61 | Cerimônia Antiga
Antes de começar, o vestido da Lis:
Agora sim, ao capítulo!
Um ano depois...
𖤍 T a l i s s a 𖤍
A
minha vida com Loki só melhorava a cada mês que se passava. Agora já estávamos devidamente acomodados, já havíamos feito algumas reformas na casa, e ele havia finalmente se acostumado com o mundo aqui.
Algumas pessoas na cidade já nos reconheciam e conversavam bastante conosco. Íamos lá diariamente, agora que, juntos, abrimos uma galeria de artes na área nobre de Oslo, e comandávamos outras duas a distância, uma em Estocolmo, na Suécia, e uma em Berlim, na Alemanha.
Loki comandava a parte de negócios, financeiro e social da empresa, e eu cuidava das artes, e da real socialização. Lá, vendíamos quadros, obras de artistas locais, peças antigas que conseguíamos em leilões. Também sediávamos leilões, ganhando um bom dinheiro – mesmo que não fosse tão necessário assim. Era bom, ao menos não ficávamos sempre parados em casa, sem saber ou ter o que fazer.
As pessoas já estavam um pouco mais familiarizadas com deuses, heróis e alienígenas. Mutantes já estavam sendo mais aceitos no mundo todo, e depois da aparição dos Vingadores nos Estados Unidos, as coisas mudaram bastante, então Loki e eu não precisávamos nos esconder tanto. Eh podia andar livremente com minhas asas à mostra.
Por falar nos Vingadores, Thor havia se juntado a eles. Ele estava fazendo um passeio com Sif e Thrud pela Terra, conhecendo outros países que Loki e eu conhecemos e gostamos, e ao passar nos EUA, Thor os ajudou com um ataque que acontecia lá, defendendo a Terra e matando um titã louco, Thanos.
Ele e Sif ainda moravam em Asgard, mas ele vinha visitar a nós e aos novos amigos por diversas vezes. E agora nós quem estávamos indo visitá-los. Após um ano do nascimento de Thrud, os dois iriam finalmente casar. A cerimônia será a noite, mas Frigga nos queria lá pelo horário do almoço, então nos deu tempo para nos arrumar e arrumar algumas roupas.
— Loki? Está pronto?
— Estou. Mary já levou Vader?
— Já. Ela vai trazer quando voltarmos, não se preocupa.
— Ok. Já falou com Heimdall?
— Já. Ele está nos esperando.
— Ok.
Seguimos para o jardim após trancar toda a enorme casa, e Loki chamou por Heimdall assim que ficamos a postos no gramado. A Bifrost foi aberta, e em questão de segundos nós fomos puxados para Asgard. Meu pai fechou a Bifrost assim que passamos e eu o abracei, descontando toda a saudade que senti. Ele abraçou Loki também, lhe dando dois tapinhas nas costas. Clássico.
— Sua mãe não pôde vir mesmo, não foi?
— Não, ela disse que teve uns problemas em Santorini, não vai poder vir.
— Depois eu converso com ela então… Ahm, vão. Estarei lá para a cerimônia.
— Ok. Nos vemos a noite, pai.
Loki e eu atravessamos a Bifrost na pequena nave, a qual ele sabia comandar bem. Passamos pela cidade, chegando ao palácio, e adentramos o mesmo, com ele levando nossas bolsas. Fomos direto para o antigo quarto dele, deixando nossas bolsas lá dentro, e juntos caminhamos em direção ao terraço, onde todos estavam reunidos ao redor de uma mesa grande e retangular.
Frigga pareceu extremamente animada em nos ver, e logo se levantou para nos cumprimentar com calorosos abraços. Cumprimentamos também Thor e Sif, que aproveitavam seus últimos momentos podendo se ver, e a pequena Thrud. Já estava bem mais esperta, com um aninho recém completo.
— E como vocês dois estão? — Frigga pergunta.
— Bem. Levando bem todo o trabalho lá em Midgard, a casa está bem… — Loki diz, e observa Odin sentado ao lado de Njord. Eles trocam apenas um aceno de cabeça e um singelo sorriso, nada demais. — Como estão as coisas aqui?
— Bem. Venham cá, há algumas pessoas que quero os apresentar.
Andamos até a lateral do lugar, passando por Freya e Frey, também trocando apenas acenos de cabeça. As pessoas em questão eram, na verdade, deuses. Forseti, que era filho dos falecidos Nana e Balder. Ele havia vindo apenas prestigiar o casamento de Thor e Sif, mas não morava em Asgard. E Hnoss e Gersemi, duas filhas de Freya.
Após as apresentações, nós nos sentamos a mesa do almoço. Frigga fez seus agradecimentos, Odin os dele, e por fim os noivos, que mencionaram Loki e eu como padrinhos e dividiram conosco sua felicidade em estar se casando.
Almoçamos todos juntos, dividindo histórias e volta e meia contando como era em Midgard, para os que ainda não conheciam. Ao fim da refeição, toda a louça foi tirada, e nós fomos divididos entre homens e mulheres, como manda a tradição. Thor abraçou e beijou Sif antes de ir, Odin fez o mesmo com Frigga, e assim se seguindo os outros casais.
Loki me puxou para o canto, reservado, e me deu um selinho demorado. Sabia que ele estava um pouco mais atirado que o normal pois havia bebido três taças de puro vinho Asgardiano, competindo com Thor. Ele segurou minhas bochechas e dei um rápido beijo na ponta do meu nariz.
— Fique linda. Estarei lá, esperando para entrar com você.
— Eu sei. Não esqueça de vestir o traje certo.
— Eu sei, amor.
— Vamos, Loki! Cunhadinha, com licença, vou roubar seu homem por umas horinhas.
— Tudo bem. Divirtam-se.
Eles foram para o lado da taberna e Frigga seguiu conosco para o terraço superior. Algumas das suas serventes trouxeram garrafas e taças de vinho, servindo as mulheres presentes ali. No terraço estava montado uma espécie de spa. E eu me deitei em uma das cadeiras de massagem nas pernas, relaxando o corpo.
Por todo o fim de tarde, as conversas variaram por muitos tópicos. Ainda compartilhávamos lembranças sobre como havia sido a convergência. Falamos sobre o crescimento de Thrud, e as vontades de Sif de ter um segundo filho. Falamos sobre o meu trabalho lá na Terra, e sobre como era já ter viajado grande parte do planeta em um ano.
Era bom estar minimamente desligada de casamento e filhos. Era algo que eu queria, sim, mas estou aproveitando o máximo que posso para ver o mundo que sempre vivi, mas nunca fui permitida de realmente ver. As diferenças na arquitetura de cada lugar, na cultura, na arte… Tudo isso me encantava, e muito. A Loki também. E eu queria ver o máximo que pudesse antes de realmente me dedicar a organizar todo um casamento, e depois dividir meu tempo da minha vida para a dos meus filhos.
Nós saímos do terraço quando estava começando a escurecer. Eram seis da noite, o casamento seria as sete. Eu subi para o meu antigo quarto, pois Loki usaria o dele, e tomei um longo banho. Lavei todo o cabelo e o corpo, passando um óleo após me secar. Sequei um pouco do cabelo com a toalha e o deixei solto. Na minha bolsa, peguei a lingerie rendada que havia separado e a vesti. Com cuidado, vesti o longo vestido azul em degradê, e chamei pela ajudante do palácio, pedindo-a para ajustar o vestido.
— Quer ajuda com o cabelo também? — Se dispôs.
— Se não for incômodo, eu aceito.
— Não é incômodo algum, querida. Sente-se.
A obedeci, sentando no pufe de madeira a sua frente. Ela trançou as laterais rapidamente, em duas tranças largas e as puxou para trás, prendendo-as com duas argolas de ouro. Deixou o restante do cabelo bem para trás, caindo sobre minhas costas, com apenas dois fios nas laterais do meu rosto. A parte de trás ondulou rápido, e ela me ajudou com as pulseiras, anel e brincos.
— O cabelo grande é um símbolo de força, de poder. Deixá-lo assim também expõe os seus brincos, o ouro. A riqueza. Está a perfeita madrinha para Lady Sif.
— Agradeço.
— Não há de quê.
Ela saiu, e eu calcei os saltos, ficando totalmente pronta. Ajustei o anel que Loki me dera no dedo anelar e me levantei. Ouvi as batidas na porta e andei até lá, vendo uma das serventes a postos. Ela havia vindo me chamar para a entrada. O casamento já iria começar. Fui guiada para a lateral norte do palácio, onde estavam os outros.
Sif estava numa sala separada, Odin já estava no grande salão, Frigga estava pronta para entrar com Thor, e Loki ao lado do irmão, conversando. Recebi seus olhares assim que cheguei ao local, e vi o imenso sorriso se formar no rosto de Loki. Me aproximei dos três, sentindo a mão firme de Loki na minha cintura, me puxando para o canto.
— Você está linda, minha vida. — Diz, após me dar um rápido selinho.
— Você também está, meu bem.
Ele estava, propositalmente, com uma roupa de couro azul escuro com detalhes em ouro e tecido amarelo. Sua capa também era azul, na parte posterior, e amarela na parte interna. Frigga me deu o pequeno buquê que eu iria entrar, de lírio amarelo, e deu o braço a Thor, se preparando para entrar.
A música começou a tocar e ecoar pelo local, silenciando as vozes de todos no grande salão. Pouco tempo depois, Loki e eu entramos. Ele me estendeu seu braço esquerdo e eu cruzei o meu. Andamos por todo o grande salão até o “altar”. Odin estava no centro, Frigga ao seu lado direito, e Thor ao lado esquerdo.
Loki ficou de pé ao lado do irmão, e eu fiquei ao lado de Frigga. E então foi liberada a entrada de Sif. A marcha nupcial era diferente, parecia uma música antiga, e era cantada por um coro feminino, não tocada, no idioma asgardiano antigo. Era gracioso, tal qual a noiva estava. Sif vestia o vestido bordado em um branco perolado e rosa claro, seguindo a tradição. O buquê era um arranjo mediano de centáurea azul, lindo. Ela sorria e chorava ao mesmo tempo conforme se aproximava.
Foi passada para Thor por seu pai, lhes dando sua bênção final e logo os dois se viraram de frente para Odin. Ele começou a cerimônia, dizendo bonitas palavras sobre união, e sobre como Thor e Sif eram exatamente feitos um para o outro, como se completavam e como se amavam.
O casal trocou votos, com palavras carinhosas um para o outro, e Frigga abriu o pequeno baú, os entregando as alianças. Odin deu sua bênção e eles trocaram as alianças, e pegaram suas canecas de hidromel, seguindo a antiga tradição, firmando o casamento.
Aplausos, assobios e gritos felizes agitaram o grande salão, e o casal logo saiu, sendo guiado para o salão de baile, que também estava enfeitado com azul e amarelo, e com mesas dispersas pelo local. Loki e eu saímos logo após, nos sentando na mesa reservada para a família. Peguei uma taça de vinho que foi servida a mim, e Loki pegou outra.
— Mais uma vez, meus parabéns pelo casamento. Vocês estão lindos, tudo está lindo.
— Obrigado, cunhadinha!
— Obrigada, Lissa. E obrigada por ter aceito ser nossa madrinha.
— Eu que agradeço pela escolha.
— Meus parabéns, recém-casados. - Loki diz, sorrindo para os dois.
— Obrigada, Loki.
— Obrigado irmão.
Mais pessoas passaram para dar as felicitações. Deuses menores, feiticeiras, algumas das valquírias que estavam no palácio e os três guerreiros. A noite estava agitada e todos estavam cheios de energia, como sempre. Talvez fosse devido aos imensos barris de vinho, cerveja e conhaque destinados apenas a servir todos na festa.
Odin já estava mais comunicativo e sociável, cantando com os bardos e contando suas histórias antigas. Thor cumpria a profecia de Eira, e segurava Thrud com um braço e o Stormbreaker com a mão livre. O Mjolnir havia sido temporariamente aposentado.
Senti Loki cutucar minha costela, e o encarei, percebendo que ele estava de pé, me chamando para o acompanhar. Me levantei, seguindo com ele para o terraço aberto no andar superior. A noite estava linda. O céu claro, e a lua brilhando em um tom branco azulado acima de nós. Senti o arrepio no corpo assim que o vento tocou minha pele, me fazendo arrepiar.
— Seu corpo está quente. — Loki diz, passeando as mãos pela parte exposta do vestido.
— Está. É normal ficar bastante na primavera.
— Por que?
— Eu, tecnicamente, sou um pássaro. Meu sistema hormonal e reprodutor funcionam como o de um humano normal, mês a mês, mas ficam mais agitados na primavera, pelo meu lado “ave”.
— Por isso que está trocando as penas?
— Também.
— Então… Você está com a libido alta? — Questionou, passando a mão pela parte nua da minha cintura.
— Estou, Loki. Não provoca. — Peço, sentindo-o subir beijos por minha clavícula.
— Porque não, meu amor? — Loki questiona, passando a destra para a frente do meu corpo, pondo-a por dentro da fenda do vestido e arranhando minha pele. — Acha que eu iria te provocar e te deixar na vontade?
— É bem o tipo de coisa que você faria mesmo. — Respondo, me virando de frente.
Ao contrário do que pensei, Loki não estava com o seu habitual sorriso sádico no rosto. Ele estava sério, os olhos claros transbordando em luxúria, a respiração baixa e calma, não condizente com o seu toque, bruto, duro e direto.
— Você é minha mulher, Talissa. Eu te dou o que você quer. Seja um café da manhã na cama, joias caras, ou um orgasmo. — Diz, pausadamente, usando da sua magia para trancar a porta pela qual entramos. — A única coisa que eu peço, meu amor, é para gemer baixo.
◦◦◦◦ ◎ ◦◦◦◦
Olha eu aqui de novo cortando o capítulo no melhor momento. Que mania feia.
Mas já fica aí o aviso e um gatilho. O próximo cap é o penúltimo hot do livro!
O que acharam do cap? O tão comentado casamento, seguindo as tradições — que foi chato pra encontrar viu, vou te dizer um negócio, tenho nem paciência.
Os próximos capítulos serão assim. Saltos no tempo. Bem típico dos finais dos meus livros mesmo, então já vai se acostumando.
Nos vemos logo mais com um hot para toda a família ler junto!
Até mais! Beijos 💚💚
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