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POV'S VIOLET JOPHY

10 - DE CERTA FORMA, DESCOBRIMOS A VERDADE

Imagine a maior aglomeração de gente que você já viu em um show, um campo de futebol lotado com um milhão de fãs.
Agora imagine um campo um milhão de vezes maior do que esse, lotado, e imagine que a energia elétrica falhou e não há barulho, não há luz, nem aquelas bolas gigantes quicando por cima da multidão.

Algo de trágico aconteceu nos bastidores. Uma massa sussurrante de gente fica simplesmente vagueando nas sombras sem direção, esperando um show que nunca vai começar.

Se é capaz de imaginar isso, tem uma boa idéia de como são os Campos de Asfódelos. A grama preta tinha sido pisoteada por eras de pés mortos. Um vento morno e úmido soprava como o hálito de um pântano. Árvores negras - Grover me disse que eram choupos - cresciam em grupos aqui e ali.

O teto da caverna era tão alto acima de nós que poderia passar por uma massa de nuvens de tempestade, a não ser pelas estalactites, que brilhavam em um cinza pálido e pareciam malvadamente pontudas. Tentei não imaginar que poderiam cair sobre nós a qualquer momento, mas havia várias delas salpicadas ao redor, que caíram e empalaram a si mesmas na grama preta.
Acho que os mortos não precisavam se preocupar com pequenos riscos como ser espetados por estalactites do tamanho de foguetes.

Os mortos não são assustadores. São apenas tristes.

Depois de caminha um pouco, chegamos o que seria uma espécie de deserto, eu reconhecia aquele lugar de algum outro lugar, só não sabia onde. Percy reclamava o tempo inteiro por sua mochila estar pesada, pedi pra ele segurar mais um pouco e continuamos andando

- Onde esse lugar vai parar? - Percy perguntou

- Se tudo der certo, no castelo de Hades - Falei, Grover começou a acelerar o passo - Aí Grover, anda mais devagar

Mas ele começou a andar mais rápido ainda

- Gente, não sou eu! - Ele gritou

- O que? - Percy perguntou e começamos a correr atrás dele

- Grover, espera! - Gritei

- Gente, são os tênis! - Grover disse, não sabia onde ele havia conseguido aqueles tênis mas eles eram voadores - Socorro, por favor!

De repente vimos o tênis levar Grover a um enorme buraco, tão fundo que eu nem conseguia ver o fundo, ele era enorme mesmo

- Grover, desamarra os tênis! - Gritei, quebrei o espelho que logo se transformou na espada novamente e corri até ele, Percy entendeu o que eu iria fazer então também foi para ajudar

Segurei a mão de Grover e enfiei a espada na área, enquanto Percy tentava tirar aquele tênis a qualquer custo. Primeiro foi o da esquerda e logo depois o da direita. Os tênis voaram para o buraco e eu não queria nem pensar se Grover ainda estivesse naquele sapato.

Descansamos exaustos enquanto nos olhávamos confusos

- Esses tênis, foram presentes do Luke, ele vai me matar - Grover disse

- Relaxa, o Luke não é o tipo de pessoa que mata pessoas - Percy acalmou ele

- Tá, mas alguém pode me explicar, o que diabos foi isso? - Perguntei confusa

- Eu não sei, eu comecei a ser puxado do nada, achei que iria morrer - Grover disse

- Gente... - Percy disse

- Não Percy, você não pode revisar a sua bolsa com alguém, já perguntou isso sete vezes - Falei antecipando sua pergunta

- Valeu pela resposta gentil e fofa mas... na real, aqui pode ser considerado o castelo de Hades, não? - Ele apontou para um lugar, um castelo de ponta cabeça

- É, pode ser - Falei

Ao chegar perto do castelo, tive a sensação que aquilo não acabaria bem

Dois esqueletos de fuzileiros navais americanos guardavam as portas. Eles sorriram para nós, com lançadores de granadas atravessadas no peito.

- Bem, gente - Perguntei. - Acho que devemos... bater?

Um vento quente soprou pelo corredor e as portas se abriram. Os guardas deram um passo para o lado.

Para início de conversa, ele tinha pelo menos três metros de altura, e usava mantos de seda preta e uma coroa de ouro trançado . Sua pele era branca como a de um albino, o cabelo comprido até os ombros era preto-azeviche. Não era corpulento como Ares, mas irradiava força. Reclinava-se em seu trono de ossos humanos fundidos parecendo flexível, elegante e perigoso como uma pantera.

A aura de Hades estava me afetando, assim como acontecera com a de Ares. O Senhor dos Mortos lembrava retratos que eu tinha visto de Adolf Hitler, ou Napoleão, ou dos líderes terroristas que controlam os homens-bomba.

Hades tinha o mesmo olhar intenso, o mesmo tipo de carisma hipnotizador e maligno

- Você é corajoso de vir até aqui, Filho de Poseidon - disse ele com uma voz untuosa. - Depois do que me fez, você é muito valente, sem dúvida. Ou talvez seja simplesmente muito tolo.

- Senhor e tio, trago dois pedidos. - Percy disse

Hades ergueu uma sobrancelha. Quando ele chegou mais para a frente em seu trono, rostos sombrios apareceram nas dobras dos seus mantos negros, rostos atormentados, como se o traje fosse feito de almas dos Campos da Punição pegas ao tentar escapar, costuradas umas nas outras.

Minha porção transtorno do déficit de atenção se perguntou se o resto das roupas dele era feito do mesmo modo. Que coisas horríveis alguém teria de fazer em vida para merecer ser parte da roupa de baixo de Hades?

- Só dois pedidos? - disse Hades. - Criança arrogante. Como se você já não tivesse recebido o bastante. Fale, então. Acho divertido esperar um pouco para fulminar você.

Engoli em seco. Aquilo estava indo mais ou menos tão bem quanto eu temia.
Relanceei para o trono menor, vazio, ao lado do de Hades. Tinha a forma de uma flor negra, decorada em ouro. Desejei que a rainha Perséfone estivesse ali. Lembrei-me de algo nos mitos sobre como ela podia acalmar os humores do marido. Mas era verão. É claro que Perséfone estaria acima no mundo de luz com mãe, a deusa da agricultura, Demeter. Suas visitas, e não a inclinação do planeta, criavam as estações.

- Senhor Hades - disse Percy. - Olhe, senhor, não pode haver uma guerra entre os deuses. Isso seria... ruim.

- Realmente ruim - acrescentou Grover, querendo ajudar.

- Devolva o raio-mestre de Zeus para mim - disse Percy. - Por favor, senhor, deixe-me levá-lo para o Olimpo.

Os olhos de Hades brilharam perigosamente.

- Você se atreve a continuar com essa farsa, depois de tudo o que fez?

Percy olhou confuso para a gente mas vai por mim, estávamos muito mais confusos que ele e Hades juntos

- Ahn... tio - Falou Percy. - Você fica dizendo "depois de tudo oque você fez". O que foi, exatamente, que eu fiz?

A sala do trono tremeu com tanta força que, provavelmente, o impacto foi sentido lá em cima, em Los Angeles. Fragmentos de rocha caíram do teto da caverna.

Portas se abriram violentamente em todas as paredes, e guerreiros esqueléticos marcharam para dentro, centenas deles, de todas as épocas e nações da civilizaição ocidental. Enfileiraram-se nos quatro cantos da sala, bloquendo as saídas.

Hades urrou:

-Você acha que eu quero a guerra, filhotes de deus?

Tive vontade de dizer apenas um "Sim", mas eu tinha amor pela minha vida

- Você é o Senhor dos Mortos - Percy disse com cautela. - Uma guerra iria expandir seu remo, certo?

- E bem característico dos meus irmãos dizerem uma coisa dessas! Acha que preciso de mais súditos? Não está vendo a grandeza dos Campos de Asfódelos?

- Bem...

- Você tem idéia de quanto meu reino inchou só neste último século, quantas subdivisões tive de criar? - Percy até havia aberto sua boca a boca para responder, mas Hades agora estava embalado.

- Mais espíritos de segurança - queixou-se. - Problemas de trânsito no pavilhão de julgamentos. Horas extras em dobro para o pessoal. Eu era um deus rico, Percy Jackson. Controlo todos os metais preciosos embaixo da terra. Mas as minhas despesas!

- Caronte quer um aumento de salário - despejei, acabando de me lembrar do fato. Assim que falei, pensei que perdi uma ótima chance de ficar calada

- Não me fale de Caronte! - gritou Hades. - Ele está impossível desde que descobriu os ternos italianos! Problemas em toda parte, e eu tenho de lidar com todos eles pessoalmente. O tempo de viagem entre o palácio e os portões já é suficiente para me deixar insano! E os mortos continuam chegando. Não, filhote de deus, eu não preciso de ajuda para arranjar súditos! Não pedi essa guerra.

- Mas você pegou o raio-mestre de Zeus.

- Mentiras! - Mais estrondos. Hades ergueu-se do trono, ficando da altura de uma trave de futebol. - Seu pai pode enganar Zeus, menino, mas eu não sou tão estúpido. Enxergo o plano dele.

- O plano dele?

- Você foi o ladrão no solstício de inverno - disse ele. - Seu pai pensou em mantê-lo como seu pequeno segredo. Ele o mandou para a sala do trono no Olimpo. Você pegou o raio-mestre e meu elmo. Se eu não tivesse enviado minha Fúria para descobri-lo na Academia Yancy, Poseidon talvez tivesse conseguido esconder o plano para desencadear uma guerra. Mas agora você foi forçado a aparecer. Será exposto como o ladrão de Poseidon, e eu terei meu elmo de volta!

- Mas... - falei . Minha cabeça estava a um milhão de quilômetros por hora. -Senhor Hades, seu elmo das trevas também desapareceu?

-Não banque a inocente comigo, menina. Você e o sátiro estiveram ajudando este herói, que veio aqui me ameaçar sem dúvida em nome de Poseidon, a me trazer um últimato. Poseidon acha que posso ser chantageado para apoiá-lo?

- Não! - Percy falou. - Poseidon não... eu não...

-Não falei nada do desaparecimento do elmo - rosnou Hades - porque não tenho ilusões de que alguém no Olimpo me faça justiça, que me dê alguma ajuda. Não posso permitir que vaze a notícia de que minha arma mais poderosa está desaparecida. Portanto procurei por você eu mesmo, e quando ficou claro que você vinha a mim para fazer sua ameaça, não tentei detê-lo.

- Você não tentou nos deter? Mas...

- Devolva meu elmo agora, ou vou interromper a morte - ameaçou Hades. - Esta é a minha contraproposta. Abrirei a terra e mandarei os mortos se despejarem de volta em seu mundo.
Transformarei suas terras em um pesadelo. E você, Percy Jackson... o seu esqueleto liderará o meu exército para fora do Hades.

Todos os soldados esqueléticos deram um passo à frente, com as armas de prontidão.

A essa altura, eu deveria ter ficado aterrorizada.

- Você é tão mau quanto Zeus - disse Percy. - Acha que roubei você? E por isso que mandou as Fúrias atrás de mim?

- É claro - disse Hades.

- E os outros monstros?

Hades franziu o lábio.
- Não tive nada a ver com eles. Eu não queria uma morte rápida para você; queria você diante de mim, vivo, para enfrentar todas as torturas dos Campos da Punição. Por que acha que o deixei entrar no meu reino tão facilmente?

- Facilmente? - Perguntei

- Devolvam o que me pertence! - Ele gritou

- Senhor Hades, foi tudo um mal entendido! O senhor interpretou a situação totalmente fora do contexto. Não temos seu elmo, vinhemos buscar o raio

- Que vocês já possui! - bradou Hades. - Vocês vieram aqui com ele, pequenos idiotas, achando que poderia me ameaçar!

- Não é verdade! - Grover falou finalmente, depois de se calar dês da porta do castelo

- Então abra a sua mochila. - Ele olhou para Percy

Percy engoliu seco, mas se abaixou até o chão tirando sua mochila das costas. Dentro havia um cilindro de metal de sessenta centímetros de comprimento, com uma ponta de cada lado, zumbindo de energia.

- Percy - disse eu. - Como...

- Eu... eu não sei. Não entendo. - Percy me olhou confuso

- Vocês, heróis, são sempre iguais - disse Hades. - Seu orgulho os torna tolos, achando que podem trazer uma arma assim diante de mim. Eu não pedi o raio de Zeus, mas já que ele está aqui, você o entregará a mim. Tenho certeza de que será um excelente instrumento de barganha. E agora... o meu elmo. Onde está?

Eu estava sem fala. Não tínhamos elmo nenhum. Não tinha idéia de como o raio-mestre foi parar na mochila. Quis pensar que Hades estava armando algum tipo de truque. Hades era o vilão.
Mas de repente o mundo virou de lado. Percebi que havíamos sido usado.

- Os pontos de vista - Cochichei a Grover e ele arregalou os olhos parecendo raciocinar o que estava acontecendo

Alguém fez Zeus, Poseidon e Hades quererem a caveira um do outro. O raio-mestre estava na mochila, que Percy recebeu de...

- Senhor Hades, espere - disse eu. - Isso tudo é um engano.

- Um engano? - rugiu Hades.

Os esqueletos apontaram as armas. Lá no alto houve um bater de asas coriáceas, e as três Fúrias voaram para baixo para empoleirar-se nas costas do trono do seu senhor. A que tinha as feições da sra. Dodds arreganhou um sorriso ávido para Percy e estalou o seu chicote.

- Não há engano nenhum - disse Hades. - Sei por que vocês vieram, e sei a razão real por que trouxeram o raio. Vocês vieram negociar por ela.

Hades soltou uma bola de fogo dourado da palma de sua mão Ela explodiu nos degraus diante de nós, e lá estava a mãe de Percy, congelada em uma chuva de ouro, exatamente como no momento em que o Minotauro começou a apertá-la até a morte.

Percy estendeu a mão para ela mas a bolha era tão quente quanto uma fogueira

- Sim - disse Hades com satisfação. - Eu a tomei. Eu sabia, Percy Jackson, que você por fim viria barganhar comigo. Devolva o meu elmo, e talvez eu a deixe ir. Ela não está morta, você sabe. Ainda não. Mas, se você me desagradar, isso irá mudar.

Pensei nas pérolas no bolso de Percy. Talvez elas pudessem nós safar daquilo. Se algo menos conseguirmos salva-la

- Ah, as pérolas - disse Hades, e meu sangue gelou. - Sim meu irmão e os seus truquezinhos. Apresente-as, Percy Jackson.

Percy tirou elas do bolsa e a mostrou para Hades

- Apenas três - disse Hades. - Que pena. Você sabe que cada qual protege uma só pessoa. Tente levar a sua mãe, então filhotinho de deus. E qual dos seus amigos você deixará para trás para passar a eternidade comigo? Vá em frente. Escolha. Ou me dê a mochila e aceite as minhas condições.

Eles nos olhou, meu coração gelou mas sabia que eu não poderia colocar ele nessa situação

- Fomos enganados - ele falou. - Pegos numa armadilha.

- Sim, mas por quê? - Perguntei. - E a voz no abismo...

- Ainda não sei - ele respondeu. - Mas pretendo perguntar.

- Decida, menino! - gritou Hades.

- Percy. - Grover pôs a mão em seu ombro. - Você não pode lhe entregar o raio.

- Eu sei disso. - Percy respondeu

- Deixe-me aqui - disse ele. - Use a terceira pérola para sua mãe.

- Não! - Negou Percy

- Eu sou um sátiro - disse Grover. - Nós não temos almas como os seres humanos. Ele pode me torturar até a morte, mas não ficará comigo para sempre. Eu reencarnarei em uma flor, ou alguma outra coisa. É o melhor jeito.

- Não. - Falei saquei meu espelho. - Vocês dois continuam. Grover, você tem de proteger Percy. Você tem de conseguir a sua licença de buscador e começar a sua missão por Pan. Tire a mãe dele para fora daqui e protege ele como você prometeu a mãe dele

- Nem pensar - disse Grover. - Eu também prometi a Zoey que iria te proteger, eu vou cumprir minhas promessas

- Pense de novo, menino-bode - disse eu.

- Parem, vocês dois! - Percy disse nervoso. - Não vou deixar vocês morrerem pra me salvar, eu passei a última semana pensando que algum de vocês iria me trair, mas eu percebi que não são vocês os traidores, a única coisa que fizeram esse tempo todo foi me proteger... Eu sei o que fazer. Segurem isto.

Ele entregou uma pérola pra mim e para Grover.

- Mas, Percy... - Disse eu

Ele se virou para sua mãe

- "No fim você não conseguirá salvar aquilo que mais importa." - Percy murmurou - Desculpe... eu voltarei. Vou encontrar um jeito.

A expressão presunçosa na cara de Hades se apagou. Ele disse

- Filhote de deus...?

- Vou encontrar o seu elmo, tio - disse Percy. - Vou devolvê-lo. Lembre-se do aumento de salário de Caronte.

- Não me desafie...

- E não faria mal brincar com Cérbero de vez em quando. Ele gosta de bolas de borracha vermelhas. - Percy disse e me olhou sorrindo

- Percy Jackson, você não vai...

- Agora! - Ele gritou
Esmagamos as pérolas aos nossos pés. Por um momento apavorante, nada aconteceu. Hades gritou:

- Destruam-nos!

O exército de esqueletos avançou, espadas desembainhadas fuzis engatilhados no modo totalmente automático. As Fúrias mergulharam, os chicotes explodindo em chamas.

Exatamente quando os esqueletos abriram fogo, os fragmentos; de pérola aos meus pés explodiram em luz verde e uma rajada de ar fresco do mar. Eu fui encapsulada em uma esfera branca leitosa que começava a flutuar para fora do chão.

Percy e Grover estavam bem atrás de mim. Lanças e balas centelharam inofensivamente nas bolhas de pérola enquanto flutuávamos para cima. Hades gritou com tamanha raiva que a fortaleza inteira se sacudiu e eu soube que aquela não seria uma noite tranqüila em Los Angeles.

- Olhem para cima! - gritou Grover. -Vamos bater!

Sem dúvida, estávamos indo direto para as estalactites, as quais imaginei que iriam estourar as nossas bolhas e nos espetar.

- Como se controla essas coisas? - gritei.

- Acho que não se controla! - Percy gritou de volta

Gritamos quando as bolhas colidiram com o teto e... Escuridão.
Será que estávamos mortos?
Não, eu ainda tinha a sensação de velocidade. Estávamos indo para cima, através da rocha sólida, tão facilmente quanto uma bolha de ar na água. Aquele era o poder das pérolas

Por alguns momentos, não vi nada além das paredes macias da minha esfera, então minha pérola irrompeu no fundo do oceano. As outras duas esferas leitosas, Percy e Grover, me acompanharam enquanto disparávamos para cima através da água.

E... pimba!
Explodimos na superfície, no meio da baía de Santa Monica, jogando um surfista para fora da sua prancha com um indignado "Ei, cara!".

Aí me dei conta, eu não sabia nadar, pode ser estranho mas lembra do lance de meu pai ser super protetor? Eu não tava brincando

- Socorro! - Gritei batendo meus braços até mergulhar, eu já estava decidida, depois de tudo o que eu passei, Fúrias, Ares, Hesfesto, Hades... eu iria morrer afogada em Santa Mônica

De repente senti alguém me segurar e assim que estive na superfície, respirando ofegante, tentando recuperar meu fôlego. Me vi abraçada com Percy

- Você tá bem? - Ele perguntou com a mão em meu rosto

- Tô... eu acho

Ele nos levou até uma boia salva-vidas e logo puxou Grover para lá também, acho que ele não curtia água também. Um tubarão curioso dava voltas em torno de nós, um grande tubarão branco com cerca de três metros e meio de comprimento.

- Cai fora! - Percy gritou

O tubarão se virou e fugiu apressado.
O surfista gritou alguma coisa sobre cogumelos estragados e se afastou de nós patinhando o mais rápido que podia.

- 21 de junho, o dia do solstício de verão, é hoje - Percy disse

- Como sabe? - Perguntei

- Eu não sei - Ele respondeu

- Não sabe que dia é hoje ou não sabe como sabe? - Grover perguntou

- Eu não sei como eu sei - Percy disse

- Chega, já estão me dando dor de cabeça - Falei

A distância, Los Angeles estava em chamas, nuvens de fumaça subindo de bairros por toda a cidade.

Tinha havido um terremoto sem dúvida, e a culpa era de Hades. Provavelmente estava mandando um exército de mortos atrás de nós naquele instante.

Mas, naquele momento, o Mundo Inferior não era o meu maior problema.
Eu tinha de chegar até a praia. Tinha de levar o raio de Zeus de volta para o Olimpo.

Me preocupei com Elizabeth e Bruce, meu coração se apertou de preocupação

- Aí, eles então bem - Percy disse, parecia ler minha mente

- Como sabe? - Perguntei não tirando os olhos da cidade em chamas

- Porque eles são fortes, igual a você - Percy disse e eu sorri

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- Até o próximo capítulo 🎀

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