|Capítulo 23|
P.O.V Beatrix Swan
No dia seguinte, na escola, tudo foi normal. Bella ia sair com Jacob e Mike para o cinema. Ela me chamou, mas eu tinha outros planos com Scott. O garoto havia me convidado para andar de patins na nova pista que abriu, e claro, como boa amiga, não ia recusar. Saí do banho e fui direto para o meu quarto me arrumar. Passei perfume e logo escolhi uma roupa bonita e confortável.
(...)
Já estava na pista de patins, eu e Scott pegamos nossos patins e fomos até um banco para colocá-los. De longe, vi o grunhido do Fred e a Karen, mas tentei esquecer deles.
— Só vamos esperar mais uma pessoa. — disse Scott.
— Quem? — questionei, olhando para ele sem entender. Scott deu um sorriso e apontou para alguém. Olhei na direção indicada.
— Seth, aqui. — chamou Scott, levantando o braço. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas e virei para olhar Seth. Ele estava com o cabelo amarrado, vestindo uma calça jeans com alguns rasgados, um blusão amarrado na cintura e uma blusa regata.
— E aí, Scott. — ele cumprimentou com um toque. — Oi, Bea.
— Oi. — falei timidamente. Seth veio até mim e beijou minha bochecha.
— Então, vamos? — perguntou Scott, levantando-se e indo para a pista. Eu me levantei quase caindo,mas Seth segurou pela cintura.
— Você tá bem? — perguntou Seth.
— Sim. — falei virando meu rosto. Nossos rostos estavam bem próximos, senti a respiração dele em meu rosto, e Seth segurou firme minha cintura, como daquela vez,
— Eu te ajudo.
— Obrigada. — digo, meio envergonhada. Seth pegou minha mão, e fomos para a pista.
(...)
Seth não soltou minha mão em nenhum momento. Às vezes, Scott caía no chão, arrancando risos meus e de Seth. Depois de uma hora, nós três nos sentamos à mesa, exaustos.
— Meu bumbum tá doendo. — disse Scott.
— Também, você vivia caindo toda hora. — falei rindo.
— Não para em pé. — Seth disse, também rindo.
— Ora, ora, ora. — disse Karen ao lado dos meninos. Levantei meu rosto encarando-os.
— Ah, oi...
— Quem é você, gatinho? — perguntou Karen, olhando para Seth.
— Seth.
— Nossa, você é muito gato para estar ao lado dessa garota aí. Por que olha pra ela e depois pra mim. — disse Karen. — Podia arrumar coisa melhor, sabia né? — abaixei minha cabeça, começando a brincar com minha mão.
— Não, minha namorada é gata. — respondeu Seth, senti ele passando o braço em volta do meu pescoço. Levantei meu rosto sentindo minhas bochechas vermelhas.
— Namorada? — questionou Fred.
— É, você é surdo ou se faz? — retrucou Seth. Olhei para Scott pegando o refrigerante e bebendo. A situação estava engraçada.
— Beatrix, quer andar comigo? — disse Karen, pegando minha mão e me puxando. Olhei para trás, encarando os meninos. Entrei na pista e comecei a andar com Karen, até ela e seu grupinho começarem a me cercar. Eles formaram uma roda, e eu fiquei encarando-os. A luz focou em mim, e a música parou.
- Esquesita
- Vai pra casa
- Fracassada
- Que bebezinha
- Bebezona
Coloquei as mãos nos ouvidos, tentando não ouvir. Olhei para Fred vindo na minha direção com um milkshake na mão, jogando e jogando em mim, me fazendo cair no chão. Todos começaram a rir, e eu olhei para Karen, segurando o choro.
— Não viu as placas, bobinha? É proibido entrar com comidas e bebidas. — disse Karen rindo. Me levantei e passei por todos.
— Bea— escutei as vozes de Scott e Seth. Os dois vieram na minha direção, mas apenas saí de lá com vergonha. Peguei meu tênis e fui para uma sala, me trancando lá. Sentei no chão, tirei meus patins e coloquei meus tênis de volta. Minha blusa estava manchada de milkshake, assim como meu rosto. Passei a mão no rosto, chorando e limpando. Isso não ia ficar assim. Emmett me disse para não abaixar a cabeça, e isso não vou fazer. Levantei e saí da sala, passando por uma menina, pegando os patins discretamente e indo na direção de Karen.
— Ei, Karen! — chamei a garota. Ela se virou rindo, e me aproximei, acertando os patins no seu nariz com força, fazendo-a cair no chão com a mão no nariz. Fez apenas um pequeno corte, nada demais.
— Porra, B3a! O que você fez? — disse Scott, aparecendo do meu lado, assim como Seth. — Foi incrível!
— Sua vadia! Quebrou meu nariz! — retrucou Karen.
— Quebrei? Então faz uma plástica! — falei.
Sinto Seth pegar minha mão e nos afastarmos, indo até uma mesa mais afastada. Sentei em cima da mesa, e Seth ficou entre minhas pernas. Ele pegou um guardanapo, segurou meu queixo carinhosamente e começou a limpar meu rosto.
— Você está bem? — perguntou Seth. Apenas olhei para ele, dando de ombros.
— Por que disse que eu era sua namorada? — perguntei, sem jeito.
— Não gostei do jeito que ela falou com você. Mas também, quem ia ser o doido de não namorar você? Olha para você, linda, inteligente, fofa, bravinha, bruxa, perfeita. Não abaixa a cabeça para ninguém. Quem não gostaria de namorar uma garota incrível como você. Eu namoraria com toda certeza. — afirmou Seth. Dei um sorriso bobo para ele.
— Você acha tudo isso?
— Claro. — disse, fazendo carinho no meu rosto e sorrindo de lado. Scott se aproximou da gente, encarando nós dois.
— Ei, vocês querem ir agora? — perguntou Scott. Eu e Seth apenas concordamos. Levantei e Seth tirou seu blusão da cintura, me entregando. Apenas vesti e peguei sua mão. Assim que saímos do local, Karen estava ao lado de uma ambulância e uma viatura de polícia.
— Foi aquela garota ali! — disse Karen, apontando para mim. O policial se aproximou de mim.
— Mocinha, você vem comigo!
— Você sabe quem é meu pai?
— Não me interessa quem é seu pai! Você vai comigo e pronto! — disse, pegando meu braço.
— Ela não vai! — disse Scott, entrando na frente. — Tira as mãos dela!
— Quer ir junto com ela?
—Vou! Se for prender ela, vai me prender junto! — retrucou Scott.
— Com todo prazer!
— Seth, pega meu carro e vai para a delegacia, liga para o tio Billy. — disse Scott.
— Claro. — respondeu Seth.
P.O.V Narradora
Seth havia ligado para Billy e Charlie, que estava de folga. Bea e Scott estavam na cela, conversando e aguardando a chegada de seus responsáveis, Bea com sua habilidade em feitiços, fez um encantamento contra Karen, fazendo-a contar a verdade e não criar problemas para a pequena Swan. Quando Charlie entrou, o policial levantou-se, encarando o Xerife.
— Xerife, tem dois jovens na cela.
— Jura? A garota é minha filha — respondeu Charlie. O homem congelou na hora.
— Sua filha?— gaguejou
— Não, minha mãe — disse Charlie, indo até a cela. — Beatrix Swan — chamou a atenção dos dois jovens que se levantaram. Charlie abriu a cela, encarando a filha. — O que aconteceu?
— Uma garota me humilhou e teve o que mereceu! — disse Beatrix. — Não me arrependo de nada!
— É verdade, senhor Swan, a Bea só se defendeu de um bando de idiotas.
— Oh... Quem é esse blusão? — perguntou Charlie, notando o casaco.
— Do Seth. Estou suja de milkshake, então ele me emprestou. — respondeu a garota.
— Você não vai ter problemas com a garota, né? — perguntou Charlie. Scott e Trix se olharam e sorriram.
— Não, ela não vai fazer nada contra mim. — respondeu Beatrix.
— Como sabe? — perguntou novamente o Xerife.
— Sabendo, papaizinho — disse Beatrix, sorrindo.
(...)
Scott estacionou o Jeep na frente da casa dos Swan e esperou enquanto Seth acompanhava Beatrix até a porta. Charlie, como de costume, estava espiando pela janela, mas assim que Beatrix olhou em sua direção, ele rapidamente se escondeu atrás da cortina. A garota balançou a cabeça, rindo baixinho.
— Obrigada pelo casaco. Vou tirar e te devolver. — disse Beatrix, já começando a desabotoar a peça.
— Não! — respondeu Seth, quase apressado demais. Ele pigarreou, tentando parecer casual. — Por favor, fique com ele. Fica muito melhor em você.
— Tem certeza? — Ela parou, surpresa com a resposta e perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Absoluta. — disse ele com um sorriso que fez o rosto dela corar levemente,
antes que ela pudesse responder, Seth se inclinou e deixou um beijo suave na bochecha dela. — Até mais, Bea.
— Até... — murmurou ela, o sorriso se alargando no rosto sem que ela conseguisse evitar.
Seth recuou lentamente, como se hesitasse em se afastar completamente, mas acabou se virando e voltando para o Jeep. Beatrix esperou até que ele estivesse longe o suficiente e, então, deu um pulinho discreto de felicidade antes de entrar em casa.
No carro, Scott observava o amigo com um sorriso debochado. Assim que Seth fechou a porta do passageiro, ele não conseguiu se conter.
— Não vai declarar logo para ela? — perguntou Scott, cruzando os braços enquanto Seth colocava o cinto.
— Eu vou contar a ela eventualmente. — respondeu Seth, tentando não parecer muito nervoso. — Quero ir com calma. E se ela não gostar de mim?
— Ah, cara...—Scott soltou uma risada alta, balançando a cabeça—Eu posso garantir que ela está apaixonada por você. Só você não vê isso.
Seth sorriu de lado, esperançoso, mas manteve o silêncio. Ele girou a chave na ignição, e o Jeep rugiu de volta.
(...)
Dois dias haviam se passado, e Beatrix não conseguia ignorar o fato de que Seth parecia estar se afastando dela derrepente.Ela tentava se convencer de que era algo relacionado à matilha, mas a incerteza a corroía. Ele não retornava suas ligações e sequer aparecia mais.
Determinada a resolver as coisas, Beatrix pegou a velha picape de Bella e dirigiu até a casa de Seth. Ela sabia que sua irmã ficaria furiosa ao descobrir, mas naquele momento, isso não importava. Quando estacionou em frente à casa dos Clearwater, respirou fundo, tentando reunir coragem.
Ao bater na porta, Sue apareceu, um sorriso caloroso no rosto.
— Bea, oi! Veio ver o Seth, não é? — perguntou Sue, inclinando a cabeça com simpatia.
— Sim... Ele está? —Beatrix sorriu de forma hesitante, mexendo nos fios de cabelo.
— Está na garagem. — respondeu Sue, apontando na direção do fundo da casa.
— Obrigada, tia Sue. — disse Bea, acenando antes de se afastar.
Na garagem, Seth estava agachado ao lado de sua moto, ajustando alguma coisa no motor.Era uma das motos que Jacob havia conseguido para ele.Desde que havia se transformado e descoberto sobre o imprinting,Seth se sentia mais confuso do que nunca.Ele sabia que amava Beatrix,mas o medo de que ela não fosse seu Imprinting o atormentava.
Beatrix se aproximou devagar, notando que Seth não havia percebido sua chegada. Seus olhos se fixaram em algo diferente: o cabelo dele, antes longo, agora estava curto.
— Seth? — chamou ela, com a voz firme, mas carregada de emoção.
Seth parou no mesmo instante, a chave inglesa pendendo em sua mão. Ele não se virou, permanecendo de costas para ela.
— Mudou o visual, hein? — continuou Bea, tentando aliviar a tensão com um sorriso, enquanto dava mais alguns passos em sua direção.
— Bea? — murmurou ele, quase inaudível, ainda sem encará-la.
— Sim, Seth, sou eu. — respondeu ela, agora parada a poucos passos de distância. — Pode, por favor, se virar?
Ele suspirou profundamente, como se lutasse contra algo dentro de si, antes de finalmente se levantar e se virar para ela.
Assim que seus olhos se encontraram, algo inexplicável aconteceu. Seth ficou paralisado, seu peito subindo e descendo de forma irregular. Foi como um choque elétrico para Seth. O imprinting aconteceu naquele instante, inundando-o com memórias e emoções: cada sorriso de Beatrix, cada abraço, cada momento juntos. Era como se tudo tivesse levado àquele instante. A ligação instantânea e inquebrável o atingiu como uma onda, mais forte do que ele jamais imaginara.
— Seth? Está tudo bem? —Beatrix notou a mudança no olhar dele, algo mais intenso do que jamais vira.
— Você precisa sair daqui. — disse ele, a voz rouca e urgente.
— O quê? Por quê? —Bea franziu a testa, confusa.
— Bea, por favor. Saia. — insistiu ele, agora mais firme, como se estivesse lutando contra si mesmo.
Beatrix hesitou, tentando entender o que estava acontecendo. Mas o olhar dele era tão sério que ela decidiu não discutir. Sem dizer mais nada, virou-se e saiu da garagem, sentindo o peso daquele encontro em cada passo que dava.
(...)
Seth estava na garagem da casa dos Blacks, sentado em um velho sofá encostado na parede. As ferramentas estavam espalhadas pelo chão, e a moto que ele deveria estar consertando parecia esquecida. Ele passava as mãos pelo cabelo curto, claramente abalado.
A porta da garagem se abriu com um rangido, e Scott entrou com uma expressão curiosa. Ele carregava uma sacola cheia de salgadinhos e refrigerantes.
— Seth? Cara, o que aconteceu? Você parece que viu um fantasma. — disse Scott, jogando a sacola em uma bancada e se aproximando.
Seth suspirou profundamente, apoiando os cotovelos nos joelhos. Ele olhou para Scott com uma mistura de desespero e confusão antes de finalmente soltar:
— Eu tive um imprinting...
Scott piscou algumas vezes, tentando processar. Ele abriu e fechou a boca como um peixe fora d'água antes de finalmente conseguir falar.
— Espera... o quê?! — exclamou ele, se jogando em uma cadeira próxima. — Um imprinting? Por quem?
— Beatrix. —Seth esfregou o rosto com as mãos antes de responder, com a voz baixa
Scott arregalou os olhos, claramente em choque. Ele ficou alguns segundos em silêncio, depois se inclinou para frente, apontando para Seth com um dedo trêmulo.
— Beatrix Swan? A Beatrix? Sua melhor amiga? Aquela Beatrix?
— Sim, Scott, essa Beatrix! — respondeu Seth, exasperado, jogando-se de volta no sofá e cobrindo o rosto com um travesseiro. — Eu tô ferrado.
Scott começou a rir, uma mistura de incredulidade e nervosismo.
— Cara, isso é insano! Quero dizer... vocês já são grudados, então meio que faz sentido, mas... wow. Como foi? O que aconteceu?
— Ela apareceu na garagem da minha casa.—Seth tirou o travesseiro do rosto e olhou para o teto.— Quando nossos olhos se encontraram, foi como... — ele gesticulou, procurando as palavras certas. — Como se o mundo inteiro desaparecesse, e só existisse ela.
— Isso é sério.—Scott ainda parecia chocado, mas um sorriso começou a se formar em seu rosto. — E o que você fez?
— Mandei ela embora. —Seth fechou os olhos, claramente frustrado
— Você o quê ?! — gritou Scott, quase derrubando a cadeira.
— Eu mandei ela embora! — repetiu Seth, sentando-se de repente. — Eu não sabia o que fazer, Scott. E se ela não sentir o mesmo? E se eu estragar tudo?
— Cara, você acabou de descobrir que ela é sua alma gêmea, e a sua reação foi mandá-la embora?—Scott balançou a cabeça, incrédulo—Isso é um novo nível de burrice, até para você.
— Obrigado pelo apoio. — respondeu Seth com sarcasmo, voltando a se jogar no sofá.
— Olha, Seth. Eu sei que isso é grande, mas você não pode fugir dela para sempre— Scott suspirou e cruzou os braços—Você precisa contar a verdade para a Beatrix.
— E se ela me rejeitar?—Seth olhou para Scott, claramente dividido entre medo e esperança.
— Então, pelo menos você tentou.—Scott deu de ombros, mas sorriu— Mas, honestamente? Do jeito que vocês dois vivem juntos, acho que você tem uma boa chance.
Seth suspirou novamente, mas dessa vez havia um brilho de determinação em seus olhos. Talvez Scott estivesse certo. Talvez ele devesse contar a verdade.
Mais um capítulo amores Desculpa se tiver erros de português ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
O IMPRINTING ACONTECEU
O que acharam desse capítulo???
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