part.1
Noah Urrea

- CADÊ ELA, PORRA? - Eu gritava. Todos os convidados que estavam ali me olhavam como se eu fosse louco.

Eu saí apenas por alguns instantes e quando voltei, Sina e Chloe tinham simplesmente sumido!

- Calma, Noah. - Linsey pedia passando a mão pelo meu ombro.

- Não, não tem calma! Olha quantas pessoas tem aqui! Qualquer um pode ter levado minhas meninas, Linsey! - Passei a mais pelo meu cabelo, me segurando para não explodir de verdade.

- Ela deve estar em algum dos quartos. - Alex disse se aproximando.

- Não, eu já olhei em todos os lugares dessa casa! - Bufei - E você Linsey? Quem mandou convidar tudo isso de gente? Olha no que deu!

- E eu ia imaginar que Sina iria desaparecer? Não tente colocar a culpa em mim quando o culpado é você!

- Vamos acalmar os ânimos. - Marco falou fazendo um sinal com as mãos para nós acalmarmos - Ela deve ter ido ao banheiro.

- Eu já olhei em todos os lugares, quer que eu repita mais uma vez?!

- É uma pena mesmo, Noah... talvez ela tenha fugido, e não quer ser encontrada com a criança.

- Não fale merda, sua interesseira nojenta. - A olhei com desgosto - Aposto que foi você! - Me aproximei dela aos poucos.

- Olha como fala com a minha mulher, Noah... - Meu pai foi me afastando dela.

- Sua mulher? Sua mulher?! - Ri sem humor - Essa daí não passa de uma vadia interesseira que só quer seu dinheiro e se aproximar de mim. Volte para seu ponto que eu tenho certeza que é mais valorizada lá.

- Que falta de respeito! - A loira disse colocando a mão no peito - Eu nunca faria isso com Sina, ela é um amorzinho de pessoa! E se aproximar de você? Nunca! Eu amo seu pai e é com ele que quero ficar até meu último suspiro de vida.

- Pode dar ele agora se quiser. - Voltei a me aproximar.

- Para, Noah! Chega! - Minha irmã me afastou me segurando pelo braço - Ficar brigando não vai adiantar nada, vamos achar ela, só precisamos ter calma. Onde está Cole? Vamos chamar ele para ajudar.

- Cole? Aquele moleque está aqui? - A olhei indignado - Irmão de praga, praguinha é. - Falei entre os dentes, me segurando para não voar na cara dessa mulher filha de uma puta.

- Josh e Alex, levem ele lá para dentro até que ele se acalme, vou mandar os convidados embora. - Linsey falou e Josh e Alex foram me acompanhando para dentro.

Eu era homem, não iria chorar. Nunca choro. Mas porra... As minhas meninas... Argh! Eu mataria esse projeto de Justin Bieber. Ele estava com a minha Sina! E o pior... levou nossa bebê junto.

Terminei de tomar a água que haviam me dado e apoiei o rosto nas mãos, me permitindo chorar baixinho, sem chamar atenção de ninguém. Eu quero ela comigo, porra! As lágrimas eram de ódio e raiva, e eu descontaria tudo na praguinha loira júnior.

- Noah... - Ouvi a voz de minha irmã se aproximar.

- Não, Linsey! Me fala, me fala onde está Sina e Chloe? Onde Cole ficou a festa inteira? Me diz?

- E-eu não sei...

- Ele já tentou me afastar de Sina uma vez e agora sumiu com ela! Tenho certeza que Joalin está por trás de tudo isso. Me escute Linsey, ou vai cair no golpe dela também.

Contei toda a história da vez em que Sina apareceu com ele em casa até a vez em que fui buscá-la na delegacia. Isso era tão desgastante.

- Ele não deve ter ido muito longe. - Disse se levantando - Vamos atrás dela, e depois teremos uma longa conversa com Joalin.

[...]

Três dias sem minhas bebês, três dias! Eu não comia, não bebia água, não dormia, não fazia mais nada. Estava perdendo as esperanças, mas não queria pensar no pior.

Sabina teve piedade de mim, e depois de Linsey pedir com carinho, ela resolveu nos ajudar. Ontem já tinha recebi uma mensagem de texto dela, falando que descobriu que Cole tinha muitas passagens pela polícia, além de ter envolvimento com drogas e gangues barra pesada.

Em nenhum desses dias eu consegui trabalhar, só ficava abraçado ao travesseiro de Sina enquanto tentava pensar em algo.

Na adolescência já fui tão idiota quanto Cole, tive minha fase de querer usar drogas, andar por becos e me envolver com gente perigosa. Mas agora minha realidade era outra. Ontem já procuramos por duas ruas desertas, que lá costumam andar gente desse tipo, gangsters, traficantes, usuários de drogas e assim vai.

Eu estava me afundando em remédios para dormir, quando ouvi meu telefone tocando. Rapidamente o peguei no bolso da calça e o nome de Sabina apareceu na tela. Meu coração disparou. Talvez ela tenha descoberto onde Sina e Chloe estão.

- Sabina?

- Não tenho tempo pra ficar de enrolação, então vou ser direta. Estou com Josh e Alex aqui na empresa. Pegue um papel e uma caneta e nos encontre no endereço que vou te passar.

Corri para o andar de cima e peguei o primeiro papel e caneta que vi pela frente. Eu conhecia muito bem aquele endereço... e esse era meu medo.

[...]

Desci do carro batendo a porta e logo me vi em frente aquela rua quase que deserta, com uma entrada para um beco. Não demorou muito para Josh, Alex e Sabina aparecerem no carro de Alex e virem em minha direção.

- Já deve ter algo em mente, não é? - Sabina disse chegando mais perto com os outros dois.

- Sim. - Falei nervoso - Pensei sobre isso durante todo o caminho, e somente eu posso resolver isso.

- A gente pode ir junto, sério. - Josh diz.

- Não. Por aqui eu sei me virar bem.

- Não queremos matar ninguém e tal... mas se precisar. - Sabina me ofereceu sua arma, a tirando da cintura. Nem no tempo que eu me achava """""gangster""""" cheguei a pegar em uma arma. Peguei o revólver da sua mão e respirei fundo, era agora ou nunca.

- Boa sorte. - Eles desejaram e eu fui me afastando, em direção ao beco.

Dava para perceber aquelas pessoas podres, fumando, falando sobre morte, coisas sujas. Alguns homens me olhavam de forma estranha, afinal, não era todo dia que um empresário entrava em um lugar como esse.

Em determinado momento me senti sendo vigiado, como se alguém estivesse me seguindo. Parei de andar por um instante e quando olhei para trás me deparei com uma figura loira conhecida por mim. Mas ele estava diferente, muito diferente.

- Noah Urrea. - Ele falou meu nome pausadamente, enquanto erguia o queixo, como se isso o fizesse superior - Nunca pensei que te veria por esses lado de novo.

- Zed... - Olhei em seus olhos castanhos.
(n/a: After me dá um gatilho 😩)

- Resolveu vir rever seus velhos amigos? Fazer uma caridade? Ou quem sabe... buscar uma pirralinha loira?

- O que você sabe sobre Sina? - Segurei ele pela gola de sua camiseta, ficando a centímetros de seu rosto.

- Hm... Sei que ela é bem gostosa e tem um cheiro incrível. - Dei um soco em seu nariz e o vi sangrar. Ele riu - A dívida está paga Urrea, pode vazar.

- De que porra de dívida você está falando?

- O pagamento das drogas, Noah Urrea. Acha mesmo que ia pegar nossas coisas e sair ileso? Sem pagar nada em troca? Uma vez que entra nessa vida, não sai mais. - Riu irônico - As garotinhas valem muito, se é que me entende. - Minha raiva só aumentou.

- Eu vou perguntar só mais uma vez: Onde elas estão? - Gritei.

- Tarde de mais. - Sorriu - A delícia e a delicinha júnior já estão em um lugar muuuuuito longe daqui, uns árabes vão pagar uma nota por elas.

Não aguentei mais e explodi, enchendo seu rosto de socos até ele cambalear para trás cheio de sangue pelo rosto.

- Eu posso sim ter saído dessa vidinha de merda, mas ainda tenho muito poder e posso acabar com esse grupinho de moleques sem ter o que fazer em um estalar de dedos. Então acho bom você me falar onde elas estão, ou você e todos os outros vão parar atrás das grades e pode ter certeza que ninguém vai chegar até mim. - Falei entre os dentes.

- Vamos manter a calma, ok? Sem agressão, irmão.

- FALA.

- T-tudo bem. - Se soltou de mim - James levou as duas até uma boate na saída da cidade.

- Sei qual é. E acho bom você ficar bem quieto sobre o que aconteceu aqui, entendeu? Ou sobra tudo pra você. - Ele assentiu repetidas vezes com a cabeça e o soltei. Passei a mão pelo cabelo, saindo de dentro do beco como se nada tivesse acontecido.

Só preciso que elas aguentem mais um pouco...