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𝐭𝐫𝐢𝐧𝐭𝐚 𝐞 𝐬𝐞𝐭𝐞.

JESSICA.

Meus planos tinham 99,9% de chance de darem completamente errado. Por um décimo, um mísero décimo, a única esperança que eu pude ter se realizou, por incrível que pareça. Rafe tinha me chamado. Tenho muitas perguntas sobre como e porquê ele veio atrás de mim. Ainda que eu tenha feito, não sou uma imbecil inconsequente por total. Sei que foi a decisão mais precipitada possível a se tomar. Mas sei também que se eu continuasse mais um segundo naquela casa sem ter espaço para poder respirar fundo e sem JJ por perto, eu teria um surto pior ainda.

Claro que me sinto culpada. A todo segundo. Mas eu precisava desse tempo.

Na cena mais inimaginável de todas, estou deitada sobre o peito de Rafe enquanto ele está encostado na parede firme do barco. Está de olhos fechados, provavelmente tirando um cochilo. Eu não ouso acorda-lo. Pelo esforço que fez de vir até mim sem ter a mínima ideia de onde eu poderia estar, ele merecia ao menos alguns minutos sem ter sua cabeça fritando. No momento, acho que nós dois estamos assim.

Observo seu rosto relaxado e aproveito para fitar alguns dos seus inúmeros detalhes faciais. Seu bigode está por crescer, as sobrancelhas por fazer e ele tem alguns cravos minúsculos no nariz. Em compensação, sua boca é tão rosada quanto um par de cerejas bem cultivado e sua pele é absurdamente hidratada. Não consigo imaginar Rafe fazendo uma rotina de skin care, mas pensando pelo lado que ele tem uma irmã vaidosa até demais, não era difícil cogitar a possibilidade de ele ser usado como rato de cobaia para seus produtos caros.

Passo as unhas pelos pelos curtos da barba que estão crescendo. Não é visível, mas sinto os mesmos arranhando as barrigas dos meus dedos. Acabo deslizando meu polegar pelo seu lábio inferior também, temendo que a cor rosada de sua boca acabasse carimbando meu dedo. É tão bonita que nem consigo acreditar que é natural. Seu rosto é tão perfeitamente desenhável. Lamento não carregar um lápis nem uma folha agora.

Então, ele levanta as pálpebras e permite minha visão de seus olhos azuis cristalinos. Percebo como sua pupila dilata aos poucos. Talvez por ter acabado de se despertar de um cochilo. Bom, prefiro pensar assim do que me iludir com a ideia de que ele estaria encantado ao me ver. Ele não tem essa visão de mim, obviamente. Nossa "relação" é extremamente casual e confusa. Pode-se chamar isso de relação? Não faço ideia. Não quero pensar nos meus questionamentos mentais agora.

Rafe faz o mesmo que eu fazia há segundos antes dele acordar. Direcionou sua mão pro meu rosto e acariciou minha bochecha com o polegar. De tão concentrada que estou na sua face, percebo o exato momento que ele franze levemente as sobrancelhas, formando um semblante curioso.

━ Você tem sardas. ━ sua afirmação me faz sorrir de leve.

━ Puxei da minha mãe. Ela era cheia.

Com seus dedos frontais, Rafe acaricia meus cabelos loiros e, inevitavelmente, fecho os olhos diante do seu toque. Droga. Não sei por que isso é tão bom e satisfatório. É como se sua mão fosse macia demais pros meus fios um pouco ressecados pela exposição ao sol.

━ Você nunca me falou sobre a sua mãe. ━ disse baixo.

━ Quer mesmo ouvir? Talvez eu me perca contando.

Abrindo os olhos, assisto Rafe abrir um sorriso.

━ Se perca contando que eu me perco ouvindo, então.

Afasto um pouco meu tronco do seu e apoio minhas mãos no seu peito. Com as unhas, traço linhas imaginárias na sua pele levemente bronzeada.

━ Minha mãe faleceu pouco tempo depois do meu aniversário e do JJ de doze anos ━ diante da sua expressão curiosa, leio sua mente. ━ Ela se afogou no mar num passeio entre amigos.

━ Eu sinto muito. ━ Rafe se lamenta.

Eu nego com a cabeça, brincando com sua corrente de prata.

━ Ela era igual à mim. Não ligava muito para regras, apesar de carregar uma responsabilidade que exigia muitas regras. Ela era professora da Academia Kook. Pode ser que não se lembre dela, éramos pequenos. Enfim, minha mãe era amante da liberdade. Antes de conhecer meu pai, passava dias fora de casa em busca de conhecer mais de si mesma. Cometeu loucuras que tinha gosto em me contar sorrindo. Apesar de eu achar muita insanidade na minha cabeça de criança, hoje em dia, se pudesse, eu recriaria todas as aventuras dela. Ela era uma mulher livre. Ela sim, era o único exemplo que eu teria orgulho de seguir.

Rafe parece não perder o foco em nenhuma palavra que sai da minha boca. Está absurdamente concentrado, mas ainda assim continua com sua atividade de acariciar meus cabelos.

━ Meu pai nunca foi um homem emocional, nem que demonstrasse muito o que sentia. Mas, depois que ela morreu, acho que ele se fechou mais ainda pra qualquer coisa do mundo e como não sabia lidar com a perda, descontou toda a frustração em mim e no meu irmão. Tivemos que aprender a lidar com a possível rejeição paterna e não deixarmos isso afetar nosso presente e nosso futuro. Foi difícil, e apesar do nosso esforço para que isso não refletisse na nossa realidade, o JJ acabou pegando um pouco desse exemplo para se tornar uma figura superprotetora. Ele via as pessoas próximas de nós com relações paternas e masculinas tão boa que se sentia mal. Ele quis carregar a responsabilidade de ser minha figura masculina da vida. Por isso é tão exagerado na questão de cuidar de mim, às vezes. Mas é algo que não posso julga-lo. ━ suspiro. ━ Também levo meus melhores amigos como figuras masculinas positivas, mas nada nunca vai se comparar ao JJ. Ele é o homem da minha vida, entende? Não se trata de sentido romântico.

Por muito tempo, comparava Rafe com uma porta de tão ignorante e arrogante. Mas hoje, observando sua expressão tão concentrado em mim e disposto à ouvir todas as palavras que eu dissesse, deixo que uma sensação avassaladora domine o meu estômago. Uma paz tão grande que arrepia os pelos da minha nuca.

É uma das primeiras vezes que sinto que não preciso gritar para ser ouvida. Rafe está me ouvindo perfeitamente.

Fico envergonhada pelo seu silêncio repentino angustiante. Mordo o lábio inferior, desesperada ao pensar que posso ter falado demais e criado um clima mórbido. Mas, antes que eu conseguisse intervir sobre o meu discurso, Rafe faz carinho na minha coxa de forma que minha pele esquenta.

━ Eu queria falar sobre a minha mãe, também, mas essa conversa não se trata de mim ━ levantou seus olhos aos meus. ━ Eu não conheci a sua mãe, mas, não sei... Seus olhos exalam liberdade. Talvez você tenha puxado isso dela também.

E isso faz todos os ossos do meu corpo travarem de tanto nervosismo.

Mais uma vez, Rafe me dando algo que eu nunca esperaria na vida dele. Só que dessa vez, eu não esperaria isso nem dele e nem de ninguém. Apenas minha mãe citava que eu tinha os olhos dela. Meu irmão também já me disse coisas do tipo.

Rafe me enxerga. Rafe me enxergou como eu nunca pensei que outra pessoa além da minha família enxergasse. E me sinto tão bem com isso que, sendo totalmente inconsequente, eu prendo meus braços ao redor do seu pescoço sem querer mais soltar. Diante das nossas bocas unidas e das nossas línguas se familiarizando ainda mais, penso que eu poderia estar nesse barco pelos próximos dias do ano que eu não ficaria entediada.

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