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𝐪𝐮𝐚𝐫𝐞𝐧𝐭𝐚 𝐞 𝐝𝐨𝐢𝐬.

JESSICA.

Eu despertei logo pela manhã. Me sentei na cama, respirei fundo e prendi meus cabelos num coque desajeitado. Me levanto da cama e já me abrigo embaixo do chuveiro. Não conto o tempo exato que fiquei ali, mas me concentrei em não desperdiçar tanta água. Fiz o que eu consegui. Me ensaboei, depilei as pernas, hidratei o rosto e desamarrei os cabelos pra lava-los.

Tudo isso pra tentar focar em mim e não pensar no ontem.

Depois daquela cena patética digna de um filme dramático adolescente, eu corri até um certo lugar e fiquei sentada no meio-fio, torcendo para que algum carro me atropelasse. Estava com tanta raiva que não conseguia nem ter ao menos o bom senso de ir atrás dos meus amigos. É, eu os deixei sozinhos lá. Mas isso não impediu que Kiara pegasse o carro do seu pai e viesse atrás de mim. De início, quase brigamos para que eu entrasse no veículo, porque eu só queria ficar sozinha. Mas ela sempre vence no argumento, e eu deixo minhas emoções de lado pra priorizar a razão.

Kiara fez janta pra nós, me fez uma massagem e depois me deixou dormindo no quarto de hóspedes. Em momento algum, ela fez questão de tocar no assunto do porquê eu não contei nada pra ela. Nem pra ninguém, muito menos pro meu irmão. Ela respeitou meu tempo naquele momento frágil meu. Porém, ela era minha melhor amiga. Eu a conhecia bem. No momento que eu sentasse na sua mesa pra tomarmos café, ela começaria com as perguntas.

Saí do banheiro, penteei os cabelos, coloquei um conjunto confortável que Kiara havia me emprestado na noite anterior para que eu usasse pela manhã e passei um pouco de hidratante que ela também permitiu que eu usasse. Caminhei pra fora do cômodo, me direcionando até sua cozinha. Não me surpreendi ao ver minha melhor amiga sentada na mesa, tomando café numa caneca e com os olhos perdidos em algum canto na parede.

Passei por ela, murmurei um baixo "bom dia" e preparei um dois ovos na frigideira. Enchi meu copo com um resto de suco de uva que estava na geladeira, me sentei na mesa e comecei a comer em silêncio. E foi assim, por no máximo, cinco minutos. Silêncio completo. Eu percebia Kiara totalmente inquieta. As pernas balançando por ansiedade e como ela não conseguia parar de me olhar pelo canto dos olhos.

━ Pergunta. ━ falo depois de engolir um pouco de suco.

Kiara me olhou de forma inocente, como se eu não já a conhecesse como a palma da minha mão.

━ Perguntar o que? ━ questionou.

━ Não precisa disso ━ suspiro. ━ Diz logo o que você quer.

Minha melhor amiga fitou meu rosto em completo silêncio. Colocou suas pernas em cima da cadeira, abraçou os próprios joelhos e desviou seus olhos dos meus. Parecia pensar demais. Era claro que ela tinha trocentas perguntas, mas não poderia me bombardear com todas de uma vez.

━ Por que mentiu pra mim? Pra todo mundo? ━ me lançou a primeira.

━ Sobre o que?

━ Sobre estar fodendo com o Rafe Cameron, porra. ━ se irritou.

E ela tinha toda a razão em estar irritada. Não só por eu ter escondido isso dela, mas também por estar confusa. Ela tinha todos os motivos do mundo para odiar os irmãos Cameron por empatia à mim e ao meu irmão, mas agora, sua cabeça está à milhão. Justamente pela minha falta de palavra.

Cocei os meus olhos pela agonia. Eu tinha acabado de acordar, mal toquei no meu café da manhã e meu estômago já estava revirado.

━ Eu também não esperava isso ━ fui sincera. ━ Fiz um combinado com Pope, acabei me aproximando do Rafe e, não sei, aconteceu.

━ Aconteceu o que, exatamente? ━ Kiara franziu as sobrancelhas. ━ Vocês transarem, virarem amigos ou você se apaixonar?

━ Eu não me apaixonei.

━ Não tenta mentir pra mim de novo ━ me calo. ━ Não vai dar certo.

Engoli em seco. Dou uma garfada mixuruca na comida em meu prato, ainda sentindo os olhos castanhos de Kiara em cima de mim. Não posso culpa-la. É uma situação delicada.

━ Depois de um certo ponto, você não se incomodava mais com a presença da Sarah no nosso meio. Pensei que tinha algo a ver com John B, mas nunca imaginaria que você estaria transando com o irmão dela que você tanto odiava.

━ Para de tentar me atacar psicologicamente, Kiara. Tá me irritando. ━ solto o garfo na mesa.

━ E o que eu deveria fazer? ━ ela cruza os braços. ━ Engolir que você mentiu pra mim o tempo todo?

━ Até você? ━ a olho. ━ Sério mesmo? Eu não preciso disso, Kiara. Perdi meu irmão. Provavelmente perdi o Rafe também. Não sei como vou encarar o resto do pessoal. Então, se puder me economizar, faça.

Termino de comer e me levanto com o prato vazio e o copo de suco já seco em minhas mãos. Caminho até a cozinha, lavo a louça calmamente, mas sem parar de pensar na minha situação um minuto. Minha cabeça parece que irá explodir à qualquer instante.

Tento pensar em Rafe. Que, ao contrário dos meus amigos, ele estaria me apoiando agora e eu provavelmente não sentiria tamanho aperto no peito se estivesse em seus braços. Mas não posso engana-lo mais também. Não sei se teria coragem de olhar em seus olhos e continuar mentindo. Tô exausta. Sinto falta da minha vida sem tanta adrenalina. Quando reclamava dos meus dias monótonos, não tinha a intenção de atrair estresse e emoções tão intensas assim.

Mas na real, pareço que sinto falta de uma época que nunca existiu. Não me lembro de um momento que estive realmente em paz. Sem preocupações, e sem quebrar a cabeça com o futuro. Os únicos que eu me lembro, Rafe sempre estava presente.

Me sinto um pouco egoísta por não incluir JJ nas minhas lembranças de sossego. É que, na verdade, eu sempre precisei cuidar dele também. Depois da ida dos nossos pais, eu era a única pessoa que ele tinha, assim como a única pessoa que eu tinha, era ele. Sempre cuidávamos um do outro. Porém, JJ nem sempre teve sua cabeça no lugar. Também não estava acostumado à tomar decisões sensatas.

O peso nas minhas costas faz meus ossos doerem.

Kiara surgiu no meu campo de visão novamente assim que eu andei até a sala. Ela estava em pé, com um estojo roxo nas mãos que eu conhecia bem. Seu semblante era melancólico, mas alguma coisa nos seus olhos, me dizia que não tinha intenções ruins.

━ Vou fumar no terraço.

Sua frase acompanhada dos olhos pidões foram um convite.

Agora estávamos no terraço da casa dos Carrera. Aonde Kiara e eu normalmente nos isolávamos dos problemas, ou quando a realidade lá embaixo parecia enjoativa demais. Exatamente o que está rolando conosco agora. Fumávamos em silêncio. Eu fitava o céu e as casas vizinhas, também as árvores com folhas bem verdes que acompanhavam cada residência. Bom, pelo menos os vizinhos de Kiara tinham um bom costume, que eram plantar árvores sempre que podiam. Meus braços até se arrepiam com o vento gelado que atinge meu corpo.

━ Posso te perguntar uma coisa? ━ a voz da minha melhor amiga invadiu meus ouvidos.

━ Mais uma? ━ ironizo.

Olhando pro seu rosto, vejo o traço de um sorriso querendo aparecer quando sua bochecha se curva levemente. Estamos relaxadas agora. Porém, não é só o efeito da maconha. Gosto de pensar que minha melhor amiga está se esforçando para entender o meu lado.

━ Você gosta dele? ━ deitou seu rosto no joelho. ━ Do Rafe.

Quero enrolar no assunto. Quero responde-la com outra pergunta pra tentar fugir daquela conversa, quero simplesmente não responder por medo do que viria depois. Mas, como eu disse, estou cansada. Cansada dessa situação e de precisar esconder as coisas. Eu nunca fui assim, apesar de abrir mão das minhas vontades sempre para satisfazer as pessoas que eu amo. Mas agora, meus sentimentos estão na jogada. Meus raros sentimentos.

━ Gosto.

Sou curta.
E, claro, Kiara entendeu o recado.

Com um sorriso fraco e os olhos levemente pequenos, ela ainda me encara sem carregar rancor.

━ Quando gosta, é que é foda, né?

Realmente. É foda.

Concordei com a cabeça e Kiara não diz mais nada. Os olhos azuis me vêm na cabeça rapidamente naquele tempo que ficamos em silêncio.

Sinto falta da calmaria que aqueles olhos me passam. Eu trocaria a onda sintética do meu baseado pela onda natural que Rafe me dá. Sem pensar duas vezes.

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