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Capítulo 7 - Knowing Me, Knowing You

Dia 17 de Março de 2001. Circuito de Sepang, Malásia.

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Uma corrida, um abandono. Nem ao menos tive chance de mostrar o meu valor para as pessoas, mas, de qualquer forma, acabei sendo notada.

     – Sua habilidade naquela largada me encantou, Alex – Mika Häkkinen disse, enquanto conversávamos na pit lane. – Vi alguns replays, e achei impressionante por ser seu primeiro grande prêmio.

     Fiquei sem saber aonde enfiar a cara, envergonhada. Não era um constrangimento ruim. Na verdade, aquele era um elogio tão especial que eu nem consegui reagir de acordo.

     Ainda mais se Michael Schumacher, o vencedor daquela corrida em Melbourne, figurava ao lado de Mika, concordando enquanto brigava contra seu guarda-chuva. Naquele dia, estava chovendo o bastante para nossas equipes considerarem separar alguns pneus intermediários na garagem. Não era nada preocupante, apenas uma precipitação tropical.

     – Muito obrigada – falei. – Meu Deus, é uma honra enorme.

     – Não agradeça por isso – o piloto da Ferrari disse. – Foi por merecer.

     – E, aliás, não vejo a hora de ver mais uma amostra de seu talento – Häkkinen riu. – Este fim de semana promete.

     – P15 desta vez – ele destacou. – A cada GP, sua classificação vem aumentando, e eu apostaria uma garrafa de schnapps que você vai ser a primeira piloto da Minardi até o fim deste ano.

     “É claro que a de Angelis anda melhor que eu, humpf”, Fernando debochou. “Acham que posso fazer milagre? Me dão o carro reserva, com a configuração toda zoada, e esperam que eu chegue perto dela. Não tem cabimento!”

     – Não garanto, mas irei dar o meu melhor – respondi, sincera.

     Schumi deu uma piscadela, logo conferindo o seu relógio.

     – Acho melhor nos prepararmos. Daqui a pouco, é a sessão de aquecimento.

     – Bom, isso é verdade – Mika destacou. – Falta uma hora.

     Após todos nós seguirmos nossos caminhos distintos, nos ajeitamos para entrar em pista. Apesar do clima tempestuoso e das condições nada favoráveis a mim, fui bem naquele pré-corrida.

     Já sobre o de meu parceiro de equipe, não posso dizer o mesmo. O motor de seu carro sofreu uma pane na bateria, e então, ele teve de voltar a usar o carro reserva, que haviam ajustado para mim caso o meu desse problema de novo.

     E, novamente, vi Alonso decepcionado com tudo aquilo. Apesar de nossa rixa, senti pena dele.

     Durante todo aquele fim de semana na Malásia, o GP anterior foi marcado como um dia negro. Michael Schumacher havia vencido a prova, Rubens Barrichello fechando a dobradinha da Ferrari e David Coulthard completando o pódio. Mas houve um acidente feio entre Ralf Schumacher e Jacques Villeneuve, e os destroços voaram longe.

     Um dos marshalls foi atingido em cheio por um pneu, bem no meio do peito. O impacto foi tão forte que, mesmo recebendo atendimento médico rápido, Graham Beveridge faleceu pouco depois.

     O incidente ainda estava sendo investigado a fundo, e enquanto a conclusão não era dada, a FIA fez mudanças a favor da segurança, não apenas dos pilotos, mas também dos outros profissionais envolvidos na categoria.

     Fiquei pensando nisto durante todos os dias entre um grande prêmio e outro. O automobilismo é um esporte maravilhoso, mas muitas coisas ruins acontecem por causa dele.

     Eu só imaginava como a família daquele moço estava lidando com aquilo. Doía muito em mim lembrar sobre tais assuntos.

     Afastei todos os pensamentos negativos antes da largada, mas foi difícil. Toda hora, eles voltavam, independente do que eu fizesse.

     Iríamos quase todos começar a corrida com pneus macios. Por mais que eu achasse o clima estranho, ainda não havia risco de muita chuva naquele princípio.

     – Chegou uma fofoca para você, Alex – Alfredo disse, antes de darmos a volta de formação. – O carro do Schumacher deu um vazamento de óleo e ele está no carro reserva do Barrichello agora. Conseguiu sair da pit lane faltando um minuto para o fechamento, e não vai sair dos boxes.

     – Caramba – ri. – Que bom que deu certo. O Harald Frentzen está com alguns problemas, mas não sei o que é.

     No momento em que parei em P15 na grelha, meu compatriota, Giancarlo Fisichella, teve problemas para ajeitar o carro. Ele ficou atrás de mim, atravessado na pista, pois o regulamento deixava claro que ele não poderia dar marcha ré.

     A largada foi abortada e, novamente, fomos aos boxes dar alguns acertos finais. Nisso, Juan foi correndo pegar o carro reserva, pois se constatou que o dele estava com uma falha no motor.

     Isso é o que chamo de um livramento divino, não um acaso. É só lembrar do que ocorreu no GP do Canadá de 1982 que tudo se encaixa. Eu tinha apenas quatro anos, mas as imagens daquela tragédia ainda figuravam em um canto escuro e sombrio de minhas memórias.

     A corrida foi encurtada em uma volta, pois teríamos de fazer uma a mais para “arrumarmos” o grid, cada um em sua posição.

     Às duas horas e dez minutos da tarde, com clima nublado e temperatura média de 32°C, as luzes vermelhas se acenderam, e de par em par, foram se apagando.

     Eu faria aquele P15 valer a pena. Não seria fácil, mas iria até o fim.

     No momento em que a sinalização indicou a largada, acelerei com cuidado e cautela. Logo na primeira curva, notei que havia um enrosco envolvendo os carros da frente. Alguns haviam rodado, outros foram tocados.

     Com muita concentração, fui desviando por dentro e só me permiti relaxar depois de, pelo menos, umas cinco curvas à frente.

     Nem quis perguntar a Alfredo em que posição eu me encontrava, apenas focar na pista. E, mesmo sem querer saber, escutei uma mensagem no rádio.

     – Está em P8.

     – Oi!? – exclamei, impressionada.

     Eu havia ganhado sete posições em menos de uma volta. Como? Não batendo.

     Consegui manter durante mais um tempinho, até ser ameaçada por uma McLaren. Consegui ver que se tratava de Häkkinen. Ele havia tido alguns problemas na curva 1 e, por isso, havia ido parar atrás de mim.

     Enquanto tentava me defender, senti como se alguns respingos gelados me acertassem. A cada segundo, a intensidade dos mesmos aumentava, e as gotas na viseira de meu capacete evidenciavam bastante o que estava acontecendo.

     Chuva.

     – Cuidado, Alex – Alfredo advertiu. – Rubens e Michael passaram reto na pista, mas já estão voltando. Foi perto do lugar aonde o Panis teve problemas no motor. Acho que derramou óleo no asfalto.

     Os chuviscos logo se tornaram bem grossos. Tentei me manter calma, mas odiava ficar cara a cara com a coisa que mais me atrapalhava.

     – Venha para os boxes – me chamaram. – Trocaremos para os pneus slick.

     Naquela situação, até fiquei um pouco chateada, pois perderia várias posições. Porém, era o certo a se fazer se eu quisesse me manter no GP. Não tinha capacidade para manter uma boa velocidade naquela aquaplanagem toda, então era quase certo de que iria parar no muro ou no cascalho.

     E assim foi feito; de pneus macios para os de chuva intensa. Acabei voltando na décima segunda posição, ao mesmo tempo em que o safety car foi ativado, pois alguns pilotos acabaram perdendo o controle e rodando: Nick Heidfeld, Jacques Villeneuve, Enrique Bernoldi e Juan Pablo...

     Eu teria de manter pulso firme se não quisesse entrar nesta lista.

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– E então, Alex, o que pensou no momento em que um dos pneus traseiros de seu carro soltou?

     Fiz um muxoxo antes de responder ao repórter, num tom brincalhão.

     – Foi algo como “Poxa, ainda tem mais essa?” – gesticulei. – Foi difícil, mas conseguimos retomar a corrida e terminá-la, o que é ótimo.

     – Bom, e se tal incidente não tivesse acontecido, como você acha que teria acabado?

     Eu estava em P10 quando tudo isso se desenrolou. Com bom ritmo, já acostumada com o circuito e conseguindo manter meu carro dentro da pista em uma velocidade competitiva, a corrida seguia ótima para mim. Fernando estava em P14, mas nem conseguia ver sinal dele no retrovisor.

     Na volta 28, senti algo de estranho com o carro. O motor dele me parecia impecável, mas havia uma coisa anormal em sua movimentação. Parecia que a traseira tinha perdido uma parte da aderência.

     – Acho que o pneu furou – comuniquei.

     – Copiado. Consegue pilotar por mais tempo, até termos nos arrumado para um pit-stop?

     Dei de ombros, prestando atenção no comportamento de meu monoposto. Ainda dava para rodar.

     – Presumo que sim.

     – Temos a previsão de estarmos prontos na volta 30 – ele avisou. – Darei o sinal.

     – Okey.

     Abri a volta 29 com certa cautela, querendo que o tempo passasse mais rápido. Apesar de toda a minha coragem, haviam alguns pontos fracos que eram capazes de me fazer ficar amedrontada.

     “A direção, ela não funciona! Isso não pa...”, isso foi a última coisa que meu engenheiro na F3000 escutou no rádio quando bati, em 1998. O acidente havia sido causado quase pelo mesmo motivo daquele que tinha tirado a vida de meu pai, e pensar que a confiabilidade de meu carro não estava boa me fazia sentir calafrios.

     Apesar de ter superado, tais pensamentos intrusivos acabavam por vir em minha cabeça, muitas vezes por causa de gatilhos quase insignificantes. Por não termos certeza de que o monoposto vai funcionar da forma correta, podemos ficar relutantes em tentar extrair seu potencial.

     Ver o pneu de meu carro soltar enquanto dirigia cautelosamente por uma das retas fez o meu coração acelerar. Provavelmente, ele ia mais rápido que as RPM do motor Cosworth em nossos bólidos.

     “Se o Gilles Villeneuve esteve em uma situação muito pior e conseguiu dar um jeito, eu posso tentar”, pensei. “É só um pneu, ainda tenho a roda. Nem isso ele tinha, direito.”

     Suspirei ao ver a reta dos boxes, aliviada com a sensação de segurança que aquela parada iria me proporcionar. Saí do pit-stop com firmeza, confiando um pouco mais no carro.

     Mas, como uma lei quase que universal dos esportes a motor diz: se parou, perdeu tempo. Sendo assim, também abre mão da posição.

     Por ironia do destino, eu voltei bem atrás de Fernando Alonso, e acho que não preciso dizer que tivemos uma boa briga até finalmente ultrapassá-lo. Nosso embate deve ter durado umas cinco voltas, e com certeza isso me atrapalhou, pois tirou de mim minutos que seriam preciosos para uma recuperação.

     Apesar de tudo, eu gostei de ter brigado diretamente contra ele. Talvez assim, Alonso veria que não estou no grid apenas para passear.

     – Bom, acho que um P11 – respondi. – Acabei em P13, o que não é lá muito ruim. Tudo serve de aprendizado.

     – Okey – falou, por fim. – Muito obrigado, senhorita.

     – Disponha – sorri, me retirando.

     Aquela era a minha última entrevista do dia. Eu já estava bem cansada naquela altura do campeonato e decidi que poderia ser uma boa capotar no meu quartinho, no motorhome da Minardi. Era apertado e, de especial, só haviam um armário, uma mesinha, a cama, duas prateleiras e um pôster da dupla da Lotus em 1981... papai e Nigel. Apesar do tamanho bem compacto, me sentia em paz dentro dele.

     Enquanto caminhava até lá, tendo entrado nas instalações de minha equipe, vi Paul Stoddart e Fernando dialogando. E, como na maioria das conversas com nossos superiores, o semblante deste último era quase indecifrável.

     Passei para cumprimentar Paul e dar um “oi” educado a Alonso. Podia não ter ido muito com a cara dele, mas era o mínimo.

     Isso foi até eu ter uma ideia. Poderia ser ruim? Talvez, mas nada me impedia de, ao menos, tentar.

     Pedi um pouco de privacidade ao senhor Stoddart, para falar em particular com meu team-mate.

     – Você foi bem – falou, de forma que não consegui captar se o tom era sincero ou sarcástico. – Aquela ultrapassagem me pegou de jeito, por mais que eu a esperasse.

     Tive a vontade de levantar as sobrancelhas, mas não seria um momento ideal para abandonar a pose de séria.

     – Insinuou que iria por fora – gesticulou –, mas no exato momento em que fui me defender, veio por dentro e passou como um raio.

     – Os minutos em que disputamos foram interessantes – disse, com formalidades. – Conseguiu me prender durante um tempo considerável e, o mais importante, acabou sendo algo saudável. Sem batidas, sem toques, tudo limpo.

     Ele olhou para o lado, dando de ombros. Logo assentiu com a cabeça, ainda cortando contato visual.

     – Eu estive pensando em uma coisa que talvez seja vantajosa, por um bem maior – falei. – E se fizéssemos um pacto de não agressão mútua?

     – Como assim?

     Aquela era a hora perfeita para apresentar o meu plano.

     – Vejamos – comecei a argumentar. –, somos dois rookies lutando por espaço aqui, na mesma equipe. Não devemos atrapalhar um ao outro, só correr. Apenas movimentos sem risco se formos brigar por uma posição de novo, fazer com que as pessoas achem que temos, ao menos, um tiquinho de consideração pelo outro... essas coisas do tipo. O que me diz?

     O rapaz fez um muxoxo e cruzou os braços, entortando levemente os lábios.

     – Então, pelo o que entendi, vamos fingir ser amigos?

     – E tentar não nos matar dentro da pista também, sacou?

     Fernando ficou em silêncio durante alguns segundos, pensativo.

     – Olha, não é uma ideia ruim – me ofereceu um aperto de mãos. – Vamos oficializar?

     Retribuí o gesto, abrindo um sorriso e passando confiança a ele.

     – Acordo fechado.

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Alex lembrando dessa corrida do Gil 🫠

Último capítulo da maratona! Não tenho muito o que escrever aqui, mas saibam que agradeço a todos que estão acompanhando, de coração ❤️✨️

Em breve, Alexandra e Fernando voltarão!

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