04 | romance?
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GRACE EVERDEEN POV'S
No dia seguinte, fomos acordados a força e nos levaram em fileiras para um local onde havia várias mesas correspondentes seus distritos e sexo.
Admito que aquele lugar era um dos mais impressionantes que já tinha visto em toda a minha vida, fiquei admirada com as colunas de mármore, das janelas em arco e do teto abobadado.
De repente, escutamos uma porta atrás de nós se fechar, assustando todos os tributos que estavam na sala.
— Vocês só têm quinze minutos, usem-nos sabiamente. E lembrem-se de preencher a papelada para os nossos registros da melhor forma que puderem. — disse uma senhora que caminhava pelos corredores.
Me sentia insegura naquele lugar, estava sentada em uma cadeira com algemas em minhas mãos, não era uma das melhores situações.
Fiquei viajando em meus pensamentos para tentar acalmar a ansiedade até que meus olhos se encontraram com os de Snow. Ele entreolhou para as algemas e meu rosto, ele parecia preocupado comigo mas logo abriu um sorrio tranquilizador, fazendo eu me sentir mais calma.
Snow se sentou na cadeira em minha frente, ele encarou as minhas mãos por alguns segundos antes de se virar para um dos Pacificadores.
— Com licença, seria possível remover isso? — questiona Snow para o Pacificador que balançou a cabeça negativamente.
— Está tudo bem, obrigada por tentar, Snow. — digo jogando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. — Estou com uma cara péssima?
— Não, você está ótima. — disse ele me olhando com uma certa admiração.
— No zoológico nós não temos espelho, eu só imagino como estou. — digo desviando o olhar para minhas mãos que estavam sujas.
— Como você está? — perguntou Snow enquanto segurava uma prancheta com uma caneta.
— Eu não sei. Estou com sono, medo, fome e ansiosa dos Jogos. — falo olhando para ele sentindo meus olhos lacrimejarem.
— Bom, acho que posso fazer você se sentir melhor. — afirma tirando o pacote de sua bolsa. — Minha prima, Tigris, achou que você gostaria disso.
Snow me entrega o pacote e eu pego, o abrindo animada mas com cuidado. Quando eu abro o papel, vejo uma tortinha de morango e sorrio com os olhos cheios de lágrimas.
— Que foi? Você não gosta? Posso trazer outra coisa se quiser, posso...
— Não! Eu adorei, torta de morango é meu favorito. — afirmo sorrindo e dando uma mordida na torta. — Isso me lembra muito ao que minha mãe fazia quando eu e Peter éramos crianças.
— Também é meu favorito. Minha prima fez hoje de manhã pensando que você poderia ficar mais feliz com isso.
— Está perfeito. Por favor, diga a Tigris que eu a agradeço muito. — falo dando outra mordida na tortinha de morango. — Ah, e obrigada pelo lenço ontem!
— Nós temos gavetas cheias, pegue. — disse me entregando um novo lenço.
Pego o lenço de suas mãos, seco os meus olhos e o nariz. Sorrio olhando para a rapaz que tinha um semblante alegre no rosto.
— Então, qual é o nosso plano para hoje? — pergunto olhando para o rapaz que olhou a prancheta.
— Eu tenho que preencher esse questionário sobre sua vida, tudo bem? — disse pegando uma folha de papel.
— Sim, adoro falar sobre mim. — solto uma risada nasal e comecei a responder perguntas básicas como nome, endereço no distrito, data de nascimento, cor de cabelo e olhos, altura e peso.
Respondia as perguntas com bastante calma e alegria, adorava contar bastante sobre mim para as pessoas. Tudo estava indo bem até que Snow começou a tocar no assunto sobre família, o que acabou me fazendo sentir uma enorme tristeza em meu peito.
A verdade é que eu só tinha Peter como família, todos os outros morreram com o tempo. Meus pais, minha querida avó e meu cachorrinho favorito estavam mortos por conta da guerra.
— Sua família toda se foi? — perguntou Snow e suspirei sentindo uma angústia no peito.
— Sim, Peter é a única família que eu tenho. — digo desviando o olhar para baixo enquanto brinco com o lenço.
— Então, casada? — perguntou soltando uma risada nasal e o olho franzindo a testa.
— Por quê? Está interessado? — digo abrindo um sorriso malicioso no rosto e vejo Snow ficar nervoso. — Eu acho que poderíamos dar certo.
Coriolanus ficou completamente vermelho com a minha fala e isso me fez soltar algumas risadas.
— Tenho certeza de que você poderia arrumar alguém melhor. — afirma Snow coçando a nuca ainda envergonhado.
— Ainda não arrumei. — digo olhando no fundo dos olhos azuis de Snow. — Aposto que você deve ter várias garotas fazendo filas querendo você.
Snow olhou ainda envergonhado para o seu papel voltando para o assunto sobre família.
— Quem te criou? Depois que você perdeu seus pais? — pergunta olhando para o seu papel.
— Meu irmão, Peter, ele já era maior de idade e fez de tudo para cuidar de mim.
Coriolanus mudou de assunto para falar de ocupação. Aquilo era um assunto menos delicado de se falar, era algo que eu costumava falar no dia a dia.
— Bom, eu ganho meu pão entretendo as pessoas, cantando e dançando com as crianças.
— Uau, isso parece ser bem interessante! — afirma Snow e eu aceno com a cabeça positivamente.
— Eu amo muito cantar, conhecer lugares e pessoas novas, dançar com todos, principalmente crianças. — digo abrindo um sorriso ao me lembrar de alguns momentos que passei. — Isso me faz esquecer dos meus problemas.
— O que você mais deseja no momento? — questiona Coriolanus olhando seu papel.
— Acho que sobreviver a esses Jogos, quero viver o suficiente para conhecer o mundo lá fora, ter uma família e envelhecer em uma casa perto da natureza.
— Isso é bem bonito, Grace. Vou fazer o possível para você vencer aos Jogos e viver sua vida sem problemas.
Sorrio ao ouvir as palavras de Snow que pareciam verdadeiras, me senti cada vez mais próxima de Snow após essa conversa.
— Na noite anterior ao começo dos Jogos, vamos ter uma entrevista de cinco minutos na televisão, na qual vamos poder fazer o que quisermos. Pensei que você poderia cantar de novo.
— Olha, quando cantei aquela música na colheita, eu fiz isso porque eu senti que precisava fazer aquilo.
— Sua canção sensibilizou as pessoas. — disse Coriolanus. — Sua canção me fez lembrar quando minha mãe... ela morreu quando eu tinha cinco anos. Me fez lembrar uma música que ela cantava pra mim.
— E o seu pai? Ele está vivo? — pergunto olhando para o rapaz que respirou fundo.
— Ele também morreu, no mesmo ano.
— Então você é órfão, como eu. — digo ao rapaz que balançou a cabeça positivamente.
— Podia ser pior. Eu tenho a Lady-Vó e a Tigris.
— Você sente falta dos seus pais? — pergunto olhando o rapaz que me olhou no fundo dos olhos.
— Ah, eu não era tão próximo do meu pai. Da minha mãe... sim. E você?
— Sinto falta deles todos os dias. Esse vestido era da minha mãe e isso é a única coisa que me dá forças para continuar.
— A minha mãe sempre tinha cheiro de rosas. Mas eu acho que sua música comoveu muita gente.
— Obrigada por dizer isso, Snow. Mas não é motivo para cantar na entrevista. Se for na noite anterior aos Jogos, com certeza não vou receber comida. Não tenho motivos nenhum pra conquistar as pessoas nesse momento.
— Uma pena, com sua voz...
— Eu posso tentar cantar alguns versos nos bastidores, mas não posso prometer que realmente vou fazer isso. — olho para ele e abro um pequeno sorriso no rosto. — Sabe, nós somos uma bela equipe, Coriolanus Snow.
— Nenhum deles chega perto de você, Grace. — disse o rapaz e eu coro sentindo os olhos azuis do rapaz em mim.
🏹
No outro dia em uma tarde nublada, Snow e alguns de seus colegas de classe foram ao zoológico para visitar seus tributos e criarem mais conexão com eles.
Snow e eu fizemos mais um de nossos piqueniques que deixavam o repórter e sua equipe extremamente animados, eles adoravam nos filmar interagindo enquanto comíamos sentados no chão duro.
Enquanto comíamos as comidas que Snow havia trazido para o nosso piquenique, levei meus olhos para algo que me chamou muito a atenção.
Uma das colegas de Snow estava de frente para seu tributo, ela caçoava do tributo fingindo entregar várias comidas para a pobre mulher que estava passando muita fome.
— Ela não devia estar fazendo isso, não vai acabar bem. — sussurro para Snow que olhou em direção à sua colega de classe que acenava para a plateia e dava uma mordida no sanduíche.
Não demorou muito para que a tributo deslizasse seus dedos pela grade para agarrar uma garrafa de vidro. Ela agarrou o pescoço de sua mentora, quebrando a garrafa de vidro na grade e cortando a garganta da garota.
Gritos surgiram entre as pessoas que estavam mais próximas do ataque. A garota largou o sanduíche no chão, levando suas mãos ao pescoço que sangrava intensamente.
Me espantei dando alguns passos para trás enquanto Snow segurava a minha mão tentando me tranquilizar, ver aquilo estava me perturbando.
—Snow, ajude ela! — exclamo para o loiro que soltou a minha mão correndo em direção à sua colega.
— Médico! Tem um médico aqui? Alguém ajude! — gritou ele enquanto pressionava o ferimento para conter o sangue, mas parou quando ela fez som de sufocamento. — Vamos lá! — gritou para as pessoas ao redor.
— Grace! — exclama Peter vindo às pressas em minha direção e me abraçou de lado. — Você está bem?
— Estou, estou sim. — falo retribuindo o abraço do rapaz que acariciava meus cabelos.
Quando finalmente a garota havia morrido, Coriolanus se afastou do corpo com suas mãos completamente sujas de sangue. Ele se virou para me olhar e pude ver seus olhos lacrimejando.
Dois Pacificadores apareceram com suas armas apontadas e atirando na tributo que morreu em segundos, fazendo todos nós nos protegendo das balas até que eles pararam quando os médicos chegaram para levar o corpo.
Um dos Pacificadores agarrou o braço fortemente de Coriolanus e o puxou para longe da jaula do zoológico, antes de se afastar por completo, Snow deu uma última olhada em mim e eu me aproximo da grade o olhando com lágrimas nos olhos.
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notas da autora
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Voltei com capítulo novo, pessoal!! Comentem o que vocês acharam do capítulo, adoro ver seus comentários. Vocês leriam uma fanfic de The Boys?
• TikTok: iovecasss.
• comentem e deixem a estrelinha.
• não sejam um leitor fantasma.
• desculpe por qualquer erro de escrita.
Obrigada por ler,
Beijos<3
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