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GRACE EVERDEEN POV'S

Acordo assustada ao sentir o trem tremer violentamente, mal conseguia ver direito o vagão ao meu redor mesmo tendo uma lâmpada fraca pendurada no teto. Meu irmão e eu estávamos sentados no chão, apoiando nossas cabeças uma na outra enquanto tentávamos pegar no sono mas falhávamos.

Ficamos horas dentro daquele vagão e mal conseguíamos dormir sem sermos atrapalhados pelo trem tremer violentamente e ratos correndo pelas nossas pernas, estávamos com fome e sede apesar de tudo.

Horas se passaram e o trem finalmente havia começado a parar lentamente, senti um enorme alívio no peito ao saber que sairia daquele vagão, porém senti um frio na barriga ao pensar no que eu poderia passar a seguir.

Peter se levanta com cuidado e estende a mão para mim em seguida. Respirei fundo e logo me levantei com a ajuda de Peter, que em seguida, me abraçou de lado e depositou um beijo em minha testa.

— Eu estou morrendo de sede. — afirma Peter que se separou do abraço.

— Você não é o único, Peete. — respondo de volta e as portas do trem se abrem, revelando os Pacificadores entrando.

Um dos homens agarra o meu braço com força e me puxa para fora do trem, Peter vai atrás de nós tentando avançar em cima do pacificador.

— Solta ela, idiota! Eu vou matar você! — exclama tentando se soltar de um dos homens que o segurava.

— Peter, para com isso! Eu tô bem! — acalmo o rapaz que logo ficou quieto porém seus olhos diziam o oposto, segundos depois, os pacificadores nos soltam agressivamente. — Obrigada.

— Eu juro que se eles encostarem em você de novo, eu acabo com eles! — sussurra bem perto do meu ouvido e eu faço um carinho em seu ombro.

— Agradeço pelo que está fazendo mas acho que eu consigo me virar sozinha, Peete. — ele abriu um pequeno semblante no rosto e nos viramos de costas.

Olhei para a frente e vi um rapaz parado ali de cabelos brancos, vestindo um uniforme vermelho enquanto segurava uma rosa em suas mãos, ele parecia um estudante apaixonado esperando pela sua amada, achei fofo mas engraçado.

De repente, o rapaz se aproxima de mim, oferecendo a rosa e abrindo um enorme sorriso no rosto.

— Bem-vinda à Capital! — disse com sua voz que estava um pouquinho rouca.

Fiquei o encarando de cima para baixo por alguns segundos, olhei para a rosa e estiquei a mão para segura a flor, voltando a olhar para os lindos olhos azuis dele.

— Ninguém nunca havia me presenteado uma rosa antes, é um ótimo presente de boas-vindas. — abro um pequeno sorriso no rosto vendo a rosa e logo olho de volta para o rapaz que me encarava. — Não parece que você devia estar aqui.

— Eu provavelmente não devia, mas eu sou seu mentor. E queria conhecê-la nos meus termos, não no dos Idealizadores dos Jogos.

— Que rebelde. — digo elogiando o rapaz que me olhou confuso. — E o que meu mentor rebelde faz por mim além de me trazer essa linda rosa?

— Faço o melhor possível pra cuidar de você. — abro um enorme sorriso no rosto para o rapaz e logo sinto Peter se aproximando de nós dois.

— Grace, nós precisamos ir! — o irmão mais velho diz entreolhando para mim e o loiro.

— Tudo bem, Peete. — digo olhando para meu irmão que assentiu com a cabeça e olho para o loiro alto. — Foi um prazer te conhecer, gato.

Me viro de costas, entrelaçando os braços com Peter e caminhando em direção ao Pacificadores que levavam os tributos pela estação até a entrada.

— É sério que você chamou ele de gato? Você mal conhece ele.

— O que você queria eu dissesse? Ele realmente é gato, não vou mentir. — os Pacificadores nos agarram pelo braço e nos empurram para dentro de um caminhão que tinha outros tributos ali.

Peter e eu nos sentamos em um dos assentos que havia nas laterais do caminhão e de repente, vejo o garoto loiro subindo na jaula.

A porta se fechou atrás dele e o caminhão começou a andar, fazendo ele perder o equilíbrio. Todos os tributos o observavam se ajeitar no caminhão e eu o olhava tentando segurar a risada.

O loiro me olhou e eu desmanchei o sorriso, deixando o garoto com um pequeno sorriso no rosto. Desviei o olhar com vergonha e olhei para Peter que olhava para o loiro com sangue nos olhos.

— Qual é o problema, bonitão? Pegou a jaula errada? — fala um garoto do Distrito 11, que o encarava sério.

— Não, essa é exatamente a jaula que eu estava esperando.

O garoto do Distrito 11 levou uma de suas mãos envolta do pescoço do loiro e o empurrando para trás, batendo o mentor contra as grades.

Para se defender, o loiro levantou o joelho com força na virilha do oponente, que gemeu de dor e se afastou dele.

— Ele pode te matar, sabe. — a garota do Distrito 11 solta na cara do loiro. — Ele matou um Pacificador no 11, nunca descobriram quem foi.

— Cala a boca, Dill. — exclama para a garota.

— Quem liga a essa altura? — disse Dill.

— Vamos matar ele juntos, ninguém pode fazer nada pior com a gente. — vários tributos concordam com a cabeça e dando passos em direção ao loiro.

— Ei! Se vocês fizerem isso, vocês vão estar colocando suas famílias em risco de serem punidas, querem arriscar? — me intrometo na conversa indo para perto do loiro. — Além do mais, ele é meu mentor. Eu vou precisar muito dele para me ajudar.

— Por que você tem um tutor? — pergunta Dill, que me encarava com os braços cruzados.

— Mentor, todos aqui vão ter um mentor para lhe ajudarem nos jogos.

— Então cadê eles? Por que não vieram?

— Acho que não tiveram inspiração pra fazer isso. — dou uma piscadela para o rapaz e entrelaço nossas mãos.

Alguns minutos se passaram e todos estavam em silêncio desde a conversa que tivemos antes, não demorou muito para que nós chegássemos no nosso destino final.

O caminhão desacelerou e todos olharam para a porta traseira que foi aberta por um dos Pacificadores, antes que alguém pudesse sair, a caçamba se inclinou fazendo Snow e eu soltarmos as mãos enquanto todos nós cairmos em um chão áspero.

Em um lugar aberto com um lindo sol, me levantei com cuidado enquanto limpava meu vestido que estava um pouco sujo e logo para o lugar em minha volta, aquele lugar era um tipo de zoológico com rochas artificiais, uma árvore no meio do lugar, grades de metal na borda separando os tributos das crianças da Capital que nos encaravam curiosos.

Escuto alguns repórteres se aproximando da grade e falando do Snow que estava parado ao meu lado, todos os tributos o encaravam como se ele fosse um cordeiro para os leões famintos.

— Ei! — chamo a atenção do loiro que se virou para me olhar no fundo dos olhos. — Não fique nervoso com eles, apenas mostre quem manda aqui!

Snow pega a rosa branca que estava em uma de minhas mãos e a coloca atrás da minha orelha, tentando melhorar a minha aparência para para os outros.

— Gostaria de conhecer alguns dos meus vizinhos? — esticou a mão para mim e eu seguro sua mão de volta, concordando com a cabeça.

Fomos nos aproximando da grade cada vez mais, as crianças ficaram em silêncio e nos observaram um pouco assustadas.

— Como estão? — disse se inclinando para as crianças. — Eu trouxe uma amiga hoje, querem conhecê-la?

Várias crianças abriram um sorriso no rosto e soltaram vários gritinhos positivos, Snow acariciou a minha mão e me puxou para perto das crianças do outro lado da grade.

— Eu gostaria de apresentar Grace Everdeen. — acenei sorridente para as crianças que acenaram de volta até um garotinho se aproximar da grade.

Snow soltou a minha mão para que eu pudesse me aproximar da grade, me ajoelhei ficando da altura do garotinho que estava um pouco tímido.

— Oi. Eu sou Grace Everdeen. Qual é o seu nome?

— Pontius. — o garotinho esticou a mão para um aperto e eu seguro sua pequena mãozinha, o cumprimentando.

— Fico feliz em conhecê-lo, Pontius. Essa é sua irmã? — pergunto olhando para uma garotinha ao seu lado que estava chupando um de seus dedos.

— Essa é a Venus, ela só tem quatro anos.

— Bom, eu acho que quatro anos é uma ótima idade. — É um prazer conhecê-la, Venus.

— Você trouxe sua cobra? — perguntou a garotinha.

— Não, infelizmente tivemos que nos separar, ela era uma ótimo amiga. Vocês tem bichinhos de estimação? — questiono as crianças que pareceram ficar animadas sobre o assunto.

— Eu tenho um peixe, o nome dele é Bub. — falou a garotinha que se aproximou da grade para me olhar melhor. — Posso tocar em seu vestido?

— Claro que pode, não vejo porque não. — sorrio esticando minha saia laranjada para a garotinha tocar. — Eu adorei o seu vestido, bolinhas sempre me animam quando estou triste.

Fiquei olhando para as crianças se aproximavam e passavam a mão em minha saia, parecia que eles nunca tinham visto um vestido antes. Senti um incômodo nas minhas costas e quando me viro pra trás vejo Snow me olhando com um semblante alegre no rosto.

De repente, um jovem repórter da Capital necessitado de história, se aproxima de nós junto de um cameraman que filmava tudo.

— Sou Lepidus Malmsey, do Notícias da Capital. Grace você é o tributo do Distrito 12?

— Sim e eu não sou realmente do Distrito 12. — digo deixando todos ao meu redor bastante confusos.

— Ah! Então... de que distrito você é? — questiona esticando o microfone para mim.

— Sou de distrito nenhum, sou apenas um pássaro livre voando para onde quiser e quando quiser, ou era antes dos pacificadores nos recolherem alguns anos atrás.

— Mas agora você é uma cidadã do Distrito 12? — insistiu me olhando curioso e eu apenas dou de ombros.

— Você que está dizendo isso. — digo ainda brincando com as crianças que estavam próximas da grade.

— Seu vestido está sendo um grande sucesso na Capital.

— É sério? Fico feliz que estão gostando dele, demorei muito para fazê-lo.

— Em relação a sua família, eles estão no Distrito 12? - perguntou o repórter e eu respiro fundo antes de respondê-lo.

— Minha família toda morreu exceto o meu irmão, Peter Everdeen, que é o tributo do Distrito 12 junto comigo. Ele é a única família que eu tenho.

Antes que o repórter pudesse me fazer mais perguntas entediantes sobre a minha vida, me virei para olhar Snow, seguro sua mão e o puxo para mais perto de mim.

— Você conhece o meu mentor? O nome dele é Coriolanus Snow. Ele é um garoto da Capital e tenho o orgulho de dizer que ganhei na vida, porque nenhum outro mentor se deu ao trabalho de aparecer para receber seus tributos.

— Bom, ele surpreendeu todo mundo. Seus professores mandaram que você viesse, Coriolanus? — perguntou Lepidus.

— Eles não me mandaram não vir. — o rapaz responde fazendo alguns soltarem risadas. — Mas lembro que eles disseram que eu teria que apresentar Grace Everdeen para a Capital e levo esse trabalho muito a sério.

— Então você não pensou duas vezes antes de entrar em uma gaiola de tributos? — perguntou o repórter ao loiro que soltou uma risada baixa.

— Duas, três, e acho que vou pensar quatro e cinco vezes a qualquer momento — admitiu o rapaz, logo se virando para me olhar. — Mas, se ela é corajosa a ponto de estar aqui, por que eu não deveria ser?

— Ah, só pra deixar registrado, eu não tive escolha de vir. — digo olhando de volta para o loiro.

— Só pra deixar registrado, eu também não — disse me encarando com um sorriso fraco no rosto. — Depois que ouvi você cantar, não consegui ficar longe. Confesso, sou seu fã.

— Bom, espero para o seu próprio bem que a Academia concorde com você, Coriolanus. — disse Lepidus. — Acho que você está prestes a descobrir.

— Obrigado por se juntarem a nós. Lembrem-se, é Grace Everdeen, representando o Distrito 12. Passem pelo zoológico se tiverem um tempinho pra dar um oi. Prometo que vai valer a pena.

— Boa sorte! — digo ao Snow que me olhou totalmente confuso. — Digo, em relação aos Pacificadores.

— Não se preocupe com isso, eles vão entender o que eu fiz. — ele se aproximou do meu rosto, dando um beijo delicado em minha bochecha. — Prometo voltar pra te ver, até mais. — o loiro se afasta de perto de mim indo na direção de um dos Pacificadores.

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notas da autora
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Grace é simplesmente o álbum fearless em pessoa, concordam? O que estão achando? Comentem pois adoro ver seus comentários.

Se vocês estiverem curiosos em como é o vestido que Grace está usando, ela está vestindo o vestido amarelo de "willow" da The Eras Tour.

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• comentem e deixem a estrelinha.

• não sejam um leitor fantasma.

• desculpe por qualquer erro de escrita.

Obrigada por ler,
Beijos<3