DISSIDENCIES ⸺͏͏ eighteen
— Não vai me soltar? — Loki perguntou as correntes estavam começando a incomodar.
— Não quero. — Alyssa disse depois de engolir seco, estava com tanta raiva que procurou outro objeto que pudesse arremessar em direção a Loki e fez com a primeira coisa que encontrou, mesmo amarrado ele desviou.
— Dá para parar de arremessar coisas em mim?
—Não, não da. — Falou com raiva, as lágrimas começaram a sair dos seus olhos, sua cabeça doía com as imagens claras de Loki morrendo em seus braços.
— Se você me soltar eu posso te confortar. — Ele arriscou, não sabia direito o que falar e sabia que por mais que tenha tido seus próprios motivos ele ainda estava errado e ela tinha todo direito de ficar com raiva. — É sério, eu não quero te ver chorando assim.
— Sério? Deveria ter pensado nisso antes de forjar a sua morte diante dos meus olhos e me fazer sentir culpada, devia ter visto o quanto eu chorei ali.
— Eu vi, e isso quebrou o meu coração. — Ele falou em um sussurro, não era do seu perfil admitir esse tipo de coisa mas já que estava amarrado a humilhação já era inevitável mesmo.
— Cala boca. — Ele obedeceu e ficou algum tempo em silêncio, assistindo a garota que depois de alguns se fundos suspirou profundamente e resolveu abrir as correntes que prendiam Loki, foi até ele e o fez e depois se afastou novamente.
Ele jogou as correntes no chão, o barulho ecoou dentro da cabeça de Alyssa Belle fazendo com que ela ficasse arrepiada. Loki caminhou em sua direção buscando as palavras.
— Não precisa encostar em mim para falar. — Ela deu passos para trás aumentado a distância entre os dois, ele teve certeza que ela estava de fato chateada e não só fazendo uma cena como ele gostaria que estivesse. Ele costumava gostar dese tipo de joguinhos.
— Eu sinto muito, de verdade. Eu tinha um plano, eu ia te contar só não saiu como eu esperava. A última coisa que eu te disse foi que a gente se veria novamente, se lembra? Eu achei que se me passasse por Odin eu podia te impedir de casar com o Thor.
—– Não tem nada a ver comigo ou com o Thor, você só queria ser rei! Você queria se livrar de Odin, do Thor e de mim, para que você pudesse ser rei, essa é sua ambição, sempre foi. Não inverta as coisas. Seu glorioso propósito... –— gritou as palavras contra ele.
—– Talvez eu quisesse ser rei, ou talvez eu não pudesse suportar você casando com ele, talvez tenha sido só um jeito que eu achei de proteger com você. –— Ele rebateu.
—– Me proteger? Eu fui parar na masmorra! E foi você que me mandou para lá, fingindo ser Odin. — Falou com raiva lembrando de todos os acontecimentos.
–— Não entende que eu fiz isso para te proteger? Pois é. E você adorou quando o Thor foi te visitar, não é mesmo? Se jogou nos braços dele. — Ele se arrependeu assim que falou, quis retirar o que disse, mas não era possível então apenas fingiu não estar envergonhado com o olhar de desgosto nos olhos de Alyssa.
— Eu "me joguei nos braços dele" para tentar fugir. Não teria que ter feito isso se você não tivesse me prendido! E o que isso tem a ver?
— Tem a ver que não era o Thor, era eu. — Um silêncio constrangedor ecoou dentro do cômodo, o clima ficou tenso, ninguém sabia mais o que falar.
— Ainda não tem nada a ver, se eu tivesse beijado o Thor ou você por vontade própria e não para ter escapar da masmorra não teria nada a ver da mesma forma! Você não tem nada a ver com isso! Não é porque você me deixou uma carta ou porque fingiu se importar comigo durante esse tempo todo que eu te deveria alguma satisfação. Nós nunca tivemos nada. Você nunca esteve do meu lado, só quando eu fazia parte do seu plano.
— Eu não diria isso. — O sarcasmo acabava sendo sua única defesa naquele momento, ele sabia que as palavras dela machucariam e realmente estavam mas responder com irônia era tudo que ele conseguia fazer.
—– Você não consegue falar sério nunca, não é? Eu não sei porque eu ainda tento. Você mudou de assunto só para tentar fazer com que eu parecesse a errada da história, você quer comprar um beijo com uma morte forjada? Você faz todas essas coisas para que? Deveria ter me matado quando teve a chance, o trono seria seu. Aliás, porque você não vai para casa e tenta fazer alguma coisa? Queria tanto uma coroa e a entregou de mão beijada para sua irmã.
—– Agora é você que esta mudando de assunto. Eu cheguei aqui, conheci um cara louco e depois uma garota que me acorrentou, não tive tempo de pensar em Asgard ainda, eu estava mais preocupado com você.
—– Se você tivesse preocupado comigo não teria mentido. —– Ela riu baixinho sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto até encostarem em seus lábios, era irônico que tivesse esperado sinceridade do deus da mentira.
Ela se virou prestes a sair da sala, exausta da discussão, quando Loki se aproximou rapidamente, lançando seu corpo em direção a ela e colocando suas mãos na parede uma a cada lado do rosto dela a prendendo contra a parede.
— Você não vai a lugar nenhum, não terminamos ainda. — ele se aproximou ainda mais quando ela tentou escapar e isso foi o suficiente para que ela desistisse. olhou para ele, seus olhos ainda cheios de raiva, mas também misturados com um sentimento que ela preferia não admitir. Ela sentia o coração batendo forte no peito enquanto Loki se aproximava, seus lábios a poucos centímetros dos dela. — Eu sinto muito, mesmo. Eu sinto muito, Alyssa.
O coração de Alyssa Belle batia freneticamente enquanto ele a pressionava contra a parede. Seus olhares se encontraram em uma mistura de sentimentos. O tempo parecia desacelerar.
Alyssa podia sentir a respiração de Loki em seus lábios, quente e irregular, correspondendo ao tumulto de sentimentos que os envolviam.
Ela queria resistir, queria se afastar e continuar com sua postura de indignação mas algo nela cedia diante daqueles olhos verdes que sempre a hipnotizavam.
Com uma mistura de gentileza e firmeza, Loki levou uma mão até o rosto dela, acariciando a pele macia e secando as lágrimas que escorreram ali, seus lábios se aproximavam, roçando de leve nos dela.
Alyssa fechou os olhos por um momento, indecisa, mas o toque suave dele enviou um arrepio pelo seu corpo, fazendo-a sucumbir àquele momento intenso.
O beijo começou suave, hesitante, como se ambos estivessem testando se ainda havia alguma conexão entre eles. Os lábios de Loki eram macios e quentes, e os de Alyssa responderam ao toque, como se estivessem esperando por aquele contato há muito tempo. Suas mãos foram parar no peito dele, mas não para afastá-lo e sim para sentir a batida do coração acelerado.
À medida que o beijo se intensificava, os corpos deles se aproximavam ainda mais, como se estivessem tentando se fundir em um só. As mãos de Loki deslizaram pela cintura de Alyssa, segurando-a com firmeza enquanto aprofundava o beijo.
Quando se separaram, seus olhos se encontraram mais uma vez, ela se sentia pronta para passar por aquilo de novo, a discussão e o beijo no final, quantas vezes fossem preciso, como se Loki tivesse recarregado sua bateria.
— Eu vou te dar o tempo que precisar, eu não vou sair desse planeta sem você e eu realmente espero não te magoar novamente. —– Ele saiu de perto, dando espaço para ela sair da sala e ela o fez.
Loki observou ela indo embora sabendo que ela ainda não acreditava nele cem por cento, ela era única que um dia acreditou mas já não conseguia fazer mais isso, ela jamais colocaria a mão no fogo por ele novamente e ele via isso de maneira clara e não a culpava. Nem a própria sabia que se sentia assim.
— É um alivio ver que vocês dois não voltaram se agarrando pelos corredores. — Valkyria disse quando Alyssa entrou no quarto sozinha. — Depois de tudo o que me contou era o que eu imaginava. — Deu ombros.
— Nós nunca ficamos juntos, quando eu acreditei que estávamos nos aproximando ele... Morreu e depois voltou.
— Não esta feliz por ele estar vivo?
— Estou mas ainda estou chateada pelo tamanho da mentira e por ter me dado ao luxo de confiar nele. — Suspirou. Ela já havia contado todos os detalhes de sua vida em Asgard para Valkyria no tempo que passaram juntas mas não queria recapitular os altos e baixos agora. — Eu não quero mais falar isso, eu só queria ir para casa.
— Se você for para casa Hella acaba com você. O tempo aqui passa de maneira diferente, eu não sei quanto tempo se passou lá, talvez ela tenha acabado e chegar em Asgard mas o poder dela vem de lá e com certeza você é quem ela mais quer matar, ela te vê como uma Usurpadora além de querer derruba-la.
— Como sabe tanto sobre Asgard? Sobre o Loki, sobre Hella, Odin?
— Eu vim de Asgard, era minha casa também mas já não é mais. Eu me acostumei a viver aqui e acho que você também pode. Até o seu namorado esta aqui, você não tem motivos para voltar.
— Eu não posso deixar ela acabar com a minha casa, com o meu povo...
— Na verdade, você pode. — Valkyria sugeriu. Alyssa Belle resolveu ignorar assumindo que talvez ela estivesse bêbada e não valesse a pena continuar aquela discussão.
Se jogou na cama e fechou os olhos, sem se trocar ou se cobrir, só esperou o sono vim, já estava cansada de todas as coisas que viu naquele dia e também já estava cansada daquele planeta estranho, colorido e caótico por mais que fizesse pouco tempo que estava lá e tivesse sido bem recebida.
Sabia que Valkyria tinha uma certa razão, voltar para Asgard era quase um suicídio, ela poderia realmente ficar naquele lugar e ficar com Loki mas não tinha a capacidade de fazer as coisas assim.
Acabou pegando no sono logo, a luz ainda estava acesa quando ela dormiu e sonhou com Loki, era sempre com ele.
O outro dia amanheceu frio, Alyssa Belle nunca havia sentido tão frio naquele lugar, vestiu uma capa preta por cima da calça de couro e a blusa preta que estava por baixo de uma armadura que cobria seu peitoral e que tinha aprendido a usar graças a Valkyria. Deixou seus cabelos soltos, calçou um par de botas também de coro e cano alto e usou um par de luvas para proteger suas mãos do frio.
Se perguntava se trombaria com Loki por ai igual eles sempre faziam pelos corredores do palácio de Asgard e pensou também que o mesmo não estaria acostumado em vê-la vestida daquela forma. Mas não o viu na cozinha compartilhada do complexo onde as pessoas que trabalhavam para o Lorde-Inquisitor viviam, onde Alyssa havia passado os dias desde que chegou em Novaris.
Ouviu muitos murmurinhos durante o café da manhã sobre o grande evento que aconteceria naquele dia, o que se tratava basicamente - pelo menos até onde Alyssa Belle entendeu - de uma luta livre entre o campeão favorito do Lorde-Inquisitor e um novato promissor, todos estavam fazendo apostas e contando os minutos até a grande luta.
Algumas horas depois Alyssa resolveu ir também assistir junto com Valkyria, foram em uma nave que a mesma utilizava quando ia em caças a recompensa.
Valkyria deixou a neve sobrevoando o ginásio grande e cheio de pessoas animadas, dava para ver tudo dali de cima, algumas outras naves que faziam o mesmo, toda a plateia, o lugar onde os campeões lutariam e um setor vip onde o Lorde-Inquisitor estava se preparando para assistir a luta com Loki e algumas garotas que serviam a eles bebidas e frutas frescas.
O olhar de Loki encontrou com o de Alyssa por um momento, mesmo estando bem longe um do outro ambos sabiam que haviam sido flagrados, Loki fez um gesto com a mão como se dispensasse a garota que estava o servindo a bebida, Alyssa por outro lado, pegou uma das garrafas de Valkyria e estendeu na direção dele, como se estivesse propondo um brinde, sorriu e depois deu um gole.
Pouco tempo depois disso um barulho muito alto anunciou que a luta iria começar, revelaram primeiramente uma criatura esquisita que Alyssa nunca havia nada parecido na vida, era como se fosse um ser gigante feito de casco seco de árvore, não havia expressão, aparentemente não havia boca ou nariz, só olhos.
Mas estava tudo bem longe então podia ser que ela estivesse errada, o que sabia era que todo o povo aparentemente o conhecia muito bem visto que gritavam animadamente e aplaudiam, pouco tempo depois surgiu uma figura um pouco mais familiar que fez Alyssa arregalar os olhos e levar as mãos até a boca como se estivesse muito surpresa, era Thor, mas sem seus logos cabelos loiros, com roupas diferentes das que costumava usar e com duas linhas vermelhas pintadas no rosto.
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