Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 2 - Orgulho, preconceito e gin.

Dia 5 de fevereiro de 2001. Faenza, Itália.

▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀

Um copo de Negroni, uma confraternização e lembranças nostálgicas de um passado distante, mas que parecia ser tão recente a ponto de poder estar se repetindo. Na ocasião, eu tinha várias companhias, mas naquele momento, só queria ficar com os meus pensamentos.

     Meu pai ficaria muito feliz se eu pudesse lhe contar que havia conseguido chegar na Fórmula 1, principalmente depois de tudo o que aconteceu comigo alguns meses antes. Parecia perfeito demais para ser verdade, mas era.

     Meu maior sonho estava se tornando realidade.

     – Me sinto muito empolgado em poder trabalhar com a senhorita de Angelis – Giancarlo Minardi sorriu intensamente. – É uma moça de extremo potencial, diferente de tudo o que já vi. Sabe pegar um carro e levar até o limite, mas ainda assim, tem um senso maravilhoso de até onde vai a sua própria experiência e apenas arrisca quando vale a pena. E, de brinde, ainda entende de engenharia. Realmente, fora do sério!

     – O senhor foi responsável pela contratação de seu pai, o Elio, na Fórmula 2 em... – Ele deu uma travada.

     – 1978.

     – Sim, isso mesmo, quando ainda administrava a equipe Everest. Mas então, há semelhanças entre eles?

     Giancarlo riu. Ele parecia adorar quando o entrevistavam no palco em lançamentos de carro e eventos do tipo.

     – Muitas coisas, e ao mesmo tempo, quase nada – Gesticulou. – O jeito que Alex anda, entra no carro, os trejeitos, são idênticos. Também diria que o senso de humor é parecido, apesar de que os de Angelis quase sempre se encontram com a cara meio amarrada, mas era só puxar um assunto que isso se desfazia num sorriso. Agora, uma diferença que notei é que sua filha tem tendência a ser bem mais metódica que o Elio. Ele não gostava de testes, treinos e afins. Mas Alex? Minha nossa, não perde um, e ainda pergunta se podemos encaixar mais sessões no cronograma.

     Era verdade. Depois da partida de Papai, tive de me acostumar a ser levada por meus tios para andar de kart... escondido. Isso significava que eu poderia treinar e me divertir, mas que não iria participar de campeonatos. Sendo assim, acabei me acostumando com a pista vazia e a companhia de um cronômetro.

     Vovó não queria que eu encostasse em um automóvel até pelo menos ter uns dezesseis anos, e talvez mais discernimento. Mas, na realidade, ela orava todo santo dia para que nunca precisasse escutar: “A Alexandra vai correr hoje”.

     – Quando vimos o anúncio de que Alex iria ser titular da European Minardi neste ano, ficamos muito surpresos devido ao fato dela estar afastada do automobilismo há mais de um ano, por causa daquela batida bem feia na Fórmula 3000. Apesar do título de 98 ter sido conquistado por ela com antecedência, poderia falar algo sobre este plano um tanto quanto excêntrico, por assim dizer?

     Giancarlo ficou constrangido, e era perceptível que Paul Stoddart, o dono da equipe, também compartilhava desta reação. As pessoas já especulavam sobre o motivo de minha contratação, e criavam rios de teorias para explicar o porquê eu estava ali, e não outro piloto. Das mais lógicas até as imorais, tinha de tudo. A verdade, porém, era bem mais simples e sem graça.

     – De Angelis é uma piloto muito promissora, e quando chegou aos nossos ouvidos que ela estava procurando uma vaga para poder voltar, decidimos contatá-la para fazer alguns testes conosco – Paul improvisou. – Foi um sucesso absoluto.

     “Esqueceu de falar da grana”, pensei, tomando um gole de meu drink. Preferia mil vezes um Jack Daniels. "De minha família rica, bons patrocinadores que injetam dinheiro até onde não dá, dos fãs que acham que eu deveria ter um lugar no grid apenas porque sou bem apessoada, de minha nacionalidade, meu sobrenome. Pelo menos, ando pilotando o bastante para ele poder dizer que foi por merecer.”

     – Bom, sobre o talento dela, realmente não dá para colocar defeitos – O repórter disse. – Mas então, quem vai ser o parceiro de equipe dela? Outra jovem promessa ou um piloto experiente?

     – Vocês vão descobrir isso hoje – O senhor Stoddart riu. – Daqui a alguns minutos. Quase ninguém tem essa informação, nem a própria de Angelis, por mais que havíamos discutido algumas opções.

     Torcia muito para que Mark Webber ou Tomáš Enge corressem ao meu lado. O primeiro porque ele era uma pessoa boa e sempre havia sido muito cortês comigo, mas também era um desafio e tanto para se superar. Já o segundo... bom, o caminho para ser a primeira piloto da equipe seria muito mais fácil de ser traçado.

     – Alguma dica de quem poderia ser? – Perguntou o repórter.

     – A única coisa que posso dizer é que vamos revelar isso em breve – Abriu um sorrisinho de lado.

     Comecei a balançar a perna, num tique nervoso. Aquela pergunta estava na minha cabeça há meses, e em breve, logo teria a resposta.

     – Agora, que tal falarmos sobre possíveis contratações para as corridas com carros de dois lugares? – Mudou de assunto. – O que pode nos dizer sobre isso?

     Tomei todo o resto de meu coquetel em uma tomada só e me levantei, com cuidado para não tropeçar no vestido. Mas, no momento em que fui fazer isso, esbarrei em algo.

     Ou alguém.

     – Dios mio – O rapaz olhou para o seu terno, que naquele momento, estava ensopado de algum líquido com cheiro de citrus. – ¡Qué mierda, mira lo que hiciste!

     Ele falava espanhol. Eu tinha um pouco de prática com aquele idioma, então soube me virar.

     – Meu Deus – Falei, preocupada. – Me perdoe, eu...

     – Porcaria – Resmungou, me fitando com um semblante altivo, que logo se transformou em uma expressão de surpresa.

     Aquele moço pareceu ter me reconhecido de algum canto. Como a luz não estava lá muito clara, demorou alguns segundos para que enxergássemos bem o rosto um do outro.

     – Que droga – Falei, para mim mesma. – Está todo molhado.

     Ele cerrou os olhos.

     – Você literalmente me fechou e derramou meu gim-tônica em mim. É de se esperar que isso aconteça, não?

     – A culpa não foi minha. Sabia que a essência do esbarro é, muitas vezes, não ser proposital? – Rebati, no modo automático.

     O rapaz levantou as sobrancelhas, prestes a dar de costas para mim.

     – Sinceramente, saber disso não vai me arranjar roupas secas.

     – Se fosse mais educado, eu poderia ajudar – Respondi.

     – Obrigado – Falou, de forma debochada. –, e se fosse mais humilde, talvez até pediria seu telefone.

     Ele estava mesmo usando uma cantada genérica para ser sarcástico? Era só o que me faltava.

     – E quem é você para me dar lições de humildade?

     – Alguém que batalhou para poder estar aqui, ao contrário de pessoas privilegiadas como você, de Angelis. Não é mistério que só conseguiu a vaga por causa de quem é o seu pai, e também do dinheiro que herdou dele.

     Respirei fundo, tentando manter a compostura. Olhei para ele mais de perto: rosto anguloso, queixo marcante, cabelos cacheados e olhos castanhos. Não era exatamente bonito, mas tinha um ar que chamava atenção, e a sensação de já tê-lo visto em algum lugar me encabulava.

     “Nem todos os melhores pilotos são agressivos”, lembrei de Alain Prost me dizer, “Às vezes, só precisa ir até o final íntegro e com constância. Não é fazendo showzinhos esporádicos que irá ganhar campeonatos”.

     – Sim, mas é claro que estou – Falei, pragmática. – Você também não estaria aqui se não fosse pelos seus... ou, por um acaso, estou conversando com uma espécie de “novo Niki Lauda”?

     – Agradeço muito os sacrifícios que minha família fez por mim. Porém, o seu caso é diferente.

     – Quer dizer que, só por meu pai ter sido piloto também, devo ser desmerecida independente do quão longe eu consiga ir com minhas próprias pernas?

     Ele fechou a cara.

     – E alguém já disse que você pergunta coisas demais?

     – Sim – Assenti, um pouco ácida. – A curiosidade pode matar o gato, mas se direcionada para fins mais objetivos, acaba sendo uma grande virtude.

     O rapaz soltou um muxoxo, sem graça.

     – Tenha uma boa noite, senhor – Acenei com a cabeça e saí andando, com sarcasmo.

     Fui olhando para os lados, à procura da mesa onde meus tios, avós e alguns amigos estavam. Eu havia pedido licença para ir ao bar tomar um drink, mas, no fundo, só queria ficar um tempo sozinha.

     Ainda era estranho pensar que finalmente iria para a Fórmula 1. Não seria para correr na melhor equipe, afinal, a Minardi não tinha a fama de fabricar carros, e sim carroças. Mas seria em um daqueles monopostos que eu receberia a chance de causar uma boa impressão, e assim conseguir uma vaga para o ano seguinte.

     Já tinha em mente que eu teria de ralar muito para arranjar outro contrato, e não seria nada fácil.

     Algum tempo depois, me chamaram para que eu me preparasse para subir ao palco, falar sobre os testes e contar minhas expectativas para a próxima temporada. É claro que, a partir do momento em que li o contrato, sabia que não deveria ser presunçosa demais com o que poderia vir. Apenas os seis primeiros carros pontuavam, e chegar entre eles era uma tarefa quase impossível para equipes de fundo de grid.

     – Agora, o que todos querem saber é qual será a dupla a correr pela nossa querida Minardi este ano – Giancarlo deu uma risadinha. – Acho que já é uma boa hora para apresentar nossa dupla.

     Sorri, ansiosa. Cruzei os dedos.

     “Por favor, meu Senhor. Que venha um bom”, pensei.

     As luzes se apagaram, fazendo um arrepio percorrer minha espinha. Estava chegando a hora.

     – Após anos e anos de tradição, nossa equipe está se renovando. Novo nome, novo motor, nova administração, mas o mesmo sonho de sempre – Giancarlo disse. – Agora, somos a European Minardi, e apesar de muitas mudanças, nossa essência continua... e continuará sendo a mesma.

     Fiquei inquieta, não conseguindo conter minha felicidade.

     – Sendo assim, eu gostaria que dessem as boas-vindas aos nossos novos pilotos para a temporada de 2001 – Paul exclamou. – Primeiro, a campeã mundial de Kart em 93, F3 italiana em 95, e da Fórmula 3000 de 1998, com um currículo admirável e mais que excepcional... Alexandra de Angelis!

     Saí de meu cantinho e entrei no palco, acenando e não conseguindo parar de sorrir. Caminhei até ficar ao lado de Giancarlo, mas me manter parada se mostrou ser um desafio e tanto naquelas circunstâncias.

     – Alex, tudo bem? – Perguntou, me apontando o microfone. – Como está se sentindo neste momento?

     – Radiante, senhor – Respondi. – Quando eu era criança, sempre vinha a este tipo de evento e pensava: “Será que, um dia, vou poder correr na Fórmula 1 e participar de festas legais como essa?”. E bom, estar aqui e agora é a realização dos meus maiores sonhos, e meio que é uma sensação indescritível, sabe?

     O senhor de cabelos grisalhos deu uma piscadela para mim. Tive de responder mais algumas perguntas básicas, mas foi difícil parar de pensar em quem ficaria com o outro assento da equipe.

     – E por último, mas não menos importante, um jovem que vem se destacando. Campeão mundial de Kart em 1996, detentor do título de 99 da EuroOpen Nissan e quarto lugar em sua primeira temporada na F3000, este piloto é uma promessa em ascensão no automobilismo.

     “Quem é este cara?”, pensei, tentando me lembrar. Havia parado de acompanhar a fundo algumas categorias de base enquanto me recuperava, então não estava atualizada.

     – Apresento a vocês, diretamente do Principado de Astúrias...

     “Espere”, pensei. “Isso é na Espa...”

     – Fernando Alonso!

     Sutilmente, virei minha cabeça na direção do fundo do palco, e no momento em que a luz se acendeu e pude ver quem era o tal Fernando, quis sapatear de ansiedade.

     Aquele tapado do incidente com a gim-tônica iria ser meu parceiro de equipe.

     Por quê raios logo ele? Com tantas outras opções mais inteligentes, por que!? O Mark havia tido ótimos resultados na F3000, e o Juan Pablo Montoya, meu ex-team mate e adversário na época em que corria nesta categoria, já havia conseguido um espacinho para si na Williams Racing. Então, por que Webber não havia conseguido... mas aquele cara, sim?

     Sabia que as coisas até aquele momento estavam perfeitas demais para serem verdade.

     O rapaz acenou para a plateia, com um sorriso discreto. Não parecia arrogante com a boca fechada, apenas tímido.

     Uma coisa bem notável, e um tanto estranha para os que não sabiam do contexto, era que ele ainda estava com aquela mesma camisa molhada. Admito que fiquei um pouco ressentida comigo mesma de não ter o ajudado.

     Que dia ruim para se passar um vexame.

     – Boa noite, Fernando – O senhor Storddart disse, animado. – Tudo bem?

     – Sim, tudo certo – Respondeu, em um inglês bem inseguro.

     – E então, o que aconteceu com você para estar neste estado?

     O espanhol olhou para seu terno, envergonhado.

     – Diria que foi um acidente – Falou, pausadamente. – Acabei esbarrando em uma dama e o meu drink derramou.

     – E como ela era? – Perguntou Giancarlo, curioso.

     – Do tipo esquentadinha – Abriu um sorriso de lado. –, mas acredito que a culpa não foi de ninguém.

     “Pelo menos, é profissional”, pensei, me sentindo mais segura.

     – Chegue mais perto dele, Alex – Sussurrou o senhor Minardi. – Vamos trocar de lugar para algumas fotos.

     Naquele momento, eu nem aguentava olhar no rosto de Fernando por mais de três segundos sem sentir um embrulho em meu estômago. Mesmo assim, tive de lutar contra isso e fingir que nada tinha acontecido.

     Falar mal de mim, tudo bem. O problema foi quando ele havia metido o meu pai no meio, o usando para me desmerecer.

     – Então, Nando – Perguntou Paul. – Você já teve a oportunidade de conhecer a senhorita de Angelis antes, ou apenas agora?

     – Ah, eu tive a chance de trocar algumas palavras com a Alex mais cedo – Falou, em tom formal. – Ela é mesmo intensa, e me admirei muito com seu espanhol. Inglês ainda é algo novo para mim, então poder falar com alguém em minha língua materna foi bom.

     Umedeci os lábios, nervosa. Era irônico o fato de que aquele sujeito parecia ser um “senhor Darcy” estranho e de baixo orçamento; uma hora, me chamou de patricinha e foi debochado, e na outra, rasgou elogios a minha pessoa.

     Inteligente, ele. Fazer estardalhaço ou mandar indiretinhas era bem desnecessário.

     – Realmente, ela é uma pessoa especial – O proprietário da equipe disse, apontando o microfone para mim. – E a senhorita? Qual a impressão inicial que teve dele?

     “Desatento, ‘dono da razão’, teimoso, grosso, indelicado e atrevido”, pensei, disfarçando meu desgosto.

     – Bom, eu diria que o Fernando parece ser simpático – Soltei uma risadinha. – Não conversamos muito, então minha opinião ainda está sendo formada, mas digo logo que tem tudo para dar certo.

     Falei o que queriam ouvir, mas não menti. Apenas omiti. A todos, aparentávamos ser uma dupla bacana. Mas, no nosso ponto de vista, as coisas indicavam ser mais conturbadas do que o ideal.

     E, muitas vezes, é apenas isso que importa para elas; o que veem por fora, a aparência... e não o que sentimos de verdade.

     Doía viver assim, mas era necessário. Sempre falaram que seria fácil para mim, mas papai me dizia:

     “A sinceridade é algo com que as pessoas não estão acostumadas, meu bem. Não mude sua essência por elas, mas, se for o caso de te criticarem, apenas omita ou floreie as coisas. Não é todo mundo que consegue entender o valor de palavras, sentimentos e atitudes genuínas.”

     E, foi exatamente naquele momento que decidi ser o mais tolerante possível com Fernando, em prol de um bem maior. Não falaria que gostava dele, nem que o detestava, apenas que estávamos nos eixos. Iria deixar meus sentimentos embaixo dos panos até que as coisas se encaixassem melhor.

     Era só não tentarmos nos matar até acostumarmos um com o outro. Não poderia ser tão difícil.

▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀

O povo se conheceu e logo foi um caos KKKKK.

Bom, uma das melhores curiosidades dessa história é que... EU TAMBÉM TENHO PROBLEMAS COM MINHA TEAM-MATE!!! ✨️✨️✨️✨️. Já até sonhei que a gente foi pro mana-a-mana, que ganhei e a rixa silenciosa entre a gente acabou (ai, que sonho bom. Briga limpa! Puxão de cabelo? Não, apenas puro Muay Thai, boxe e Jiu Jitsu).

É culpa da moça, só pra constar. Adoro o pai dela (meu treinador. Mega simpático e a alma da festa... ou do rolê todo), mas a menina nem fala comigo por querer, apenas para pedir algo emprestado ou um favor. Quando ela está com as amigas, nem me cumprimenta se eu passar perto.

Enfim, Deus e suas provações bizarras pra testar nossa paciência. Apesar de tudo, anda funcionando KWKSKKAKAKAKAKAAKKA. Mas, a vontade que fica é a de mandar ela catar coquinho e se virar, em vez de ficar bancando a riquinha e não fazer nada (nem o prato/copo que usa lava, velho).

Enfim, espero resolver isso logo. Até então, fiquem com mais um capítulo caoticamente reconfortante de Por Sepuesto. Em breve, tem mais!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro