𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨 ೃ࿔*
Quando eu era criança, meu pai costumava me contar uma lenda todas as noites antes de dormir, sobre uma linda garota filha da lua.
Essa garota se sentia solitária por não ter um companheiro como as outras de sua tribo, e implorou todos os dias durante meses a fio para que a mãe lua lhe presenteasse com algo para amar.
Ela afastava todos que tentassem se aproximar para que pudesse esperar pelo escolhido que a lua lhe traria.
Em uma noite tempestuosa, onde não era possível encontrar uma única luz no céu, ela se viu sem fé, cansada, e decidiu parar de pedir.
Quando, em lágrimas, ela se deitou na relva ensopada, juntou forças para pedir uma última vez. E seu pedido tão depressivo acabará soando como uma súplica.
━━ Deixe que o amor bata em minha porta. Oh! Mãe Lua.– A voz inundada de melancolia, soará.– Deixe que o meu amor encontre meus olhos, e que meu mundo, enfim, faça sentido.
Dispersa por sua tristeza, não notará o céu se abrindo como em um passe de mágica, e a Lua, que durante meses escutava suas preces com discrição, lhe iluminou uma última vez.
━━ Ora! Moça do coração esperançoso.– Uma voz se fez presente.– O seu desejo é ter amor eterno, e ele terá. Mas não será capaz de me pedir nada mais, já que ao me olhar todas noites uma mudança lhe abraçará. Seja ela boa ou ruim, seja ela indolor ou que lhe traga a dor da morte, seja grata, pois do céu eu vim para lhe conceder o que tanto sonhou. Uma marca em seu coração, seu destino.
Tão rápido quando a Lua chegará, ela se forá, sem um adeus sequer. Deixando a pobre garota desnorteada para trás.
Durante dias ela esperará que o escolhido aparecesse. Que o amor em sua porta batesse, mas não teve resposta.
Na noite mais fria do ano, quando a neve começará a cair do céu, com mais força que um dia já cairá. A garota esperava pelo amor, com a lareira onde o fogo alto se debruçava, ela se pôs a adivinhar as imagens que ele formava conforme se mexia.
Virá diversas formas se construírem das chamas, desde animais à objetos. Mas um chamou sua atenção, um lobo que parecia lhe encarar no fundo dos olhos. Concluiu ser uma ilusão causada pelas noites mal dormidas.
Quando uma batida na porta a tirou de sua melancolia e deixou sua imaginação descansar, ela suspirou, indo a atender sem pestanejar.
Um homem que carregava um semblante tranquilo foi avistado, e as roupas cobertas de gelo pareciam não lhe causar desconforto. Um sorriso cresceu em seu rosto quando a porta foi aberta, logo tratando de observar a alma bondosa que o atenderá tão tarde da noite.
━━ Olá.– Cumprimentou com um tom gentil.
━━ Olá.– Um tom confuso deixou os lábios da filha da Lua.– Posso ajudá-lo?
━━ Sim, Por favor. – Continuou em um tom gentil.
Naquele momento uma curiosidade aflorou no coração da moça, e uma voz na sua cabeça lhe disse para que olhasse adiante.
Assim ela fez, levantou seu olhar para o campo, que agora estava coberto pela neve cristalina. De nada foi visto, apenas flocos de neve que insistiam em cair. Sem notar, levou seu olhar em direção ao homem em sua porta, reparou no sorriso dócil que estampava seu rosto, e então seus olhos, em um tom castanho quase mel, que a fez suspirar.
O homem, atento ao que acontecia, encarou a mulher à frente que carregava um semblante triste.
E quando seus olhos se encontraram, o silêncio se fez no local, nem neve e muito menos ventania lhe chamaram a atenção.
Sentiram o ar fugir de seus peitos e a gravidade falhar.
O homem se perguntou como ainda estava de pé, já que suas forças não lhe pertenciam mais. Uma única lágrima escapou dos olhos que ainda encaravam o cavaleiro à frente.
O amor se fez presente, e uma marca foi desenhada em seus corações, com tanta rapidez que os deixaram levemente tontos.
O sentimento que naquele dia nasceu, prevaleceu, por anos e anos a fio.
A filha da Lua, antes triste, carregava um sorriso contagiante todos os dias. Era amada, e podia amar.
Naquele dia, um ar frio preencheu a aldeia. O vento soprava e os pássaros procuravam com urgência um lugar para pousar.
A mulher se sentia enjoada e fraca, pensou ser saudades, já que a algum tempo não via sua alma gêmea, pois o mesmo sairá para caçar semanas antes. Ou talvez, algo que tivesse comido no dia anterior.
Um arrepio lhe preencheu e uma sensação de déjà vu lhe cercou ao ouvir uma única batida na porta.
Não teve muito tempo para pensar antes que a batida se repetisse, fazendo-a caminhar em direção ao som.
Nada foi dito, apenas um simples olhar de um desconhecido.
Trazendo uma má notícia, um cara pálida lhe consolou.
A morte chegará, cedo e sem piedade.
Mataram sem exitar, e sem clemência, o amor de sua vida.
E naquele momento, A filha da lua prometeu vingança.
━━ Essa é a história?– Perguntou Suzy, a Uley mais nova.– Que deprê!
━━ Total!– Seth, que mexia em algumas ferramentas se aproximou.
━━ E a vingança? Ela matou os caras?– A Uley perguntou em êxtase.
━━ Não sei, o livro é velho, tem algumas páginas faltando.– Elena riu da mais nova.
━━ Esse negócio de impressão é um saco.– Bufou Suzy.
━━ Eu acho romântico.– Seth se pronunciou, encarando a melhor amiga.– Amor à primeira vista.– Suspirou apaixonado.
━━ É bobagem, deve doer o dobro ser rejeitado por alguém que marcou seu coração.
━━ Pensa positivo, Suly. Amor eterno.
━━ Já disse para não me chamar assim! – A garota repreendeu.
━━ Qual é! É fofo.– O quileute se defendeu.
━━ É ridículo, Clearwater.
━━ Ah! É mesmo, Suly?– Provocou o garoto, logo em seguida correndo da mais alta, que agora lhe perseguia.
━━ Ei, criançada! Já para fora da oficina.– Elena se levantou colocando o livro em uma mesa velha que ficava lá.
━━ Você é só dois anos mais velha, Lena.– Reclamou,Seth.
━━ Ela se acha muito adulta, só porque já beijou. De língua.– Uley deu ênfase nas últimas palavras.
━━ Ela já beijou? Quem foi?– Falou indignado por nunca terem lhe contado.
━━ Foi o Peter Miller, um cara pálida do colégio dela. É bem bonito, pena que foi embora.
━━ Você achava ele bonito?– Perguntou indignado.
━━ Um gatinho.– Um sorriso malicioso se fez presente em seu rosto.
━━ Vocês vão continuar falando da minha vida nada amorosa como se eu não estivesse ouvindo?– Lena se pronunciou.
━━ Sim!– Disseram em conjunto.
━━ Vocês têm cinco segundos para se mandarem.– Disse pegando uma das chaves de fenda.
━━ Qual é, Lena! Era brincadeira.– O garoto recuou lentamente.
━━ Vamos logo, Seth. Ela tem uma mira boa, da última vez acertou sua testa em cheio.– Uley correu em direção à saída da oficina.
━━ A mira dela só funciona quando ela usa a mão, agora o coração.– Riu o Clearwater mais novo.
━━ Eu vou acabar com vocês!– A Black gritou antes de mirar e jogar a chave de fenda em direção às pernas de Seth, o fazendo se desequilibrar indo direto para o chão, levando Suzy junto.
━━ Aí!– Exclamaram em conjunto, já do lado de fora da oficina.
━━ Eu avisei.– Pegando a chave que cairá no chão, ela assistiu os dois amigos se levantarem.– Agora dêem o fora!
━━ A senhora que manda.– O garoto disse puxando a amiga pelo braço e se afastando da Black.
Sorrindo, ela se pôs a caminhar em direção a oficina, mas parou ao ouvir chamarem seu nome.
━━ Lena!– Duas vozes em conjunto lhe chamaram.
Ela logo avistou, Paul, Embry e Jared.
━━ Eae!– Paul cumprimentou a garota assim que desceu do carro.
━━ Oi, Paul.– Sorriu para o amigo, que como sempre, estava sem camisa.
━━ Oi, Lena.– Uma voz um pouco mais contida lhe cumprimentou.
━━ Oi, embry.– Sorriu gentilmente para o garoto que lhe encarava tímido.– Você vai acabar pegando um resfriado, Paul.
━━ Que nada. Estou acostumado, já sou quente o suficiente.– Lahote piscou galanteador em direção a Black.
━━ Vou fingir que não ouvi isso.– Zombou.– Oi, Jared.
━━ Oi.– O garoto respondeu sem nem a encarar, enquanto pegava algo no porta luvas da caminhonete para lá de gasta.
━━ Então..– Embry se pôs a falar.– Vai chegar um parque de diversões no mês que vem na cidade vizinha. Eu estava pensando..
━━ Nós definitivamente precisamos ir.– A garota interrompeu o amigo.
━━ Mesmo? Tipo, eu..você..
━━ Elena! – A voz do Billy se fez presente. – Oi, garotos. Lena, pode me ajudar aqui dentro?
━━ Estou indo, Tio. – Sorriu, vendo o mais velho entrar em casa novamente. Seguindo em direção da casa ela exclamou.– Chama os garotos, Em! A gente se vê.
━━ Chama os garotos, Em.– Paul afinou a voz em uma imitação falha da black.– Outro fora. Como está o coraçãozinho, Embryzinho?
━━ Me diga você. Foi você que levou um "não" explícito na semana passada.– Retrucou o mais novo.
━━ Não foi uma fora. – O Lahote se defendeu.
━━ Claro que não, ela disse "não vai rolar, Paul. Você é como um irmão." educadamente.– Zombou.
━━ Se continuar de palhaçada quebro sua cara.
━━ Tem que aceitar a verdade. Se eu não tenho chances, você também não.– Concluiu Embry.
━━ Ae, manés! Estamos atrasados.– A voz de Jared, chamou a atenção dos dois garotos.
━━ Manés? Olha que está falando.– Paul zombou. – O maior otário da La Push.
━━ Qual o seu problema, Cameron? A garota mais bonita da reserva está afim de você, e você finge que ela nem existe.– Falou Embry indignado.
━━ Vocês.– Cameron apontou para os amigos.– São dois tarados.
Naquela tarde, onde nada demais havia acontecido. A vida de cada um daqueles jovens começaria a mudar.
E o amor, aquele que tanto rejeitaram ou desejaram, diria olá.
01| PRÓLOGO POSTADOO
02| Lembrando que o capítulo não está revisado!!
03| O que acharam??
Bjos, até 🧡
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro