viii. young people (not) in love
CAPÍTULO OITO
young people (not) in love
Mansão Armstrong - 1977
Daphne Armstrong sentou-se no sofá enquanto sua mãe tagarelava sobre como Regulus Black era excelentemente educado e que seria um ótimo marido. A garota ainda estava tentando entender como seus pais puderam marca-la em um casamento sem falar com ela.
─ As coisas serão assim agora. É bom que tudo esteja em perfeita ordem. Um casamento com um Black, uma família que acredita em tudo o que somos devotos é o primeiro passo. Tenho certeza que agradará não só a nós, mas também ao Lorde das Trevas quando chegar o seu momento, querida.
Ela não sabia o que responder. Walburga, Orion e Regulus haviam saído da casa há alguns minutos. Jantaram lá pela primeira vez. Era tudo um plano dos mais velhos quando Richard Armstrong pediu para que Daphne fosse tomar um pouco de ar com Regulus.
Agora eles deveriam se casar em menos de dois anos, e Daphne estava tentando realmente entender para onde as idéias de seus pais estavam indo.
Regulus Black estava em sua classe, da mesma casa em Hogwarts, mas eles nunca tiveram nenhum interesse em comum, nunca pararam para conversar um com o outro. E nas raras vezes em que prestou a menor atenção nele, ela pensou que ele já tinha um interesse amoroso em Marilyn Bessi.
Ele era mesquinho, totalmente dedicado à causa de Voldemort. Enquanto Daphne continuava pensando e desistindo gradualmente dessa história de se tornar uma Comensal da Morte.
Ela tinha um plano. Ela iria fugir com Nikolai Schenker, seu melhor amigo.
Mas mal sabia ela que isso nunca aconteceria.
Hogwarts - Março de 1978
REGULUS NÃO CUMPRIMENTOU DAPHNE QUANDO FORAM AO ESTÁDIO DE QUADRIBOL COM SEU TIME. E, embora isso não fosse raro, embora eles não fossem exatamente dois colegas que andassem se cumprimentando e conversando por Hogwarts, Daphne sabia que ele estava mais estranho que o comum.
No entanto, ela gostava de vê-lo desviar o olhar cada vez que olhava para ele. Nikolai continuou tirando sarro disso, especialmente quando Daphne confessou que achava Regulus fofo.
─ Fofo? Tenho certeza de que planos malignos surgem na cabeça daquele menino todos os dias. Ele deve ser capaz de arrancar o coração de alguém com as mãos. Esse é o seu sinônimo de fofura?
─ Ele ficaria fofo fazendo isso ─ ironizou Daphne, enquanto Emma Vanity dava algumas instruções de jogadas na frente do time. Nikolai olhou com um ar indignado para a amiga.
─ Se você não parar, vou achar que está se apaixonando.
─ Isso seria tão ruim? ─ ela questionou, a voz baixa. ─ Vou casar com ele, por mais terrível que seja isso.
─ Será ruim se apenas você for apaixonada ─ disse Nikolai, se arrependemos logo em seguida quando Daphne o lançou um olhar raivoso.
─ Já entendi que alguém como Regulus não se apaixonaria por mim; obrigada!
Antes que ele pudesse se desculpar ou falar algo, Daphne partiu para o outro lado, ficando ao lado de Lucinda Talkalot.
Nikolai passou a maior parte do treino tentando se desculpar com Daphne todas as vezes que ela voava até os arcos; já que Emma não permitiu que Nikolai jogasse em outra posição se não goleiro. Não queria dizer com sua frase que Regulus não se apaixonaria por Daphne, pelo contrário, era extremamente mais fácil isso acontecer do que o contrário. Armstrong nunca havia se apaixonado por ninguém, ele duvidava que isso poderia acontecer tão facilmente com o mais jovem dos Black.
Regulus ainda estava envergonhado pelos acontecimentos dos dias anteriores ── sonhar com Daphne e deixá-la zombar dele ──, entretanto, jogou como nunca, principalmente sabendo que haviam alguns telespectadores nas arquibancadas. Ele gostava de saber que as pessoas estavam vendo como ele era bom nisso.
Daphne, embora visivelmente chateada, também jogou muito bem. Nikolai sofreu um pouco com a força que ela usava nas goles para marcar, o que coincidiu com uma ligeira queda em seu desempenho como goleiro. Mas isso pareceu deixá-la mais feliz.
E Nikolai realmente não se importava se ele estava no time de Quadribol ou não. Na verdade, tudo começou quando ele estava apaixonado por Emma Vanity. Ele só queria agradá-la, mas os jogadores e a treinadora gostaram tanto de algumas de suas defesas que ele continuou mesmo depois que a paixão passou ── não totalmente, ele ainda teve recaídas algumas vezes.
A fúria de Daphne se desvaneceu depois do banho, quando Nikolai estava esperando do lado de fora do vestiário com um sorriso estúpido no rosto.
─ Eu não acho que Regulus se apaixonaria por você ─ ele deu um passo para trás. ─ Acho que ele já está.
Daphne revirou os olhos e os dois começaram a andar para suas próximas aulas.
─ Acredite em mim ─ ele continuou, ─ eu sou um vidente, lembra?
─ Vidente da morte, só se for ─ Daphne retrucou. ─ Não é nenhum vidente romântico, vidente cupido, vidente de futuros casais.
─ Aparentemente, eu prevejo as pessoas sendo mortas, o que não é tão diferente de pessoas se casando.
Ela não conseguiu se manter séria. Os dois riram alto. O mais engraçado e trágico era que ainda não haviam conversado seriamente sobre sua ultima visão/previsão.
Nikolai estava aflito e assustado, Daphne sabia, mas eles não tinham ideia do que fazer. Já haviam pesquisado, Nikolai havia feito perguntas básicas para seus pais ── sem lhes dizer para quê todo o interesse ──, mas não haviam descoberto nada.
Quando se separaram e ela foi pelo caminho para sua próxima aula de Transfiguração, conseguiu ver de longe Regulus Black conversando com Bartô em um corredor. Sua mente insistentemente a lembrou da conversa com Nikolai. "Acho que ele já está."
Um outro aluno surgiu na sua frente, impossibilitando que continuasse olhando para Regulus. Daphne revirou os olhos e começou a andar, com James Potter ao seu lado.
─ Remus faz aniversário dia dez ─ disse ele. ─ Vamos nos encontrar na sala de Astronomia, espero você lá as oito.
Ela franziu a testa.
─ Não acho uma boa ideia, Potter. E não precisa sentir pena de mim.
─ Acredite, eu não sinto ─ ele deu de ombros enquanto caminhava com ela.
─ Precisei de alguém naquele momento, eu fraquejei ─ Daphne murmurou, ─ você estava lá e... bem, sabe o que aconteceu.
Daphne revirou os olhos ao ouvir James rir.
─ Não estou julgando, ruiva ─ disse ele. ─ Estou convidando você para uma festa. Já foi a uma?
─ É claro que eu já fui a uma festa ─ na verdade, Daphne ia a festas de sua família, seus tios e avôs. Nunca foi a uma festa de adolescentes e não sabia o que esperar disso, caso realmente fosse. ─ Remus e eu não somos amigos, você não precisa fazer isso.
─ Como não? ─ ele parou na frente dela, fazendo-a olhar para seu rosto. ─ Ele te ajuda em Herbologia quando você precisa.
─ Potter, isso foi no quarto ano, aconteceu apenas duas vezes.
─ Preste atenção, Armstrong. Lily acha que eu devia convidar você e...
─ Você contou para Lilian? ─ Daphne perguntou na defensiva.
─ Calma aí, apenas ela sabe ─ respondeu James. Daphne sabia que não era verdade, Sirius, Remus e Peter também sabiam do ocorrido no pátio, mas parecia que Potter os olhava(incluindo a si próprio) como uma pessoa só. ─ De qualquer maneira, começaremos as oito, se você não aparecer Sirius e eu começaremos a cantar na frente da sua comunal.
Daphne respirou fundo. Sua mão coçando para acertar um soco na cabeça de James quando ele deu as costas. Então ele se virou.
─ Só mais uma coisa, Armstrong. Leve velas, não temos velas.
─ Você é um idiota, sabe disso?
─ Com certeza ─ ele piscou, se virando outra vez. ─ Um grande idiota! ─ exclamou, já a uma boa distância.
๑
A professora McGonagall havia pedido para seus alunos irem a biblioteca para ler um pouco mais sobre um dos livros de Guia avançado de Transfiguração. E foi no final do dia de segunda-feira que Daphne terminava de estudar seu guia para a próxima aula. Era tarde quando saiu pelos corredores de Hogwarts, pouquíssimos alunos ── exceto os monitores ── se encontravam fora de suas comunais.
Mas Daphne amava andar pelo Castelo quando ele estava quase vazio. Ela podia dar alguns pulinhos infantis enquanto caminhava, coisa que normalmente não faria para manter a sua pose. Podia cantar canções nenhum pouco infantis, certa vez Pirraça a ouviu e começou, em outros dias, a repetir e rimar frases obscenas em forma de músicas enquanto flutuava pelos corredores, Filch quase enlouqueceu nessa época e o poltergeist só parou porque Minerva fez um acordo com ele.
Daphne era uma garota sem muitos amigos. Na maioria das vezes gostava de ficar sozinha e caminhar por aí, Nikolai entendia isso e respeitava. Ela o amava e esse era um dos porquês. Ele a entendia completamente.
Ela entendia porquê os outros estudantes a olhavam torto. Seu pai havia sido mandado a Azkaban quando era mais jovem, mas, por falta de provas concretas, foi logo solto. Mas as pessoas falavam e acreditavam que ele e outros, como os Malfoy, eram culpados e tinham fiel servidão a Voldemort.
Bem, era verdade, Daphne não tinha muito do que reclamar. Entretanto, exatamente por um assunto semelhante a este, ela já havia arranjado algumas confusões e brigas quando era mais nova, devia ser por isso que as pessoas pararam de culpar seu pai por muitas e muitas coisas na frente dela. Agora eles culpavam pelas costas dela. E, quando a viam, paravam imediatamente de falar e tentavam ao máximo manter o olhar longe. No início ela ficava irritada, depois isso começou a ser engraçado. E, hoje em dia, ela não podia se importar menos.
Agora ela só se importava com Nikolai e ela mesma.
E talvez Regulus. Afinal, Nikolai tinha razão, o garoto não tinha culpa de nada das coisas ruins que estavam acontecendo na vida dela.
Quando estava cantarolando baixinho pelo corredor escuro da masmorra, ela ouviu uma voz atrás de si.
─ Aurora...
─ Regulus.
Na penumbra, quando ele se aproximou, Daphne conseguiu vê-lo. Ela não conseguia dizer exatamente o que era, mas ele estava diferente.
─ Será esse fim de semana. Eu vou pedir para que seja minha noiva esse fim de semana.
Ela não teve uma das reações que ele esperava. Na verdade, Daphne já esperava por isso o mais cedo possível.
─ Quando eles te falaram?
─ Há pouco mais de uma hora. Terá um evento, o casamento de Narcisa e Lucius ─ Regulus se aproximou um pouco mais para não ter que falar alto. ─ Mamãe quer que eu te peça em casamento na festa. Ela quer que as pessoas vejam.
Pouco mais cedo, Regulus havia recebido um pequeno embrulho e uma carta de Walburga.
─ Não ─ Daphne murmurou.
─ Desculpe-me, Daphne... eu... ─ Regulus foi interrompido.
─ Faça agora, Regulus ─ Daphne olhou nos olhos de Regulus. ─ Se ainda temos um pequeno controle sobre isso, faça agora.
Controle. Atenção. Daphne queria ter o controle da situação. O que ela não queria era toda atenção da família Black e a família Malfoy nela e em Regulus.
O menino acenou com a cabeça e tirou uma pequena caixa verde-escura de um bolso da capa que estava usando. Ele abriu e os dois olharam para dentro. Haviam dois anéis, duas grandes faixas de ouro puro.
Eles trocaram um olhar. Eram anéis lindos, mas exagerados.
─ Se estivéssemos perdidos, poderíamos ser encontrados se o reflexo do sol atingisse ai. ─ Daphne zombou, brincando.
Regulus concordou, rindo.
─ Daphne Aurora Armstrong ─ Regulus olhou nos olhos da garota, sem desviar em nenhum momento enquanto falava, ─ seja minha noiva.
─ Regulus Arcturus Black, eu serei sua noiva ─ respondeu Daphne, com um sorriso desacreditado.
Ele sorriu, mas guardou a caixinha verde sem tirar nenhum dos anéis. Daphne franziu a testa, mas começou a entender quando Regulus pegou um de seus dois anéis que usava, o do dedo mínimo. Era um anel de prata, com uma serpente também prateada em volta da pedra esmeralda no meio.
Regulus tocou a mão esquerda de Daphne suavemente enquanto colocava o anel em seu dedo anelar. Ao terminar, ele lentamente levou a mão dela à boca e deu um pequeno e simples beijo.
─ Não prometemos nos amar até a morte ─ disse ele. ─ Nem cuidar um do outro.
─ Não prometemos ─ ela balançou a cabeça, ainda surpresa pelo feito do garoto.
Ele examinou a mão dela por mais um segundo.
─ Muito melhor.
─ Muito.
─ Ah, tome isso ─ ele a entregou a caixinha. ─ Guarde, descarte, esconda, jogue em um rio, você decide.
Ela assentiu. Quando ele virou as costas, Daphne o chamou.
─ Sim? ─ disse ele.
─ Não temos para onde correr, então quero lhe dizer uma coisa. Você será meu marido, mas isso não significa que terá qualquer poder sobre mim. Eu respeitarei você se me respeitar. Nosso relacionamento será a base de confiança e parceria se formos recíprocos um com o outro.
Ele sorriu quando Daphne terminou de falar.
─ Eu sei disso, Aurora. Eu nunca ousaria fazer o contrário.
os nossos nenês estão noivos 😭 o que acharam disso?
gente, não sei vcs, mas eu imagino o Regulus sendo uma pessoa mt inteligente, ao mesmo tempo tímida, porém extrovertida quando se conhece bem. conseguem entender? KKKK não sei explicar direito, mas como não temos muito cannon oficiais sobre ele, eu uso alguns headcanons criados por mim e por fãs em geral.
o início do capítulo é um acontecimento excluído do prólogo da fanfic. se não lembram, os Black jantaram com os Armstrong no prólogo.
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