𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐎: 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐲
ESTAVA ME ARRUMANDO PARA A
festa de Lydia, não podia chegar atrasada, a não que eu queira morrer já cedo.
Coloco uma blusa preta de manga, uma calça jeans clara e minha bota que combina com literalmente tudo, coloco uns cordões, ajeito mais um pouco minha maquiagem e meu cabelo, escuto o barulho de uma buzina que corro até o primeiro andar pegando meu telefone.
— Agora meu carro não é tão inútil assim, né? — Fala Jackson assim que eu entro em seu carro.
— Cala a boca — Falo emburrada e ele sorri vitorioso, babaca.
Fico observando as paisagens passando pela janela enquanto Jackson dirigia até a casa de Lydia, estava sentindo um pressentimento ruim sobre essa noite, não consigo explicar, só sei que algo ruim vai acontecer.
— Chegamos — Fala Jackson estacionando o carro em frente da casa de Lydia e eu rapidamente saio do carro — Nossa, você gosta mesmo da minha companhia — Fala sarcasticamente e eu lhe mostro o dedo do meio antes de andar em direção a festa.
— Você chegou bem na hora — Fala Lydia me puxando para dentro de sua casa — Esse ou esse? — Me mostra dois vestidos.
— Meu Deus Lydia, ainda não se vestiu? A festa começa em 5 minutos — Falo a repreendendo e ela revira os olhos.
— Escolha logo! — Exclama e eu encaro os dois vestidos antes de apontar para o da direita — Obrigado — Joga o da direita no sofá e corre para o banheiro, dou de ombros e pego o vestido do sofá para coloca-lo em seu quarto.
Coloco o vestido novamente em seu guarda-roupa e desço as escadas encontrando Luke parado na porta esperando por algo.
— Oi Luke — Falo sorridente e ele vem ao meu encontro.
— Oi, acho que cheguei um pouco cedo, né? — Fala um pouco estranho e eu nego com a cabeça — É, não importa, eu tenho que te falar uma coisa importante — Fala sério e eu desmancho meu sorriso.
— Pode falar — Falo e ele fica pensativo, talvez pensando em como me falar algo.
— Eu vou me mudar — Fala e eu o encaro confusa.
— Isso não é motivo para ficar nervoso, já estava me preocupando — Volto a sorrir, mas ele continua sério.
— Acho que você não entendeu, eu vou me mudar para outro país — Fala e eu fico expressão séria imediatamente — Meu pai conseguiu um emprego melhor na Austrália e iremos nos mudar para lá, o mais rápido o possível na verdade, talvez amanhã ou depois de amanhã, só queria vim aqui explicar o motivo pelo qual eu não vou poder ficar e também para me despedir — Fala e eu entro em choque, eu não posso acreditar nisso. O meu único amigo sincero além da Lydia vai se mudar para o outro lado do mundo e eu nem vou poder me despedir.
— Mas isso assim tão repentinamente, por que? — Pergunto e ele mexe no cabelo um tanto desconfortável.
— Não foi tão repentino, estávamos pensando em nos mudar a um tempo e agora com esse emprego foi decisivo — Eu encaro minhas mãos tentando ao máximo não chorar, como ele pode não me contar algo assim?
— Ah claro, tudo bem — Finjo um sorriso e ele sorri de volta.
— Eu realmente estou feliz que tenha entendido — Dá um beijo em minha bochecha e quando estava prestes a ir embora eu o paro.
— Só por favor, não fale mais comigo, não quero ficar mais machucada — Ele ia falar algo, mas eu o interrompi fechando a porta em sua cara.
Fico com as costas contra a porta e respiro fundo, não queria continuar aquilo, não queria continuar essa conversa idiota e sentimental que terminaria em lágrimas, eu quero esquecer isso e curtir a festa que a minha verdadeira amiga fez com muito trabalho, eu quero vê-la feliz e sei que ela não ficará assim se me ver desse jeito, então coloco um sorriso no rosto e vou procurar por ela.
— Lydia! — A chamo procurando por ela, mas ao chegar no jardim vejo algo estranho no meio de alguns arbustos e árvores.
Um par de olhos vermelhos me encarando, eu os encarava de volta sem um medo sequer, não sei o motivo, eles deveriam ser assustadores e ameaçadores.
Vou andando em direção ao par de olhos como se estivessem me hipnotizando.
— Alexa! — Escuto Lydia me chamar e procuro por ela com o olhar, mas ao não encontrar nada me viro novamente para o local em que os par de olhos estava, eles não estavam mais lá também.
Deixo isso para lá e vou até a casa novamente para procurar por Lydia.
— Ah, oi Alisson — Falo a vendo com Lydia na porta de entrada da casa, já havia algumas pessoas pela casa também, deve ser por isso que ela me chamou — E você é? — Pergunto para o garoto ao lado dela que me parecia familiar.
— Scott, Scott McCall — Fala envergonhado e eu rapidamente o ligo a Melissa, ele é o filho dela então.
— Ah sim, meu nome é Alexa, sua mãe me falou de você — Ele me encara surpreso.
— Conhece minha mãe? — Pergunta e eu assinto.
— Bom, fiquem a vontade — Fala Lydia e eles andam até o Jardim.
— Saiba que eu vou ficar te seguindo a noite inteira — Ela me olha confusa — O Luke não vai vim — Falo um desanimada e ela me lança um olhar compreensivo.
— Então vamos ficar aqui por um bom tempo, tenho que receber os convidados — Eu arregalo os olhos.
— Pensando bem, acho que eu vou ali me afogar na piscina já que é a melhor opção — Aponto para piscina e tento fugir para lá, mas Lydia segura meu braço, me ferrei, agora vou ter que falar com as pessoas.
•°•°•
A festa havia lotado em pouco tempo, tinha pessoas por tudo quanto que é canto e eu estava encostada em uma parede apenas bebendo um refrigerante entediada por não ter ninguém para conversar, eu não quis continuar com a Lydia pois tinha que dar um tempo para ela se divertir e curtir com o idiota do meu irmão.
Vejo Scott passar estranho do meu lado e deixar Alisson sozinha na poste de dança, preocupada eu vou até ele.
— Scott, você está bem? — Coloco uma mão em seu ombro preocupada, o mesmo me encara estranho e empurra minha mão correndo para fora da casa, estranho.
— Oi Alisson — Vejo a garota aparecer na minha frente, ela encara os lados procurando por algo me ignorando completamente — Ele já foi se quer saber — Ela finalmente presta atenção em mim.
— Viu para onde ele foi? — Pergunta e eu dou de ombros.
— Para fora ué — Ela revira os olhos.
— Tenho que encontrar alguém para me dar carona — Fala examinando o local.
— Temos, eu vim com o Jackson e eu não suporto mais ficar aqui — Puxo ela pela mão até a saída da casa — Eu deveria ter ficado em casa lendo um livro — Murmuro.
— O que disse? — Pergunta Alisson.
— Nada não — Ficamos no quintal observando as pessoas saindo esperando encontrar alguém para nos dar carona — Será que a gente deveria mostrar um pouco mais do decote para encontrar uma carona? — Pergunto e ela ri.
— Com licença, eu sou um amigo do Scott e ele pediu para te dar uma carona — Fala um cara moreno, alto, de olhos azuis para Alisson.
— Amigo? — Questiona desconfiada e ele assente com a cabeça — Ah ok então, é melhor do que ficar aqui — Fala e ele começa a andar em direção a um carro preto — Pode levar minha amiga também? — Pergunta apontando para mim e ele me encara.
— Claro — Fala com um mau humor na sua voz, o que parecia ser algo bem normal para ele.
— Se ele sequestrar a gente vai ser tudo sua culpa — Sussurro para Alisson e ela revira os olhos.
— Entrem — Olho para ele desconfiada e o mesmo me lança um olhar ameaçador, mas isso não me assusta, apenas me faz o olhar mais desconfiada.
O carro estava com um silêncio mortal, a única coisa que podia ser escutada era o som do aquecedor do carro.
— Então, qual o seu nome? — Pergunto quebrando o silêncio.
— Derek — Fala sério olhando para as ruas e eu concordo com a cabeça.
— Quantos anos tem? — Pergunto novamente e Alisson me encara desconfortável com a ação.
— 23 — Responde novamente e eu concordo com um resmungo.
— Onde você mora? — Alisson bate em sua testa desconfortável.
— Por acaso quer minha identidade? — Pergunta e eu fico pensativa.
— Vou aceitar sim, obrigada — Estendo minha mão para ele que apenas revira os olhos.
— Aqui é minha casa — Fala Alisson assim que passamos pela casa dela.
— Ah não, você não vai me deixar sozinha com ele, dá seu jeito querida — Falo quando ele para o carro.
— Aqui é a minha casa Alexa, não posso fazer nada — Sai do carro me deixando sozinha.
— Se eu aparecer amanhã morta e esquartejada na floresta vai ser sua culpa — Grito da janela quando ele começa a dirigir e a vejo me dar tchau com a mão esquerda, traíra — Então, como vai a vida? — Pergunto para tentar aliviar o clima e ele apenas me encara com uma expressão de poucos amigos.
— Onde fica sua casa? — Pergunta.
— A alguns quarteirões daqui, se quiser eu posso até ir sozinha até lá se me deixar aqui — Ele nega.
— Disse para Alisson que te levaria até sua casa — Fala sério e eu me mexo desconfortável no banco do carro.
— Carro caro, você é rico, não é? — Pergunto e ele concorda — Legal, se eu morrer, pelo menos vou morrer andando em uma carro caro — Ele revira os olhos.
— Eu não vou te matar — Fala e eu dou de ombros.
— Sei lá né, vai que você me mata, de qualquer forma vou morrer feliz sabendo que não me arrependo de nada, você se arrepender de algo? — Pergunto.
— Sim — Fala e eu o encaro curiosa — De aceitar te dar carona, disso que eu me arrependo — Reviro os olhos.
— Eu sou tão legal, não entendo o porque disso — Apoio minha cabeça na janela — Minha casa é aqui — Aponto para uma casa qualquer e ele para.
Saio do carro rapidamente e lhe dou um tchauzinho com a mão, mas ele não vai embora.
— Não vai entrar? — Pergunta com um sorrisinho no rosto e eu entro em pânico.
— Eu tenho que pegar a chave de um esconderijo e não posso te deixar ver — Falo qualquer desculpa que veio em minha mente e ele revira os olhos.
— Por que não fala logo que essa não é sua casa? — Pergunta.
— Porque essa é minha casa — Falo com tanta certeza que até eu acreditei nas minhas palavras.
— Ok então, boa noite — Vejo o carro indo embora na direção oposta a da minha verdadeira casa.
Começo a andar pelas ruas até chegar na minha casa, entro nela e vejo que tudo está escuro, meus pais já devem estar dormindo a essa hora.
Subo as escadas cansada e tiro minha bota, vou andando descalça até meu quarto e tomo um banho refrescante.
Após sair do banho, coloco meu pijama e vou ir dormir. Tomo um susto quando repentinamente a porta do meu quarto se abre.
— Meu Deus Jackson, quer me matar do coração? — Pergunto assustada vendo meu irmão entrar no quarto.
— Você me assustou, sua maluca — Eu o encaro confusa — Onde já se viu pegar carona com um estranho e nem me avisar nada? — Percebo preocupação em sua voz e eu suspiro.
— Não foi nada demais, deixa de ser maluco — Me deito novamente na cama.
— Lydia me contou que Luke não foi a festa — Se senta na minha cama e eu bufo sabendo que não teria meu momento de paz.
— Sim, ele não foi, agora me deixa dormir por favor — Peço me virando para o outro lado da cama.
— Soube que ele vai se mudar — Fala e eu paro de me mexer.
— É, ele vai — Me sento na cama para observa-lo.
— Sinto muito, sei o quanto gostava dele, mas sabe ainda podem ser amigos — Tenta me consolar.
— Não quero isso, eu não quero prolongar algo que no final só vai me machucar, vou acabar logo com isso — Ele concorda com a cabeça e vem me dar um abraço desajeitado.
— Você é muito melhor do que isso, sei que vai encontrar alguém melhor — Fala e eu concordo com a cabeça.
— Até que você é suportável de vez em quando — Tento tirar o clima triste que havia impregnado o local, ele ri.
— Você também não é tão mimada, nem estou com vontade de te matar agora, é legal até — Brinca e eu o encaro ofendida.
— Como você poderia fazer uma maldade com a sociedade desse jeito? O mundo não seria o mesmo sem seu sol — Ele revira os olhos.
— É, quero te matar, já passou — Fala levantando da cama — Boa noite — Beija minha testa e vai em direção a porta.
— Boa noite — Me deito na cama novamente e finalmente vou dormir, até que hoje não foi tão ruim quanto eu pensei, tirando o fato da mudança do meu amigo, foi até que legal.
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Notas da autora:
Espero que tenham gostado desse capítulo.
Queria tanto que o Peter chegasse e matasse o Luke, tipo assim, só para eu ver um negócio kkkkk.
Se houver algum erro, irei corrigí-lo.
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