição, por isso essa adequação é um triunfo.
Você sorri de canto, tombando a cabeça para o lado.
— Esse foi o maior feedback ao estilo Eren Jeager que eu já recebi, mas sabe de uma coisa? Eu concordo. E obrigada.
Esticando-se para pegar as obras, você é pega de surpresa quando os papéis não voltam com facilidade, ao invés disso o acastanhado não as deixam ir.
— Aquelas com sensação de movimento ainda podem receber um pouco mais de trabalho.
Você bufa, seus ombros caindo enquanto concorda, não levando isso como uma ofensa mas sim também insatisfeita com esse tipo de desenho.
— Sim, estou um pouco enferrujada. Faz uma eternidade desde que fiz um desenho de figura ao vivo.
— Posso ser seu modelo, se você quiser. — As orbes esmeraldas cintilam com uma travessura sombria e astuta, enquanto você deixa cair seu olhar – reflexivamente – como uma cascata escorrendo para baixo direto para o abdômen marcado dele. Seria esta uma oferta séria ou ele tomando a oportunidade para provocá-la? Porém.. Ser provocada é uma coisa tão ruim, de fato, se você está conseguindo uma licença completa para se embebedar de seu corpo esculpido? — Você não quer minha ajuda, senhorita Quinn?
Seu peito estufa antes de exalar todo o ar com ele chacoalhando.
— Tudo bem... Apenas continue praticando. — Você engole em seco, desviando o olhar quando sua voz suaviza — E eu posso lidar com o resto.
— Tenho certeza que você pode.
A insinuação é pesada o suficiente para esfaqueá-la com sua espada de esgrima, no entanto Eren já está realizando seus exercícios novamente, como disse a ele. No próximo instante, acomoda-se na cadeira da escrivaninha dele.
— Você é canhoto, hein?
— Ambidestro. — O acastanhado se lança para a frente, sem se preocupar em dividir sua atenção à esgrima e a sua pergunta, respondendo naturalmente e sem vergonha alguma de estar fazendo o que está fazendo na sua frente enquanto você se concentra em como o peso dele muda sobre suas longas pernas. Você meio que se repreende, pois caso a situação fosse inversa, mal estaria sendo capaz de se concentrar seja no esporte ou no que o Jeager estaria falando, ocupada demais em ouvir seus pensamentos gritando: "você vai derreter com o olhar dele em você, Barbara!" — Mas quando comecei a aprender, meu professor me incentivou a esgrimir com a mão esquerda.
— Por quê?
— É uma vantagem. Poucas pessoas usam essa mão, então é difícil adquirir experiência o suficiente contra nós. — Ele sorri de canto, orgulhoso — Claro, o maior desafio de todos é se dois esgrimistas canhotos lutarem entre si. Mas isso nunca acontece. É mais fácil assistir um buraco negro se formar na terra do que isso.
Agora que você está prestando atenção, percebe que há um anel suspenso no ar por um pedaço de barbante preso ao teto, e o Jeager apunhala através dele com precisão perfeita. Há também o fato de que uma postura para praticar esgrima parece uma rotina perpétua de agachamento, isso implica Eren possuir quadris de aço também?!
— Você é realmente bom nisso. — Em resposta, o acastanhado chacoalha a cabeça em negação.
— Eu não tenho uma aula apropriada desde os meus quatorze anos. É somente algo que faço quando preciso clarear a mente.
Não parece "clarear a mente", parece complicado para um cacete. De qualquer forma, acena conforme compreende o que ele está dizendo, prensando os lábios em uma linha fina antes de morder o cabo do pincel. Você está com o braço apoiado no topo da folha e encolhe os ombros quando questiona curiosa:
— Então, como isso funciona exatamente? Você finge encarar um adversário invisível ou algo assim?
— Não. Apenas treinos, por enquanto. Trabalhar a memória muscular, trabalho de pés, a precisão da espada... — Em súbito, Eren começa a correr em disparada como uma flecha atirada de um arco enquanto você esboça a elegante linha de movimento.
— Mas não há como melhorar só treinando, certo? Você nunca disputa contra um oponente de verdade?
O rapaz retorna a sua linha de partida, jogando os fios chocolate para longe dos olhos com um sacudir de cabeça que, por Deus, não deveria ser tão atraente.
— A esgrima é um esporte tão mental quanto físico. Onde eu encontraria um oponente que pudesse sequer se igualar a mim?
— Com uma atitude como a sua, você não conseguiria encontrar um nem se quisesse!
Eren revira os olhos antes de, habilmente e sem esforço algum, esfaquear o anel mais uma vez.
— Ou alguém me aguenta do jeito que sou, ou não aguenta. — O moreno sorri astucioso, abaixando a espada e a encarando diretamente nos olhos — E se não aguenta, não é problema meu.
— Apanham-se mais moscas com mel do que com vinagre. — Eren enruga a ponta do nariz, e não sabe dizer se ele capta a citação de Henrique IV ou apenas não compreende, e ele parece quase irritado.
— Eu não quero moscas. Esse é o problema da sociedade: todas essas sutilezas fúteis. Todas essas regras para manter as pessoas subservientes ao invés de pegar o que elas merecem.
— Talvez às vezes. Quero dizer, ninguém gosta de contar mentiras inocentes e essas coisas. Mas não há nada de errado em se esforçar para fazer as pessoas se sentirem confortáveis.
— As pessoas de quem você gosta, possivelmente. Só que se preocupar com muitas pessoas é tolice. — Sua discussão está se tornando acalorada, você não tolera desaforos enquanto o lorde ladrão não aceita qualquer outra opinião além da sua. Ambos focados em suas tarefas e rebatendo com ressalvas ácidas com rapidez astronômica — Na melhor das hipóteses, a humanidade é só.. desajeitada, e sádica o restante do tempo.
A voz do Jeager se torna fria e ele avança com um novo vigor, abanando seu florete de esgrima.
Claramente, discorda dele, mas esteve acordada a noite inteira e não está exatamente num clima de debate. De qualquer forma, você bufa, mordendo a língua ao voltar a se concentrar apenas no desenho. Sabe o que sempre a humanidade faz bem? Bíceps. E isso lhe arranca um sorriso maroto.
Alguns minutos mais tarde, você preencheu várias páginas antes de Eren finalmente parar, o peito subindo e descendo freneticamente com sua respiração pesada. Não parecia que seu padrão de treino iria massacrá-lo, porém pelo tempo que o está executando, ele está aparentemente morto de cansaço. O acastanhado descansa sua mão direita sobre o ombro esquerdo enquanto o gira como um alongamento para desaquecer o corpo, e em seguida, ele penteia os fios de cabelo da franja suados para trás, desgrudando-os de sua testa.
— Ok. Minha mente já está clara o suficiente. — Pelo menos isso faz um de nós dois! — Você praticou o suficiente?
— Acredito que sim.
Inclinando o caderno de desenho, Eren se aproxima para observar depois de tirar uma toalha de rosto de sua mesa prancheta. Visto que estão próximos o bastante agora, pode sentir o calor irradiar dele e o som de suas tentativas em regularizar sua respiração enquanto ofega alcança sua audição. As endorfinas no corpo do moreno devem estar a todo vapor, fluindo à flor da pele por conta da sessão intensa de exercício pois ele sorri genuinamente satisfeito, tanto para você quanto para consigo mesmo.
E a sua mente suja a leva por um caminho onde cria o cenário de um Jeager a acertando precisamente assim como ele fez com o anel suspenso no ar, e onde ele tem essa mesma expressão enfeitando seu rosto na cama. Entretanto o varre para longe antes que a razão a faça se contorcer de vergonha, mas é tarde demais, seu corpo já está reagindo aos pensamentos indecentes quando cora tão fortemente que as maças de seu rosto doem.
Não! Não, nãoo! Cérebro de mulher das cavernas!
Secretamente, para se repreender, belisca sua perna, fincando as unhas em sua carne com força de modo que deixasse várias meias luas fundas para trás em uma tentativa para voltar à razão.
— Uhm.. Então.. É isso, eu acho.
— Eu acho. — Pela maneira que ele repete, enfatizando de maneira lenta, Eren notou sua faceta corada, o que só faz a corar ainda mais —Talvez você devesse considerar uma pausa do trabalho também, senhorita Quinn. Não precisa ser esgrima. Há outras atividades físicas que podem limpar todos os pensamentos de sua mente.
— Vamos tentar o boxe. — Você faz uma piada para fugir do rumo que a conversa estava tomando, sorrindo arrogante — Eu acho que seria divertido socar você.
O Jeager sorri, erguendo a espada como se estivesse saudando um adversário digno.
— Touché.
[...]
Com seu sucesso artístico da madrugada, com cada vez mais melhorias, você decide explorar a Cidade das Luzes. E claro, trazendo Eren consigo, uma vez que seu francês está ridiculamente enferrujado. A princípio, o Lorde Ladrão estava relutante, no entanto ele não pode argumentar contra quando concordou que você precisava de novos suprimentos.
— Olhe! Essas são as mesmas tintas que Van Gogh utilizou! — Um sorriso brilhante estica seus lábios, contagiada por uma onda de animação — E eu as comprei em Paris, assim como ele!
— São só tintas.
— É o conceito da coisa!
— Então vamos colocá-la em uma instituição, para completar sua experiência.
As piadas do acastanhado são afiadas, mas você está se acostumando com o seu tipo de sarcasmo.
— Seu senso de humor é tão sombrio, cara.
— Do que você acabou de me chamar?
O sorriso alegre e divertido não abandona seu rosto, não quando a indignação em sua voz e careta que o Jeager faz a quebram.
— Me deixe desfrutar do meu romantismo. — Baixando seu tom de voz na última palavra, você imita o tom arrogante dele, acentuando cada sílaba.
— Eu simplesmente não posso acreditar que você está tendo ataques de riso por algo tão... pequeno. Você é sempre assim, também. — Eren soa perplexo, um vinco entre as sobrancelhas e afirmando a frase para si mesmo, tentando compreendê-la e desvendá-la como se fosse um de seus assaltos infames, como se você fosse uma dessas palavras cruzadas com muitas letras — Como você sente tanto, dia após dia?
Você encolhe os ombros, ainda sorrindo e respondendo simples:
— Eu não sei. Mas é assim que eu sempre fui.
—...Bem. — Pela primeira vez, o Senhor Ladrão parece não saber o que dizer. Ele se inclina para observar as suas sacolas de compras recheadas — Sentimentalismo à parte, dizem que são tintas excelentes. Você tem bom gosto, senhorita Quinn.
— Eu com certeza tenho. E espere até eu te contas sobre os novos pincéis que comprei! — Sorrindo e erguendo as sobrancelhas algumas vezes, você levanta suas bolsas, insinuando que elas estão pesadas e que ele deveria ajudá-la, porém Eren não capta a dica. Em vez disso, suas írises a fitam desde a ponta dos pés a cabeça, deixando-a desconcertada ao que solta um murmúrio confuso e os olhos cor de jade deixam um rastro de fogo para trás conforme trilham sua pele, seja exposta ou coberta — O quê? — Você engole em seco, desviando o olhar. O Jeager está a encarando porquê está agindo como uma nerd da arte?! Isso é ótimo vindo dele! Estreita os olhos e cerra a mandíbula — Guarde suas provocações para você, Sherlock! Estou me divertindo e não vou me conter, e não me importo se você não gosta ou se envergonha!
Então o rapaz solta uma rajada de ar, algo entre um suspiro anasalado e uma risada contida, fechando as pálpebras por um breve instante antes de explodir em gargalhadas. Eren Jeager, o Lorde do submundo, explode em gargalhadas. Repito, gargalhadas.
Hein?
Sua risada não é fria, nem amarga e nem zombeteira. É quente, profundo e agradavelmente surpresa. E minha nossa... Seu sorriso poderia facilmente ofuscar o brilho do sol. Então, o acastanhado se controla rapidamente, mas ainda há um brilho em seus olhos.
— Você é uma pessoa bastante autêntica, senhorita Quinn. Eu nunca pediria para você mudar.
Ele se afasta antes que você possa se recuperar e você tem que saltar para alcançá-lo.
— Ei, essa foi a primeira vez que eu ouvi sua risada de verdade! Veja, eu sabia que você tinha emoções, lá no fundo.
— Eu? Emoções? Pff, não seja ridícula.
Jeager alonga o tamanho de sua passada em uma vingança estúpida, fazendo a ofegar enquanto tenta manter o ritmo e acompanhá-lo. Apenas porquê o maldito já é alto o suficiente para isso!! Urgh! De qualquer modo, vou fazê-lo rir mais vezes.
Após um tempo, Eren adentra na Avenida Champs-Élysées e a leva em uma boutique muito chique no melhor estilo francês e saída de um filme romântico possível! Você solta um soluço, admirada. Tudo aqui é fresco como lavanda em um vasto campo florido com um rio de águas cristalinas correntes e grama verde e macia, além de parecer caro demais para sequer respirar no mesmo ambiente.
— Precisa de um novo sobretudo? — Você brinca, cutucando-o pelo cotovelo — Será que o seu costumeiro não é elegante e dramático o suficiente para fugas de museus?
— Não estamos aqui por mim. — Eren apenas sinaliza para uma funcionária e pronuncia as palavras em francês rapidamente, muito mais ligeiro do que o usual quando conversa em inglês com você e os outros, e é quase como se ele não quisesse que você entendesse de propósito.
A vendedora acena e sai apressada ao que você tenta decifrar o que ele disse.
Algo sobre números... Suas medidas?
Então era por isso que ele estava a observando tão intensamente no parque!
— Vamos comprar vestimentas mais... vestíveis para você. — Mais uma vez, o acastanhado franze o cenho e pode ver desdém na forma como suas linhas de expressão se enrugam — Andando por Paris com essa jaqueta jeans e tênis surrados... que coisa mais... totalmente americana.
Subitamente a vendedora a pega pelo braço.
— Espere, Eren eu não posso pagar-!
— Eu posso.
Eren sorri de canto, cruzando os braços quando se senta em uma poltrona e cruza as pernas depois de empurrar a mão em sua direção, afastando-a. Você é levada para os vestiários e encontra uma pilha de roupas já esperando por você, enquanto no topo... um bilhete? Está cheio de símbolos estranhos, mas pode reconhecer algo..
Direcionado ao Lorde Ladrão.
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