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012. A Nova Urrea

ANY POV

Minhas pernas estavam tão bambas que eu mal conseguia me segurar de pé. A raiva que eu sentia era tão grande que eu tinha vontade de avançar em Noah e arrebentar a cara dele. Sem contar a vagabunda de cabelo lambido, atrevida. Vir dar em cima do meu homem na maior cara dura. Noah encarou-a.

-Sente-se.

Ele também se sentou e pegou seu Black Berry digitando rapidamente. Depois encarou Sabina novamente.

- Tem ideia do valor da dívida do seu filho?

Estranhamente ele estendeu a mão na minha direção como se me chamasse. Eu não sabia o que fazer, por isso continuei de pé, parada a uma pequena distância. Noah olhou para mim, o cenho franzido, provavelmente se perguntando por que eu não me aproximei.

- Aqui, Any.

Com o coração quase saindo pela boca eu estendi a mão e segurei a dele, que me puxou até ele. Meus braços envolveram o pescoço dele, mas continuei de pé ao seu lado. Seus braços envolveram minha cintura. Que merda.
Eu não estava entendendo mais nada. Noah estava a fim de brincar comigo, era isso? A minutos estava analisando o corpo da lombriga de cabelo lambido a minha frente. Agora estava abraçado a minha cintura? Era piada, só podia ser.

- Não faço ideia, senhor Urrea. Ele se recusava a falar e quando seus homens estiveram em minha casa, eu fiquei tão nervosa que nem prestei atenção ao que eles diziam.

- Entendo. E onde está seu filho agora?

- Desapareceu. Fez as malas e sumiu. Faz mais de um mês que não o vejo.

- Vamos esperar o Josh chegar com as informações. E então verei o que faço com você.

A vagabunda deu um sorriso de orelha a orelha e cruzou bem as pernas deixando quase o útero a mostra. Ahh... mas eu ia pegar essa vadia.

Minha respiração se acelerou um pouco, o que não deve ter passado despercebido a Noah que aumentou o aperto em minha cintura. Mas se o negócio era provocar... então vamos lá.

- Aceita alguma, querida? Uma água, um café... suco?

Eu perguntei com um sorriso falso no rosto. Seu olhar demonstrou espanto, mas rapidamente ela disfarçou.

- Um suco seria ótimo.

Fiz menção de me afastar, mas Noah me segurou.

- Peça para Desiree. Esse não é seu papel, Any.

Eu sorri. Era exatamente isso que eu esperava que ele fizesse, embora a essa altura do jogo, eu não tivesse mais certeza de nada. Enterrei meus dedos nos cabelos de Noah, o que fez com que ele me olhasse.

- E você, Noah?

Seus olhos brilharam intensamente, me fitando. Olhei a boca carnuda e sexy e tive vontade de mordê-lo.

- Nada pra mim, obrigado.

Peguei o telefone que dava acesso à cozinha e pedi a Desiree que levasse o suco da vadia. Josh chegou assim que desliguei o telefone.

- Com licença, Chefe. Any...

- Como vai, josh?

- Bem, obrigado.

- Conseguiu o que eu pedi josh?

- Sim, chefe. Está tudo ai.

Entregou uma pasta preta para Noah. Desiree chegou com o suco. Era uma pena que não tivesse colocado um pouco de veneno ali.

- Noah... aguarde um pouco mais lá fora. É provável que eu vá precisar de você.

- Tudo bem. Estou lá fora.

- E pegue a limusine, josh.

Olhei para josh que tinha o cenho franzido. Tanto eu quanto ele nos perguntávamos o que Noah faria com a limusine. Ele não gostava muito de sair com ela. Preferia o volvo prata blindado.

- Sim. Com licença.

Assim que josh saiu Noah abriu a pasta e deu uma olhada nos papeis. Depois voltou novamente ao começo e releu tudo mais lentamente.
Eu não tirava os olhos da vadia, que cruzava e descruzava as pernas, talvez de nervosismo, mas talvez quisesse chamar a atenção de Noah, que parecia alheio a tudo, exceto aos papéis em sua mão.
Depois de alguns minutos ele finalmente ergueu os olhos.

- Bom... aqui consta tudo o que seu... Narruel andou fazendo... e tudo o que ele me deve. Quantos anos ele tem?

- 16 anos.

- Tão jovem e tão problemático.

Revirei meus olhos. Como Noah era cínico. Ele também era culpado disso, uma vez que fornecia drogas para esses pobre viciados. Mas eu nem ousava falar isso com ele novamente. Eu não estava em boas condições para ficar provocando-o.

- Ele me deve vinte mil dólares, apenas.

A vadia arregalou os olhos.

- Vinte mil? E ainda diz apenas?

Noah apenas ergueu as sobrancelhas e nada respondeu.

- Seu filho andou aprontando bastante, Hidalgo. Por muito menos que isso vários já foram parar debaixo da terra.

Dessa vez ela se assustou. Arfou e engoliu em seco, os olhos arregalados.

- Por favor, senhor Urrea. Narruel é tudo o que tenho.

- O que tinha, não é? Uma vez que ele sumiu.

- Sim, mas... creio que está buscando um jeito de arrumar esse dinheiro.

- Sei...

Noah jogou a pasta sobre a mesa e inclinou-se na direção de Sabina, os dedos das mãos entrelaçados a sua frente.

- Então vamos lá... está me oferecendo seus favores... hã sexuais?

- Sim.

- Está se oferecendo para ocupar minha cama todas as horas, todos os dias em troca do perdão da divida do seu filho?

- Exatamente, senhor Urrea.

- Sexo de todas as formas por vinte mil dólares...

- Pois muito bem... eu perdôo a dívida de vinte mil dólares que seu filho tem comigo. E você fica.

Minha cabeça girou. Meu estômago embrulhou e uma ânsia de vômito quase me fez despejar todo meu asco ali mesmo, em cima de Noah.

A ordinária arreganhou ainda mais a cara e só faltou abrir as pernas pra ele. Eu estava congelada no mesmo lugar, as mãos ainda nos ombros dele.

-Não irá se arrepender, senhor Urrea.

- Você fica... MAS...

Prendi minha respiração. Quanto mais eu iria suportar?

- Mas?

-Mas não para me servir na cama... nada de sexo.

- Co... como? Mas foi isso o que ofereci.

- Você irá me prestar favores. MAS não sexuais.

- Não estou entendendo. Pensei que quisesse...

- Preste bem atenção, Sabina. Você mesma disse que me conhecia muito bem.

- Sim... algumas “amigas” me contaram sobre você.

- Então elas devem ter contado que eu JAMAIS fico com mais de uma mulher ao mesmo tempo. E eu estou com Any agora.

- Sim, mas... e se eu esperasse? Quer dizer... elas não duram muito tempo em sua vida. Você pode me cobrar juros, é claro..

-Se você realmente for esperar eu me cansar da Any para começar a pagar sua divida, ela ficará tão alta que nem se me der todos os seus orifícios 24 horas por dia, você conseguirá me pagar.

Meu coração saltitou.

- Mas...

- Eu vou falar e pela última vez. Odeio repetição. Minha cama já está ocupada e muito bem ocupada, diga-se de passagem. Não existe a mínima chance de outra mulher vir a ocupar o lugar de Any. Outra coisa que suas amigas não devem ter-lhe dito: tem milhares de mulheres correndo atrás de mim, modéstia a parte. Eu não gosto disso. EU gosto de procurar a ideal para mim. Não gosto de nada fácil demais. Mulheres que se oferecem demais beiram a vulgaridade e definitivamente isso não faz meu gênero.

- Está me ofendendo senhor Urrea....

Ela estava pálida e eu congelada. Eu tentava desbloquear meu cérebro e processar tudo o que Noah estava dizendo. Era quase irreal.

- Não é uma ofensa. Mas há de convir comigo que ofendeu minha mulher. Resumindo: em relação ao seu oferecimento: não estou interessado. Tudo o que me ofereceu, eu já tenho e de sobra. Mas você poderá me ser útil de outra forma. E se quiser usar seus “dotes”... ótimo. Desde que atinja os meus objetivos.

- E o que seria?

- Você irá seguir com o josh e ele te dirá tudo. E preste bem atenção: eu exijo LEALDADE a mim. Nunca se esqueça de uma coisa: por muito menos que vinte mil dólares eu já matei.

Percebi claramente como ela estremeceu de medo. Alias só o tom da voz de Noah dava medo.

- Mas... e se for alguma coisa que eu não concorde? Alguma coisa ilegal, escusa?
Noah suspirou fundo e a encarou tão seriamente que eu quase senti pena.

- Então aconselho você a procurar um prostíbulo e oferecer o que você me ofereceu. Vá juntando o que receber e me pague os vinte mil dólares.

- Não... não... eu aceito. Seja lá o que for.

Ele sorriu abertamente. Maldito, vagabundo... como podia ser tão lindo e tão ordinário? Dois toques no seu Black Berry e três minutos depois josh apareceu.

- Chefe?

- josh... leve a senhorita Hidalgo. Na limusine... você sabe pra onde. Creio que ela será de grande valia naquele nosso caso.

- Dom Matteo?

- Exatamente.

Josh nem pestanejou.

- Vamos senhorita?

Ela se levantou ainda encarando Noah. Depois me olhou com visível desprezo.

- Foi um prazer, Sabina.

- Igualmente, senhor Urrea.

Ela girou e saiu da sala com Josh. Só então percebi que eu estava com a respiração suspensa. Olhei para Noah e ele me encara, um brilho divertido nos olhos. Raiva. Vontade de socar a cara dele.

- Venha aqui....

Cruzei os braços em frente ao peito e não me movi. Ele então se levantou e ficou a minha frente.

- O que foi?

Fechei minhas mãos e bati em seu peito.

- Seu ordinário... por que fez isso comigo?

- Isso o que?

- Ainda pergunta? Me fez acreditar que iria aceitar aquela mulher.

- Eu fiz isso?

- FEZ!

Eu berrei com ódio.

- Any... você me decepciona às vezes. Quantas vezes terei que repetir que não fico com mais de uma mulher ao mesmo tempo?

- Eu sei. Mas você poderia me mandar embora.

- Acha que será fácil assim?

Ele falou já bem próximo de mim, as mãos já em minha cintura.

-Entenda uma coisa de uma vez por todas: Não existe mulher à sua altura. Mas é como eu disse antes. Eu adoro aquela mulher atrevida, forte, destemida.... é assim que deve ser uma Urrea. E onde ela está agora? Aqui na minha frente feito uma gatinha assustada.

Ele falava isso quase num sussurro, rouco, sexy e quase acabando com a porra da minha sanidade.

- Acha mesmo que eu deixaria você partir a troco de sexo fácil? Eu tenho você... pra que irei querer outra?

- Você gritou comigo. Humilhou-me na frente dela.

- Não foi minha intenção humilhar você... mas se sentiu assim: Me perdoe.

Engoli em seco. Noah Todo Poderoso Urrea pedindo perdão.

- Mas eu não podia deixar você espancá-la porque eu já tinha percebido que ela me seria útil. E gritei também de raiva de você. Como pode pensar tão mal de mim assim?

Encostei minha cabeça em seu peito. Eu tremia demais.

- Any, me entenda, por favor. Sei que sou um grosseirão, mas é meu jeito. Mas isso não significa que eu seja um monstro totalmente insensível. A gente se da relativamente bem... quando você não apronta.

Eu ri baixinho, seus braços me apertaram com mais força.

- Você é bonita, inteligente... sexo entre nós é mais que fantástico. Agora me diga: pra que deixar você? Porra... eu... gosto de você. De estar com você.

- Eu também... gosto de você, Noah.

- Então? Deixa esse medo bobo de lado.

- Foi isso mesmo... medo. Medo de perder você.

Ele segurou meu queixo e me fez olhar pra ele.

- Isso não vai acontecer. Confia em mim, pelo menos uma vez.

- Eu confio. Mas... precisava ficar reparando no corpo dela e passando a língua nos lábios?

Ele gargalhou... alto. Merda... foi lindo ouvir isso. Por que ele tinha que ser tão sério sempre? Sua boca roçou meu ouvido e mordiscou o lóbulo da minha orelha.

- É bom ficar com ciúmes não é?

Olhei pra ele incrédula?

- Foi... por querer? Fez isso para me provocar, me fazer ciúmes?

- Estava me devendo essa Any. Aquele vestidinho ainda está atravessado na minha garganta.

E eu cai feito um patinho idiota que eu era. Bandido.

- Você não vale nada, Urrea.

Empurrei-o, mas ele me puxou de volta.

-Sim... eu não presto mesmo. Por isso você me adora...

Eu me preparava para responder a altura quando sua boca buscou a minha e então não me lembrei de mais nada. Nada mais tinha importância.
Só queria sentir sua boca exigente devorando a minha. A língua macia e atrevida percorrendo cada canto da minha boca. Merda... ele me deixava em chamas.

- Agora venha cá... prometi que iríamos conversar sobre seu irmão.

Noah foi até o sofá e me fez sentar em seu colo. Sentei-me e acariciei seus cabelos.

- Não faça nada com ele, Noah, por mim.

- Eu não farei nada com ele, Any. POR VOCÊ. Mas é bom ele ficar longe de mim, de nós.

Beijei sua boca com força.

- Promete que não fará nada?

- Mas... eu tenho duas condições. E ai passo uma borracha em tudo e esqueço tudo o que o Mike fez.

Eu sabia. Noah nunca dava ponto sem nó.

- Que condições?

- Primeiro... eu quero que se case comigo.

Morri.

- E segundo... quero ter um filho com você.

Morri mais uma vez. Noah Jacob Urrea queria se casar? Seria a notícia do século. E antes que eu sequer raciocinasse, minhas palavras saíram atropeladas.
- Eu aceito. Eu me caso com você e te dou quantos filhos quiser.

Sua boca buscou a minha e seu beijo foi tão suave e carinhoso que quase me fez chorar.

- Espere um instante.

Ele foi até o cofre e voltou com uma caixinha na mão. Meu coração disparou. Pegou minha mão direita e tirou o anel do meu dedo anelar e colocou em outro dedo. No seu lugar colocou uma grossa aliança de ouro.

- Pensei que o anel iria ser suficiente.

- Eu não posso usar um anel desse, Any.

- Como?

Ele me entregou a caixinha onde estava a aliança DELE. Peguei-a e coloquei no dedo dele, uma estranha emoção me percorrendo. Estava surpresa por ele usar aliança. Como se adivinhasse meus pensamentos, ele falou.

- Faço questão de usar aliança, Any. Quero que todo mundo saiba que tenho DONA. Aliás... temos que ir ate minha casa. Será apresentada como a nova Urrea. Agora oficial.

Beijei sua boca.

- Adoro você, Noah.

- Não vai mais sair da minha vida, Any.

Eu queria chorar... gritar de felicidade. Ao invés disso eu descansei minha cabeça em seu ombro, enquanto ele beijava meus cabelos.

Noah não fazia ideia, mas me casar com ele e dar a ele um filho era tudo o que eu queria. Era meu sonho que em breve viraria realidade.

☁︎☁︎☁︎
Vem um casório por aí!!! Obaaa.

Eesse Noah kkkkkk ama brincar com a cara da Any.

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-Lirian

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