II. ( books and sandwiches )
- 𝑶𝑼𝑹 𝑪𝑹𝑼𝑬𝑳 𝑾𝑶𝑹𝑳𝑫, Carl grimes -
╌─ 残酷な. ' 🏚️ , ◍ 〞. ---
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Já fazia dois dias desde que um pequeno grupo veio de Atlanta. Não era do agrado do senhor Hershel abrigar tantas pessoas em sua propriedade, pois não gostava de como isso tornava o lugar mais barulhento.
Apesar do incômodo, ele permitiu a estadia por causa da recuperação do menino. Infelizmente, para isso acontecer, o velho amigo da família, Otis, morreu. De acordo com Shane, ele foi morto por Walkers enquanto tentava salvar Carl.
Mesmo não sendo muito próxima do homem, a menina sentiu a injustiça da situação. Otis tinha uma família esperando por ele. Como ele pôde morrer para salvar aquele garoto magricela, que estava deitado havia dois dias na cama do quarto de visitas?
Ela achou estranho. Não parecia algo que Otis faria. Apesar de ser um bom homem, ela não o via se sacrificando por alguém que nem conhecia, abandonando sua própria família.
- Trice, por que não vai ali conhecer o Carl? Ele parece ser um bom garoto - sugeriu Maggie, olhando para a menina, que levantou as sobrancelhas e as juntou.
- Se fosse tão bom assim, o Otis não teria... por causa dele.
Maggie olhou ao redor, certificando-se de que ninguém estava por perto, principalmente Patrícia ou os pais deles.
- Não fale assim. Não foi culpa dele - disse Maggie, acariciando a cabeça da menina. - Otis foi um bom homem. Agora, você pode ser uma boa garota e fazer amizade com aquele menino.
- Por quê? Ele não precisa de mim pra viver - retrucou a menina, cruzando os braços, antes de receber um peteleco na testa de sua madrinha.
(...)
A menina caminhou lentamente pelos corredores, checando se não havia ninguém por perto. Sabia que não havia, afinal, Patrícia estava trancada no quarto, o grupo de Atlanta estava do lado de fora, Maggie e Beth estavam no andar de cima, e sua mãe e Hershel estavam cuidando das galinhas.
Mesmo assim, não queria esbarrar com ninguém, principalmente agora, enquanto agia de forma suspeita. Para uma menina que só queria fazer um amigo, aquilo parecia um grande evento em sua cabeça.
Ela espiou pela porta entreaberta do quarto e não viu ninguém além do garoto dormindo na cama, com um chapéu sobre a barriga.
Aproximando-se da cama, ela olhou por cima dos cobertores. O ferimento parecia estar melhor, sem mais sangramentos, o que era ótimo.
- Ufa... Tá dormindo. Vou dizer pra tia Maggie que ele tá muito cansado - sussurrou baixinho. Segurou o chapéu de xerife e o examinou. - Será que é de verdade?
Ela mexeu no chapéu, olhando para a etiqueta desgastada dentro dele.
- É sim... Meu pai era um grande policial.
Beatrice deu um pulo para trás ao ouvir a voz do menino. Ele coçou os olhos e se apoiou na cama, encostando-se à parede.
- Meu nome é Carl.
- Me chamo Beatrice, mas pode me chamar de Trice - disse, devolvendo o chapéu. - Desculpa por pegar sem pedir.
- Não tem problema. É irado, né? - respondeu o menino, admirado, claramente orgulhoso do pai.
Ela apenas levantou uma sobrancelha. Era legal ser policial e poder usar armas, mas ele parecia fascinado demais.
- É... Acho que sim - respondeu, dando de ombros. - Seu machucado tá doendo?
- Um pouco, quando eu me mexo. Meu pai disse que vou ter uma cicatriz - respondeu, orgulhoso. - Vai ser uma história pra contar!
Beatrice inclinou a cabeça, estranhando o modo de pensar dele, mas se lembrou de um machucado que havia feito no cotovelo ao cair da escada de casa.
- Eu tenho uma no cotovelo. Cai da escada e um pedaço de madeira entrou no meu braço - disse, mostrando a cicatriz ao levantar a manga.
- A minha é mais legal. Eu levei um tiro.
A menina o olhou incrédula. Que garoto chato.
- Minha madrinha disse pra ser sua amiga, mas você parece ser chato.
- Não sou chato! Eu sou muito legal! Você e Sophia que são chatas!
Ela levantou as sobrancelhas, tentando identificar quem era Sophia.
- Quem é essa?
- Ah... Ela... Não importa.
Carl parecia relutante em falar sobre o assunto, o que deixou Beatrice curiosa. Mas, como parecia algo pessoal, decidiu não insistir.
- Quer brincar? - perguntou.
- Não posso.
- E... Você gosta de livros?
- Ah, não. São chatos, mas eu gosto de HQs.
Beatrice gostava de ler, especialmente contos de fadas. Lia algumas HQs, mas não era viciada... Preferia se imaginar em mundos distantes, onde o apocalipse não existia.
- Eu tenho algumas. Se quiser, posso pegar pra gente ler. - ela disse, e o garoto sorriu, concordando com um leve aceno
A garota correu até o armário ao lado da cama. Por entre papéis amassados, documentos antigos e algumas coisas úteis, encontrou o que procurava... uma pilha de livros, HQs e até alguns mangás. Talvez não fosse tão ruim compartilhar algo assim com Carl
Ela limpou o pó das capas e colocou tudo sobre a cama.
- Adoro esse aqui! - disse, levantando uma das HQs com entusiasmo.
Os olhos de Carl brilharam ao reconhecer a capa.
- Eu tava lendo a edição anterior dessa há alguns dias! É muito boa!
Os minutos passaram rapidamente enquanto eles conversavam e folheavam as páginas. Beatrice percebeu que era fácil conversar com Carl, embora ele sempre fizesse questão de discordar de algo. Se ela dizia que uma capa era vermelha, ele argumentava que era laranja. Mesmo assim, a dinâmica entre eles era leve, quase divertida, bom um pouco divertida.
Quando o estômago dos dois começou a roncar, Beatrice se levantou sem hesitar. Na cozinha improvisada, preparou dois grandes sanduíches com o que restava. Sua mãe provavelmente ficaria furiosa se soubesse que ela estava dando algo tão pouco nutritivo para um garoto que ainda estava se recuperando. Mas, como ela mesma pensava, "o que os olhos não veem, o coração não sente".
Ao voltar com os pratos, Carl sorriu, aceitando o sanduíche.
- Tem certeza que isso está consumível?
- Está aceitável
Carl levantou os ombros e Beatrice riu, sentando ao lado dele. Talvez, naquele momento, as coisas não fossem tão ruins assim.
001. Me deu um pico de energia e aqui está o capítulo, bem curtinho, porém apenas para mostrar o nosso mini casalsinho
002. Como o da outra vez achei bem vago, esta versão queria mostrar eles desde o início, iai, gostaram das mudanças??
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