18
FIZEMOS CLARISSE IR A
NOSSA MISSÃO
! Violet Jophy ¡
QUE TÂNTALO ERA BURRO, eu já sabia, mas agora, ao ponto de achar que aqueles pombos estavam quietos na dele e de repente eu e meus amigos resolvemos atacar eles, já é demais.
Nossa punição iria ser prestas serviços na cozinha, lavar panelas e pratos, o que já seria horrível, mas esquecemos que as Harpias da limpeza, lavam com lava, em vez de água, para obter aquele brilho e matar 99,9% dos germes, pelo menos nos semideuses, nunca vamos nos preocupar se os pratos estão sujos.
Eu, Percy, Cassie, Steve, Annabeth e Maddy tivemos que usar luvas e aventais de proteção. Tyson, por sua vez, nem se importou, mergulhou as mãos na lava como se fosse água morna.
E pro nosso azar (Ou babaquice de Tântalo) o nosso querido diretor de atividades resolveu dar um banquete pra comemorar a vitória de nossa amada Clarisse.
Podia jurar que se alguém respirasse alto de mais, eu surtaria ali mesmo e quebraria os pratos na cabeça de Tântalo.
A única coisa boa daquela merda toda, foi ter tempo para conversar com Percy, não estavamos totalmente desculpados, mas não brigamos, conversamos sobre aquele sonho, que só de lembrar, já tenho que segurar minha risada para não começar a ter uma crise de risos.
- Se ele encontrou mesmo aquilo - murmurou Annabeth - e se nós pudermos resgatar...
- Espere aí - disse Percy. - Você age como se aquilo... o que quer que Grover tenha encontrado, fosse a única coisa do mundo capaz de salvar o acampamento. O que é aquilo?
- Vou lhe dar uma dica. O que você consegue quando arrancando pele de um carneiro? - Perguntou Annabeth
- Ficar todo suja? - Perguntei confusa
Ela suspirou.
- Um velocino. A pele do carneiro se chama velocino. E se por acaso o carneiro tem lã de ouro... - Ela respondeu com paciência
- O Velocino de Ouro. Você está falando sério? - Percy perguntou, tentando decifrar se era alguma piada ou tiração com sua cara
Annabeth jogou um prato cheio de ossos de pássaro-da-morte na lava.
- Percy, está lembrado das Irmãs Cinzentas? Elas disseram que sabiam onde estava aquilo que você procura. E mencionaram Jasão. Três mil anos atrás, elas disseram a ele como encontrar o Velocino de Ouro. Conhece a história de Jasão e dos argonautas? - Ela perguntou diretamente a Percy
- Sim - Percy disse. - Aquele filme antigo com os esqueletos de barro.
Annabeth revirou os olhos.
- Ah, meus deuses, Percy! Você não tem jeito mesmo. - Sorri
- O quê? - Ele perguntou.
- Pera, não é o filme? - Steve perguntou confuso
- A verdadeira história do Velocino: havia aqueles dois filhos de Zeus, Cadmo e Europa, Eles estavam para ser oferecidos como sacrifício humano quando imploraram a Zeus que os salvasse. Então Zeus enviou aquele carneiro voador mágico com sua lã de ouro, que os recolheu na Grécia e os transportou até Cólquida, na Ásia Menor. Bem, na verdade ele transportou Cadmo. Europa caiu e morreu no caminho, mas isso não é importante.
- Pensei que ele tinha morrido na Europa - Percy disse e todos encararam confusos - Por causa do nome dele
Annabeth revirou os olhos enquanto olhava confusa
- A questão é que, quando Cadmo chegou a Cólquida, sacrificou o carneiro de ouro aos deuses e pendurou o Velocino em um árvore no meio do reino. O Velocino levou prosperidade à terra. Os animais pararam de adoecer. As plantas cresceram melhor. Os lavradores tiveram colheitas fartas. Nunca havia o castigo das pragas. É por isso que Jasão queria o Velocino. Ele é capaz de revitalizar qualquer terra onde for colocado. Cura doenças, fortalece a natureza, limpa a poluição... - Cassie dizia sem ao menos respirar enquanto jogava alguns pratos na lava
- Poderia curar a árvore de Thalia. -
Annabeth assentiu.
- E deixar as fronteiras do Acampamento Meio-Sangue muito mais fortes. - Murmurei acompanhando o raciocínio
- Uau como sabia de tudo isso? - Steve perguntou a Cassie
- O Quíron amava me contar histórias mitológicas - Ela sorriu, aparentemente se lembrando de memórias
- Mas, gente, o Velocino está desaparecido há séculos. Toneladas de heróis já buscaram por ele e não tiveram sorte. - Annabeth voltou ao assunto
- Mas Grover o encontrou - Percy disse. - Ele saiu à procura de Pan e encontrou o Velocino em vez disso, porque ambos irradiam uma natureza mágica. Faz sentido. Podemos salvá-lo e salvar o acampamento ao mesmo tempo. É perfeito!
- Um pouco perfeito demais, não acha? E se for uma armadilha? - Perguntei pensativa
- Que escolha temos? - Ele me encarou. - Vocês vão me ajudar a salvar Grover ou não?
Annabeth deu uma olhada para Tyson, que perdera o interesse na conversa e estava alegremente fazendo barcos de brinquedo com copos e colheres na lava.
- Percy - disse ela em voz baixa -, vamos ter de lutar contra um ciclope. Polifemo, o pior deles.... E só existe um lugar onde pode estar a ilha dele.
- O Mar de Monstros. - Cassie falou pensativa
- Exatamente! - Annabeth falou
- Onde fica isso? - Percy perguntou confuso
- O Mar de Monstros. O mesmo mar onde Ulisses navegou, e também Jasão, Eneias e todos os outros - Annabeth disse como se sua pergunta fosse a mais idiota do mundo.
- Você quer dizer o Mediterrâneo?
- Não. Bem, sim... mas não. - Annabeth se confundia com seu próprio pensamento
- Mais uma resposta direta. Obrigado. - Percy respondeu e jogou o plato na lava
- Ele ta brincando? - Cassie perguntou para Maddy enquanto encarava Percy
- Veja, Percy, o Mar de Monstros é o mar que todos os heróis atravessam em suas aventuras. Costumava ficar no Mediterrâneo,sim. Mas, como tudo mais, muda de lugar quando muda o centro de poder do Ocidente. - Annabeth explicou
- Como o Monte Olimpo no alto do edifício Empire State - disse ele. - E o Hades embaixo de Los Angeles.
- Certo.
- Mas um mar inteiro de monstros... como você poderia esconder algo assim? Os mortais não teriam notado coisas estranhas acontecendo... tipo, navios sendo devorados e coisas do gênero? - Percy perguntou
- É claro que eles notam. Não entendem, mas sabem que algo é estranho naquela parte do oceano. O Mar de Monstros agora fica na Costa Leste dos Estados Unidos, logo a noroeste da Flórida. Os mortais até têm um nome para ele. - Maddy falou
- O Triângulo das Bermudas? - Ele cogitou
- Exatamente. - Cassie respondeu
- Certo... então pelo menos sabemos onde procurar. - Percy falou
- Ainda assim, é uma área enorme, Percy. Procurar uma ilha minúscula em águas infestadas por monstros... - Annabeth tentou convencer Percy
- Ei, sou filho do deus do mar. É o meu território. Não pode ser tão difícil. - Ele disse
- isso é suicídio - Cassie olhou para Percy
Annabeth juntou as sobrancelhas.
- Vamos precisar falar com Tântalo, conseguir aprovação para uma missão. Ele vai dizer não. - Maddy disse
- Não se contarmos hoje à noite junto à fogueira, na frente de todo mundo. O acampamento inteiro irá ouvir. Vão pressioná-lo. Ele não vai poder recusar. - Percy sugeriu
- Talvez. - Um pouquinho de esperança surgiu na voz de Annabeth.
- Eai, vocês vão ou não? - Percy perguntou
- E eu tenho escolha? - Steve perguntou
- Não - Respondi
- É sempre bom ter um espião na toca, eu me voluntario - Maddy disse
- Bom, eu ainda não tô afim de morrer, mas eu tô torcendo - Cassie disse
Percy me olhou como se torcesse que eu fosse
- Olha... pode ser - Respondi
- É melhor terminarmos com esses pratos. Passe o pulverizador de lava, por favor. - Annabeth disse
(...)
- Mas elas quebraram! - Falei estendendo meus dedos para um filho de Apolo na enfermaria
- Eu sinto muito pelas suas unhas, mas elas só quebraram, não provocaram nenhum nervo e nem chegou a fazer uma ferida - Ele me respondeu
- E o que eu faço? - Perguntei
- Eu posso te indicar uma ótima manicure - Ele respondeu, tentando ajudar
Olhei decepcionada e sai da enfermaria, enquanto descia os pequenos três degrais, vi Percy apoiado em uma pequena sacada
- Percy? - Perguntei e ele finalmente percebeu minha presença
- Ah, eai! - Ele falou
- O que veio fazer aqui? - Perguntei
- Eh... na real eu queria falar com você - Percy confessou
- Fala aí
- queria saber se... sei lá, a gente tá de boa? - Ele perguntou. - É que eu senti um clima estranho na cozinha mas você conversou comigo de boa, então eu não sei bem e...
Ele foi interrompido por Steve, que chegou bem na hora com dois sanduíches naturais
- Eu comprei o seu, eu seu que gosta de comer ele pela tarde então, quer dizer, eu estava indo comer e lembrei de você, e as unhas? Estão bem? - Ele perguntou
- Ah, valeu! E, e elas vão ficar - Falei e logo Relembrei de Percy - Pode me dar um minutinho? Eu já te encontro
- Ah... saquei, então tá, até - Ele saiu
-Do que estávamos falando mesmo? - Perguntei enquanto abria meu sanduíche
- De nós! Quer dizer, eu queria saber se estava tudo bem entre nós por que... pera aí, você tá mesmo tirando a casca do sanduíche? - Ele perguntou
- Óbvio, é a pior parte do sanduíche - Falei enquanto andava até uma lixeira e ele me acompanhou
- Não, você é estranha - Ele riu
- Você também! - Falei, e rimos juntos - Eu tô de boa com você, Percy. Só fique chateada que usou um momento sensível meu contra mim
- Desculpa mesmo, depois que você foi embora, me senti bem culpado - Ele admitiu
- É bom ver alguém que se desculpa hoje em dia, tá perdoado, mas só por enquanto! Não faz nenhuma outra merda pra eu relembrar - Brinquei
- Pode deixar - Percy respondeu sorrindo
(...)
Naquela noite, junto à fogueira, o chalé de Apolo liderou a cantoria. Eles tentaram melhorar o humor de todos, mas não foi fácil depois do ataque dos pássaros naquela tarde. Sentamo-nos em um semicírculo de degraus de pedra, cantando sem entusiasmo e observando a fogueira arder, enquanto os caras de Apolo tocavam seus violões e tangiam suas liras.
Eu estava prestes a dormir ali mesmo, cheguei a apoiar minha cabeça nos ombros de Annabeth.
Dioniso foi embora cedo. Depois de aguentar algumas canções, resmungou que até mesmo jogar pinoche com Quíron era mais empolgante que aquilo. Então deu uma olhada desagradável para Tântalo e dirigiu-se de volta à Casa Grande. Quando a última canção acabou, Tântalo disse:
-Bem, isso foi adorável!
Ele avançou com um marshmallow assado na ponta de um galho fino e tentou arrancá-lo, com muita naturalidade. Mas, antes que pudesse tocá-lo, o marshmallow saiu voando do galho. Tântalo tentou apanhá-lo no ar, mas o marshmallow cometeu suicídio, mergulhando nas chamas, eu faria o mesmo se fosse ele.
- Agora, então, alguns avisos sobre a programação de amanhã. - Tântalo voltou sorridente
- Senhor - a voz de Percy interrompeu sua fala
- Nosso menino da cozinha tem algo a dizer? - Tantalo perguntou
Alguns dos campistas de Ares soltaram risadinhas, Percy se levantou e olhou para nós, eu, Annabeth e Steve (depois que praticamente obriguei ele) nos levantamos também
- Temos uma idéia para salvar o acampamento. - Falei
Silêncio mortal. Mas pude perceber que ganhamos a atenção de todos, porque a fogueira chamejou em amarelo vivo.
- É mesmo? - disse Tântalo, agradavelmente. - Bem, se tiver algo a ver com bigas...
- O Velocino de Ouro - Percy o interrompeu novamente, diria que esse era o esporte favorito dele - Sabemos onde ele está.
As chamas arderam em cor laranja. Antes que Tântalo pudesse o impedir, percy falou seu sonho e Annabeth interveio e lembrou a todos o que o Velocino podem fazer. Pareceu mais convincente vindo dela, e se você está lendo isso Percy, sem ofensas
- O Velocino pode salvar o acampamento - Annabeth disse . - Tenho certeza disso.
- Bobagem, bobagem - disse Tântalo. - Não precisamos ser salvos.
Todos o olharam fixamente, até que ele começou a parecer constrangido.
- Além disso - acrescentou depressa -, e o Mar de Monstros? Dificilmente se poderia dizer que esse é um local exato. Vocês não saberiam nem onde procurar.
- Sim, eu saberia - Percy confrontou (ele não saberia) - 30, 31, 75, 12 - disse Percy.
- Ah, legal! - disse Tântalo. - Obrigado por compartilhar esses números sem sentido.
- São coordenadas de navegação. Latitude e longitude. Eu, ahn, aprendi isso em estudos sociais.
- 30 graus, 31 minutos Norte, 75 graus, 12 minutos Oeste. Ele está certo! As Irmãs Cinzentas nos deram essas coordenadas. Deve ser algum lugar do Atlântico, além da costa da Flórida. O Mar de Monstros. Precisamos de uma missão! - Annabeth falou
- Esperem só um minuto - disse Tântalo.
Mas os campistas embarcaram no coro.
- Precisamos de uma missão! Precisamos de uma missão! - Eles gritavam sem parar
As chamas se ergueram mais alto.
- Isso não é necessário! - insistiu Tântalo.
- PRECISAMOS DE UMA MISSÃO! PRECISAMOS DE UMA MISSÃO!
- Ótimo! - gritou Tântalo, os olhos inflamados de raiva. - Vocês, moleques, querem que eu lhes atribua uma missão?
- SIM!
- Muito bem - concordou. - Vou autorizar um campeão a empreender essa perigosa jornada, resgatar o Velocino de Ouro e trazê-lo para o acampamento. Ou morrer tentando.
Finalmente, algum plano de Percy deu certo
- Vou permitir que nosso campeão consulte o Oráculo! - anunciou Tântalo. - E escolha dois companheiros para a jornada. E acho que a escolha do campeão é óbvia.
Tântalo olhou para mim, Percy, Annabeth e Steve. como se quisesse nos esfolar vivos.
- O campeão deverá ser alguém que conquistou o respeito do acampamento, alguém que provou ser capaz nas corridas de bigas, e corajoso na defesa do acampamento. Você deverá liderar a missão... Clarisse!
O QUE?
O fogo tremeluziu em mil cores diferentes. O chalé de Ares começou a bater os pés e a aplaudir:
- CLARISSE! CLARISSE!
Clarisse levantou-se, parecendo atordoada. Então engoliu em seco, e seu peito se inflou de orgulho.
- Eu aceito a missão!
- Espere! - Percy gritou. - Grover é meu amigo. O sonho veio para mim!
- Sente-se! - gritou um dos campistas de Ares. - Você teve sua chance no último verão!
- Sim, ele só quer ser o centro das atenções outra vez! - disse outro.
Clarisse olhou furiosamente para Percy, com uma cara de "Se não calar a boca agora, eu mato você"
- Aceito a missão! - repetiu ela. - Eu, Clarisse, filha de Ares, vou salvar o acampamento!
Os campistas de Ares aplaudiram ainda mais. Annabeth protestou, e os outros campistas de Atenas se juntaram a ela. Todos começaram a tomar partido, gritando e discutindo, e atirando marshmallows.
Pensei que aquilo fosse se transformar em uma completa guerra de guloseimas, até que Tântalo gritou:
- Silêncio, moleques!
Seu tom impressionou até a mim.
- Sentem-se! - ordenou. - E vou lhes contar uma história de fantasma.
Eu não sabia o que ele estava pretendendo, mas todos voltamos, indecisos, aos nossos lugares.
A aura malévola que se irradiava de Tântalo era tão forte
- Era uma vez um rei mortal amado pelos deuses! - Tântalo pôs a mão no peito, e eu tive a sensação de que falava de si mesmo. - Esse rei, tinha permissão até para se banquetear no Monte Olimpo. Mas, quando tentou levar um pouco de néctar e ambrosia para a Terra, para descobrir a receita... apenas uma pequena quentinha, vejam só... os deuses o puniram. Eles o baniram de seus salões para sempre! Sua própria gente zombou dele! Seus filhos o repreenderam! E, ah!, sim, campistas, ele tinha filhos horríveis. Filhos... iguaizinhos... a vocês!
Ele apontou um dedo torto para diversas pessoas da platéia, inclusive eu.
- Sabem o que ele fez com os filhos ingratos? - perguntou Tântalo suavemente. - Sabem como ele retribuiu aos deuses sua punição cruel? Convidou os olimpianos para um banquete em seu palácio, só para mostrar que não havia rancor. Ninguém reparou que seus filhos não estavam presentes. E quando ele serviu o jantar aos deuses, meus caros campistas, vocês podem adivinhar o que havia no cozido?
Ninguém ousou responder. A luz do fogo brilhou em azul profundo, refletindo-se de modo maligno no rosto deformado de Tântalo.
- Ah! os deuses o castigaram na vida após a morte - coaxou Tântalo. - Eles fizeram isso, ah!, se fizeram. Mas ele teve seu momento de satisfação, não teve? Os filhos nunca mais lhe responderam nem questionaram sua autoridade. E vocês sabem o que mais? Diz-se que o espírito do rei agora reside exatamente neste acampamento, aguardando uma oportunidade de se vingar das crianças ingratas e rebeldes. E agora... mais alguma reclamação antes que mandemos Clarisse em sua missão?
Silêncio. Tântalo acenou com a cabeça para Clarisse.
- O Oráculo, querida. Vá em frente.
Ela mudou de posição, constrangida, como se mesmo ela não quisesse a glória ao preço de ser a queridinha de Tântalo.
- Senhor...
- Vá! - rosnou ele.
Ela fez uma reverência desajeitada e correu para a Casa Grande.
- E quanto a você, Percy Jackson? - perguntou Tântalo. - Mais algum comentário do nosso lavador de pratos?
Percy ficou mudo, mas pude ver em seu olhar que se ele pudesse, colocaria a cabeça de Tântalo na água até as bolhas sumirem
- Bom - disse Tântalo. - E deixem-me lembrar a todos: ninguém parte deste acampamento sem minha permissão. Qualquer um que tentar... bem, se sobreviver à tentativa, será expulso para sempre. Mas as coisas não chegarão a esse ponto. As harpias irão reforçar o toque de recolher de agora em diante, e elas estão sempre com fome! Boa noite, queridos campistas. Durmam bem.
Com um aceno de Tântalo, o fogo se extinguiu, e os campistas seguiram devagar para seus chalés, no escuro.
- Babaca! - Murmurei
(...)
- Você acha que eu sou inútil? - Perguntei a Maddy, estávamos do lado de fora de nosso chalé, todos estavam se preparando para dormir, e ela estava passando um creme em meu rosto
- Por que acha isso? - Ela perguntou
- Sei lá, todos parecem ter uma função aqui, eu não acho que eu tenha - Falei pensativa
- Violet, óbvio que tem! Você é incrível com luta, sabe desenhar muito bem, aprende as coisas muito rápido e sabe dar os melhores conselhos - Ela disse
Me levantei ao perceber que ela havia acabado de passar o creme
- Valeu - Sorri, tentando mostrar pra ela que estava bem, na real, eu sabia que ela iria falar isso.
- Vê se dorme cedo, viu! - Ela se levantou e saiu andando para dentro do chalé
Me apoiei na sacada e peguei a carta de meu pai novamente, relendo e relendo, cada dia me sentindo mais perdida
Enquanto lia a carta pela quarta vez talvez, ouvi uma voz familiar
- Socorro! Socorro! - Ele gritava sem parar
- Percy? - murmurei para mim mesma
Joguei a carta pela janela que havia ao lado da minha cama e tentei colocar o cobertor por cima. E então, sai correndo até a voz
No caminho, achei Annabeth, Steve e Tyson
- Vocês também ouviram? - Perguntei
- Sim! Era o Percy, vamos! - Annabeth disse
Assim que chegamos, estávamos em uma praia, avistamos o loiro encarando as ondas do mar
- O que está acontecendo? - Perguntei nos aproximando. - Ouvi você gritando por socorro
- Eu também! - disse Tyson. - Ouvi você gritar: "Coisas ruins estão atacando!"
- Eu não chamei vocês - Percy disse confuso. - Estou bem.
- Mas então quem... - Annabeth notou os cinco sacos de viagem amarelos, depois a garrafa térmica e o frasco de vitaminas que ele estava segurando. - Que...
- Ouçam bem. Não temos muito tempo. - Percy disse, quando ele começa com "ouçam bem...", V-A-I D-A-R M-E-R-D-A
Percy contou sobre uma visita de Hermes, que o ajudou e Blá-blá-blá, pra ser sincera, eu nem entendi direito
- Percy - disse Annabeth. - Temos de partir na missão.
- Vamos ser expulsos, você sabe. - Falei a ele
- Confie em mim, sou especialista em ser expulso. - Percy disse
- E daí? Se fracassarmos, não haverá nenhum acampamento para voltar. - Annabeth disse
- Sim, mas você prometeu a Quíron... - Falei relembrando de sua promessa
- Prometi que ia manter vocês afastados do perigo. Só posso fazer isso indo com vocês! Tyson pode ficar e contar a eles... - Annabeth continuava falando
- Eu quero ir - disse Tyson.
- Não! - A voz de Annabeth soou quase em pânico. - Quer dizer... Vamos lá, Percy. Você sabe que é impossível.
- Não podemos deixá-lo - decidiu Percy. - Tântalo vai castigá-lo por termos partido.
- Percy - disse Annabeth, tentando manter a calma -, estamos indo para a ilha de Polifemo!
- Polifemo é um c-i-c... um c-i-c... - Ela bateu os pés de frustração. Por mais esperta que fosse, Annabeth também era disléxica. Poderíamos ficar lá a noite inteira enquanto ela tentava soletrar ciclope. - Você sabe o que eu quero dizer!
- Tyson pode vir - insistiu Percy - se ele quiser.
Tyson bateu palmas.
- Eu quero!
Annabeth o fuzilou com o olhar, mas acho que ela percebeu que Percy nao mudaria de idéia. Ou talvez simplesmente soubesse que não tínhamos tempo para discutir.
- Tudo bem - Falei. - Como chegamos até aquele navio?
- Hermes disse que meu pai ajudaria.
- E então, Mini mar? Está esperando o que? - Perguntei
Ele se virou confuso para as ondas e pensou o que falar
- Ahn, pai? Como vão as coisas?
- Percy! - sussurrou Annabeth. - Estamos com pressa!
- Precisamos da sua ajuda - Ele falou um pouco mais alto. - Precisamos chegar até aquele navio, tipo antes que sejamos comidos ou coisa parecida, então...
De início, nada aconteceu. As ondas quebravam na praia, como sempre. As harpias pareciam estar logo atrás das dunas. Então, cerca de cem metros mar adentro, cinco linhas brancas apareceram na superfície. Moveram-se com velocidade em direção a praia, como garras rasgando o oceano.
Quando se aproximaram, as águas se abriram e as cabeças de cinco corcéis brancos se ergueram das ondas.
Tyson prendeu a respiração.
- Peixes-pôneis!
- Cavalos-marinhos! - Falei. - São lindos, não precisa ter medo deles
- Vamos admirá-los depois - Percy disse. - Vamos!
- Ali! - guinchou uma voz atrás de nós. - Crianças más fora dos chalés! Hora do lanche para harpias sortudas!
Cinco delas estavam pairando acima das dunas, pequenas bruxas gorduchas, com a cara chupada, garras e asas de penas, pequenas demais para o corpo. Elas me lembravam um cruzamento de atendente de lanchonete com passarinho. Não eram muito rápidas, graças aos deuses, mas eram ferozes quando pegavam alguém.
- Tyson! - disse Percy. - Agarre um saco de viagem!
Ele ainda estava olhando boquiaberto para os cavalos-marinhos.
- Tyson!
- Ahn?
- Venha!
Recolhemos os sacos e montamos nossos corcéis. Poseidon devia saber que Tyson era um dos passageiros, pois um dos cavalos-marinhos era muito maior que os outros dois, do tamanho certo para transportar um ciclope.
Subimos em um cavalo-marinho, logo, eles começaram a nadar rapidamente. Um fato sobre mim é que eu ODEIO ser precionada, então, aquilo foi um alívio.
Olhei para trás me perguntando se um dia ainda veria aquele lugar novamente ou se seria morta nessa missão.
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- NOTAS DA AUTORA -
• Eai gente, espero que tenham gostado. Me desculpem por qualquer erro ou algo assim
• Se tiver gostado, pfvr, dexem um estrela e um comentário/s, isso ajuda MUITO os escritores, motivando e entregando a fic para mais pessoas
• É isso povo, até, até amanhã, bjs, amo vocês, tchauuu !!! 💗
• 𝐀𝐓É 𝐎 𝐏𝐑Ó𝐗𝐈𝐌𝐎 𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 •
ᴹʸ ʰᵉʳᵒ ᵇᵒʸ
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