11 | Onze
⚠️ O capítulo contém menções de traição e descrição de sexo (nada explícito, sem palavras pesadas) ⚠️
•
(Henry, meu namorado vai me matar)
Não vou contar, não vou contar
E você também não vai
Eu sei que você sabe que
Eu estou fazendo melhor do que ele..
— Your Guilty Pleasure; Henry Versus
──── ✧ ────
Saint Helier, Jersey
30 de dezembro, 3:00pm
M E L I S S A
Não imaginava que aquela revelação sairia tão crua daquela forma, e o olhar de Henry deixou óbvio que ele não esperava também. Mas era verdade. Cada palavra. Não me achava digna do amor que Henry sentia por mim, mas era ele quem eu queria, quem eu sempre quis. Mesmo inconscientemente.
E tudo o que me segurava agora eram os meus limites morais.
— Porque tudo isso agora? Mel...
— Porque eu cansei de ser idiota, Henry. Mas ainda não tenho coragem.
— Ah, meu bem..
Me perco nos olhos dele quando se vira para mim, respirando fundo quando tendo me controlar. Ele estava perto, mas eu não podia. Mesmo com as suas mãos me puxando e me trazendo para perto, eu não podia.
Eu não faria jamais o que Gerrett provavelmente estava fazendo comigo. Eu não era igual a ele.
— Podemos… Andar um pouco? — Peço, fechando os olhos para tentar sair daquele impasse. — Por favor.
— O que você quiser.
Ele toma a frente, descendo de onde estávamos sentados e me dá a mão de apoio. Talvez a maré fria e o cheiro salgado fizessem a minha mente trabalhar melhor e aquelas insanidades me deixarem de uma vez. Eu precisava pensar com clareza, sem os efeitos nítidos de Henry em mim, e principalmente sem me deixar levar pelo leve rancor que começava a sentir por Gerrett.
Precisava tomar a decisão final por mim mesma.
﹝•••﹞
É.
Os sinais sempre estiveram lá, por mais que eu me forçasse a negar.
Como quando estivemos juntos pelos primeiros dias e ele me disse que não estava pronto para um relacionamento. E ele não estava, realmente, mas eu não enxerguei. Tudo o que vi foi alguém que poderia me abrigar naquela tempestade de confusão. Mas ele praticamente havia me dito com todas as letras que iria me magoar.
Ele não estava pronto e nunca estaria, porque era acomodado e não queria mudar. Por tanto tempo juntos ele nunca quis estar pronto. Ele já me tinha como seu chaveiro e isso era suficiente. E então ele me mantinha em casa, consigo, enquanto jogava psicologicamente comigo e me fazia crer que eu era a única.
A única que não sabia dos seus esquemas. E demorei demais para enxergar.
“As fotos estão todas salvas, foram de hoje”
“Sinto muito”
Li a mensagem sem qualquer vontade, deixando meu corpo afundar entre os lençóis, no sofá da adega subterrânea. O único lugar onde não iriam me procurar e não iriam me encontrar encarando as provas das traições de Gerrett em fotos.
Algum amigo seu havia se compadecido comigo, o mesmo que entrou em contato mais cedo, e me mandou as fotos da garota que ele havia levado na viagem de réveillon. E estava apresentando ela como namorada.
“Agradeço”
Digitei em resposta e enviei, passando tempo demais encarando nossa foto no papel de parede das conversas. E imediatamente troquei pelo padrão, liso e escuro. Não estava chorando, porque no fundo eu já sabia e já estava pronta para isso.
Sabia que havia um motivo bom demais para ele não estar me respondendo, e agora sabia que só estava fingindo não ter internet, tendo desligado o celular, achando que eu não ficaria sabendo. Mas se o problema era a internet, me prontifiquei de digitar um único SMS.
“Acabou. Tudo.”
E enviei, tendo certeza que aquilo ele veria.
Me sentia triste pelo tempo que havia gasto com ele, e magoada comigo mesma por ter aceitado essa situação. Era incrível como eu estava sendo capaz de sentir… nada, por Gerrett. Simplesmente nada.
A única palpitação do meu coração vem quando vejo a mensagem de Henry, perguntando onde eu estava. Prontamente respondo, vendo seu aviso de que estava descendo. Então deixo o celular de lado de novo, me envolvendo melhor nas cobertas e tomando todo o vinho restante da garrafa em uma grande golada.
Até ouvir a porta ser mais aberta.
— Deixa o brinquedo de apoio. Está com um problema no fecho e só abre por fora. — Aviso, alto o suficiente para que ele escute enquanto entra;
E logo o vejo se aproximar, com seu jeito delicado, me observando como se quisesse perguntar, mas mantendo a educação e respeito. E então se senta na ponta do sofá, puxando as minhas pernas para o seu colo.
— Era a garota do meu trabalho.
— O quê?
— Ele estava me traindo com a garota que trabalha na minha empresa. — Uno as mãos, estalando os dedos e deixando que ele pegue o celular para ver.
— Filho da puta… — Ele bloqueia o aparelho, deixando-o sobre a mesa de centro e puxando a garrafa de vinho para si. — Como está se sentindo?
— Livre. Mas não quero falar sobre isso, já lidei com ele o necessário, por enquanto.
Ele parece compreender, assentindo devagar enquanto bebe alguns goles do vinho, e então me passa a garrafa. Me acomodo melhor no lugar, vendo as luzes amarelas e baixas do teto e divagando em pensamentos, e então o encaro outra vez.
— O que faz aqui?
— Vim me desculpar.
— Porque?
— Senti que pressionei você. Com a forma que me declarei, os sentimentos que você acabou revivendo com as lembranças das fotos… Não queria que se sentisse culpada após relevar aquilo hoje a tarde.
— Eu tinha um motivo para me sentir culpada, agora não existe mais. E eu fui honesta em cada palavra.
— Então.. Você…
— Não existe um universo em que eu não queira você, Henry. Mas eu tenho medo, e você sabe.
— Eu sempre soube, mas precisava ouvir o que tinha para dizer.
Um sorriso escapa quando o escuto, negando brevemente e desviando o olhar. Estava mais que óbvio quais eram as minhas amarras, mas me sentia confusa agora. E acima de toda essa confusão e sentimentos, eu sentia raiva. Por ter sido tão enganada por Gerrett por todo esse tempo, e só ter enxergado isso quando finalmente me permiti ficar longe dele.
Mas a presença de Henry, naquele momento, me distraía de tudo. Como se ele devesse estar ali, como se fosse o lugar certo para nós dois naquele momento. Silêncio, e uma garrafa de vinho. E um suspiro escapando pelos meus lábios quando ele puxa meus pés para fazer uma massagem, passando o vinho para mim outra vez.
Me assusto enquanto tomo os goles da bebida, por ouvir o barulho da porta batendo contra o fecho, trancando. Assobio, chamando por Peach, que não vem. E Henry faz o mesmo, notando que Kal também não vem.
— Ela deve ter tirado o brinquedo da porta. Droga..
— Calma, tampinha. É tão ruim assim ficar trancada comigo? — Ele brinca, me fazendo dar um sorriso breve antes de negar, obviamente.
— Não é nada ruim, garotão. — Devolvo a brincadeira com uma piscadela, lhe passando a garrafa e cogitando pegar mais uma.
Poderia mandar uma mensagem para Benjamin vir abrir a porta.
— Viu só? Uma pena estarmos em frequências de interesses bem diferentes. — Ele dá de ombros, dando um grande gole no vinho.
Era impossível não ficar pensativa com aquilo, ou como a sua voz e tom soavam chamativos agora. Sabia bem o que ele queria dizer, e havia sim passado pela minha cabeça desde o momento em que ele pediu para descer. Junto com aquela vontade insana de, de alguma forma, me redimir daquela raiva e fazer aquela sensação sumir.
Sabia que Henry poderia me ajudar.
— Poderíamos sintonizar. Quem sabe, só por uma noite?
— Mais uma recaída?
— Já faz um tempo, hm?
Mantínhamos o contato visual, as respirações mais fracas e aquela tensão parecia crescer a cada segundo. E bastou um movimento meu para henry se mover também, subindo as mãos até alcançar minha cintura e me puxando para o seu colo. Com um apoio no seu peitoral e um apoio na nuca, o puxei até selar nossos lábios, sem pensar.
A sensação era melhor do que eu me lembrava. Era como se nossos corpos conversassem sem precisar de controle. Éramos um, sincronizados, e sempre fomos. Momentos assim só mostravam o quão bem nos dávamos, e eu não queria mudar isso. Não queria perder o que tínhamos.
Sinto todo o meu corpo se arrepiar de uma vez quando ele passa as mãos por dentro da minha blusa, subindo até as minhas costas e descendo arranhando, com as pontas das unhas. Me faz grunhir contra os seus lábios e ofegar. Em resposta, Henry aperta e puxa minha cintura, me pressionando contra a sua e me fazendo sentir sua ereção crescente.
— Eu não quero esperar. Não quero que demore. Quero você, Henry.
— Quero aproveitar só um pouco mais com você, Mel… — Ele retruca, descendo a cabeça para beijar meu pescoço.
— Temos a noite inteira.
Minha resposta o faz se reerguer, me encarando como se procurasse sinais de brincadeira nos meus olhos, ou algo do tipo. Mas eu falava sério. Queria descontar com ele tudo o que eu não tive por tanto tempo. E eu sabia que ele me conhecia o suficiente para me dar o melhor prazer até mesmo em uma rapidinha.
Por enquanto.
Com um impulso, voltamos a nos beijar, sentindo como ele domina meus lábios com os seus. Me entrego. Sem mais medos, receios ou pensamentos que me amarrassem. Ter Henry nos meus braços e estar nos braços dele outra vez era a única coisa capaz de me fazer ser eu de novo.
De me fazer lembrar quem eu sempre fui. Somente ele conseguia.
— Mel.. Assim eu-
— Shh.. Tem preservativo?
— Na carteira. No bolso de dentro da jaqueta.
Com um último selinho demorado, eu me levanto, sentindo minhas pernas fracas conforme caminho até a poltrona mais afastada, onde a jaqueta dele estava. Acho a carteira e logo o pacotinho, voltando para o sofá, vendo Henry se desfazer do moletom e expondo o torso musculoso.
Sempre me fazia salivar.
Senti quando ele puxou minha mão, me trazendo para perto, me mantendo entre as suas pernas, ainda de pé. Com beijos por minha barriga e abdômen, ele ergueu a minha camisa e a tirou, revelando o sutiã fino, unicamente de renda, e sorriu.
Deixei o pacotinho ao seu lado, no sofá, e, quase que simultaneamente, nos desfizemos de nossas calças. Estávamos com pressa, e já conhecíamos suficientemente bem os corpos um do outro. Por isso eu apenas montei nele, descendo devagar e subindo, provocando enquanto ele beijava meu pescoço, tentando vestir o preservativo.
— Melissa! Quietinha, hm?!
Mordo o lábio inevitavelmente ao sentir sua mão firme me apertar e puxar minha bunda, me fazendo ficar com o corpo ereto outra vez. O vejo vestir a camisinha com cuidado, e então apoia as duas mãos na minha cintura, me fazendo descer enquanto sobe o quadril ao mesmo tempo, me preenchendo e me fazendo sentar no colo dele.
As lentas pulsações me fazem acostumar com o tamanho massivo e largura de Henry, me apoiando com as duas mãos nos seus ombros e tombando a cabeça para trás. Todo o meu corpo havia arrepiado e ainda podia sentir ele me arranhar, sentindo aquele prazer inicial já nos dominar tão bem.
— Pode sentar agora, amor. Sou todo seu.
— Já que insiste.
Ele lentamente se apoiou no sofá, me dando liberdade para me mover e usar seu corpo como eu quisesse, o que fez o sorriso mais que malicioso crescer por meus lábios. Me curvei um tanto para o lado e me apoiei nas costas do sofá também, tendo mais forças nas mãos e joelhos, e só então pude começar a me mover devidamente.
Os ofegos eram altos, com a adega sendo isolada acústica para acobertar nós dois. Não deixei de encarar os olhos de Henry por um segundo sequer, nem ele os meus, tornando o momento ainda mais intenso. Gemidos e prazer compartilhados, crescendo e se formando como uma bola de neve. E era tão bom.
Tudo era tão melhor com ele.
— Mel… Senti tanto sua falta, desse aperto…
— Sim, eu- Não consigo parar…
Ele sorri satisfeito, e sobe as mãos até alcançar as alças do meu sutiã, descendo e expondo meus seios para si, abocanhando um quase que imediatamente. A posição o favorecia. E a sensação me dá ainda mais prazer, ainda mais vontade para continuar, movendo o quadril com mais afinco contra o corpo dele.
O prazer cresce, e outras micros sensações vem junto. Mas tombar a cabeça para a frente, curvando meu corpo sobre o de Henry é inevitável, tendo segundos até que eu consiga sentir a sensação do orgasmo me assolar. Avassaladora, como eu bem me lembrava, e como tanto gostava.
Meu corpo paralisa, e Henry toma o controle. As mãos firmes me erguem e ele continua a se mover, me tendo toda para si e sem parar. A sensação de superestimulação me traz mais prazer e estende meu orgasmo, me fazendo gemer ainda mais contra o ouvido de Henry. O que parece ser um gatilho, percebendo perfeitamente quando ele dá suas últimas estocadas e deixa os gemidos menos tensos fluírem.
E então nos acalmamos, com longas respirações e suspiros, ainda apoiados no corpo um do outro.
— Ainda quer mandar uma mensagem de socorro para alguém? — Ele provoca, me fazendo empurrar seu peitoral para que se deite no sofá outra vez.
— Amanhã de manhã, quem sabe?!
✧
Ooi!
Novamente atrasei, mas como disse, tô reorganizando minha agenda e postagens no outro livro.
De qualquer forma, falta realmente pouco para esse aqui ser finalizado. Se quiserem, eu digo quantos caps...
Espero que tenham gostado desse. Não quis um hot tão explícito e cheio de detalhes, acho que foge um pouco do que essa shortfic é. (Mas caso gostem desse tipo de escrita e leitura, tenho um livro de imagines no meu perfil...
Beijinhos! 🤍
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro