xiii. there is nothing like my family
CAPÍTULO TREZE
there is nothing like my family
Hogwarts - Abril de 1978
NIKOLAI SCHENKER DESCEU CORRENDO AS ESCADAS DO DORMITÓRIO MASCULINO ATÉ FINALMENTE CHEGAR AO SALÃO DE SUA COMUNAL. Estava pronto para dizer que esperou Daphne por mais de uma hora. Mas seu sorriso travesso desapareceu quando a viu sentada no sofá o esperando.
─ Nikolai Schenker! Estou te esperando há uma hora!
Então ele sorriu mais uma vez. Ela estava mentindo, assim como ele faria.
─ Me desculpe ─ ele se aproximou dela, a puxando para um abraço e um beijo na testa. Daphne imediatamente o empurrou, fazendo ele rir. ─ É que a donzela demorou a achar um camisa que combinasse com a calça.
Daphne franziu a testa, então Regulus Black estava descendo as escadas calmamente, ajustando os botões de sua camisa.
─ Não me importo se não combina com minha calça, imbecil ─ disse ele para Nikolai, mal humorado.
─ É isso, Daph, tomei a liberdade de convidar seu noivo para a nossa ida a Hogsmeade.
Daphne olhou de Regulus a Nikolai.
─ Vocês se tornaram amigos agora?
Os dois fizeram uma careta de desgosto.
─ Não mesmo ─ disparou Regulus. ─ Eu o odeio.
─ Eu tenho certeza que te odeio mais, idiota ─ retrucou Nikolai.
─ Vamos logo ─ disse Daphne. ─ Se vocês começarem a discutir no caminho, vou joga-los no lago.
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Claramente, Nikolai era o que mais falava no caminho entre Hogwarts até Hogsmeade. Mesmo que houvesse passado semanas, Daphne e Regulus não ficaram sozinhos novamente, nem conversaram sobre seu beijo. E Nikolai escolhera fazer a coisa certa quando não calava a boca na estrada, falando sobre qualquer coisa, até mesmo sobre como Emma Vanity estava bonita enquanto andava há alguns metros na frente deles em um grupinho de cinco garotas.
─ Cale a boca, Schenker! ─ Emma gritou lá da frente. ─ Ou apenas me elogie um pouco mais baixo!
─ Você não vai desistir, não é, Nikolai? ─ Regulus perguntou ao colega. ─ Eu espero que não, gosto de ver você se humilhando.
─ Desistir é para fracos. Vanity gosta de mim... lá no fundo ela gosta.
Regulus olhou para Daphne, esperando que ela falasse para Nikolai que isso não era verdade, mas ela apenas deu de ombros.
Com mais algumas conversas aleatórias, o trio finalmente chegou ao vilarejo bruxo de Hogsmeade. O local estava quase cheio de alunos de Hogwarts que tinham a permissão para visitar a aldeia na excursões no fim de semana.
Daphne e Nikolai costumavam frequentar a Rua Principal, que abrigava lojas e pubs famosos como o Três Vassouras e a Dedosdemel. Quanto a Regulus, era raro ele ir para a aldeia depois de terminar com Marilyn Bessi, isso só acontecia quando Bartô Crouch Jr. insistia demais para que ele e Severus Snape fossem com ele.
Apesar do clima do mês de abril ser bastante agradável do lado de fora, eles decidiram que seria bom irem até o Três Vassouras, uma estalagem e pub em Hogsmeade, que normalmente era frequentado por estudantes da vizinha Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O local sempre foi acolhedor, muitas vezes quente, cheio e limpo. Um espelho atrás do bar refletia a atmosfera aconchegante e agradável para os bruxos, alunos ou não.
Quando Regulus levantou para buscar suas bebidas, duas cervejas amanteigadas, já que Nikolai havia se despedido quando encontrou Mary e Dorcas na vila. Black não demorou a retornar com dois copos de estanho. Era a primeira vez que ficavam sozinhos desde o fim de semana na casa de campo no mês anterior.
─ Imagino que já esteja estudando para os N.I.E.M.s ─ Regulus presumiu, levando seu copo aos lábios.
Daphne percebeu que provavelmente havia olhado muito atentamente para o ato simples e comum do menino.
─ Na verdade não ─ respondeu ela, olhando para qualquer lugar da mesa. ─ Nós nem sabemos se estaremos em Hogwarts em setembro. Acho que posso ter o privilégio de não me importar com os exames.
Antes que Regulus pudesse responder, outra garota ruiva se aproximou de sua mesa, tocando o ombro de Daphne.
─ Boa tarde ─ Lilian Evans cumprimentou o casal sentado à mesa. ─ Não tivemos a chance de nos despedir depois da festa de Remus, queria me desculpar.
Realmente. Daphne não lembrava com todos os detalhes, as imagens não estavam nítidas, estavam todas misturadas e girando graças a toda bebida que ela aceitou de Sirius. Mas ainda conseguiu decifrar o pequeno ponto onde uma garota vermelha e dourada levava outro garoto vermelho e dourado embora. Eram Lily e James. Potter também estava um pouco alterado no fim da festa.
─ Está tudo bem, Lily. Eu provavelmente não iria lembrar mesmo.
Lily riu e perguntou se podia sentar na cadeira a esquerda de Daphne. Regulus se mexeu desconfortável na cadeira a frente quando Daphne permitiu.
─ Está sozinha? ─ a mais jovem questionou.
─ Não, James foi até a Dedosdemel, vi vocês da janela e decidi vir cumprimenta-los enquanto isso.
Enquanto Evans falava, Daphne olhou para o local que Regulus encarava atentamente. Do outro lado do pub, Bartô Crouch Jr. estava sentado sozinho em uma mesa, ele deu uma piscadela e mostrou um sorriso suspeito para o garoto.
─ Precisamos ir a Loja de Penas Escribas ─ disse Regulus, subitamente, levantando-se.
─ Agora? ─ perguntou Daphne, estranhando o comportamento dele.
─ Sim. Por favor.
Daphne assentiu, se virando para Lilian.
─ Nós...
─ Tudo bem ─ a mais velha respondeu, aparentemente bem. ─ Vou esperar por James; Marlene e Sirius logo virão também.
As vezes Daphne esquecia de todo preconceito que ainda perambulava por dentro e fora de Hogwarts. Era fácil para ela esquecer, ela não era uma das vítimas. Mas nunca imaginou que Regulus pudesse deixar tão explícito o seu desprezo por nascidos-trouxas.
Coincidentemente, na Rua Principal de Hogsmeade, Nikolai já estava vindo ao seu alcance com uma grande cesta repleta de doces da Dedosdemel, havia acabado de se despedir de Mary.
Há algumas semanas Nikolai havia explicado para Daphne o que ele e Mary MacDonald "não-tinham". Eles não estavam envolvidos romanticamente, apenas gostavam dos beijos. Mas ela, Daphne, desejava que eles realmente fossem apaixonados, já que Emma Vanity provavelmente nunca daria chance para as investidas do garoto, mesmo que fizessem anos que ele insistisse.
─ Podemos passar a noite inteira ─ Nikolai levantou a cesta para entrega-la a Daphne ─ com esses doces aqui; eu até convidaria você, Black, mas vai ser no nosso quarto de qualquer manei...
O garoto não conseguiu completar sua frase quando Regulus passou por ele para olhar atrás das janelas do Três Vassouras. Daphne e Nikolai seguiram para onde estava a atenção dele. Tyson e Louis, dois colegas da casa do trio em Hogwarts, haviam levantado de uma das últimas mesas do pub e agora estavam diante de Lilian Evans, sentada sozinha. Não era possível ouvi-los, mas qualquer um que prestasse o mínimo de atenção podia perceber que nada agradável saia de suas bocas.
Daphne colocou a cesta no chão e imediatamente passou entre outros alunos na porta do local. Regulus e Nikolai se olharam, a seguindo.
─ ... Se eu quisesse sua companhia, teria pedido por ela ─ disse Lily quando os outros três sonserinos chegaram.
─ Para uma sangue ruim, você é bem ingrata ─ Tyson se inclinou na mesa, ficando perto demais do rosto de Lily.
─ Acho que é hora de você ir, Tyson ─ Nikolai ficou na frente dele.
Não haviam tantos alunos no pub comparado com horas atrás, mas os que haviam pararam para observar a provável confusão que podia acontecer naquela mesa.
Tyson revirou os olhos, se afastando de Lily e encarando Nik de cima a baixo.
─ Nikolai, Nikolai ─ ele deu um sorriso sem humor, segurando no ombro do colega. ─ Você precisa resolver isso, cara. Está de qual lado?
─ Não do seu.
O sorriso de Tyson se alargou quando ele virou o rosto para olhar para Louis, que riu de volta. Quando ele se virou novamente, em questão de segundos, a mão que estava no ombro de Nikolai socou seu rosto em um punho cerrado.
Daphne só teve tempo de ajudar Lilian a sair da mesa quando Regulus puxou Tyson e socou o rosto dele de volta. Madame Rosmerta tentou passar pela fila no balcão que observava toda confusão.
Era óbvio que Tyson não pouparia Regulus, e quando o mais jovem cometeu o simples erro de se virar apenas para olhar se Nikolai estava bem, Tyson também o acertou com toda força e raiva. Louis também tentou ajudar o amigo e acertar Regulus, mas Nikolai, que já estava recomposto, chutou suas pernas com violência, o fazendo cambalear para o lado, se equilibrando apenas por segurar em uma cadeira antes de cair.
Em menos de segundos, todas as varinhas estavam nas mãos de seus donos, inclusive as de Daphne e Lily.
─ O que significa isto?! ─ eles ouviram a voz exaltada de Horácio Slughorn, o professor de Poções e diretor da Sonserina, que havia acabado de entrar no pub e estava bastante irritado.
Imediatamente todas as varinhas foram abaixadas enquanto o tumulto dos outros alunos telespectadores desaparecia lentamente.
─ Saiam do meu bar agora! ─ Madame Rosmerta exclamou. Era uma ordem.
Olhando para Slughorn, Daphne só pensou na sorte que tiveram por não usarem magia antes que o professor surgisse.
๑
Muitas horas depois, Daphne estava de cabeça baixa na mesa da sala do professor Slughorn, que permanecia atrás de sua escrivaninha, fazendo anotações das quais ela não fazia ideia sobre o que se tratava. Regulus e Nikolai estavam sentados distante dela e um do outro em carteiras da sala. Suas varinhas haviam sido tomadas e estavam sob cuidados de Horácio até que sua suspensão terminasse. Ela jamais viu o professor de Poções com tanta raiva como quando trouxe os alunos envolvidos na discussão no pub Três Vassouras.
Por causa deles, toda excursão em Hogsmeade foi permanentemente proibida durante os dois últimos meses até as férias. Os alunos que voltaram antes do anoitecer e descobriram isso ficaram extremamente irritados com os envolvidos na briga.
Sem que seus colegas soubessem, Daphne conseguiu avisar para McGonagall que Lily não tinha culpa de nada, que seria injusto deixa-la de castigo por isso. Ela não sabia se a professora acatou seu pedido, mas parecia que sim, pois, após o fim da primeira detenção, Daphne a viu conversando com Remus em um corredor, o que significava que talvez ela apenas estivesse cumprindo suas rondas como monitora e não em suspensões.
Além disso, na suspensão dos Sonserinos, Slughorn foi forçado a separar o trio composto por Daphne, Regulus e Nikolai de Tyson e Louis. Era impossível deixá-los no mesmo lugar se Horácio não queria que tentassem cometer um atentado contra eles mesmos.
E, mesmo que não fosse de sua vontade, o professor tinha que assinar uma carta aos responsáveis de cada aluno envolvido. Daphne já podia imaginar os gritos de Felicity sobre o que havia acontecido, sorte que ela não iria ouvi-los de tão longe.
─ Agora nós temos uma coisa em comum, Black ─ disse Nikolai quando os três já estavam no Salão Comunal. Ele apontou para o próprio rosto, para o lado esquerdo, onde havia uma marca visivelmente roxa.
Daphne mordeu os próprio lábios, ainda um pouco nervosa, olhando para o rosto do amigo e depois para Regulus. Realmente o machucado no rosto de cada um deles parecia quase idêntico.
Ela torcia para que Walburga e Orion não se importassem tanto ao ponto de irem até o Castelo...
Mas, no dia seguinte, Regulus descia correndo a escada do dormitório masculino, insistentemente tentando ajustar sua gravata. Seus pais o esperavam.
๑
No saguão de entrada, Regulus parou, pensativo. Daphne estava com ele, mas ele queria que ela o deixasse ir sozinho, mas não queria pedir isso, queria que ela saísse por espontânea vontade. Por um momento ele tentou imaginar o que estava escrito na carta que o professor precisou enviar para seus pais. Será que ele escreveu sobre Lilian?
Já era suficientemente terrível saber que seus pais tinham conhecimento sobre a briga com outros sonserinos e sobre a detenção. Isso iria piorar se soubessem a razão de tudo ter começado. Uma nascida-trouxa.
─ Regulus ─ seus pensamentos foram interrompidos quando Daphne tocou em seu ombro. Ela tinha um sorriso calmo no rosto. ─ Não precisa ficar nervoso, são só seus pais.
Ele encarou o rosto dela seriamente. Daphne soube que havia falado besteira e se afastou.
Eles finalmente estavam na frente da sala de aula de Poções. Daphne tomou iniciativa e abriu a porta, sendo a primeira a entrar. Como sempre, a sala estava como ficava antes dos alunos entrarem, organizada, as mesas limpas e vazias e os instrumentos e livros escondidos atrás de portas de armários.
Antes dos dois jovens, haviam apenas três pessoas na sala. Horácio Slughorn, e Walburga e Orion Black, que pararam de conversar no instante em que a porta foi aberta. Claramente, pelas suas expressões, não era nenhuma conversa tranquila. O professor logo se despediu, deixando Daphne e os Black para trás.
Daphne não teve chances de cumprimenta-los. Ela foi imediatamente ignorada quando Orion fechou a porta e foi até Regulus.
─ Quem fez isso com você? ─ o mais velho apertou a bochecha de Regulus. A parte machucada graças à confusão do pub.
─ Ninguém ─ Regulus desviou o rosto da mão de seu pai.
Walburga não se aproximou como Orion havia feito, mas ela não permaneceu em silêncio.
─ Quem é Lilian Evans? ─ perguntou.
O garoto respirou fundo. Daphne sabia que não foi Slughorn quem mencionou Lily, outra pessoa no Três Vassouras havia feito isso, talvez Bartô ou até mesmo o próprio Tyson.
─ Não conhecemos nenhuma Lilian Evans ─ Daphne se intrometeu.
Foi a primeira vez que Walburga e Orion olharam para ela. O olhar da mulher era puro desprezo, mas não carregado cem por cento apenas contra Daphne.
─ Não? Foi-nos contada uma história diferente. Estavam defendendo uma sangue ruim, Regulus.
─ Não ─ Regulus discordou rápido demais, ─ não estávamos.
─ Você ganhou um soco no rosto por defender uma nascida-trouxa? ─ Orion perguntou mais uma vez.
─ Estávamos tentando ajudar meu amigo Nikolai ─ Daphne deu outro passo para a frente quando percebeu que Regulus não diria nada.
Orion respirou impaciente. Walburga finalmente caminhou, aproximando-se da garota, encarando-a, ainda com o mesmo olhar de minutos atrás. Então ela se virou e parou na frente de Regulus. Mãe e filho se encararam por alguns segundos. Daphne estava prestes a falar de novo, mas se surpreendeu quando Walburga acertou um tapa forte demais no rosto de Regulus, no mesmo lugar onde ele recebera o soco de Tyson.
A surpresa estava gravada no rosto de Daphne quando ela levou a mão à boca.
Regulus fechou os olhos com força, virando o rosto lentamente e abrindo os olhos até encarar sua mãe outra vez. A mais velha colocou uma mão na nuca dele, poupando qualquer tipo de delicadeza.
─ Se mentir para seu pai ou para mim novamente, ganhará outro olho roxo. Está entendendo?
Ele respirou fundo, mas assentiu em resposta.
─ Responda a sua mãe, Regulus! ─ Orion ordenou.
─ Sim, senhora.
Daphne se recompôs quando Walburga olhou e se aproximou dela, ficando novamente cara a cara.
─ Espero não me arrepender sobre a decisão que tomei.
Agora sim toda a raiva de Walburga estava sendo jogada contra Daphne, mesmo assim, ela não desviou o olhar.
Você vai, ela pensou.
No momento em que a porta foi fechada e Daphne e Regulus estavam sozinhos, ela não esperou para ir até ele e o abraçar forte. Desejava saber o que falar. Ainda parado no mesmo local, sem reação alguma, Regulus não retribuiu o gesto.
─ Me desculpe, eu não devia ter respondido.
Ele não respondeu Daphne, simplesmente a afastou e saiu da sala.
Os corredores na ala oeste de Hogwarts estavam mais lotados do que os da masmorra. Regulus só queria andar e andar até não ter mais para onde ir. Ele queria ficar longe de Daphne depois do que ela viu, ele se arrependeu imensamente de ter permitido que ela fosse. Mas acima de tudo, ele se sentiu estúpido por defender Nikolai, por voltar ao pub depois de ver Tyson e Louis.
─ Regulus.
Ele não se virou quando percebeu que era a voz de Sirius o chamando. A mesma voz que não falava com ele há mais de três anos, a mesma voz que ele tentava ignorar todo esse tempo enquanto a ouvia feliz com seus amigos pelos corredores do castelo.
Era óbvio que Sirius havia percebido o maldito hematoma em seu rosto. Qualquer pessoa que olhasse por mais de dois segundos perceberia. Mas Regulus continuou andando, e, infelizmente, seu irmão o seguiu.
─ O que é isso no seu rosto? Foram eles?
Desde que realmente pararam de se falar, essa era a primeira vez que Sirius realmente insistia. Regulus queria correr, mas haviam tantos alunos naquele local, principalmente grifinórios.
Por favor, me deixe ir embora, Regulus implorou na sua cabeça. Sirius devia deixá-lo seguir sozinho, como fez quando o deixou e fugiu de casa.
─ Ela fez isso com você, Regulus?
Ele continuou, o ignorou, insistiu na sua própria mente que Sirius o deixasse. Ele estava prestes a virar em um corredor, agradeceu por isso. Até sentir uma mão agarrar forte o seu braço, tentando fazê-lo parar.
─ Me deixe em paz!
Regulus não sabia exatamente o que aconteceu. O mundo parecia ter se apagado por alguns segundos. Em um instante ele sentiu Sirius tocar seu braço, no próximo ele gritou e acertou seu próprio irmão no rosto com um soco forte demais.
Agora a atenção dos outros alunos estava toda voltada para ele. Ele queria gritar, praguejar e amaldiçoar a todos que estivessem olhando.
Sirius passou uma mão pela boca quando ergueu a cabeça. Um dedo sujo de sangue graças ao corte em seus lábios feito pelo anel de Regulus. Ele sabia que isso não ficaria assim, então quando Sirius, surpreso e irritado como nunca, deu um passo para a frente, ele ficou parado, deixaria Sirius retribuir o soco. Eu mereço, eu mereço que Sirius faça isso na frente de todo mundo.
─ Ei, cara ─ foi James Potter quem surgiu e se colocou entre eles, segurando Sirius pelos ombros. ─ Não vale a pena.
─ É o que eu mereço! ─ Sirius gritou, tentando passar por James. Naquela altura, Regulus sabia que seu irmão não mais revidaria o soco mesmo que Potter o soltasse. ─ É o que eu mereço por me preocupar com alguém como você!
Ele pensou nas semanas seguintes de quando Sirius o deixou. Nas piores noites cheias de saudade e nas terríveis brigas de seus pais até que decidissem que não iriam mais mencionar o nome do filho renegado. Ele pensou em quando decidiu que ele seria o filho perfeito, que ele seguiria devotamente Voldemort, que ele iria agradar Walburga e Orion com essa decisão. Que ele deixaria Marilyn Bessi, a garota por quem estava apaixonado, e se casaria com uma garota puro-sangue.
Garota essa que ele deixou sozinha na sala de Poções enquanto ela estava tentando ajuda-lo. A garota que ele estava começando a se apaixonar.
Regulus estava prestes a pedir ao destino que seus pais explodissem.
Então os acontecimentos reais daquele momento voltaram como um furacão destruindo tudo que havia na sua frente.
─ Eu não quero sua preocupação! ─ ele cuspiu, sem pensar.
─ Isso ─ Sirius apontou para o rosto de Regulus ─ é o que você merece! Não me arrependo de ter deixado você. Aquele é seu lar.
A frase de Sirius foi como uma agulha perfurando o coração de Regulus, uma mão fria enforcando seu pescoço. Seu próprio irmão prestes a sufoca-lo, deixa-lo morrer sem ar.
Eu mereço, eu mereço.
─ Vai se foder ─ Regulus murmurou, segurando as malditas lágrimas quando se virou para ir embora.
James continuou na frente de Sirius, apesar de tê-lo soltado.
─ Pare, cara, isso já foi longe demais.
Sirius balançou a cabeça, deixando de olhar para as costas do irmão, se virando para os outros alunos que ainda o observava.
─ O que estão olhando! ─ ele gritou. ─ Gostaram do maldito show?!
gente do céu, vcs precisam ler as datas kkkkk eu dei algumas risadas com alguns comentários bem confusos de vcs no capítulo anterior, me perdoem, eu devia ter explicado melhor 🤡
espero que tenham gostado do cap e que tenham chamado a walburga de desgraçada diversas vezes.
muito obrigada pela leitura e me desculpem por esse final :) amo vcs
até mais!
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