⠀⠀ 👩🎨┇𝟬𝟮
A linha entre o seu desejo de Eren continuar ou parar é tênue. Enquanto isso, a proximidade do acastanhado a tem tremendo, e ele percebe.
Óbvio que ele percebe.
Repentinamente, para sua infelicidade ou não, ele dá um passo para trás.
— Nenhuma dessas baboseiras vai acontecer, senhorita Quinn. — Sua frieza, seu ar impassível, e a firmeza com a qual ele fala, tudo isso a deixa atordoada. Tudo foi rápido demais para o Jeager se afastar dessa forma! Ele fala com irrelevância: — Você vai dormir sozinha na minha cama, porque eu não durmo. Não fique na minha cola enquanto estou trabalhando.
Dito isso, antes que você possa responder, Eren caminha para fora do quarto e fecha a porta atrás de si com um baque. Enquanto isso, você é deixada para trás sentada sobre a mesa dele: nervosa e muito confusa. E talvez um pouco desapontada que nada tenha acontecido, afinal! Vamos ser honesta!! Estaria ele apenas ficando cara a cara com você, míseros centímetros de distância, somente para tirar sarro de você? É impossível não ficar irritada, esse comportamento frio dele é obviamente uma atuação, porquê esse é claramente o material principal para qualquer papel de drama romântico: um cara que se faz de durão exatamente como Eren Jeager! Isso a faz grunhir de raiva ao pular da escrivaninha como uma adolescente mimada que não consegue o que quer, ou que é confiante demais para lidar com uma rejeição, ou só frustrada.
Agora cá está você agindo como uma maníaca ao se remexer, fazendo uma careta estranha ao endurecer o rosto e brincar com os dedos, uma imitação barata e ridiculamente infantil do Lorde Ladrão, como se o próprio pudesse ver!
— "Eu não durmo"... Ah! — Você estala a língua.
Não me venha com essa! Quem ele pensa que é?! Todos precisam dormir! Você não participa de Awake, seu cretino!
Resoluta, você vai até a cama. De fato, faz sentido que alguém como Eren Jeager brinque com jogos mentais, como manipulação. Entretanto, de jeito nenhum que vai deixá-lo intimidá-la! E também não vai pensar sobre amassos fugazes e picantes, não! Você pula na cama antes que possa se render às tentações, apenas satisfatória como esperou que fosse. O colchão é firme, porém os cobertores são macios e aveludados, e a fazem sorrir.
Se Eren disse que eu posso ter sua cama, então é minha agora. Sem devolução!
Por fim, está exausta demais para se preocupar em trocar de roupa, e mesmo assim vai dormir com seu vestidinho rodado com a estampa de "Noite Estrelada" por Van Gogh, com mangas bufantes. O que foi? Ele é confortável e fofo. Embora o dia tenha sido uma loucura, o jet lag lhe atinge como uma marreta na cabeça e antes que perceba suas pálpebras estão fechando por conta própria.
Assim como ele também a acorda no meio da noite. Talvez por não estar acostumada e cem por cento com a guarda baixa, de qualquer forma uma luz suave ilumina o quarto mergulhado na imensidão azul marinha da coloração da mobília e da noite, provinda da iluminária sobre a escrivaninha onde Eren está inclinado sobre uma mesa de desenho.
Duas perguntas cruzam sua mente: por quanto tempo ficou apagada e por quanto tempo ele tem estado lá trabalhando?! Você estuda a luz da lâmpada clareando o cume afiado de sua maçã do rosto e a sombra profunda abaixo de sua mandíbula definida.
Dizem que a curiosidade matou o gato, mas assim que seus pés tocam o piso, você continua viva. Tirando a melhor de si, sua voz sai antes que possa decidir se é prudente mostrar a ele que está acordada ou não e voltar para a cama.
— Não é tarde? O que é tão importante que você precisa ficar acordado até agora? — O Jeager não responde, você sorri provocativa — Sr. Mastermind?
Isso arranca uma risada anasalada dele, quem por sua vez bufa.
— Eu receio que esse nome seja terrivelmente inautêntico, senhorita Quinn.
Sim, você com certeza recebeu esse apelido de todos os outros também, pelo menos uma vez.
— Eren, então. No que você está trabalhando? — Existem camadas e camadas de documentos espalhadas pela mesa de rascunho: mapas, fotografias e diagramas. Parece uma loucura total antes que você perceba que os materiais se sobrepõem em um padrão cuidadoso, como uma flor florescendo ou uma tempestade em formação. E isso não é tudo que reconhece! — Tudo isso– Isso é... o Louvre?! O nosso próximo assalto é no Louvre?!
— Era, antes de você gritar para o hotel inteiro. — O acastanhado pronuncia sua sentença de modo impassível, embora haja um brilho de divertimento crepitando em suas írises jade quando ele se vira para encará-la. No entanto, vai embora tão rápido quanto veio, ligeiro como uma estrela cadente — Como você pode ver, estou ocupado. Deixe-me em paz.
Mas é tão animador!
Não pode simplesmente voltar para a cama e se revirar para dormir depois dessa descoberta!
— Não há nada em que eu possa ajudar? — Sua pergunta e vontade de ajudar são genuínas. Parece tão solitário e estressante não dormir, ao invés disso passar noites a fio acordado trabalhando em assaltos sozinho. Uma ajuda é sempre bem-vinda.
— Absolutamente não.
— Ah, vamos lá. Tem que ter algo.
— Eu não preciso e nem quero falar com você agora.
— Isso não é verdade. — Você cruza os braços com um sorriso triunfante — Por que você me roubou se não precisa de mim?
Lentamente, o Jeager se inclina para trás, apoiando um cotovelo em sua cadeira e inclina a cabeça para o lado como um cãozinho curioso para estudá-la. Em súbito, ele se levanta, rápido, como se estivesse ofegante ao empurrar o assento para trás com as pernas.
— Certo. Se você está tão determinada a fazer um questionário no meio da noite, vou te mostrar o porquê você é necessária.
O acastanhado deixou o quarto como um tornado, deixando-a atônita por alguns segundos antes que perceba que é suposto segui-lo ao que seu corpo acorda para o comando silencioso e se apresse atrás dele. A sala de estar está vazia a não ser por Phoenix dormindo pacificamente no sofá, e o grande cômodo já iluminado por alguns spots de luz embutidos no teto. Não sabe dizer se as luzes já ficam acesas ou se o rapaz as acendeu, de qualquer forma elas dão uma iluminação suave sem perturbar os outros. Então você percebe um cavalete e suprimentos são montados no meio do chão, seu queixo vai caindo conforme vai percebendo o que está ocorrendo.
— Esta pintura. — Eren aponta para a obra-prima pendurada acima da lareira — Estude-a.
— O que tem isso? — Ainda atordoada, faz conforme foi dito e dá um passo mais perto para melhor contemplar a arte.
Há algum tipo de código secreto aqui ou algo assim?
Então, Eren pega um pano e o joga sobressaindo a pintura, escondendo-a.
— Agora replique. — Ele gesticula para o cavalete com a tela em branco enquanto você o encara, pasma.
— O quê, agora mesmo? Da memória?
— Você tem quinze minutos.
O quê?! Mas... Ninguém seria capaz...
Apesar de suas dúvidas, seu rosto se contorce em uma feição focada, um vinco entre suas sobrancelhas ao que seu corpo se enche com uma descarga de adrenalina, determinada. No próximo instante você está prendendo seus cabelos em um coque e alcançando um tubo de tinta na maior velocidade que consegue. Vai ser divertido ao menos tentar.
No entanto, você só misturou algumas cores e pintou algumas formas humanoides genéricas antes do seu tempo acabar.
— Sua técnica é boa. Mas você vai precisar ser muito mais rápida do que isso.
Que diabos está acontecendo?
Sua feição endurece, está ficando irritada.
— Olha, você pode pelo menos me dizer do que se trata esse assalto? Em que situação possível eu teria que fazer isso?!
— Não é importante que você saiba, por enquanto.
— É importante para mim! Você gostou das minhas réplicas, mas ninguém pode fazer o que você está pedindo. É impossível.
Eren se aproxima, o canto de seus lábios se esticando lentamente conforme ele dita simples:
— Eu sou o mestre do impossível. Posso ser desafiado o quanto for, mas no final, eu vou conseguir. — É difícil desviar a atenção para longe das írises esmeraldas dele, ainda que haja algo na voz dele que também a incita. Logo, você está movendo a cabeça para mover seu foco, porém seus olhos continuam grudados nos de Jeager, conectados por uma força maior, e é quase como se um flash estivesse saindo de um ao outro, nesse exato momento criando alguma conexão, uma que não poderia dizer como se desenrolaria no futuro. Por conseguinte, assim que consegue arrancar seus olhos do "mestre do impossível", eles viajam pela enorme sala de estar, pousando em todos os itens que foram furtados em assaltos passados. Bem, seu histórico fala por si — Agora, se você estiver satisfeita, eu gostaria de voltar ao trabalho.
— Satisfeita? — Você repete, indignada, e suas sobrancelhas se afincam.
— Você perguntou como seria a sua parte no assalto. Eu respondi.
— Sim, de uma forma que apenas me deu mais perguntas!! E você realmente espera que eu acredite que você não precisa dormir?
— Você pode acreditar no que quiser. — O moreno volta até o sofá, sentando-se de uma maneira elegante ao que se esparrama pelo móvel e logo em seguida, Phoenix sobe em seu colo, aconchegando-se nele com uma classe semelhante. Jeager está sentado imperiosamente, acariciando as costas de sua felina como um imperador em seu trono, confortável e pernas cruzadas. Ok, ele está obviamente sendo sério sobre ficar acordado. Além disso, obviamente também não se importa se você fica ou sai, enquanto você continua ali parada com o pincel na mão suspensa no ar, completamente estarrecida. Se você voltar para a cama irá ser basicamente como... derrota. Derrota em uma qualquer e estranha de batalha de capricho que estão tendo — Mas se eu terminar de planejar essa noite, então não terei nada para me ocupar. — Ele murmura para si mesmo, ou talvez para o gato, antes de ele erguer um pouco a cabeça e olhá-la, as pálpebras se estreitando quando ele claramente tem uma ideia — Vamos jogar um jogo.
— Hein? — Você é pega de surpresa, e abaixa o braço com o pincel.
— Se você ganhar, eu vou te contar mais detalhes sobre o assalto. E responderei quaisquer três perguntas que você me fizer... Se você puder deduzir qual posse nesta sala é a minha favorita. — Os lábios finamente modelados do Jeager se curvam, apenas ligeiramente. Você é capaz de interpretar pelo seu comportamento que ele duvida da sua capacidade de acertar, e se tem uma coisa que odeia é ser subestimada! — Eu vou até pegar leve com você e te dar uma dica.
Mal posso esperar para ganhar e esfregar isso na sua cara!!
— Ótimo, eu estou dentro. Mas não fique chocado quando eu ganhar!
— Vamos ver.
Eren se levanta e se dirige a um serviço de chá ornamentado no canto da sala. Enquanto isso, você observa ao que ele puxa folhas pretas de um jarro pequeno e bonito e começa a macerá-las. Talvez ele goste mais do bule de chá? Então o Jeager ruma em direção ao sofá com sua xícara de chá fumegante, sem oferecê-la nada.
— Posso ter um gole, também?
— Fique à vontade. — A expressão do moreno é séria, e basta você piscar para ele estar sorrindo como um maníaco quando diz: — Se você quiser morrer.
As írises esmeraldas lhe fitam por trás da borda dourada da xícara enquanto Eren toma um gole.
— Argh, tudo bem. — Abana a cabeça em rendição, já que conhecendo essas pessoas, seus costumes, boatos e esse lugar, é provavelmente muito raro e caro. Afinal, não conhece as regras da casa sobre compartilhamento, ainda. Seus lábios se curvam para cima — Eu acredito que seria muito fácil adivinhar que o chá é a sua coisa favorita aqui.
— Muito bem. Mas aqui vai a dica que eu a prometi: meu bem favorito é chamado de uma cor, mas na realidade, sua cor verdadeira é outra.
Soa como um enigma, e você precisa parar por um instante para pensar. Logo, você começa a estudar a sala refinada, repleta de itens e imensamente lotada, colorida de forma que chega a quase doer a vista, ainda consciente dos olhos de Eren interessados em você. Seria o item favorito dele a cadeira de zebra? O pequeno bonsai na estante de livros? Seria a coisa mais rara do apartamento, a mais cara ou a que foi mais difícil de conseguir?
— Você gosta de esportes?
As sobrancelhas castanhas se erguem em leve surpresa, porém o Jeager responde mesmo assim.
— Depende do esporte. Posso apreciar algo que envolva estratégia.
— Quais esportes você gosta de assistir?
— Esgrima, majoritariamente.
Então seus gostos são esportes rápidos e complicados. Você, Eren, obviamente não gosta de coisas fáceis.
O pensamento lhe arranca uma risada anasalada, e segue com seu jogo de perguntas.
— Qual é a sua bebida favorita? Alcoólica e não alcoólica.
— Champagne e café preto. — Limpo e elegante. Clássico, até. Você pronuncia as perguntas de forma apressada, e as respostas vem tanto quanto, apenas como uma guerra para ver quem é mais rápido ou como se tivessem um tempo estrito — O que há com essas perguntas fúteis? Eu achei que estávamos brincando..?
— Nós estamos! — Você mostra os dentes em um sorriso grande, animada — Eu darei um palpite melhor se eu souber mais sobre você.
— Talvez. — Ele arqueia a sobrancelha, o braço da mão segurando a xícara com o cotovelo descansando em sua outra mão, é quase satisfatório vê-lo não conseguir decifrar o porquê de suas perguntas — Mas... Esses detalhes sem nexo?
— Eles não são sem nexo. As pequenas coisas sobre as pessoas podem ser bem importantes.
— Estratégia interessante. — Eren soa entediado, mas olhos não mentem, e ele não pode esconder o brilho neles.
— Então, matéria favorita no colégio?
— Inglês. — Aha! Aposto que a resposta é algum livro! Eren tem uma expressão divertida no rosto enquanto você se dirige à estante — O idioma, quero dizer. Embora eu goste da literatura, também.
— Inglês não é seu primeiro idioma?!
— Não muito longe disso. Eu comecei a aprender antes mesmo de saber como ler ou escrever, mas não é o que eu falava em casa.
Você leva um minuto para pensar sobre isso. Linguagem tem tudo a ver com expressão. É comunicação. É uma paixão inesperada para alguém tão frio e inescrutável. Por enquanto, você está encarando o Jeager tão ousadamente como ele a encara, e ele não se move um milímetro não importa quanto tempo olhe, o moreno sequer pisca. É provável que em algum lugar lá fundo, mas lá fundo mesmo, Eren Jeager goste de outras pessoas. No entanto, deve ser difícil se conectar com alguém, se você está sempre pensando três níveis acima dos outros.
O acastanhado põe de lado a sua xícara vazia de chá ao que Phoenix aproveita a oportunidade para pular em seu colo de volta. Logo, a dica de Eren ecoa em sua mente quando assiste ele acariciar a felina. Algo chamado de uma cor, mas sua cor, de fato, é outra. Ligeiramente, sua boca se estica em um sorriso e não tarda em dar ao jovem sua resposta.
— É o gato! Ela é chamada de azul russo, mas sua pelagem é acinzentada. Seu bem predileto na sala é Phoenix!!
O Eren pende a cabeça para o lado, alguns fios castanhos chocolate escorrendo por sua testa e seus joelhos fraquejam com a súbita intensidade da íntegra e indivisa atenção dele em você.
— Oh? — Aos poucos, os lábios do lorde ladrão se separam em interesse.
— Ela é um ser vivo, então ela pode surpreendê-lo, se quiser. Isso é fantástico. E ela é toda empertigada e elegante, Phoenix caminha com classe. Além disso, o mais importante: ela ama você.
Não demora um segundo para o Jeager bufar e revirar os olhos, seu sorriso se desmanchando de imediato.
— Óbvio que você traria amor para isso. — O sorriso retorna, é quase como se ele estivesse orgulhoso — Mas sua resposta está exata. Você venceu.
— Sim, isso!! Agora me conte mais sobre o assalto! Você prometeu que responderia três perguntas inteiras!
Eren tem uma feição divertida no rosto, afiada e vitoriosa, e isso faz seu estômago embrulhar. Lentamente, o moreno se levanta.
— Mas veja, senhorita Quinn, eu já respondi três de suas perguntas. Mais de três, para ser exato. Você pareceu bastante determinada a usá-las para ganhar nosso joguinho.
E então, ele sai com Phoenix em seus braços, deixando-a boquiaberta atrás dele. Suas sobrancelhas franzem em irritação: Eren a tomou por tola!
[...]
Quando acorda, está de alguma maneira duas vezes mais cansada e sua cabeça descansa sobre nuvens de algodão. Onde estou? Aos poucos, as informações vão retornando, isso é claramente o jet lag. Tudo aconteceu tão rápido que não pode se culpar sentir que um caminhão de vinte toneladas passou por cima de si. Afinal, você está em Paris, com a Asas da Liberdade. Você é uma deles, agora. E dormiu na cama de Eren.
Você torce o cobertor grosso entre os dedos ao que suas bochechas esquentam. Eren sabe totalmente que você é atraída por ele. É uma afirmação justa, pode dizer, com o quão bonito ele é, mas... Ele não precisava provocá-la daquela forma!
Argh, ele é tão arrogante!
Embora isso não vá afetá-la a ponto de derrubá-la. Sua careta já evaporou com o sorriso que iluminou sua face ao pensar o quão animada está para descobrir como será o dia de hoje!
Alguns momentos mais tarde, você apenas terminou de ajeitar a cama e se arrumar quando o próprio dono do quarto entra. Eren.
— Ótimo, você está de pé. Eu preciso do meu quarto agora. Saia.
O moreno não lhe dá nenhum segundo para responder ou agir antes que ele comece a se trocar, tirando sua camisa. Você dá um olhar generoso e breve nos músculos magros antes de sair correndo do quarto.
Então ele é rico, bonito, um gênio e está em forma?! Isso não é nada, nada justo!!!
Na sala de estar, Mikasa lhe acomoda entre ela e Hange no sofá. Enquanto a mesa de centro está repleta de croissants frescos e café com leite. Oh, dessa forma pode muito bem se acostumar com Paris e seu estilo de vida, com risco até de ficar mimada. Você só precisa focar na comida, cenário e arte, ao invés de Eren. Você morde o interior da bochecha para acordar e evitar que um sorriso inevitável se espalhe em suas bochechas, as quais já podia sentir começarem a ficarem rubras.
— Chega de más decisões, Barbara. — Murmura para si mesma, porém talvez tenha esquecido de controlar o tom de voz, uma vez que Arlert está rindo divertido de seu jeito.
— Más decisões? — Ele repete. Definitivamente, você precisa parar de dizer seus mantras em voz alta, então o topo de suas sobrancelhas se erguem em uma feição praticamente agonizante.
— Talvez eu tenha ou não um gosto questionável em homens.
— O café da manhã não é uma boa hora para pensar nisso.
— Às vezes não consigo me conter.
— Uh-oh... Parece que você foi machucada, bambi. — O loiro está com uma expressão ridiculamente teatral e excessiva apenas como se estivesse triste e afetado por seu sofrimento romântico. Mas...
Isso é alguma variação estranha de Barbara? Eu meio que gostei...?
Sim, de qualquer forma, teve experiências o suficiente para saber melhor agora. Só que os outros não precisam saber disso.
— Eu só quero aproveitar minha nova vida estranha em paz. — Suas sobrancelhas se unem e seus lábios se movem em um muxoxo, quase grunhindo frustrada. Armin sorri, claramente contente antes de trocar o tópico do assunto engenhosamente.
— Eu suponho que eu não deveria provocá-la sobre o "quarto de hóspedes", então?
— Você, senhor, você é o pior!
O loiro coloca uma mão no peito, ofendido enquantos seus olhos provam o contrário, já que claramente ele está se deleitando com a situação.
— Eu achei que a cama seria mais confortável que o sofá.
— E você queria irritar Eren.
— Para que mais servem os amigos? Além disso, ele sabe ser cavalheiro.
— Eu acho isso difícil de acreditar.
— Ele deve estar fazendo algo certo se aquela rainha viúva mimada de gato gosta dele.
Não! Pare de me fazer pensar nele!
Felizmente, Zoe os interrompe para lhes mostrar o vídeo de um filhotinho de cachorro dormindo sobre sua tigela de ração e um gato roncando como o motor de um carro, e correndo como se fosse um próprio carro esportivo. Entretanto, você teve tempo apenas de dar uma risada e uma primeira mordida gentil e quente no croissant quando o Jeager sai de seu quarto.
— Vamos.
Os outros integrantes da Asas da Liberdade volteiam a atenção para o som de sua voz. Você sabe que ele mal dorme – se esse for o caso – mas ele parece fresco, revigorado e vestido impecavelmente, o mesmo smoking do dia do seu assalto, quando ele apareceu parecendo um vilão de uma peça dramática ao som de uma ópera fúnebre. O moreno segue em direção à porta sem esperar, então todos os outros se levantam em um piscar de olhos.
Ele realmente é o chefe por aqui.
— Onde nós estamos indo?
— Você verá. — Mikasa comenta, traduzindo o divertimento por parte de todos eles com a sua inocência diante do grupo, um grupo infame de ladrões. A Ackerman a convence a levantar com uma mão em suas costas e Jean lhe apressa em direção a porta. Sua única lamentação é deixar seu pãozinho morno e recém feito para trás.
Vocês serpenteiam pelas ruas e becos em um ritmo que a deixa sem fôlego. A Asas da Liberdade é um grupo consideravelmente grande e com certeza sete pessoas desfilando pelas ruas estreitas da capital romântica com tamanha pressa não é de se passar despercebido, ainda que seu título de guilda seja conhecido, as notícias sempre mostravam seus rostos borrados. Apesar de que sinta que todos os olhos estejam lhes observando enquanto transitam velozes, sabe que é só sua consciência a pregando uma peça.
Mal tem tempo de processar onde está, completamente perdida, quando vocês correm por uma escada escondida em um beco sombrio, um daqueles que nunca imaginou encontrar em Paris.
E então acabam em uma estação ferroviária abandonada, porém você percebe que ambiente está lotado de pessoas e barracas de mercado mesquinhas. Além disso, a maior parte dessa mercadoria não pode ser legal, definitivamente. Portanto, você suspira com os detalhes: o teto aberto de vidro com arcos de aço como decoração, os azulejos rachados, mas belos e por fim um relógio de números romanos gigante e antigo na parede.
É quase como se você estivesse dentro de uma pintura, contudo tangivelmente real.
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