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⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⩩⦙ 𝒗𝒊. 𝑻𝒆𝒓𝒓𝒂𝒔 𝒔𝒐𝒍𝒊𝒕𝒂́𝒓𝒊𝒂𝒔


Uma das minhas descobertas do pós-morte é que o tempo perde totalmente o seu significado. Quando você está em meio à cantoria dos anões, ou, então, passeando pela maravilhosa cidade élfica de Valfenda, o tempo parece durar somente quinze minutos, mesmo tendo passado mais de quinze horas. Entretanto, quando você está à horas montada sobre o lombo de um pônei no meio de uma terra de ninguém, um reles segundo parece durar uma eternidade. Ah! Querido tempo, você é uma vagabunda sem coração.

Não somente o mês de maio estava alcançando o seu fim, como a alegria dos membros da comitiva quando conseguimos alcançar as Terras Solitárias, a qual faz jus ao seu nome. Para nossa felicidade e segurança, nenhum problema aparente havia cruzado nosso caminho. Para ser honesta, nada, nenhuma alma viva ou morta tinha cruzado nosso caminho. Como dito anteriormente: Terras solitárias.

Os dias pareciam durar mais que o habitual, enquanto as noites passavam num piscar de olhos. Com a falta de animação dos anões e silencio na maior parte do percurso, minha paciência e alegria com a viagem estava escassa. Qualquer pequena dor tornava-se duplamente incômoda, me fazendo questionar se aquilo seria o céu ou parte do meu inferno pessoal.

A paisagem também havia mudado drasticamente naquela região, as florestas eram mais sombrias e as montanhas mais desoladas e de grandes altitudes. Todo o local possuía a aparência maligna, como se tivesse sido retirado dos mais terríveis contos de horror. Aquela região, definitivamente, tinha sido esquecida por Eru Iluvátar, o deus supremo desse mundo.

Da mesma maneira que ocorreu com a paisagem, o clima do local também estava terrível e desagradável. Ele era melancólico, angustiante e trágico. As chuvas não cessaram desde que colocamos os pés nas terras sombrias, caindo impiedosa, pesada e extremamente gelada, deixando o clima mais sombrio e frio. Parávamos para descansar todas as vezes que surgia uma oportunidade, dividíamos as cobertas e dormíamos unidos como pássaros empoleirados buscando por calor. As noites eram mais frias que os dias, quase insuportáveis. Cheguei a passar muitas delas em claro, sentindo falta do calor agradável das terras do Sul e, principalmente, do conforto de casa, do conforto que possuía em minha antiga vida.

— Em pensar que logo estaremos em Junho — Resmungou Bilbo que vinha cavalgando por último na terra lamacenta e em uma tentativa falha de puxar assunto.

— Não, Bilbo. Cale a boca, por favor! — Pedi em meio aos resmungos enquanto abraçava Thorin com força a mais e afundava meu rosto em suas costas para tentar obter calor, tremia das cabeças aos pés e sentia as juntas do corpo doerem.

Nenhum outro anão manteve a conversa com Bilbo, estando todos tão mal-humorados quanto eu com aquela extensa viagem. Devido à falta de um local seguro para acamparmos, perdemos o almoço e se a situação não mudasse também perderíamos o horário da ceia. Fechei os olhos tentando pensar em coisas aleatórias, de preferência que não fosse o mal tempo ou a antiga vida que levava. Queria me distrair do fato da minha capa estar pesada, dos lábios rachados e da palidez excessiva, tirando a dor, a qual ardia em locais inimagináveis tanto dentro quanto fora do corpo.

— Senhor Gandalf, pode fazer algo com esse dilúvio? — Perguntou Dori irritado sobre o seu cavalo.

― Está chovendo, mestre anão. E continuará até cessar. ― Respondeu Gandalf com uma calma irritante em sua voz.

― Mago inútil. ― Resmunguei aos sussurros, arrancando um riso frouxo e baixo de Thorin. ― Oh, Gandalf! Existem outros como você?

― Outros o que, senhorita? ― Perguntou Gandalf sem desviar os olhos do caminho.

― Magos. — Respondi.

― Existem cinco de nós. O maior de nossa ordem é Saruman, o branco. Há também dois magos azuis. Engraçado, nunca lembro o nome deles...

― E quem é o quinto? ― Perguntou Bilbo interessado no assunto.

― É Radagast, o castanho. ― Disse Gandalf.

― E ele é um grande mago ou é como o senhor? ― Perguntei de maneira sarcástica.

― Acho que ele é um grande mago. ― Gandalf olhou com o canto dos olhos para mim e arqueou uma das sobrancelhas. ― Mas do jeito dele.

― Algum deles é capaz de me levar para casa? ― Perguntei sem hesitar, ainda ansiava com a ideia de regressar ao meu mundo.

― Não sei, sinto muito Elphaba. ― Ele deu um breve sorriso pesaroso.

Prosseguimos o restante do caminho em silêncio. Descemos pelo vale profundo onde um rio espesso e volumoso corria em seu leito. Cruzamos o rio através de uma ponte de madeira, meu medo era a ponte ceder e todos nós acabarmos morrendo afogados. Após mais algumas longas milhas de cavalgada, conseguimos alcançar um local seguro e seco para acamparmos, o qual ficava no topo da colina e entre as rochas. Para nosso alívio e breve felicidade a chuva deu uma trégua.

— Acamparemos aqui essa noite — Thorin desceu do pônei com apenas um salto, o que me deixava levemente invejada, já que sempre tinha o auxílio de um dos anões para deixar a montaria. Nesse dia o responsável por me descer foi Bifur, o anão mudo da companhia e que possuía um machado preso na cabeça.

— Finalmente, não aguentava mais cavalgar — Resmunguei retirando a capa pesada de viagem e torcendo, tentando secá-la de alguma forma.

Não tardou para que todos nós terminássemos de montar o acampamento, estávamos com pressa e desesperados para descansar. Naquela noite ajudei Bombur e Bofur no preparo do jantar, o que era algo raro de acontecer. Depois de estar devidamente alimentada, fui a primeira pessoa que caiu no sono devido o cansaço. Infelizmente fui incapaz de dormir por muito tempo, tendo um pesado infeliz relacionado com os membros da companhia e o local que estávamos acampados. Minha fértil imaginação fez com que criaturas macabras que pareciam zumbis tirassem minha paz durante o sonho sangrento.

— O que foi isso? — Perguntei acordando assustada e sentando com um sobressalto no colchonete. Os irmãos Kili e Fili que estavam de vigília naquela noite riram baixo.

― Orcs. ― Respondeu Kili ao perceber minhas expressões assustadiças.

Havia feito a pergunta de forma retórica, já que tinha acabado de despertar de um terrível pesadelo. Aquela resposta só serviu para me deixar alerta e duplamente assustada. Ele olhava para o nada, como se estivesse buscando pelo motivo do "barulho".

― Orcs? ― Bilbo perguntou preocupado, rapidamente o Hobbit sentou ao meu lado no colchonete.

― Cortadores de garganta, devem ter muitos por aí. ― Respondeu Fili deixando eu e Bilbo ainda mais assustados. ― As planícies estão infestadas deles. Atacam na hora que todos estão dormindo.

― Rápido e em silêncio. Sem gritos, só muito sangue. ― Prosseguiu Kili.

Naquele instante meu cú não passava uma agulha, estando com ele em minhas mãos. Mas quando Kili trocou olhares marotos com Fili e ambos soltaram risinhos baixos, fui capaz de perceber que aquilo não passava de história boba de fogueira, algo para deixar tanto eu quanto Bilbo ainda mais assustados. As minhas expressões temerosas se tornaram irritadiças.

― Vão se fuder, isso não tem graça. ― Urrei cruzando os braços na frente do copo, estando irritada por ter perdido o sono por palhaçada dos anões.

― Foi engraçado, sim. ― Comentou Kili. Ele e Fili não paravam de rir.

― Acham engraçado? ― Perguntou Thorin aproximando do grupo e repreendendo os sobrinhos. ― Acham que um ataque noturno de Orcs é uma piada?

― Não queríamos dizer isso. ― Falou Kili constrangido, ambos os rapazes pararam imediatamente de rir e baixaram os olhos para o chão. Naquele momento tive que me segurar para não soltar um "se foderam" acompanhado de risadas.

― Não, não queriam. ― Thorin prosseguiu grosso. ― Vocês não sabem nada do mundo.

Com essas palavras, o líder da companhia se afastou do grupo e aproximou do penhasco, parando em sua beirada para admirar a vista.

― Não liguem para eles rapazes ― Balin aproximou de nós. Deitei minha cabeça nos ombros do Bilbo que carinhosamente afagou meu rosto com uma das mãos, apoiando a cabeça sobre a minha. ― Thorin possui vários motivos para odiar os Orcs. Quando o dragão ocupou as montanhas solitárias, o rei Thrór tentou recuperar o antigo reino anão de Moira. Mas nosso inimigo chegou lá primeiro. Moria fora tomada por uma legião de Orcs, lideradas pelo mais cruel de sua raça... Azog , O Profano. O Orc gigante de Gundabad jurou aniquilar a linhagem de Durin.

― Nossa! ― Falei surpresa, não esperava por aquela história. Comecei a prestar mais atenção na narração do velho Balin, que era algo tão mágico e triste.

― Ele começou decapitando o rei ― Balin continuou, demonstrava pesar e tristeza em sua voz. Comecei a entender a raiva do Thorin com a brincadeira, olhei na direção do líder com pesar, ele estava de costas para o grupo. ― Thrair o pai do Thorin enlouqueceu pelo luto. Não sabíamos sobre o paradeiro dele até Gandalf contar sobre sua morte. Estávamos sem líder. A Derrota e a morte avançavam. Foi quando eu o vi. Um jovem príncipe anão enfrentando o Orc pálido. Ele lutou só contra o terrível adversário. Sem armadura, empunhando nada além de um galho de carvalho como escudo.

― Agora entendi a referência. ― Comentei voltando a olhar para Balín. ― Desculpe, por favor continue. Adoro ouvir histórias.

― Thorin cortou a mão do terrível Orc, Azog aprendeu naquele dia que a linhagem de Durin não seria destruída facilmente ― Balin terminou a história e sorriu para mim. ― Nossas forças retrucaram e expulsaram os Orcs. Nosso inimigo fora derrotado, mas não houve banquete nem cantoria naquela noite, pois a quantidade de mortos superava a de luto. Poucos de nós haviam sobrevivido. Então eu pensei comigo mesmo "Ali estava alguém que eu poderia seguir, ali estava alguém que eu poderia chamar de rei".

― E enquanto ao Orc pálido? ― Perguntou Bilbo com a mesma curiosidade que eu.

― É, o que houve com ele? ― Perguntei.

― Voltou para o buraco de onde veio, o maldito morreu pelos ferimentos há muito tempo. ― Respondeu Thorin irritadiço, não podia dizer a quanto tempo ele estava parado atrás de mim e do hobbit, mas sabia que ele havia prestado atenção em toda narração do Balin. ― Agora vamos todos voltar a dormir, teremos uma longa jornada amanhã, aproveitemos o tempo seco. Fili e Kili, descansem. Ficarei o resto da noite de vigia.

― Eu vou ficar com você. ― Falei me prontificando a ficar em pé.

― Você não sabe manusear uma arma, além de que precisa descansar. ― Thorin me olhou dos pés à cabeça.

― Ah! Vai se ferrar, não vou te deixar na vigília sozinho. E eu grito muito bem. ― Resmunguei cruzando os braços e o encarando.

― Então está bem, você não muda de ideia quando faz essa careta mesmo. ― Ele deu com os ombros e afastou outra vez do grupo, ficando em um local onde possuía vista sobre todos.

Sentei no local antes ocupado por Kili e Fili, enquanto eles se acomodaram em seus colchonetes. Me impressionei com a facilidade em que pegaram no sono. Fiquei alguns minutos admirando os rapazes dormindo, tentando os imaginar sem as barbas, mas sei que jamais me acostumaria com essa ideia.

É engraçado quando paro para comparar minha primeira impressão sobre os membros da comitiva e as que tenho agora. Cada um deles se tornou único para mim, aprendi a apreciar a beleza interior e exterior deles. Eles se tornaram pessoas tão importantes na minha vida, pessoas que jamais esquecerei, nem nessa vida e nem em nenhuma outra. Mas irei contar um segredo, sempre achei os descendentes de Durin os mais bonitos de toda a comitiva.

Após apreciar cada detalhe do rosto dos irmãos, olhei em direção ao Thorin. Ele estava sentado sobre seu colchonete e encostado numa rocha fria. Fumava a tal "maconha" dos Hobbits enquanto aparentava estar com os pensamentos distantes. Como se sentisse ser observado, ele olhou diretamente na minha direção. Abri um sorriso simpático, mantendo as expressões severas ele desviou o olhar voltando a admirar o nada.

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