08
VIOLET JOPHY
08 - VAMOS COMPRAR CAMAS D'ÁGUAS
Percy voltou do fundo do mar, ele mostrou 3 pérolas que seu pai havia dado de presente para ele, mas que o mesmo não estava lá, também ficou falando que devíamos ir ao certo endereço, M.A.C.
Fomos até um motorista de ônibus perguntar se ele sabia onde era aquele lugar
- Perdão, eu não sei onde fica - Ele disse
- Ah, obrigada mesmo assim - Falei descendo do ônibus
- Você me lembra alguém que eu na TV - Ele falou olhando para Percy - Ator infantil, ou alguma coisa assim?
- Ahn... eu sou dublê... de uma porção de atores infantis - Percy respondeu
- Ah! Tá explicado
Saímos do ônibus rapidamente antes que mais alguém reconhecesse o dublê infantil aí
Perambulamos por quilômetros à procura do M.A.C. Ninguém parecia saber onde era. Não constava da lista telefônica.
Duas vezes nos esquivamos para becos, para evitar viaturas de polícia.
Vi Percy parado na frente de um vitrine de eletrodomésticos, por conta de uma entrevista que passava na TV, era o padrasto dele, o mesmo que vimos na tela do celular de Ares. Ele estava falando com Barbara Walters, parecendo uma grande celebridade. No meio de um jogo de pôquer, e havia uma jovem loira sentada ao lado dele, afagando-lhe a mão.
Uma lágrima falsa brilhou na bochecha dele enquanto ele dizia:
-Honestamente, sra. Walters, se não fosse aqui pela Fofinha, minha conselheira nas horas tristes, eu estaria um caco. Meu enteado levou tudo o que me era caro... Minha esposa... meu Camaro... Eu..
desculpe. Sinto dificuldade em falar sobre isso.
- Ai está, América. - Barbara Walters voltou-se para a câmera. - Um homem destroçado. Um menino adolescente com sérios problemas. Deixem-me mostrar agora a última foto desse problemático jovem fugitivo, tirada há uma semana em Denver.
A tela cortou para uma foto granulada em que eu, Percy e Grover do lado de fora do restaurante Colorado estávamos falando com Ares.
- Quem são as outras crianças nesta foto? - perguntou Barbara Walters com dramaticidade. - Quem é o homem que está com elas? Percy Jackson é um delinquente, um terrorista ou uma vítima da lavagem cerebral de uma nova e assustadora seita? Quando voltarmos, vamos conversar com uma renomada psicóloga infantil. Fique conosco, América.
- Vamos - disseme Grover. Ele arrastou Percy para longe antes que ele abrisse um buraco na vitrine da loja de eletrodomésticos com um murro.
Anoiteceu, pra mim era fácil estar em Los Angeles, era a minha cidade, eu andava pelas ruas relembrado cada momento que passei por lá. Pensei em dar um "oi" para Elizabeth e Bruce mas seria perda de tempo para nossa missão
Mas para Percy, aquilo parecia de mais. Ele morava em Nova York, uma cidade grande que pra ele era silenciosa e calma. Mas Los Angeles não era assim, era agitada e barulhenta. Percebi o nervosismo de Percy mas não falei nada
Passamos por gangues, vagabundos e camelôs, que nos olhavam como se tentassem avaliar se nos atacar seria um bom negócio.
Quando passamos apressados pela entrada de um beco , uma voz disse no escuro:
- Eí, vocês.
Paramos assustados
Antes que nos déssemos conta, estávamos cercados, Uma gangue de garotos estava ao nosso redor.
Seis ao todo, garotos brancos com roupas caras e expressão perversa. Moleques ricos brincando de ser malvados. Isso não era novidade pra mim
Por instinto, Percy destampou a Contracorrente. Quando a espada apareceu do nada, eles recuaram, mas seu líder ou era muito estúpido ou muito valente, porque continuou avançando em nossa direção com um canivete de mola. Ok, tô começando a entender porque Cassie e Carol odiava meninos
Percy cometeu o erro de desferir um golpe. O garoto deu um grito agudo. Mas ele devia ser 100% mortal, porque a lâmina passou inofensiva por seu peito. Ele olhou para baixo.
- Mas que...
Calculei que teria mais ou menos três segundos antes que o choque dele se transformasse em raiva.
- Corram! - gritei
Empurramos dois deles para fora do caminho e dísparamos pela rua, sem saber aonde estávamos indo. Dobramos uma esquina numa curva bem fechada.
- Ali! - gritou Percy correndo.
Somente uma loja do quarteirão parecia aberta, as vitrines brilhando em néon. O letreiro acima da porta dizia algo como LACIÁPO ADS MASCA Á'GDUS OS SCRATO.
- Palácio das Camas d'Água do Crosta? - traduziu Grover.
Não parecia o tipo de lugar onde eu entraria a não ser em uma emergência, mas sem dúvida era essa a situação.
Irrompemos pelas portas, corremos para trás de uma cama dágua e nos abaixamos. Uma fração de segundo depois, a gangue de garotos passou correndo do lado de fora.
- Acho que os despistamos - ofegou Grover.
Uma na voz atrás de nós retumbou
- Despistaram quem?
Nos três pulamos.
Logo atrás, em pé, estava um cara que parecia um tiranossauro em trajes de passeio. Tinha pelo menos dois metros e tanto de altura , completamente careca.
A pele era cinzenta e curtida como couro, olhos de pálpebras grossas e sorriso frio, reptiliano. Aproximava-se lentamente, mas tive a sensação de que poderia se mover depressa se precisasse.
Seu traje parecia saído do Cassino Lótus. Era dos gloriosos anos 70. A camisa era de seda estampada, desabotoada até a metade do peito sem pêlos. As lapelas do casaco de veludo eram largas como pistas de pouso. Eram tantas correntes de prata no pescoço que nem consegui contar.
- Eu sou o Crosta - disse com um sorriso amarelo
Resisti ao impulso de dizer, Sim, está na cara.
- Desculpe a invasão - falei. - Estamos só, ahn, dando uma olhada.
- Você quer dizer, se escondendo daqueles garotos mal-encarados - resmungou ele. - Eles ficam vadiando por aqui todas as noites. Entra uma porção de gente na loja, graças a eles. Digam, querem ver uma cama d'água?
Eu já ia dizer Não, obrigado quando ele pôs uma pata enorme no meu ombro e me empurrou mais para dentro do salão da loja. Aí eu me liguei que estávamos encrencados, pra um meio-sangue não existe dia calmo
Havia todos os tipos de camas d'água que você possa imaginar: diferentes tipos de madeira, lençóis de padronagem variadas; queen-size, king-size, gigantescas.
- Este é meu modelo de maior sucesso. - Crosta passou as mãos orgulhosamente sobre uma cama coberta com cetim preto, com lâmpadas de lava embutidas na cabeceira.
- Massagem de um milhão mãos - disse Crosta. - Vão em frente, experimentem. Tirem uma soneca, mandem ver. Eu não importo. Tem pouco movimento hoje.
- Ahn - Percy disse. - Não acho que...
- Massagem de um milhão de mãos! - exclamou Grover, e mergulhou na cama.
- Ah, gente! Isso é legal.
- Hummm - disse Crosta, coçando o seu queixo de couro. - Quase, quase.
- Quase o quê? - perguntei.
Ele olhou para mim.
- Faça-me um favor e experimente aquela lá, meu bem. Pode servir.
- Mas o que...
Ele lhe deu algumas palmadinhas tranqüilizadoras no ombro e me levou para o modelo Safári Deluxe, com leões de teca entalhados na armação e um acolchoado de leopardo. Como eu não quis deitar, Crosta me empurrou.
- Ei! - protestei
Crosta estalou do dedos.
- Ergo!
Cordas pularam das laterais da cama e me envolveram como chicotes, prendendo-me ao colchão.
Grover tentou se levantar, mas cordas pularam também de sua cama de cetim preto, e o prenderam.
- N-não é l-l-legal! - gritou ele, a voz vibrando com a massagem de um milhão de mãos. - N-n-nada l-l-legal!
O gigante olhou para mim, voltou-se para Percy e arreganhou um sorriso.
- Quase. Droga.
Percy tentou se afastar, mas a mão dele se arremessou e o agarrou pela nuca. A esse ponto eu já tinha perdido minhas forças de tanto tentar sair daquela cama
- Opa, garoto. Não se preocupe. Vamos achar uma para você em um segundo.
- Solte meus amigos.
- Ah, certamente, eu vou. Mas vou ter de ajustá-los primeiro.
- O que quer dizer?
-Todas as camas têm exatamente um metro e oitenta, sabia? Seus amigos são baixinhos demais. Tenho de ajustá-los para servir nas camas.
Eu e Grover continuamos se debatendo.
- Não tolero medidas imperfeitas - resmungou Crosta. - Ergo!
Um novo conjunto de cordas pulou dos pés e da cabeceira da cama, enrolando-se nos nossos tornozelos e braços. As cordas começaram a se esticar, puxando nós pelas duas extremidades.
- Não se preocupe - disse Crosta para Percy. - É um servicinho de estiramento. Talvez uns oito centímetros a mais nas colunas deles. Podem até sobreviver. Agora, por que não achamos uma cama de que você goste, heim?
- Percy! - Gritei, as cordas me puxavam cada vez mais, estava desesperada. Meu corpo parecia estar pegando fogo
- Seu nome de verdade não é Crosta, é? - Percy perguntou, o que ele estava fazendo? Batendo um papo com o cara enquanto estávamos morrendo?
- Na certidão é Procrusto - admitiu ele.
- O Esticador.
- Sim - disse o vendedor. - Mas quem é capaz de pronunciar Procrusto? É ruim para os negócios. Agora, "Crosta' um pode dizer.
- Tem razão. Soa muito bem. - Percy disse, eu tinha certeza que ele estava louco
- Acha mesmo? - Crosta perguntou
- Ah, sem dúvida - disse Percy - E o acabamento dessas camas? Fabuloso! - Percy dizia olhando as camas do local
- Digo isso aos meus fregueses. Sempre. Ninguém se preocupa em examinar o acabamento. Quantas lâmpadas de lava embutidas você já viu?
- Não muitas.
- Claro!
- Percy! - Gritei. - O que está fazendo?
- Não ligue para ela - disse Percy, juro pelo meu cabelo que se eu estivesse solta, iria dar na cara dele - Ela está impossível hoje, não é perfeita
O gigante riu.
- Todos os meus fregueses são. Nunca têm um metro e oitenta exato. Muito desatencioso. E depois se queixam do ajuste.
- O que você faz quando eles têm mais de um metro e oitenta?
- Ora, isso acontece sempre. É um ajuste simples.
Ele soltou o pescoço de Percy, mas antes que ele pudesse reagir esticou o braço para trás de um balcão próximo e de lá tirou um enorme machado de bronze com lâmina dupla.
- É só centralizar o freguês o melhor possível e aparar o que estiver sobrando nas duas extremidades. - Ele disse
- Ah - Percy falou. - Sensato.
- Estou tão satisfeito em cruzar com um freguês inteligente!
Agora as cordas estavam realmente esticando eu e Grover. Eu estava ficando pálida. Se duvidar, mas pálida que Percy no Arco Gateway Arch
Grover fazia sons gorgolejantes, como um ganso estrangulado.
- Então, Crosta... - Percy disse olhando em volta de si mesmo - Esta aqui tem mesmo estabilizadores dinâmicos para compensar o movimento ondulatório?
- É claro. Experimente.
- Sim, talvez eu experimente. Mas funcionaria também para um cara grande como você? Sem nenhuma ondulação?
- Garantido.
- Não acredito.
- Pode acreditar.
- Mostre.
Ele sentou com vontade na cama e deu uma palmadmha no colchão.
- Nenhuma ondulação. Viu?
Percy estalou seus dedos
- Ergo!
As cordas saltaram em volta de Crosta e o achataram no colchão.
- Ei! - gritou ele.
- Centralizar bem - Percy Falou
As cordas se reajustaram ao seu comando. A cabeça inteira de Crosta ficou para fora da cabeceira. Os pés ficaram para fora na outra ponta.
- Não! - disse ele. - Espere! É só uma demonstração.
Percy destampou Contracorrente.
- Alguns ajustezinhos... - Percy disse analisando
- Você negocia duro - disse ele. - Dou-lhe trinta por cento de desconto nos modelos em exposição!
- Acho que vou começar com a parte de cima. - Ele disse andando
- Sem entrada! Financiamento em seis meses sem juros! - Crosta falava desesperado
Percy desceu a espada. Crosta parou de fazer ofertas. Foi em nossa direção e rasgou as cordas que nos prendiam. Finalmente, Respirei fundo, olhando pra Percy irritada mas grata, e irritada
- Vocês parecem mais altos - falei.
- Muito engraçado - Falei. - Da próxima vez seja mais rápido.
Olhei para o quadro de avisos atrás do balcão de Crosta. Havia uma propaganda do Serviço de Entregas Hermes e outra do Guia Completo dos Monstros na Área de Los Angeles - "As únicas Páginas Amarelas Monstruosas de que você vai precisar!". Embaixo daquilo, um panfleto em laranja vivo dos Estúdios de Gravação M.A.C. oferecendo comissões por almas de heróis. "Estamos sempre a procura de de novos talentos!" O endereço estava logo abaixo, com um mapa.
- Vamos - Percy disse
- Espere só um minuto - queixou-se Grover. - Fomos praticamente esticados até a morte!
- Então estão preparados para o Mundo Inferior - Percy disse - Mas é bem longe, não sei como vamos conseguir chegar sem carro
- E quem disse que não temos um carro? - Perguntei
- Você tem? - Percy perguntou
- Confia em mim! Vamos - Falei
- Pera aí! - Percy correu até atrás do balcão e voltou com uma pistola de cola quente, ele se abaixou-se em minha frente e colou o laço que estava em seu bolso, na minha sapatilha - Um pedido de desculpas por te chamar de impossível e imperfeita, é que eu Menti - Ele disse e piscou
Não pude deixar de dar um pequeno sorriso
Pensei duas vezes em bater na porta, mas bati mesmo assim. Assim que a porta se abriu fui atacada por um abraço
- Violet, você voltou! - Bruce me abraçava feliz
- Voltei maninho, cadê a Elizabeth? - Perguntei
- Tá lá na cozinha, fazendo o jantar, quem são esses aí? - Ele perguntou
- Meus amigos, Percy e Grover, gente, esse é meu meio irmão, Bruce - Apresentei
Andei até a cozinha, vi Elizabeth de costa preparando algo no fogão
- Oi Elizabeth! - Falei, ela se virou rapidamente
- Violet! - Ela veio em minha direção e me abraçou - Você tá bem? Como esta? Tá brava?
- Eu tô bem! Mas não vim visita-los - Falei
- Quem são eles? - Ela perguntou olhandos Grover e Percy
- Esse é o Percy, o filho de Poseidon e esse é o Grover, um sátiro protetor - Falei - Precimos da sua ajuda
- Claro, pra que? - Ela perguntou
- O Percy tá em uma missão e nos escolheu para ajuda-lo, precisamos que nos leve até um endereço - Falei
- Endereço? Que endereço? - Ela perguntou
- Esse aqui senhora - Percy disse entregando o papel
- E o que é esse endereço? - Ela perguntou
- Bom... a gente tem que ir ao mundo inferior, para impedir uma guerra - Falei - Pode nos ajudar?
- Olha, se seu pai estivesse vivo ele me xingaria por te colocar em perigo - Ela falou e eu olhei seria - Ou falaria para você ir enfrentar esse desafio e honrar seu nome
Ela disse sorrindo colocando uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha
- Bruce, pega a chave do meu carro, por favor querido! - Elizabeth gritou
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- Até o próximo capítulo 🎀
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